Educação Física Escolar: uma prática alienada ou transformada? Possibilidades para uma perspectiva de Educação Física baseada na ‘Educação para o Pensar’ Educación Física escolar: ¿una práctica alienante o transformadora? Posibilidades para una perspectiva de la Educación Física basada en la ‘Educación para Pensar’ |
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Professor de Educação Física formado na UFRRJ Especialista em Educação e Reeducação Psicomotora pela UERJ Atualmente cursa Licenciatura em Pedagogia na UERJ e Mestrado na área de Educação na UFRRJ |
Jeimis Nogueira de Castro (Brasil) |
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Resumo Este artigo buscou estimular um ensino da Educação Física Escolar a partir dos recursos da reflexão filosófica, baseando-se na ‘Educação para o Pensar’ de Matthew Lipman, com o objetivo de contribuir para uma possível fundamentação da prática pedagógica da Educação Física, procurando garantir espaços para o desenvolvimento do espírito crítico dos estudantes; promovendo um ensino o qual propicie aos estudantes utilizarem os conhecimentos adquiridos na escola em função das suas necessidades sociais; trabalhando com o conhecimento escolar teórico-prático, com conteúdos transmitidos teoricamente como elementos fundamentais para a compreensão e transformação da sociedade. Nesta perspectiva, os educadores precisam estimular a reflexão da prática pedagógica da Educação Física sobre a sociedade, a qual todos estão inseridos, buscando a autonomia do estudante e o pensar crítico por si próprio, sendo diferente de uma educação restrita ao movimento pelo movimento. Esperamos, com este artigo, contribuir para estimular a reflexão dos professores de Educação Física sobre a importância de se trabalhar também com uma proposta que não seja restrita ao movimento corporal, mas que a partir de sua prática, também possa trabalhar com o movimento social, reflexivo, crítico, filosófico, transformador, entre outros... Ao final deste artigo, apresentamos uma sugestão de conteúdos que podem ser desenvolvidos na Educação Física Escolar sob a ótica da Educação para o Pensar. Unitermos: Educação Física Escolar. Educação para o Pensar. Prática pedagógica |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 143 - Abril de 2010 |
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Introdução
O motivo pelo qual nos motivou a desenvolver este artigo foi a reflexão de como a Educação Física tem sido trabalhada em muitas escolas. E também pela investigação de alguns planos de curso dessa disciplina, que muitas vezes são focados apenas na prática de esportes, e com grande ênfase ao futebol, vôlei, basquete e o handebol. Será que com essa forma de trabalho, com ênfase na prática de esportes e execução de movimentos mecânicos, os estudantes têm a possibilidade de desenvolverem o pensamento crítico em relação ao movimento humano? Ou acabam sendo manipuladas pelos esportes, no que diz respeito a esse movimento?
Por muito tempo, e ainda hoje, os esportes podem ser usados como aparelho ideológico para desviar a atenção da população dos acontecimentos políticos e sociais, com a justificativa de que através deles, as pessoas podem se adaptar melhor aos valores e normas da sociedade. E assim, a escola acaba contribuindo com a funcionalidade e desenvolvimento social, da classe burguesa, quando adota essa forma de trabalho para a Educação Física escolar.
A partir dessa visão, a educação pode ser entendida como parte integrante da sociedade, estando exclusivamente ao seu serviço para melhorar essa sociedade, tornando-a mais próxima do modelo de perfeição social harmônico idealizado pelas classes dominantes. Essa educação pode ser chamada de reprodutora da sociedade, porque reproduz a ideologia burguesa, permitindo e garantindo a hegemonia política sustentadora do poder, inculcando valores da sociedade vigente, tendo em vista sua manutenção e reprodução na sociedade, tudo isso, através da escola (LUCKESI, 2003).
Talvez, o professor que trabalha apenas com movimentos corporais nas suas aulas, sem qualquer relação com o modo de vida dos estudantes, sem nenhuma reflexão e significação sobre esses mesmos movimentos, ministrando aulas as quais valorizam a competição, a concorrência e o rendimento em sua prática, pode estar trabalhando a favor de uma educação sustentada pela ideologia capitalista.
Poucas são as escolas em que a Educação Física apresenta uma proposta de ensino preocupada com a organização do processo educativo para possibilitar ao educando a apropriação da cultura historicamente elaborada pela humanidade, com um viés filosófico na sua prática pedagógica e se mostrando em constante atitude filosófica diante dos acontecimentos da sociedade. A maioria das escolas, apenas se limita à prática dos quatro esportes coletivos, muitas vezes de forma alienada.
Uma prática alienada da Educação Física pode ser caracterizada de acordo com Japiassú e Marcondes (2008) como uma educação que faz com que os estudantes não tenham condições de terem o controle de si mesmos, ou seja, essa prática educativa contribui para os alunos acreditarem que não possuem mais seus direitos fundamentais, passando a ser considerados como objetos fáceis de manipulação.
Educação Física Escolar para além de uma prática alienada
Muitos professores de Educação Física acabam assumindo na escola a função de treinador ou técnico esportivo; árbitro; organizador de atividades relacionadas a datas comemorativas como: festa junina, ensaiando “quadrilhas”, desfiles, e outros eventos. Dessa forma, esses professores acabam não tendo uma atitude crítica diante da Educação Física enquanto campo específico do saber, não conseguindo relacionar a significação material e simbólica da área com a realidade socioeconômica que está à sua volta, acreditando na neutralidade política da Educação Física Escolar e não buscando a verdade sobre o papel da escola (BARBOSA, 2005). Caracterizando-se, assim, a sua prática pedagógica como apenas um conjunto de movimentos alienados.
Será que dessa forma, a Educação Física Escolar contribui para a formação dos estudantes? Será que ela pode ter alguma contribuição para superar uma educação alienada? Em caso de afirmativo, com quais conteúdos ela poderia trabalhar para atingir este objetivo? Será que o ensino da Educação Física poderia se basear em uma proposta de Educação para o Pensar? Caso exista essa possibilidade, como seria esse ensino?
Uma possibilidade de ensino para buscar soluções para esses problemas poderia ser uma proposta de Educação Física baseada em Barbosa (2001), o qual defende uma educação revolucionária, que pretende: “revolucionar a consciência do homem capitalista e o seu comportamento social para formar o indivíduo crítico, autônomo e consciente de seus atos” (p. 36).
Ele faz um questionamento de como poderá atingir este objetivo:
[...] ensinando os alunos a jogarem futebol com regras prontas e acabadas, estabelecidas pela FIFA? Mandando-os fazer “polichinelos”? Colocando-os para correr sob o sol de meio dia? Ou ministrando aulas calcadas na exposição oral dos conteúdos teóricos da Educação Física, confrontando-os com as experiências sócio-culturais dos alunos? (BARBOSA, 2001, p. 36)
Juntamente com as ideias de Barbosa, essa proposta poderá se basear também na educação para o pensar, defendida por Matthew Lipman (2008), o qual acredita que o estudante precisa pensar por si mesmo, porque é através do pensamento que as pessoas conseguem captar os significados. Sendo esse processo o inverso de uma prática educativa de transmissão de conhecimentos, de doutrinação ou de educação como uma forma das pessoas compartilharem sentimentos e emoções.
Acreditamos que é possível desenvolver um trabalho conjunto entre a Educação Física Escolar e a Educação para o Pensar porque existe uma relação necessária entre essas duas áreas do conhecimento, as quais podem contribuir para desenvolver um ensino que busque estimular a reflexão da prática pedagógica da Educação Física sobre a sociedade, a qual todos estão inseridos, buscando a autonomia do estudante e o pensar crítico por si mesmo, diferentemente de uma educação restrita ao movimento pelo movimento.
Essa aliança pode fazer com que as aulas de Educação Física superem essa educação do movimento pelo movimento e se transformem em comunidades de investigação, as quais estimulem o diálogo comunitário de acordo com os “conceitos humanos fundamentais como: mente, amor, mal, conhecimento, justiça, beleza, honestidade, amizade, liberdade, personalidade, cultura, arte, causalidade, tempo, sociedade, natureza, tecnologia, e assim por diante” (KENNEDY, 2007, p. 22).
Através desse ensino baseado no diálogo e na investigação que estimula a aventura dos estudantes na descoberta dos conhecimentos relacionados às suas realidades, eles podem buscar significados para esses conhecimentos.
Muraro (2002) descreve a importância de se trabalhar com a aventura dos estudantes na busca da significação pela descoberta dos conhecimentos, podendo ser trabalhados a partir da:
[...] surpresa, percepção de perspectivas excitantes, revelações e esclarecimentos fascinantes, isto é, estimula a memória, a fantasia e a reflexão. Permite expor sua individualidade e a originalidade de seu ponto de vista. Contrapõe-se à rotina, que aprisiona num automatismo estéril. Abre-se, portanto, a discussão sobre os procedimentos que propiciem a aquisição de significados. (p. 596)
Para Muraro (2002), a vida humana é uma busca de sentido de existência, e a filosofia, um esforço para conseguir atingir esse sentido de forma mais rigorosa, sistemática, profunda e abrangente. Foram esses sentidos criados historicamente que criaram a humanidade, e continuam alimentando as vidas humanas.
Portanto, fica clara a percepção de que esses sentidos são necessários à humanidade, e cada pessoa tem direito a acessar os seus ou podem recebê-los prontos, acabados, como verdades absolutas que são transmitidos e devem ser reproduzidos.
A relação necessária entre a Educação Física e a Educação Para o Pensar
Para se entender melhor como pode ocorrer a relação necessária entre a Educação Física e a Educação para o Pensar, é preciso saber o significado da palavra necessária, que de acordo com o vocabulário filosófico citado por Barbosa (2001, p. 17), é “aquilo sem o qual um ser não pode existir”, mostrando que para um ser existir, é preciso ter o necessário.
De acordo com esse pensamento, uma Educação Física presente na escola que não tem como meta transmitir de forma crítica para os estudantes os conhecimentos da cultura, que foram construídos historicamente pela humanidade, tendo como base o viés filosófico na sua prática pedagógica e não se mostrando em constante atitude filosófica diante dos acontecimentos da sociedade, não pode existir sem a presença da educação para o pensar. Essa educação para o pensar busca possibilitar aos estudantes pensarem por si mesmos, tendo condições de construírem os seus próprios significados, não precisando recebê-los de outras pessoas, com segundas intenções, que pode ser a de manter a atual sociedade capitalista.
Acreditamos que essa relação é necessária para desenvolver uma Educação Física Escolar Transformadora, a qual não se restrinja a uma prática de movimentos humanos alienados, mas que através do diálogo, pesquisas, questionamentos, contradições de ideias e comunidades de investigação, consiga proporcionar as condições possíveis para que os estudantes possam transformar as suas realidades e a sociedade em que vivem.
Educação Física Escolar a partir de uma perspectiva transformadora
Este artigo busca estimular um ensino da Educação Física Escolar a partir dos recursos da reflexão filosófica, baseando-se na educação para o pensar, e assim, contribuir para fundamentar a sua prática pedagógica procurando garantir espaços para o desenvolvimento do espírito crítico dos estudantes a partir de uma prática pedagógica nova, a qual exige que se privilegie “a contradição, a dúvida, o questionamento; que se valorizem a diversidade e a divergência; que se interroguem as certezas e as incertezas, despojando os conteúdos de sua forma naturalizada, pronta e imutável” (GASPARIN, 2007, p. 3).
De acordo com o que foi mostrado acima, o ensino da Educação Física não pode ficar restrito aos movimentos corporais e à prática de esportes, como se Educação Física pudesse ser resumida a essas práticas, como muitos professores ainda pensam, tornando esses conteúdos rígidos e naturalizados dentro da escola. O discurso para isso, é que a prática de atividades físicas traz benefícios para a saúde dos estudantes, para justificar a sua presença obrigatória na grade curricular.
Quanto a essa questão, Barbosa (2001) diz que na maioria das escolas essa prática da Educação Física acontece em apenas um ou no máximo dois encontros por semana, e dessa forma, não consegue ter resultados significativos quanto ao condicionamento cardiorrespiratório, porque para que isso ocorra, é necessário uma prática de quatro a cinco encontros por semana; porém, com três encontros é possível ter resultados mínimos, o que na maioria das escolas também não acontece.
Além dessa questão fisiológica apresentada pelo autor, da frequência semanal das aulas, também existe o problema da desnutrição crônica, que atinge muitos estudantes das escolas públicas pertencentes às classes populares. Assim, a Educação Física na escola ao invés de contribuir para melhorar a qualidade de vida dos estudantes através do exercício físico e do esporte, na verdade, ela pode estar “deteriorando ainda mais a “qualidade de vida” de cada aluno desnutrido em particular” (BARBOSA, 2001, p. 34).
Para que a Educação Física consiga desenvolver uma educação transformadora, é necessário resgatar o verdadeiro papel da escola, que segundo Saviani (2005, p. 14), “consiste na socialização do saber sistematizado”, transformando essa escola num agente social destinado a diminuir as contradições da sociedade capitalista. Entretanto, essa socialização não pode ser de qualquer tipo de conhecimento, o trabalho da escola tem que estar relacionado “ao conhecimento elaborado e não ao conhecimento espontâneo; ao saber sistematizado e não ao saber fragmentado; à cultura erudita e não à cultura popular” (p.14).
Dessa maneira, a função da escola e da Educação Física passa a ser a de promover a mediação da passagem dos estudantes das suas condições de saber espontâneo para a condição de saber sistematizado, ou seja, fazer com que os frequentadores da escola transformem a sua cultura popular em cultura erudita.
Através do ensino da Educação Física, fundamentado pela Educação para o Pensar apresentada neste artigo, surge a necessidade de promover um ensino para que os estudantes consigam utilizar os conhecimentos adquiridos na escola em função das suas necessidades sociais, mas para isso, o conhecimento escolar precisa ser teórico-prático, sendo transmitido teoricamente como elemento fundamental para a compreensão e transformação da sociedade.
Uma possibilidade para promover esse ensino transformador da Educação Física é a utilização de alguns temas específicos da Filosofia na sua prática pedagógica, porque a Filosofia, enquanto área do conhecimento humano pode e deve se relacionar com qualquer outra área, inclusive a Educação Física Escolar, como coloca Barbosa (2005):
Não se trata de fazer com que o professor de Educação Física dê aulas de filosofia, mas de ajudá-lo a fazer de suas aulas espaços de reflexão filosófica. O movimento corporal continuará presente nas aulas, enquanto um conteúdo específico da Educação Física, mas não estará mais sozinho. Nessa perspectiva, as aulas de Educação Física, seja nas academias, seja nas escolas – juntamente com todas as outras disciplinas do currículo escolar, inclusive a própria filosofia – poderão colaborar para a promoção da discussão crítica, afastando-se de qualquer postura dogmática, e sempre atenta aos desafios impostos pela realidade histórico-social. (p. 19)
Dessa forma, a Educação Física ensinada nas escolas poderá ser uma disciplina que dá aos educandos a possibilidade desenvolverem a reflexão filosófica, a qual pode ser entendida por Soares (apud Barbosa, 2005, p. 34) como “a raiz de uma planta que busca sua origem na profundidade”. Para em seguida, desenvolver um ensino da Educação Física o qual almeje o aprofundamento das contradições e certezas de sua área, a fim de revelar o que está implícito pelas práticas as quais se limitam muitas vezes à execução de movimentos corporais.
Uma Educação Física baseada nesta perspectiva poderá trabalhar para que os estudantes se formem em verdadeiros adultos, adquirindo os critérios gerais que sirvam para desenvolver o caráter, promovendo uma escola de liberdade e de livre iniciativa, e não uma escola de escravidão e mecanicidade; ou seja, tendo como o objetivo principal da escola e da Educação Física formar pessoas críticas, autônomas e conscientes de seus atos.
Uma possível fundamentação para a proposta de Educação Física Escolar Transformadora
A Educação Física Escolar defendida neste artigo é a baseada nos trabalhos de Barbosa (2001, 2005, 2007 e 2010), o qual defende uma Educação Física Revolucionária, que tem como objetivo revolucionar a consciência das pessoas que vivem sob a ética capitalista, para então, modificar seus comportamentos na sociedade, e assim, transformar essas pessoas em cidadãos críticos, autônomos e conscientes de seus atos.
De acordo com o mesmo autor, para o professor de Educação Física desenvolver essa educação revolucionária e transformadora, é necessário que ele tenha consciência da importância específica que a sua disciplina tem para contribuir aos interesses das classes populares. Para isso, ele precisa trabalhar a partir do bom senso, buscando um aprofundamento da consciência dessas pessoas pertencentes às classes populares, que acaba sendo dispersa e fragmentada, para então, chegar-se “ao nível de uma concepção de mundo coerente e homogêneo, contrária à hegemonia burguesa” (BARBOSA, 2001, p. 105)
O professor de Educação Física precisa ter consciência de que grande parte das pessoas pertencentes às camadas populares tem na escola o único meio para adquirir os conhecimentos mais elaborados, e como vivemos em um país divido em classes sociais, infelizmente essa divisão acaba sendo refletida também na escola, principalmente a pública (SAVIANI, 2008).
Quando falamos em organização social, Saviani (2007) nos diz que há uma tendência predominantemente à conservação da situação dominante, e a educação, inscrita nesta organização social, estará marcada também por essa tendência à conservação. Quanto a isso, Moreira e Silva (2008) mostram de forma bem clara como o currículo acaba contribuindo para que essa organização social seja reproduzida através dos currículos escolares. Porque segundo os mesmos autores, esse currículo é produzido por uma definição oficial daquilo que conta como conhecimento válido e importante, de acordo com o grupo que se encontra no poder, e dessa maneira, acaba colocando em vantagem as pessoas pertencentes a esses grupos e classes que estão no poder.
Por isso, Barbosa (2007) acredita que o profissional de Educação Física precisa ser um agente colaborador no processo de transformação da sociedade, através de aulas com conteúdos específicos dessa área, trabalhando de modo a reforçar a solidariedade, o trabalho em equipe, a resolução de problemas que surjam nas atividades, entre outros assuntos que preparam os educandos para a vida, para o exercício de uma real cidadania. Mas para que isso ocorra, esse profissional necessita repensar a sua prática docente, passando do estágio que consiga superar a sua situação de simples colaborador do processo de reprodução social capitalista.
Concordamos com Cotrim (1987) quando ele diz que a única maneira dos dominados criticarem e superarem a sua condição é terem acesso ao mesmo saber do dominante, ou seja, dominando o domínio. Mesmo que este saber esteja contaminado pela ideologia oficial, as classes dominadas poderão ter a oportunidade de reelaborar criticamente este saber, comparando-os com a realidade concreta de suas vidas.
Sendo assim, acreditamos que da mesma maneira que Dermeval Saviani (2008) citou a teoria da curvatura de vara, na qual Lênin utilizou para justificar suas posições extremistas, que diz: “quando a vara está torta, ela fica curvada de um lado e, se você quiser endireitá-la, não basta colocá-la na posição ereta. É preciso curvá-la para o lado oposto” (p. 37). A educação brasileira pública precisa ser entortada para o outro lado, para o lado das classes oprimidas, e a Educação Física Escolar sob a ótica da Educação para o Pensar poderá contribuir para que de alguma forma isto aconteça.
A Educação para o Pensar que buscamos relacionar com a Educação Física é baseada na obra de Matthew Lipman (2008), que constroi sua reflexão a partir do pressuposto de que o mundo é constituído de mistérios e se instrumentaliza de alguns conceitos, tais como: Pensamento de Ordem Superior, Comunidade de Investigação, Habilidades Cognitivas e Investigação Ética.
Em síntese, a proposta pedagógica de Lipman aponta para um currículo que priorize as habilidades de pensamento, procurando educar pessoas razoáveis, ou seja, capazes de interpretar, refletir, julgar e decidir sobre temas e problemas da sociedade. Para isso, os alunos devem ser razoavelmente tratados e estimulados a pensar de forma crítica e criativa. O crítico estaria ligado principalmente à capacidade de inferir logicamente consequências das reflexões aí elaboradas. O criativo supõe a elaboração de propostas de soluções aos problemas levantados. Desta maneira, o pensar representa a capacidade de elaborar soluções e de criticá-las.
A Comunidade de Investigação é fundamental nesse processo educativo, pois, segundo Lipman (2008), o conhecimento ocorre quando as propostas são avaliadas por meio do diálogo em comunidade. Este é o contexto social no qual é gerado o pensamento de ordem superior, através das habilidades cognitivas e da investigação ética.
De acordo com Barbosa (2008) a Filosofia também poderá dar a sua contribuição, para isso, é preciso desenvolver uma educação que ensine o aluno a filosofar por si mesmo, possibilitando-o o pensamento mais claro, traçando distinções, detectando e evitando erros de raciocínio, avaliando opiniões opostas e tomando decisões informadas e refletidas.
Suscitar a crítica, na opinião do mesmo autor, é o que mais se aproxima da autêntica Filosofia, caracterizando-se como atividade intelectual, como pensar, como reflexão e capacidade de argumentação, nunca permitindo uma afirmação dogmática. Refutando posturas antidemocráticas em locais que devem privilegiar a formação do ser humano e do seu destino, que é a escola.
Para chegar a essa educação, este estudo pretende ser baseado nos trabalhos de Matthew Lipman (2008), com a educação para o pensar, que segundo Lorieri (2000), esse filosofar desenvolvido por Lipman pode ocorrer de duas maneiras, a primeira pelo fato de manter vivas questões relacionadas ao significado do mundo, da existência humana, da sociedade, da cultura, e dentro da cultura, o significado da linguagem, dos relacionamentos humanos, o conhecimento, os valores, a produção e tudo mais...
Já a segunda maneira, é a iniciação progressiva e decidida das crianças e jovens nos procedimentos do filosofar, através de um pensamento reflexivo, crítico, criativo e cuidadoso, desenvolvidos na comunidade de investigação.
Lipman (2008) diz que esses procedimentos podem e devem ser utilizados em qualquer área ou disciplina escolar e não somente para a Filosofia. Para isso, a escola deve se tornar agente de uma educação que incentiva a investigação, fazendo com que os estudantes empreguem o método científico para explorar situações problemáticas, envolvendo-se nos questionamentos por si mesmo.
O mesmo Lipman (2008) diz que a sala de aula precisa ser convertida em uma comunidade de investigação para que o ensino se torne significativo para os educandos, e dessa maneira, o trabalho pedagógico pode ser desenvolvido de maneira que:
[...] os alunos dividem opiniões com respeito, desenvolvem questões a partir de ideias de outros, desafiam-se entre si para fornecer razões a opiniões até então não apoiadas, auxiliarem uns aos outros ao fazer inferências daquilo que foi afirmado e buscar identificar as suposições de cada um. Uma comunidade de investigação tenta acompanhar a investigação pelo caminho que esta conduz ao invés de ser limitada pelas linhas divisórias das disciplinas existentes. Trata-se de um diálogo que busca harmonizar-se com a lógica, seguindo adiante indiretamente como um barco navegando contra o vento, mas no processo seu progresso assemelha-se àquele próprio pensamento. (p. 31-32)
Na verdade, essa postura é desejável a qualquer área do conhecimento que se configure com uma disciplina presente no currículo escolar. Sendo assim, a “educação para o pensar” é uma postura pedagógica aberta a todas as disciplinas, inclusive a Educação Física Escolar. Ao assumir essa postura, o professor de Educação Física tem a possibilidade de fazer de suas aulas um espaço não apenas para o movimento corporal, mas também para o movimento social, crítico, transformador, entre outros...
Considerações finais e sugestões de conteúdos que podem ser trabalhados numa perspectiva de Educação Física escolar para o pensar
Como vimos no decorrer deste artigo, muitas vezes os esportes acabam sendo usados como Aparelho Ideológicos de Estado, com o objetivo de manter a hegemonia política sustentadora do poder. Tudo isso, através de aulas baseadas em uma educação reprodutora da sociedade, que estimula e valoriza a competição, a concorrência e o rendimento em sua prática pedagógica.
Dessa maneira, o professor de Educação Física que trabalha apenas com a execução de movimentos corporais de forma mecânica, sem qualquer relação com o modo de vida dos estudantes e sem estimular o pensar sobre esses movimentos. Talvez, esse profissional possa estar contribuindo para fazer com que seu aluno não tenha mais o controle de si mesmo, fazendo-o acreditar que não tem mais os seus direitos fundamentais, sendo transformado em um objeto de fácil manipulação.
Acreditamos que a relação entre a Educação Física e a Educação para o Pensar é de grande importância para possibilitar ao estudante pensar por si mesmo, tendo condições de ter o controle de sua própria vida, conhecendo os seus direitos e sendo capaz de captar os significados e sentidos para a vida, transformando a sociedade a qual vive. Para isso, os educadores precisam estimular a reflexão da prática pedagógica da Educação Física sobre a sociedade, a qual todos estão inseridos, buscando a autonomia do estudante e o pensar crítico por si próprio, sendo diferente de uma educação restrita ao movimento pelo movimento.
Esperamos, com este artigo, contribuir para estimular a reflexão dos professores de Educação Física sobre a importância de se trabalhar também com uma proposta que não seja restrita ao movimento corporal, mas que a partir de sua prática, também possa trabalhar com o movimento social, reflexivo, crítico, filosófico, transformador, entre outros...
Para finalizar, faremos uma pequena sugestão de conteúdos que podem ser trabalhados de forma teórica/prática numa perspectiva de Educação Física para o Pensar, no ensino fundamental e médio. Nesta perspectiva, o professor de Educação Física precisa ter bem claro em sua mente qual o tipo de homem e sociedade que ele quer formar. Sendo assim, os conteúdos da Educação Física não podem ser trabalhados de uma única maneira, eles precisam ser selecionados de acordo com a realidade de cada escola e também devem estar de acordo com as experiências dos estudantes, de modo que esses conteúdos tenham sentido para eles.
Uma possibilidade de conteúdos para a Educação Física do Ensino Fundamental e Médio sob a ótica da Educação para o Pensar
Com o objetivo de contribuir com essas sugestões de conteúdos, em alguns assuntos aparecem indicações de livros que podem ajudar a trabalhar cada conteúdo específico, esses livros podem ser identificados na bibliografia, no final do artigo.
Sexto Ano
Jogos Populares (DARIDO, 2005 e 2007):
Apresentação;
Conceito;
Resgate Histórico;
Pesquisa (Entrevistas);
Vivência;
Relatos...
Noções Básicas de Higiene Corporal:
A Importância do Banho para o Corpo;
O que é Higiene Pessoal;
Cuidados com o Corpo;
A Diferença de Hábitos Saudáveis e Não-Saudáveis.
Jogos e Atividades que Desenvolvam Alguns Sentidos (visão, audição, olfato e tato) (BROTTO, 2001);
Lutas (DARIDO, 2005 e 2007):
Jogos de Equilíbrio, Desequilíbrio e Força;
Comparação desses Jogos com as Artes Marciais, como o Sumô e o Judô;
História do Sumô e Judô.
Vivências do Sumô e o Judô.
Introdução à Anatomia (MIRANDA, 2006):
Osteologia;
Artrologia;
Miologia.
Lesões Musculares e Tipos de Musculatura (MCARDLE. et al., 2005).
Sétimo Ano
O que é Educação Física? (OLIVEIRA, 1983).
História da Educação Física no Brasil (OLIVEIRA, 1983).
Texto sobre A Importância da Educação Física Escolar (BARBOSA, 2001).
Introdução aos Jogos Cooperativos (BROTTO, 2001):
Competição x Cooperação
Resistência Aeróbica e Anaeróbica (NEIRA e GOMES, 2000);
Introdução às Noções de Primeiros Socorros (NORO, 1996):
A importância dos Primeiros Socorros;
Sinais Vitais;
Temperatura Corporal;
Pulsação;
Respiração;
Dilatação das Pupilas
Cor e Umidade da Pele;
Estado de Choque e Inconsciência;
Parada Respiratória e Massagem Cardíaca.
Esporte e Discurso Ideológico I - Mulher Joga Bola? (DARIDO, 2007)
Capoeira (DARIDO, 2005 e 2007):
História, Contexto Social, Golpes, Músicas, Mestres...
Oitavo Ano
Tecido Ósseo e Muscular (GUYTON e HALL, 2006);
Introdução aos Aspectos Posturais (MIRANDA, 2006) e (ROCHA, 2004):
Desvios Posturais - Cifose, Lordose e Escoliose;
Como Manter uma Posição Correta e Preservar a Coluna Vertebral;
As Possíveis Lesões na Coluna Vertebral Devido à Má Postura.
Introdução às Noções Básicas de Nutrição (DARIDO, 2007):
Carboidratos, Gorduras, Proteínas, Sais Minerais e Vitaminas.
Jogos Cooperativos I (BROTTO, 2001):
Capitalismo, Competição Exacerbada e Individualismo.
Pára-olimpíadas (DARIDO, 2007):
O que é?
Como é feita?
Por Que Foi Criada?
Vivência de Jogos Paraolímpicos.
Primeiros Socorros I (NORO, 1996):
Hemorragias;
Queimaduras;
Asfixia e Afogamento.
Esporte e Discurso Ideológico II – O Racismo no Esporte.
Introdução à Sexualidade na Escola (ORTH, 1974):
Características e Diferenças Sexuais.
Nono Ano
Organização da Educação Física (ARCHER, 1990):
Eliminatória Simples e Dupla;
Rodízio Simples e Duplo.
O Uso de Anabolizantes e Suas Consequências (MCARDLE. et al., 2005);
O Uso de Drogas, Fumo, Álcool e Suas Consequências (MCARDLE et al., 2005);
Introdução às Noções Básicas da Musculação (COSSENZA e ROCHA, 1985):
O que é?
A Importância para a Saúde;
O Ambiente da Academia;
Como Fazer Corretamente;
Os Problemas que Podem Ser Causados pela sua Prática Incorreta.
Primeiros Socorros II (NORO, 1996):
Transporte de Acidentados.
Sexualidade na Escola I (BELLO et al., 1985):
Doenças Sexualmente Transmissíveis e Métodos Contraceptivos.
Esporte e Discurso Ideológico III – Será que todos têm seu lugar ao sol no esporte?
Primeiro Ano do Ensino Fundamental
Tendências Pedagógicas da Educação Física (GHIRALDELLI JÚNIOR, 1997):
Higienista, Militarista, Peagogicista, Competitivista e Popular.
Faço Esporte ou Sou Usado pelo Esporte? (PARANÁ, 2006);
Lazer Passivo (BARBOSA, 2005);
Jogos Cooperativos II (PARANÁ, 2006):
Competir ou Cooperar: Eis a questão?
O Jogo é Jogado e a Cidadania é Negada.
Introdução à Psicomotricidade (CASTRO, 2008 e 2009) e (CASTRO; COUBE et al., 2009):
O que é?
Como faz?
Os conceitos;
Vivências Psicomotoras;
Testes Psicomotores;
A Relação entre a Psicomotricidade e a Educação Física.
Introdução à Preparação Física (MCARDLE et al., 2005):
Exercícios Aeróbios e Anaeróbios;
Zona Alvo de Treinamento Utilizando a Frequência Cardíaca.
Sistema Cardiovascular (MCARDLE et al., 2005);
Tipos de Fibras Musculares (MCARDLE et al., 2005).
Segundo Ano do Ensino Médio
Valências Físicas (ROCHA, 2004):
Força;
Velocidade;
Resistência Muscular Localizada;
Resistência Anaeróbica;
Resistência Aeróbica;
Velocidade;
Potência;
Flexibilidade;
Agilidade;
Equilíbrio;
Coordenação.
Alongamentos (DANTAS, 1999):
Tipos de Alongamentos;
Vivências de Alongamentos.
Dança na Escola (PARANÁ, 2006):
Quem Dança seus Males...
Influência da Mídia sobre o Corpo do Adolescente.
Ginástica na Escola (PARANÁ, 2006):
Um modelo antigo com roupagem nova? Ou uma nova maneira de aprisionar os corpos?
Saúde é o que interessa? O resto não tem pressa!
Os Segredos do Corpo.
Preparação Física I (NEIRA e GOMES, 2000):
Princípios Básicos do Condicionamento Físico:
Sobrecarga Crescente;
Continuidade;
Reversibilidade;
Especificidade;
Individualidade Biológica.
Métodos de Treinamentos utilizando a Frequência Cardíaca (MONTEIRO, 2000):
Contínuo;
Crescente;
Decrescente;
Intervalado.
Noções Básicas de Nutrição II (DARIDO, 2007):
A Influência da Mídia no Padrão de Beleza;
Quantidade Calórica dos Alimentos;
Aspectos Estéticos;
Bulimia;
Anorexia;
Fome e Obesidade;
Filme: Super Size Me – A Dieta do Palhaço.
Terceiro Ano do Ensino Médio
Esporte na Escola (PARANÁ, 2006):
O Futebol para Além das Quatro Linhas;
A Relação entre a Televisão e o Voleibol no Estabelecimento de suas Regras;
Eu Faço Esporte ou Sou Usado pelo Esporte?
Noções Básicas da Musculação (ROCHA, 2001):
Planos e eixos;
Principais movimentos e os músculos que executam esses movimentos;
Métodos e Sistemas da Musculação (RODRIGUES, 2001):
Alternado por Segmento;
Localizado por Articulação;
Convencional;
Parcelado;
Puxe-Empurre;
Repetição Roubada;
Pirâmide;
Pique de Contração;
Super-Set;
Pré-Exaustão;
Circuito.
Montar séries.
Aspectos Posturais – Estudo da Coluna Vertebral (MIRANDA, 2006) e (ROCHA, 2001):
Função;
Principais Músculos;
Movimentos;
Exercícios de Fortalecimento;
Maneira Correta de Pegar Peso;
Avaliação Postural.
Mitos e Verdades sobre o Exercício Físico e o Corpo Humano:
Abdominal Tira Barriga?
O Que é Melhor Caminhar ou Correr?
Qual é a Melhor Hidratação Antes, Durante ou Após o Exercício Físico?
O Suor em Excesso é Sinal de Emagrecimento?
Ser Atleta de Auto Rendimento é Ser Sinônimo de Saúde?
Qual é a Melhor Maneira de Correr? De Tênis ou Descalço?
Para o Exercício Físico Fazer Efeito é Necessário Sentir Dor?
Educação Física, Ética e Cidadania – Um Diálogo Possível e Necessário (GALLO, 1997) e (BARBOSA, 2005, 2007 e 2010):
Ética no Esporte (BARBOSA, 2010) e (GALLO, 1997 - Unidade 5);
Esporte e Alienação (BARBOSA, 2005 e 2007) e (GALLO, 1997 - Unidade 3 e 4);
Culto ao Corpo (BARBOSA, 2005) e (GALLO, 1997 - Unidade 6).
Bibliografia
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