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Análise dos resultados da equipe de atletismo 

brasileira nos XII Jogos Paraolímpicos de Atenas

Análisis de los resultados del equipo de atletismo brasileño en los XII Juegos Paraolímpicos de Atenas

 

*Membro do Grupo de Estudos e Pesquisa em Atividade Motora Adaptada

**Professor do Curso de Educação Física - UNIFESP

***Coordenador Técnico de atletismo do Comitê Paraolímpico Brasileiro

****Professor da Faculdade de Educação Física da UNICAMP

(Brasil)

Prof. Ms. Artur José Squarisi de Carvalho*

Prof. Dr. Ciro Winckler de Oliveira Filho* ** ***

Prof. Amaury Wagner Veríssimo** ****

Prof. Dr. José Júlio Gavião de Almeida*** ****

ciro@cpb.org.br

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo deste estudo é analisar a evolução do atletismo brasileiro no ciclo paraolímpico, que compreendeu o período dos Jogos de Sidney-2000 a Athenas-2004. O método documental foi usado para a análise dos dados. Os resultados mostram uma evolução no desempenho do atletismo Brasileiro evidente pelos resultados apresentados, necessitando pequenas adequações para os próximos ciclos e a constante evolução. 

          Unitermos: Atletismo. Jogos Paraolímpicos. Deficiência

 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 144 - Mayo de 2010

1 / 1

Introdução

    A prática esportiva para pessoas com deficiência tem seus primeiros registros de ocorrência de maneira sistematizada nos Estados Unidos a partir do século XIX, no entanto tomou um direcionamento mais abrangente a partir do século XX (WINNICK, 1995). Na Europa os primeiros relatos de práticas esportivas para esta população aconteceram no começo do século passado (COMITÊ OLÍMPICO ESPANHOL, 1994, PALACIO, 2004). Os Jogos Paraolímpicos1, porém, tiveram início somente em 1960, nos mesmos espaços utilizados alguns dias antes para os Jogos Olímpicos de Roma (SCRUNTON, 1992, IPC, 2000, COMITÊ OLÍMPICO ESPANHOL, 1994); e a criação do Comitê Paraolímpico Internacional ocorreu em 1989, com uma mudança de filosofia na busca de profissionalização na gestão esportiva (ARAÚJO, 1998).

    O esporte para pessoas com deficiência no Brasil teve historicamente seu início em São Paulo, com Sergio Del Grande, que regressava de um processo de reabilitação realizado nos Estados Unidos, munido de informações referentes ao basquetebol em cadeiras de rodas, enquanto que, Robson Sampaio de Almeida, começou a organizar o desporto no estado do Rio de Janeiro. Assim, o início da prática esportiva adaptada no Brasil ocorreu em 1958 como um elemento de reabilitação e prática competitiva (ARAÚJO, 1998). A sistematização do esporte para esta população tem seu começo com a criação da Associação Nacional de Desportes para Excepcionais - ANDE, em 1975, (ARAÚJO, 1998, FREITAS e CIDADE, 2000, ARAÚJO, 2004) e avançando com a criação do Comitê Paraolímpico Brasileiro no ano de 1994 (ARAÚJO, 1998, ARAÚJO, 2004). Na virada para século XXI o esporte paraolímpico no Brasil ganhou maior envolvimento profissional, o que, de certo modo, corroborou para a melhora do país em diversas modalidades praticadas, aumentando o número de medalhas e, conseqüentemente, a visibilidade perante a mídia e a sociedade.

    A pessoa com deficiência pode encontrar no esporte vários níveis de manifestações quanto a sua prática. Podemos citar alguns dos seus principais, tais como a alta-performance (Paraolímpico, em nível internacional), competitivo (em níveis regionais e nacionais), educacional, lazer e o de reabilitação (ALMEIDA e OLIVEIRA FILHO, 2001). No entanto, devemos olhar a estrutura do esporte de maneira a entender sua complexidade sistêmica, onde as diversas manifestações estão interligadas e conectadas, não existindo o esporte de alta-performance sem uma parcela do educacional, tão quanto, o de lazer sem contribuições reabilitacionais. O Esporte Paraolímpico é o caracterizado por uma prática competitiva e sistematizada para pessoas com deficiência, tendo como principal elemento de ordenação o sistema de classificação, seja ela médica ou funcional (SHERRIL, 1999).

    A evolução do Esporte Paraolímpico tem se mostrado acentuada no Brasil e, também, no Mundo. O atletismo mostra-se como um dos que tem encabeçado este processo no país, mas ficando muito aquém das expectativas quanto a sua análise e a divulgação de seus resultados fora da mídia ou dentro da área científica.

Objetivo do estudo

    O objetivo deste estudo é analisar a evolução do atletismo brasileiro no ciclo paraolímpico, que compreende entre os Jogos de Sidney-2000 e Athenas-2004.

Métodos e técnicas de pesquisa

    O estudo foi desenvolvido através do método documental, utilizando a análise de documentos técnicos da modalidade e dos Comitês Paraolímpicos Brasileiro e Internacional, além dos resultados de eventos dos Jogos Paraolímpicos de Sidney e Atenas e o campeonato Mundial de Atletismo de Lille 2002.

    A avaliação dos resultados foi realizada através da comparação simples de resultados e o comportamento evolutivo do grupo e individual durante o ciclo do quadriênio paraolímpico.

Aspectos técnicos

    No Atletismo, 1036 esportistas oriundos de 126 países participaram dos XII Jogos Paraolímpico realizados em Atenas. Nas provas desta modalidade existiu real possibilidade de ganho de 194 medalhas de ouro e o mesmo número para a prata e bronze. Estas foram conquistadas por atletas de 64 países (ATHOC, 2004). Já os XXVIII Jogos Olímpicos da era moderna, acontecidos também em Atenas, tiveram a participação de 160 países, com 4432 atletas, dentro dos 46 eventos em disputa no atletismo (46 medalhas de ouro, 46 de prata e 46 de bronze), dos quais, o lugar no podium foi conquistado por atletas de 40 países (IOC, 2004). Nos Jogos Paraolímpicos metade das nações participantes obtiveram uma medalha, já nos Jogos Olímpicos esta distribuição alcançou um quarto dos países. O número de eventos realizados nos Jogos Paraolímpicos foi 4,27 vezes maior que no programa olímpico. Os Países participantes nos Jogos Olímpicos foram em número 22% superior aos das Paraolimpíadas. A distribuição média de atletas por evento, a partir do número de inscritos nesta modalidade, nos Jogos Olímpicos foi de 96.34 atletas e nos Paraolímpicos mostrou ser de 5.34 esportistas, representando 18,04 vezes a mais nas Olimpíadas.

    Para a análise dos resultados deste Ciclo Paraolímpico, realizamos comparações entre os dados dos três eventos mais importantes. Assim, tivemos como base de partida os resultados dos Jogos Paraolímpicos de Sidney, um referencial intermediário que foi o Campeonato Mundial de Atletismo em Lille – França (2002), competição que serviu como um dos critérios para abertura de vagas para o País nos Jogos de Atenas e, como referencial principal nesta análise, os Jogos Paraolímpicos de Atenas.

    Podemos tomar como dados para uma referência inicial, os eventos seletivos antes de cada um dos Jogos Paraolímpicos: a seletiva para os Jogos de Sidney, 21 atletas estavam disputando 10 vagas e a seletiva de Atenas onde tivemos 58 atletas disputando 17 vagas (CPB, 2004a).

    Apresentaremos uma análise geral dos resultados de cada atleta na tabela 1, onde mostraremos os resultados dos mesmos, obtidos nos Jogos de Atenas, além da progressão apresentada nos resultados dos últimos 4 anos.

Tabela 1. Participação dos atletas em Atenas (2004) e seus resultados comparados as participações em Lille (2002) e Sidney (2000)2

Nome

Evento

Classe

Melhor Marca

Colocação Atenas

Colocação Lille

Colocação Sidney

Terezinha Guilhermina

1500

T12

5:17.25

7

--

--

800

T12

2:24.72

8

--

--

400

T12

57.52

3

7

--

Sueli Guimarães

Disco

F56

23.30

1

1

10

Peso

F56

6.97

9

3

4

Roseane Santos

Disco

F58

31.73

6

3

1

Peso

F58

8.98

8

2

1

Hilário Moreira Neto

100

T11

11.93

11

--

--

200

T11

24.06

6

--

--

400

T11

54.74

9

--

--

Aurélio Guedes

Mar.

T13

2:51.36

10

2

5

Odair dos Santos

800

T12

1:54.08

3

--

--

1500

T12

3:54.06

2

--

--

5000

T12

15:00.80

2

--

--

André Andrade

100

T13

11.06

2

1

2

200

T13

22.70

1

1

2

Ozivan Bonfim

1500

T46

4:05.29

6

--

--

5000

T46

15: 02.09

3

8

--

Moises Vicente

1500

T46

4:13.53

10

--

--

5000

T46

15:10.65

4

--

--

Gilson J. dos Anjos

1500

T13

4:04.41

9

--

--

800

T13

1:56.81

2

--

--

Sônia Gouveia

Dardo

F53

7.46

7

--

--

Disco

F53

9.85

9

--

--

Júlio Souza

100

T12

11.79

21

--

--

200

T12

AB

 

--

--

Antonio Delfino

100

T46

11.04

DQS

1

10

200

T46

22.41

1

3

8

400

T46

48.46

1

1

2

Ádria Rocha Santos

100

T11

12.55

1

2

1

400

T12

57.46

2

12

2

200

T11

25.60

2

2

1

Maria J. Alves

100

T12

12.67

3

3

6

200

T12

25.73

3

5

4

Sirlene Guilhermina

100

T12

13.13

5

--

--

200

T12

27.45

5

--

--

S.Dist.

T12

3.75

11

--

--

Simone Camargo

100

T11

13.66

7

--

--

200

T11

27.59

5

--

--

Brasil – Hilário, André, Odair e Júlio

4x100

T11-13

44.89

4

--

--

Fonte: ATHOC 2004 e IPC, 2004a,b, modificado pelos autores.

Legenda: Mar. – Maratona, S.Dist. – salto em distância, DQS – Desclassificado, AB- Abandono. Características das classes: a sigla T representa a palavra inglesa Track (Pista) denominação para as provas de pista, enquanto a sigla F representa a palavra inglesa Field (Campo) que é utilizada para as provas de campo; T11 atleta sem percepção luminosa ou se percebe uma fonte luminosa não reconhece uma palma da mão a frente do rosto; T12 atleta com baixa visão, tendo a acuidade visual variando da definição de uma mão a frente do rosto até 2/60 metros ou campo visual de até 5 graus; T13 atleta com baixa visão, que apresenta a acuidade visual entre 2/60 e 6/60 metros ou campo visual entre 5 e 20 graus; F56 atleta usuário de cadeira de rodas, nas provas de campo, apresentando como deficiência a amputação de ambas as pernas acima do joelho, paralisia cerebral ou outro tipo de deficiência que não comprometa os movimentos do tronco; F58 atleta usuário de cadeira de rodas com amputação de uma perna ou outro tipo de deficiência que não comprometa o equilíbrio e nem a força de pelo menos um dos membros inferiores, F53 atleta com comprometimento dos movimentos de tronco por lesão medular entre T6 ou T10, paralisia cerebral ou outro tipo de deficiência, além de perda parcial dos movimentos dos braços; T46 amputação ou limitação articular severa de movimentos de um braço, e T11 –13 revezamento composto por atletas com deficiência visual formado por no mínimo um atleta T11 e outro T12 e no máximo um atleta da classe T13 (IPC – ATHLETICS, 2005).

    Como podemos observar ao compararmos os resultados de nossos atletas nestes jogos e em eventos anteriores de grande representatividade internacional: 8 de nossos 17 atletas fizeram a sua primeira participação em Atenas;2 dos que estiveram no Mundial de Lille participaram em menos provas neste evento do que nos Jogos de Atenas e, à exceção de 3 casos3, todos os outros atletas com participação nos eventos usados como referência evoluíram ou mantiveram o mesmo nível na briga pelas 3 primeiras colocações4.

    Os resultados obtidos em Atenas ficaram dentro do esperado, pois o acompanhamento dos atletas durante este ciclo paraolímpico e de resultados internacionais acompanhados em vários eventos, possibilitou uma análise objetiva das possibilidades reais dos atletas brasileiros. Assim, as marcas alcançadas por estes ficaram dentro da meta de trabalho e das possibilidades estruturadas por esta gestão do Comitê Paraolímpico Brasileiro, principalmente quando atingiram o limite da capacidade biológica adaptativa de cada atleta (OLIVEIRA FILHO, 2004).

    Mais do que a estréia de alguns atletas internacionalmente, o atletismo Brasileiro apresentou a sua primeira participação em provas de revezamento nos jogos paraolímpicos. Os representantes desta prova foram os atletas das classes T11, T12 e T13, que obtiveram um excelente 4o lugar. O resultado ocorrido só não pôde ser melhor em virtude do escasso tempo de treinamento e de alguns atletas apresentarem lesões musculares no decorrer dos Jogos e por conseqüência dos esforços dedicados em suas provas específicas, op. cit.

    Todos os atletas participaram de pelo menos uma final nas provas em que estavam inscritos nos Jogos Paraolímpicos de Atenas, ratificando assim os critérios de convocação e formação da equipe no mês de maio de 2004, mostrando, acima de tudo, que foi alcançado o objetivo de trazer para os Jogos os atletas em melhor nível de performance e em maior condição de disputa em relação a outros eventos.

    O Brasil foi o 21o País em número de atletas inscritos nos Jogos de Atenas, com 17 participantes, sendo que no quadro geral de medalhas o Brasil classificou-se na 15a posição. Podemos observar na Tabela 2 a distribuição de medalhas e a eficiência dos atletas, inclusive na conquista dos 3 primeiros lugares.

Tabela 2. Ranking por medalhas, participantes e relação de atletas e medalhas nas Paraolimpíadas de Atenas

Posição

País

Medalhas

Número de Atletas

Eficiência

Medalhas/Atletas

Eficiência

Ouro

Prata

Bronze

Total

Posição do País/número de Medalhas*

Ouro

Prata

Bronze

1

China

25

20

13

58

1

74

0,78

0,33

0,27

0,17

2

Austrália

10

12

9

31

2

43

0,6

0,23

0,27

0,2

3

Canadá

10

4

10

24

4

40

0,6

0,25

0,1

0,25

4

África do Sul

9

7

5

21

6

24

0,87

0,37

0,29

0,2

5

Ucrânia

9

4

8

21

6

24

0,87

0,37

0,16

0,33

6

Tunisia

8

7

3

18

9

24

0,75

0,33

0,29

0,12

7

Rep. Theca

8

5

4

17

12

22

0,77

0,36

0,22

0,18

8

Estados Unidos

7

8

11

26

3

42

0,61

0,16

0,19

0,26

9

México

7

6

4

17

12

40

0,42

0,17

0,15

0,1

10

Japão

7

4

7

18

9

34

0,52

0,2

0,11

0,2

11

Rússia

7

3

6

16

15

25

0,64

0,28

0,12

0,24

12

Reino Unido

6

5

6

17

12

36

0,47

0,16

0,13

0,16

13

Polônia

5

8

7

20

8

25

0,8

0,2

0,32

0,28

14

França

5

6

7

18

9

29

0,62

0,17

0,2

0,24

15

Brasil

5

6

5

16

15

17

0,94 (1)

0,29 (5)

0,35 (2)

0,29 (3)

16

Argélia

5

2

5

12

19

15

0,8

0,33

0,13

0,33

17

Alemanha

4

11

9

24

4

53

0,45

0,07

0,2

0,16

18

Bielorússia

4

7

4

15

17

16

0,93

0,25

0,43

0,25

19

Áustria

4

6

2

12

19

15

0,8

0,26

0,4

0,13

20

Irlanda

4

2

9

15

17

32

0,46

0,12

0,06

0,28

Fonte ATHOC 2004. Modificado pelos autores.

Legenda: A relação de eficiência foi estabelecida a partir da divisão do número de medalhas conquistadas pelo número de atletas na equipe de atletismo. Na apresentação dos dados do Brasil relacionados a eficiência os números apresentasse entre parênteses a classificação de posição mediante os outros países. * Posição do País levou em conta o número total de medalhas.

    Esta análise mostrou a eficiência do grupo de atletas brasileiros em relação a conquista de medalhas. A análise do número geral de medalhas conquistadas pelo Brasil foi de quase uma por atleta, sendo esse resultado bem expressivo. Se levarmos em consideração que o país esteve entre as vinte maiores delegações participantes dos Jogos esse dado se torna mais relevante, pois gerou uma média de 94% de aproveitamento na relação medalha atleta. Este índice qualifica o Brasil como nação com maior eficiência de resultados no atletismo paraolímpico dentre as 20 maiores equipes participantes. Quando esta avaliação é transportada para o número de medalhas de ouro e sua relação ao número de atletas, o Brasil se enquadra na quinta (5a.) colocação, na relação com a medalha de prata foi alcançado o segundo (2o) lugar e na de bronze em terceiro (3o) colocado.

    Nos Jogos Paraolímpicos de Sidney a equipe de atletismo tinha 10 atletas - 1 pessoa com deficiência mental (PDM), 4 pessoas com deficiência visual (PDV), 2 pessoas com paralisia cerebral (PPC) e 3 pessoas com amputação (PA) - sendo que destes 5 homens e 5 mulheres. No Campeonato Mundial de Lille 2002 a equipe passou a contar com 16 atletas (1 PDM, 8 PDV, 3 PPC e 4 PA), destes 11 homens e 5 mulheres. Nos Jogos de Atenas5 a equipe contou com 17 atletas (11 PDV, 4 PA, 1 pessoa com bloqueio articular e 1 pessoa com pólio-mielite) divididos em 8 mulheres e 9 homens. O número de participantes apresentou-se crescente no transcorrer destes 3 eventos e, um fator importante que não ocorreu no campeonato mundial, foi o número de atletas dividido por gênero, que se manteve igualmente dividido. O ponto relevante é a manutenção de um grande número de mulheres junto ao grupo, o que possibilita buscar medalhas dentro do gênero feminino, o qual no atletismo ainda se encontra com maior possibilidade de crescimento em decorrência do número menor de competidoras.

    As tabelas de número 3 a 8 mostram a distribuição de medalhas por gênero nos 3 eventos da análise (Sidney, Lille e Atenas)

Tabela 3. Medalhas no atletismo feminino em Sidney

Nome

Ouro

Prata

Bronze

Adria R. Santos

2

1

0

Roseane F. Santos

2

0

0

Total

4

1

0

Fonte: 2004a, modificado pelos autores.

Tabela 4. Medalhas no atletismo feminino no Mundial de Lille 2002

Nome

Ouro

Prata

Bronze

Adria R. Santos

0

2

0

Sueli Guimarães

1

0

1

Roseane F. Santos

0

1

1

Maria José Alves

0

0

1

Total

1

3

3

Fonte: IPC, 2004b, modificado pelos autores.

Tabela 5.Medalhas no atletismo feminino em Atenas

Nome

Ouro

Prata

Bronze

Adria R. Santos

1

2

0

Sueli Guimarães

1

0

0

Terezinha Guilhermina

0

0

1

Maria José Alves

0

0

2

Total

2

2

3

Fonte: ATHOC, 2004, modificado pelos autores.

Tabela 6. Medalhas no atletismo masculino em Sidney

Nome

Ouro

Prata

Bronze

André Andrade

0

2

0

Antonio Delfino

0

1

0

Anderson Lopes

0

0

1

Total

0

3

1

Fonte: IPC, 2004a, modificado pelos autores.

Tabela 7. Medalhas no atletismo masculino no Mundial de Lille 2002

Nome

Ouro

Prata

Bronze

André Andrade

2

0

0

Antonio Delfino

2

0

1

Aurélio Guedes

0

1

0

Total

4

1

1

Fonte: IPC, 2004b, modificado pelos autores.

Tabela 8. Medalhas no atletismo masculino em Atenas

Nome

Ouro

Prata

Bronze

André Andrade

1

1

0

Antonio Delfino

2

0

0

Ozivan Bonfim

0

0

1

Gilson dos Anjos

0

1

0

Odair dos Santos

0

2

1

Total

3

4

2

Fonte: ATHOC, 2004, modificado pelos autores.

    A evolução nos resultados mostrou-se boa quantitativamente, tanto no aspecto do número de medalhas quanto em sua representatividade. Mas o principal avanço é a melhor distribuição de medalhas entre os gêneros, como exemplo, podemos analisar que em Sidney tivemos apenas mulheres com medalhas de ouro e a maioria das de prata com os homens, sendo que as mulheres fizeram um maior número de finais; já em Lille e Atenas esse perfil já ficou melhor distribuído com os dois gêneros ganhando os 3 tipos de medalha.

    O Gráfico 1 apresenta em Sidney apenas as mulheres como medalhistas de ouro e com superioridade no número geral de medalhas, no Campeonato Mundial de Lille ocorre uma inserção deste quadro e os homens passam a ter o domínio no quadro de medalhas; a representatividade de medalhas no Jogos de Atenas apresenta-se de maneira melhor distribuída com um ligeiro predomínio masculino quanto ao número de conquistas.

Gráfico 1. Medalhas conquistadas em Sidney (2000), Lille (2002) e Atenas (2004)

    Em Sidney dos 10 atletas participantes 5 ganharam medalhas, o que representa 50% do grupo, em Lille dos 16 atletas 7 alcançaram as 3 primeiras colocações, colocando, assim, 44% do grupo como premiado e em Atenas 9 dos 17 atletas trouxeram medalhas, elevando a representatividade do grupo para 53%. Das mulheres que ganharam medalha em Sidney apenas uma esteve no grupo de 4 medalhistas de Atenas; já no masculino dos 5 medalhistas em Atenas, 2 estavam em Sidney.

    Nas tabelas de 9 a 11 estão os resultados dos atletas brasileiros nos eventos de Sidney, Lille e Atenas.

Tabela 9. Resultados obtidos pelo atletismo em Sidney 2000

Masculino

Outros

0

3

1

0

0

1

1

2

1

1

Feminino

Outros

4

1

1

1

0

1

0

2

0

3

Geral

Outros

4

4

2

1

0

2

1

4

1

4

Fonte: IPC, 2004a, modificado pelos autores.

 

Tabela 10. Resultados obtidos pelo atletismo em Mundial de Atletismo IPC Lille 2002

Masculino

Outros

4

1

1

0

0

2

1

1

1

2

Feminino

Outros

1

3

2

0

1

0

1

0

1

1

Geral

Outros

5

4

3

0

0

2

2

1

2

3

Fonte: IPC, 2004b, modificado pelos autores.

 

Tabela 11. Resultados obtidos pelo atletismo em Atenas 2004

Masculino

Outros

3

4

2

2

0

2

0

0

2

4

Feminino

Outros

2

2

3

0

3

1

3

2

2

1

Geral

Outros

5

6

5

2

3

3

3

1

4

5

Fonte: ATHOC, 2004, modificado pelos autores.

    Os resultados apresentados em Atenas não são importantes só pela análise das 3 primeiras colocações, mas, também, pela evolução mostrada em provas que, mesmo não obtendo medalhas, os atletas vieram alcançar lugares de destaque nas provas em que participaram, aumentando o número de classificações nos 4o, 5o e 6o lugares, melhorando assim a qualidade e representatividade esportiva. O número elevado de nonos lugares e de outros resultados se deve ao fato da necessidade dos atletas especializar-se em algumas provas dentro das classes mais competitivas. Mostra disto é que todos participaram de finais em pelo menos uma das provas nas quais estavam inscritos, no entanto alguns atletas não foram tão bem nas outras provas em que participaram.

Gráfico 2. Colocações esportivas conquistadas em Sidney (2000), Lille (2002) e Atenas (2004)

    Em eventos anteriores, pela lógica do número limitado de vagas por países, o atleta participava de um maior número de provas possíveis, no entanto a evolução dos resultados em eventos internacionais, o aumento do número de participantes e do método de treinamento levou o atleta a necessidade de se especializar em um ou, no máximo, dois eventos dentro do atletismo. Ressalva feita a esta condição são algumas categorias no feminino onde o número de atletas é baixo. Houveram, também, alguns fenômenos que quebraram o princípio da especialização, como a francesa Assia el Hannouni, da classe T12, que na classe mais disputada do atletismo para pessoas com deficiência visual obteve 4 recordes mundiais e 4 medalhas de ouro em provas diferentes.

    Na Tabela 12 veremos as evoluções de resultados ao mostrarmos os resultados de atletas brasileiros que estabeleceram novos recordes Mundiais, Paraolímpicos e Brasileiros:

Tabela 12. Recordes estabelecidos nos Jogos de Atenas

Recordes do Mundo

Nome

Prova

Classe

Marca

Roseane Santos

Lançamento de Disco

F58

31.73 metros

Antonio Delfino

400 mts

T46

48.46 segundos

Recorde do Paraolímpico

Sueli Guimarães

Lançamento de Disco

F56

24.30 metros

Recordes Brasileiro

Terezinha Guilhermina

1500 m

T12

5:17.25 minutos

Terezinha Guilhermina

800 m

T12

2:24.72 minutos

Terezinha Guilhermina

400 m

T12

57.52 minutos

Adria Rocha Santos

400 m

T11

57.46 segundos

Odair dos Santos

800 m

T12

1:54.08 minuto

Odair dos Santos

1500 m

T12

3:54.06 minutos

Odair dos Santos

5000 m

T12

15:00.80 minutos

Gilson J. dos Anjos

1500 m

T13

4:04.41 minutos

Gilson J. dos Anjos

800 m

T13

1:56. 81 minuto

Hilário Moreira Neto

100 m

T11

11.93 segundos

Fonte: ATHOC, 2004, modificado pelos autores.

    Nos Jogos Paraolímpicos de Atenas, ocorreram 144 quebras de recordes mundiais e 177 de recordes paraolímpicos, o que demonstra a enorme evolução dos resultados neste deporto. O Brasil contribuiu com 2 mundiais e 1 paraolímpico. Em provas como os 800 metros T12 e os 1500 metros na classe T13, ambas masculinas, o atleta Odair dos Santos ultrapassou as marcas que eram recordes do mundo, no entanto ficou com os 2o e 3o lugares respectivamente nestas provas, mostrando o nível de performance nos jogos (ATHOC, 2004).

    A tabela 13 mostra a idade de nossos atletas em relação a média de idade dos competidores e dos medalhistas em cada modalidade nos Jogos de Atenas.

Tabela 13. Idade dos atletas brasileiros em relação aos outros competidores nos Jogos Paraolimpícos de Atenas.

Nome

Prova

Classe

Idade da atleta

Média de Idade

Média de Idade dos Medalhistas

Gilson J. dos Anjos

1500

T13

19

24.9

25.6

800

T13

19

23.6

23,6

Odair dos Santos

800

T12

21

24.9

27.9

1500

T12

21

24.9

25.6

5000

T12

21

28.5

27.6

Hilário Moreira Neto

100

T11

22

29.7

31.3

200

T11

22

29.1

31.3

400

T11

22

28.3

27.4

André Andrade

100

T13

23

25.4

25.3

200

T13

23

25.2

24.6

Sirlene Guilhermina

100

T12

23

20.5

26.4

200

T12

23

27.4

26.4

Salto Dist.

T12

23

23.1

26

Terezinha Guilhermina

1500

T12

26

28,6

24,3

800

T12

26

27.3

28

400

T12

26

26.5

26.3

Julio Souza

100

T12

27

24.4

22.4

200

T12

27

24.3

22.4

Maria J. Alves

100

T12

27

20.5

26.4

200

T12

27

27.4

26.4

Simone Camargo

100

T11

28

27.5

25.7

200

T11

28

28.5

29.3

Ozivan Bonfim

1500

T46

29

28.3

22

5000

T46

29

20.3

29

Ádria Rocha Santos

100

T11

30

27.5

25.7

400

T12

30

26.5

26.3

200

T11

30

28.5

29.3

Roseane Santos

Disco

F58

33

33

43.6

Peso

F58

33

32.6

37.3

Antonio Delfino

100

T46

33

25.4

29.7

200

T46

33

24.8

29.6

400

T46

33

26.9

27

Moises Vicente

1500

T46

41

28.3

22

5000

T46

41

20.3

29

Aurélio Guedes

Maratona

T13

42

37.6

33.3

Sonia Gouveia

Dardo

F53

46

37.2

37.4

Disco

F53

46

36.3

34

Sueli Guimaraes

Disco

F56

47

33

43,6

Peso

F56

47

32.6

37.3

Fonte: ATHOC, 2004, modificado pelos autores.

    A análise da idade dos atletas é algo complexo pois, feita de maneira isolada, não respeita o talento e o potencial de cada um. Por outro lado, mostra o perfil do grupo de elite na categoria atualmente e quem poderá estar representando o Brasil daqui a 1 ou 2 ciclos paraolímpicos. No masculino, 4 atletas estão abaixo da média de idade do grupo e dos medalhistas, 1 dentro da média de idade do grupo e dos medalhistas e 4 acima dos 2 valores, sendo que dois atletas deste último grupo têm a possibilidade de alcançar mais 1 ciclo de 4 anos, os outros dois necessitam de re-adequação nos treinamentos e na sua especialidade esportiva. No feminino 2 atletas estão abaixo da idade das medalhistas, mas acima da média do grupo, no entanto não terão problema na questão de idade para o próximo ciclo, 3 atletas dentro das duas médias etárias e 2 acima da média do grupo e das medalhistas, necessitando de ajustes no treinamento e na especialidade para ter uma continuidade na carreira esportiva de alta performance.

    A equipe, do ponto de vista técnico, foi formada por um grupo com atletas experientes, alguns que possivelmente completaram seu último ciclo paraolímpico, outros com idade e/ou potencial para começar uma nova jornada e por vários atletas jovens que tem potencial e idade para mais 1 ou 2 ciclos de 4 anos.

A sexta medalha de ouro

    Na prova de Lançamento do Disco, classe 56-58, a atleta Sueli Guimarães, classe F56, ganhou a medalha de ouro. No entanto a falta de critérios na prova prejudicou, em muito, a atleta Roseane Santos, pois no mesmo evento, ela estabeleceu o novo recorde mundial na classe F58. Caso a prova fosse somente para a classe F58, ela teria obtido o primeiro lugar, mas ficou apenas com o 6o lugar no geral, visto que foram unificadas 3 classes esportivas (F56, F57 e F58) e que competiram pelo sistema de pontos. Caso os regulamentos do IPC que normatizam os eventos esportivos fossem seguidos, o resultado seria diferente.

    A sexta medalha de ouro não foi conquistada por um posicionamento administrativo e político do Comitê Organizador dos Jogos de Atenas e do Comitê Paraolímpico Internacional. Foi divulgado através da carta - Answers to questions for the Technical Meeting (COHEN, 2004) feita pela Coordenação da Modalidade junto ao IPC, em 15 de setembro de 2004, que o número de provas não poderia ser aumentado a partir do número de inscrições feitas e nem teria relação ao ranking de 2003, este divulgado em janeiro de 2004. Sendo que as provas abertas foram divulgadas em outubro de 2003, antes da divulgação do ranking da modalidade daquele ano (IPC, 2003).

    O número mínimo de participantes exigido pelo IPC, em seu Handbook Seção III Capítulo 4 - Organização Técnica- Parágrafo 1.1.2.1.1, para que uma prova venha a ocorrer é de no mínimo 6 atletas de 4 países diferentes, sendo que para a prova ser oferecida no ranking oficial devem constar, no mínimo, 10 atletas de 4 países diferentes com marcas para competir nos jogos (IPC, 2004c).

    Nos eventos de Arremesso de Peso e Lançamento do Disco na classe combinada 56/57/5858 ocorreu um número baixo de atletas da classe 56, um número acima do necessário de atletas para acontecer a prova na classe 57 e o mesmo ocorrendo na classe 58 (IPC - ATHLETICS, 2004)6. Analisando o ranking mundial de 2003, a classe 58 apresentou uma quantidade no número de atletas com índice paraolímpico em número suficiente para abrir o evento nas Paraolímpiadas, em ambas as provas. Enquanto as classes 56 e 57 somadas não atingiram o número suficiente de atletas com índices mínimos no ranking da prova de Arremesso de Peso, sendo necessário, assim, unir as 3 classes (56, 57 e 58), no entanto na prova de Lançamento do Disco a união entre a classe 56 e 57, já seria suficiente para deixar o evento dentro dos padrões do IPC op. cit..

    Tal critério adotado pelo IPC, unificando as classes 56 e 57 com a 58, na prova do Lançamento do Disco feminino, foi um critério inadequado, prejudicando a atleta Roseane e o atletismo do Brasileiro. Um exemplo nítido da falta de critérios adequados adotados pelo Comitê Organizados dos jogos foi a abertura da prova de Salto Triplo masculino, para a classe T11, mesmo esta não atingindo o número de atletas com índice no ranking de 2003 (IPC - ATHLETICS, 2003).

Avaliação dos resultados

    A evolução no desempenho do atletismo Brasileiro fica evidente pelos resultados apresentados. No entanto é importante termos consciência que, para a manutenção desta condição no Brasil, os investimentos terão de ser diferenciados e aplicados visando a massificação do esporte, o aumento do número de competições no País e o maior número de participações internacionais.

    Os Jogos Paraolímpicos de Atenas coroaram um ciclo de trabalho e de esforço. Tiveram parcela fundamental neste período: Técnicos de Base, Equipe Médica, Atletas-guias, Dirigentes do CPB e das Entidades Nacionais, Técnicos Nacionais e, a parcela mais importante nesta rede, os Atletas.

    Foi atingido um patamar muito bom frente ao referido esporte em nível mundial. Valorizá-lo é muito importante, mas um novo ciclo já começou e, repetir a mesma façanha como a conquistada em Atenas, daqui 4 anos em Pequim, é a meta a ser cumprida. Para cumprir tal objetivo, o caminho a ser trilhado nestes 4 anos deverá ser muito bem traçado e conduzido pelo CPB e em parceria com a comunidade científica, entidades para e de pessoas com deficiência e os órgãos governamentais.

Pontos a serem direcionados nos planejamentos de futuros Ciclos Paraolímpicos

    Tendo em vista os pontos já levantados, os dados analisados e as reflexões aqui apresentadas, esta pesquisa acerca da evolução e desenvolvimento do Atletismo Paraolímpico Brasileiro, mais especificamente por ocasião dos resultados obtidos nas Paraolimpíadas de Sidney (2000) e Atenas (2004) e no Campeonato Mundial de Lille (2002) apontam algumas sugestões que acreditamos serem fundamentais para o próximo ciclo paraolímpico e a possibilidade de seu sucesso.

  1. Maior quantidade de intercâmbios internacionais, para que os atletas jovens não entrem despreparados nos principais eventos internacionais e possibilitando uma melhor condição para pleitearmos vagas em futuros jogos paraolímpicos;

  2. Investimento nas categorias femininas, devido ao baixo número de atletas participantes em eventos internacionais;

  3. Incentivar a renovação no grupo de atletas, priorizando no ciclo que se inicia a busca dos atletas com potencial para as próximas paraolimpíadas, dando ênfase dentro deste processo por especialidades onde o perfil de idade dos atletas seja mais elevado, pois possibilita que atletas jovens tenham um domínio por mais tempo de bons resultados;

  4. Buscar um trabalho mais específico nas classes mais competitivas, respeitando o potencial de cada atleta caso haja condições de competir em mais de uma especialidade;

  5. Criação da coordenação da modalidade, com ação mais longa e duradoura;

  6. Criação de uma estrutura (técnica e de avaliação) para que o atletismo possa interagir e, assim, possibilitar a construção de testes específicos à modalidade;

  7. Buscar o desenvolvimento tecnológico dos profissionais que trabalhem no desenvolvimento de cadeiras de roda e prótese para que surjam estas especialidades no atletismo brasileiro;

  8. Desenvolvimento de competições periódicas para que haja um mapeamento do surgimento e evolução dos atletas;

  9. Criação de centros de excelência para que o atleta possa treinar próximo das melhores condições;

  10. Intercâmbio de treinamento em centros de excelência e de desenvolvimento técnico;

  11. Formação de recursos humanos através de cursos no Brasil e no exterior e;

  12. Formação de um banco de dados de eventos de atletismo no exterior

Notas

  1. Em 1960 os referidos jogos tinha o nome de Olimpíadas dos Paralisados, em 1976 os jogos passam a ser chamados Olimpíadas dos Deficientes Físicos, porém a nomenclatura não foi aceita pelo Comitê Olímpico Internacional - COI e, finalmente, em 1984 o COI, que gerenciava o Esporte Adaptado de alto rendimento aceitou a sugestão do Dr. Robert Jackson (Presidente ISMGF) para a adoção e utilização do termo Paraolimpíadas (STEFANI, SILVA, MATARUNA Et all., 2005, p.645).

  2. Os dados apresentados acima são de domínio público, não inferindo na ética científica da divulgação dos nomes dos envolvidos.

  3. As atletas Roseane F. dos Santos e Sueli Guimarães, na prova do Arremesso de Peso, tiveram problema com a modificação do sistema de pontos que representou a união de classes. Voltaremos neste caso em outro momento deste relatório. O atleta Aurélio Guedes, também foi surpreendido com a união de classes na prova da Maratona. A atleta Sônia Gouveia, que apesar do recorde mundial alcançado no último ano, não vinha apresentado os mesmos resultados nesta fase final de treinamento em decorrência do aparecimento da síndrome do pós-pólio, que leva ao re-aparecimento da doença que gera o comprometimento motor.

  4. Entendemos que o atleta conquistando uma medalha, na maioria dos casos, mantém o mesmo nível de performance de eventos anteriores tendo em vista o nível esportivo encontrado em uma Paraolímpiada ou em um Campeonato Mundial.

  5. Nos Jogos de Atenas não tivemos a participação de Atletas com Deficiência Mental.

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