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Análise da aptidão física em freqüentadores 

de academia e o risco de doença coronariana

Análisis de la aptitud física en concurrentes a un gimnasio y el riesgo de enfermedad coronaria

 

*Graduado em Educação Física

Centro Universitário Moura Lacerda

Ribeirão Preto, SP

**Doutora em Educação Escolar, UNESP, Araraquara

Professora do Centro Universitário da

Fundação Educacional de Barretos – UNIFEB

Jonatas Evandro Nogueira*

jonatasnogueira_ef@yahoo.com.br

Luciana Renata Muzzeti Martinez**

lucianamuzzeti@ig.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          A atividade física voltada para o bem-estar e a promoção da saúde vem crescendo ao longo dos anos. O presente estudo teve como objetivo a análise do risco de doença cardíaca coronariana (DCC) e o nível de aptidão física em indivíduos freqüentadores de uma academia de classes média alta e alta, economicamente. Utilizou-se como metodologia o teste de índice coronariano RISKO, que foi desenvolvido pela Michigan Heart Association; e o International Physical Activy Questionnaire – IPAQ, versão curta, para analisar a aptidão física dos indivíduos. Cabe ressaltar que foram entrevistados 42 indivíduos com média geral de 52,8 anos de idade divididos em 20 homens e 22 mulheres. Concluiu-se que os indivíduos estão se preocupando mais com o envelhecer com saúde e com uma aptidão física ativa. Dessa forma, aqueles que levam um estilo de vida regrado conseguem ter um índice normal ou baixo no risco de desenvolver doença coronariana. Nessa perspectiva, verifica-se a importância da prática regular de exercício físico e orientado por um profissional especializado em todas as idades.

          Unitermos: Aptidão física. Doença cardíaca coronariana. Exercício aeróbio

 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 144 - Mayo de 2010

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Introdução

    Nos últimos anos a idade média de vida dos brasileiros vem crescendo. Segundo estudos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida em 1991 era de 67 anos e em 2007 passou para 72,57 anos, um aumento de 5,57 anos. Junto com a expectativa de vida, cresce também a procura pelo exercício físico em clubes, parques e academias.

    O problema que persiste nesse contexto é a prática não sistematizada e não orientada por um profissional de Educação Física, ou seja, muitas pessoas praticam atividades sem orientação correta.


    A atividade física pode ser entendida como qualquer movimento muscular que tenha gasto calórico, isto é, consumo de energia. Já o exercício físico é toda atividade física sistematizada, ou seja, que tenha freqüência, duração e intensidade. Aptidão física é constituída por características adquiridas e relacionadas pelo indivíduo, pelas quais se executa uma atividade física. (MAZO, 2008; McARDLE; KATCH; KATCH, 2008).

    “A inatividade física causa quase 30% de todas as mortes por doença cardíaca, câncer de cólon e diabetes.” (McARDLE; KATCH; KATCH, 2008, p. 886), ou seja, a atividade física está relacionada à prevenção dessas doenças.

    É importante manter um ritmo de treinamento periodizado e orientado, para que o organismo possa se adaptar e tirar proveito de todos os benefícios produzido pela a atividade física. Além do mais, pessoas que se exercitam regularmente têm um risco menor de morte durante a atividade física. Os benefícios que a atividade aeróbia possibilita são conseguidos mantendo uma rotina semanalmente e exercícios em quantidades moderadas. McArdle et al. (2008) constatam que uma pessoa de 50 anos fisicamente ativa mantém o nível funcional de uma pessoa de 20 anos, pois a capacidade aeróbia é, em média, 25% mais alta do que a capacidade de uma pessoa sedentária.

Sistema cardiovascular e doença coronariana

    Os estudos de McArdle et al. (2008, p.314) definem sistema cardiovascular como “uma conexão contínua de uma bomba, um circuito de distribuição de alta pressão, canais de permuta e um circuito de coleta e de retorno de baixa pressão”, ou seja, fazem parte dele o coração, as artérias, as veias e capilares. A doença cardiovascular surge de algum problema relacionado a esse sistema.

    O sistema cardiovascular pode desenvolver a doença coronária, as arritmias, o ataque cardíaco, a angina pectoris, a síndrome coronariana aguda, a aneurisma da aorta, a doença cardíaca congênita, a insuficiência cardíaca e a doença cardíaca reumática.

    A doença cardíaca coronariana (DCC) ou doença arterial coronariana (DAC) consiste em alterações degenerativas no revestimento interno das artérias que irrigam o coração. As paredes das artérias ficam congestionadas com placas de gorduras denominadas placas de ateroma; esse processo é chamado de aterosclerose (McArdle et al., 2008).

    Segundo Pollock e Willmore (1993), os fatores de risco para a doença coronariana são classificados em fatores de risco primários e secundários ou de contribuição. Os primários constituem-se da hipertensão, do tabagismo e da hipercolesterolemia. Os secundários são divididos em controláveis e inalteráveis. Os controláveis são compostos pelo estresse emocional, a obesidade, a diabetes e a inatividade física. Já os inalteráveis são a idade, o sexo e o histórico familiar.

    Quinze anos após Pollock e Wilmore (1993) explicar sobre os fatores de risco, McArdle et al. (2008), segundo vários estudos, aumentam a lista com a dieta errônea, acido úrico sérico alto, anormalidades da função pulmonar, anormalidades ECG, padrões de personalidade e de comportamento, educação deficiente, hemocisteína elevada e calvície masculina proveniente dos níveis altos de androgênio.

    Os níveis mais altos de morte por DCC para homens são após os 35 anos e 45 anos nas mulheres.

Benefícios do treinamento aeróbio

    Amadio e Barbanti (2000) constatam que “treinar é um processo de usar exercícios para desenvolver a capacidade de trabalho do organismo provocando modificações (adaptações) morfológicas e funcionais, principalmente no sistema muscular”. Sendo assim, as mudanças ocasionadas com o treinamento, principalmente o treinamento aeróbio, leva a muitas mudanças na fisiologia humana, fazendo com que o corpo prime pela homeostase em qualquer situação.

    Segundo McArdle et al. (2008), há inúmeras adaptações cardiovasculares com o treinamento aeróbio. A massa e o volume do coração aumentam, há um aumento no volume plasmático, uma redução na freqüência cardíaca submáxima; com isso, há um aumento no volume sistólico do coração durante o exercício e durante o repouso, aumentando também o débito cardíaco. Além disso, o treinamento aeróbio eleva a quantidade de oxigênio que circula no sangue, reduz a pressão arterial sistólica e diastólica.

    Os benefícios da atividade aeróbia também influenciam na melhora do condicionamento cardiorrespiratório, aumentam a vascularização sanguínea, melhoram a captação de oxigênio pelos músculos, diminuem no sangue o colesterol LDL e estimulam a produção do colesterol HDL, fortalecem os ossos, músculos e articulações, além de prevenir varias doenças, como as cardíacas.

    O treinamento aeróbio, feito de maneira correta e orientada por um profissional especializado, contribui na elevação do nível no estado do condicionamento, havendo um estado de equilíbrio - steady state - (MATVEEV, 1996; BARBANTI, 1979), reduz a gordura corporal, melhora a condição psicológica, seja o nível de ansiedade, a depressão, o estresse (McArdle et al., 2008), aumentando a atenção e a motivação, e tudo isso reflete em uma melhor relação interpessoal, refletindo no contexto social.

    Quando realizamos exercício aeróbio, a freqüência cardíaca é elevada e o VO2 max aumentado. Com isso a circulação sanguínea é acelerada devido ao aumento da contração sistólica do coração, aumentando o débito cardíaco. Após isso, a quantidade de O2 que o músculo utiliza é aumentada, através do aumento na diferença artério-venosa de O2 (MONTEIRO, 2004).

    O objetivo deste estudo foi analisar o risco de doenças coronarianas e o nível de aptidão física em indivíduos freqüentadores de uma academia.

Métodos e material

    Este estudo foi realizado em uma academia localizada dentro de um clube em Ribeirão Preto-SP. Os freqüentadores são de nível social de classes média alta e alta, ou seja, classes chamadas de A e B. Foram entrevistados 42 indivíduos com média geral de 52,8 anos de idade, divididos em 20 homens e 22 mulheres com média de idade para homens igual a 53,2 anos e mulheres igual a 52,4 anos.

    Para cumprir os objetivos deste trabalho foram utilizados dois questionários: o teste de índice coronariano (RISKO), que foi desenvolvido pela Michigan Heart Association; e o International Physical Activy Questionnaire (IPAQ) versão curta, para analisar a aptidão física dos indivíduos.

    A taxionomia da idade utilizada foi a Classificação Gerontológica proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que divide em: Idade Adulta Jovem ou Juvenil - 15 a 30 anos; Idade Madura - 31 a 45 anos; Idade de Mudança ou Média ou Involução ou Envelhecimento - 46 a 60 anos; Idade do Homem mais velho - 61 a 75 anos; Idade do homem velho - 76 a 90 anos; Idade do homem muito velho - mais de 90 anos. (CAMPOS, 2000).

    Foi utilizado uma balança digital da marca Toledo do Brasil com capacidade máxima de 150 kg, modelo 2096 PP/01 do ano de 2003 para pesagem e para aferição da pressão arterial dos indivíduos foi usado um esfigmomanômetro com estetoscópio da marca Missouri. Os alunos levaram o último exame de colesterol para saber com exatidão a taxa de colesterol no sangue.

Resultados

    O Nível de Atividade Física - IPAQ - é classificado em: Muito Ativo, indivíduos que praticam atividades físicas vigorosas 5 dias ou mais por semana durante pelo menos 30 minutos por sessão; ou atividade física vigorosa pelo menos 3 vezes por semana e no mínimo 20 minutos por sessão mais atividade física moderada ou caminhada por pelo menos 5 dias por semana em um tempo mínimo de 30 minutos por sessão. ATIVO, indivíduos que cumprem atividade vigorosa pelo menos 3 dias por semana em um tempo mínimo de 20 minutos por sessão; ou atividade moderada ou caminhada pelo menos 5 dias por semana em um tempo mínimo de 30 minutos; ou qualquer atividade física somada que seja pelo menos 5 dias por semana e um tempo mínimo de 150 minutos semanais (caminhada + moderada + vigorosa). Irregularmente Ativo A, indivíduos que atinjam 5 dias ou 150 minutos por semana. Irregularmente Ativo B, indivíduos que não conseguem atingir nenhuma das recomendações quanto à freqüência e duração. Sedentário, individuo que não realiza nenhuma atividade física por pelo menos 10 minutos durante qualquer dia da semana.

    O teste IPAQ foi classificado em Muito Ativo, Ativo e Irregularmente Ativo A e a idade foi classificada de acordo com a classificação Gerontológica da OMS; dividida em Idade Adulto Jovem, Madura, Envelhecimento, Homem mais Velho, Homem Velho e Homem muito Velho, respectivamente (Tabelas 1 e 2). Cabe ressaltar que a palavra Homem na classificação da OMS está no sentido de seres-humanos, servindo também para as mulheres.

    Em relação aos homens na classificação Muito Ativo tivemos os resultados de 0%, 5%, 10%, 0%, 0% e 0%, respectivamente nos itens da classificação Gerontológica. Em relação ao Ativo, os resultados distribuem-se em 0%, 15%, 10%, 20%, 10% e 0%. No Irregularmente Ativo A, implicou em 0%, 20%,10%, 0%, 0% e 0% (Tabela 1).

Classificação

Anos

Muito Ativo

Ativo

Irreg. Ativo A

Adulto Jovem

15 a 30

 

 

 

Madura

31 a 45

5%

15%

20%

Envelhecimento

46 a 60

10%

10%

10%

Homem Mais Velho

61 a 75

20%

Homem Velho

76 a 90

 

10%

 

Homem Muito Velho

acima de 90

 

 

 

Tabela 1. Resultado da classificação do Questionário Internacional de Atividade Física - IPAQ - em homens

    Em relação às mulheres na classificação Muito Ativo tivemos os resultados de 0%, 4,6%, 9%, 0%, 0% e 0%, respectivamente nos itens da classificação Gerontológica. Em relação ao Ativo, os resultados distribuem-se em 0%, 4,6%, 31,8%, 22,7%, 0% e 0%. No Irregularmente Ativo A, implicou em 13,7%, 4,6%, 0%, 9%, 0% e 0% (Tabela 2).

Classificação

Anos

Muito Ativo

Ativo

Irreg. Ativo A

Adulto Jovem

15 a 30

  

  

13,70%

Madura

31 a 45

4,6%

4,6%

4,6%

Envelhecimento

46 a 60

9%

31,8%

  

Homem Mais Velho

61 a 75

 

22,7%

9%

Homem Velho

76 a 90

  

  

  

Homem Muito Velho

acima de 90

  

  

  

Tabela 2. Resultado da classificação do Questionário Internacional de Atividade Física – IPAQ - em mulheres. 

A palavra Homem refere-se a mulheres, conforme a Classificação Gerontológica da OMS

    A Figura 1 representa a classificação geral do Nível de Atividade Física em ambos os sexos. Os homens chegam a 15% na classificação Muito Ativo enquanto as mulheres chegam a 13,6%. Na classificação Ativo, as mulheres atingem 59,1% e os homens 55%. Em relação à classificação Irregularmente Ativo A, os homens atingiram 30% e as mulheres 27,3%.

Figura 1. Resultado da classificação Geral do Nível de Atividade Física

    O Teste de Índice Coronariano - RISKO – tem a seguinte classificação: Risco 1, risco bem abaixo da média; Risco 2, risco abaixo da média; Risco 3, risco na média geral; Risco 4, risco moderado; Risco 5, risco em nível perigoso e Risco 6, risco avançado para desenvolver doenças coronarianas. A classificação da idade será conforme a classificação Gerontológica da OMS; dividida em Idade Adulto Jovem, Madura, Envelhecimento, Homem mais Velho, Homem Velho e Homem muito Velho, respectivamente (Tabelas 3 e 4). Cabe ressaltar que a palavra Homem na classificação da OMS está no sentido de seres-humanos, servindo também para as mulheres.

    Em relação aos homens na classificação Risco 1, 5 e 6 não houve resultados. Na classificação Risco 2 tivemos os resultados de 0%, 10%, 5%, 0%, 0% e 0%, respectivamente nos itens da classificação Gerontológica. Em relação ao Risco 3, distribuem-se em 0%, 25%, 20%, 10%, 5% e 0%. No Risco 4, implicou-se em 0%, 5%, 5%, 10%, 5% e 0% (Tabela 3).

Classificação

Anos

Risco 1

Risco 2

Risco 3

Risco 4

 

 

bem abaixo

abaixo

média geral

moderado

Adulto Jovem

15 a 30

  

  

  

  

Madura

31 a 45

 

10%

25%

5%

Envelhecimento

46 a 60

  

5%

20%

5%

Homem Mais Velho

61 a 75

 

 

10%

10%

Homem Velho

76 a 90

  

  

5%

5%

Homem Muito Velho

acima de 90

   

  

   

  

Tabela 3. Resultado da classificação do Teste de Índice Coronariano – RISKO - em homens

    Em relação às mulheres não houve resultados na classificação Risco 5 e 6. Na classificação Risco 1 teve os resultados de 4,6%, 4,6%, 0%, 0%, 0% e 0%, nos itens da classificação Gerontológica. Em relação ao Risco 2, os resultados distribuem-se em 9%, 4,6%, 13,7%, 4,6%, 0% e 0%. No Risco 3, resultou em 0%, 4,6%, 18,1%, 22,7%, 0% e 0%. O Risco 4 obteve 0%, 0%, 9%, 4,6%, 0% e 0%, respectivamente. (Tabela 4).

Classificação

Anos

Risco 1

Risco 2

Risco 3

Risco 4

 

 

bem abaixo

abaixo

média geral

moderado

Adulto Jovem

15 a 30

4,6%

9%

  

  

Madura

31 a 45

4,6%

4,6%

4,6%

 

Envelhecimento

46 a 60

  

13,7%

18,1%

  

Homem Mais Velho

61 a 75

 

4,6%

22,7%

9%

Homem Velho

76 a 90

  

  

  

4,6%

Homem Muito Velho

acima de 90

  

  

  

  

Tabela 4. Resultado da classificação do Teste de Índice Coronariano – RISKO - em mulheres. A palavra Homem refere-se a mulheres, conforme a Classificação Gerontológica da OMS

    A Figura 2 representa a classificação geral do Teste de Índice Coronariano – RISKO - em ambos os sexos. Em relação ao Risco 1, os homens não tiveram porcentagem enquanto as mulheres tiveram 9,2%. Quanto ao Risco 2, os homens obtiveram 15% e as mulheres 31,9%. No Risco 3, os homens atingiram 60% e as mulheres 45,4%. No Risco 4, os homens obtiveram 25% e as mulheres 13,6%.

Figura 2. Resultado da classificação Geral do Risco de Doença Coronariana

Discussão

    Analisando os resultados do IPAQ, em relação aos homens ficou constatado nesse estudo, que 70% deles são Ativos ou Muito Ativos e 30% são Irregularmente Ativo A, que são os indivíduos que atinjam 5 dias ou 150 minutos por semana de atividade física. Em relação às mulheres, 72,7% são Ativas ou Muito Ativas, enquanto 27,3% são Irregularmente Ativo A.

    Pode-se constatar que os participantes da pesquisa estão preocupados com a saúde, pois o índice de “Ativos” em homens na classificação “Homem mais Velho” e os índices de “Ativo” em mulheres no “Envelhecimento” e “Homem mais Velho” são os mais altos, o que nos leva a considerar que essas pessoas querem cada vez mais envelhecer com saúde e qualidade de vida. Mazo explica que “um desafio da nossa civilização para envelhecermos com qualidade de vida consiste em aumentar a expectativa de vida e não apenas a esperança de vida, ou seja, “dar vida” aos anos e não apenas anos à vida” (2008, p. 38).

    O processo de envelhecer com saúde significa ter uma boa saúde física e mental, e não apenas conseguir viver muitos anos sendo dependentes, ou seja, precisar de outra pessoa para fazer algo. Nessa perspectiva, o exercício físico regular vem proporcionar benefícios, como uma melhor força muscular, melhores condições do sistema cardiorrespiratório, benefícios em relação à coordenação, a flexibilidade, ao sentir útil, pois a atividade física gera socialização, a ocupação do tempo livre.

    No teste RISKO, nenhuma das pessoas teve resultados no nível perigoso (Risco 5) e no nível avançado (Risco 6). O nível mais alto em porcentagem nos homens e nas mulheres foi o Risco 3, que está classificado como risco na média geral para desenvolver doenças coronarianas.

    Pode-se verificar, também, uma relação entre o teste RISKO e o IPAQ, pois se percebe, nos resultados do IPAQ, que grande número de pessoas são fisicamente ativas. Conseqüentemente, os resultados do RISKO não detectaram níveis altos de desenvolver doença coronariana. Nesse contexto, comparando os dois questionários, analisa-se que as pessoas fisicamente ativas diminuem o índice de risco de desenvolver doença coronariana. Mas cabe ressaltar que, além da atividade física, outros fatores predispõem para estes resultados, principalmente o estilo de vida.

    O estilo de vida, hoje, talvez seja o principal fator para reduzir a mortalidade por Doença Cardíaca Coronariana (DCC). A alimentação correta ajuda a diminuir o nível de colesterol no sangue; a abstinência ao fumo traz os benefícios fisiológicos para sistema cardiorrespiratório e a prática de exercícios físicos proporciona benefícios na capacidade cardiovascular e muscular. Dessa forma, o estilo de vida de uma pessoa está completamente relacionada ao risco de desenvolver doença coronariana.

Conclusão

    Pode-se concluir, neste trabalho que, os freqüentadores dessa academia estão com um índice de exercício físico bom. O exercício físico regular vem beneficiar, junto com o estilo de vida, o nível alcançado na classificação do teste de doença coronariana. Dessa forma, pode-se constatar uma relação direta entre o nível de aptidão física dos alunos com o risco de desenvolver doença coronariana, pois, se os índices de exercício físico fossem baixos, seria refletido no risco coronariano, ou seja, o índice de risco seria maior. Nessa perspectiva, verifica-se a importância da prática regular de exercício físico em todas as idades, pois, ao longo dos anos alguns fatores fisiológicos do organismo e fatores comportamentais vão surgindo, e a melhor solução para a prevenção e manutenção da saúde é o exercício físico praticado de maneira correta.

    Constata-se, ainda, que todos os participantes da pesquisa têm uma orientação de um professor especializado. Nesse contexto, conclui-se a importância da orientação correta para obter benefícios em relação ao exercício físico.

Referências

  • AMADIO, A.C.; BARBANTI, V.J. A biodinâmica do movimento humano e suas relações interdisciplinares. São Paulo: Estação Liberdade: Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, 2000.

  • BARBANTI, V.J. Teoria e prática do treinamento desportivo. São Paulo: Edgard Blucher, 1979.

  • CAMPOS, M. A. Musculação: diabéticos, osteoporóticos, idosos, crianças, obesos. Rio de Janeiro: 2ª ed. Sprint, 2001.

  • INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Disponível em http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1275&id_pagina=1. Acesso em: 20 de novembro de 2008.

  • MATVEEV, L.P. Preparação Desportiva. 1ª ed., Londrina: Centro de Informações Desportivas, 1996.

  • MAZO, G.Z. Atividade física, qualidade de vida e envelhecimento. Porto Alegre: Editora Sulina, 2008.

  • McARDLE, W.D.; KATCH, F.I.; KATCH, V.L. Fisiologia do exercício: Energia, nutrição e desempenho humano. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.

  • MONTEIRO, W.D. Personal trainning – Manual para avaliação e prescrição de condicionamento físico. Rio de Janeiro, 4ª ed.: Sprint, 2004.

  • POLLOCK, M.L; WILMORE, J.H. Exercícios físicos na saúde e na doença: Avaliação e prescrição para prevenção e reabilitação. 2º ed. Rio de Janeiro. Medsi, 1993.

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