Desenvolvimento motor: motricidade global e fina Desarrollo motor: motricidad gruesa y fina |
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*Acadêmico do curso de Educação Física do Centro de Ciências da Saúde e do Esporte – CEFID - UDESC (Brasil) |
Jonas Godtsfriedt |
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Resumo Um programa na Educação Física bem estruturado desde as primeiras idades pode contribuir notavelmente para o desenvolvimento motor sem pretender acelerar este desenvolvimento. O objetivo deste texto é de apresentar de forma objetiva conceitos sobre motricidade global e fina e comentar sobre as capacidades coordenativas em crianças. Portanto, espera-se que este artigo trate sobre motricidade global e fina e que este material se torne útil para quaisquer pessoas que sejam interessadas no assunto. Unitermos: Desenvolvimento Motor, Motricidade Global, Motricidade Fina |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 143 - Abril de 2010 |
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Introdução
Caracterizar qualquer indivíduo é sempre uma missão bastante difícil, principalmente pelas diferentes posturas que possa adotar de tempos em tempos e pelo maior ou menor envolvimento pessoal que possa ter com a causa em estudo (MANUEL SÉRGIO 1976). O movimento humano é simultaneamente logus e poiesis, razão e imaginação, ciência, técnica e arte, onde através da linguagem corporal, o homem se comunica e dialoga de forma extraordinária revelando uma personalidade, uma cultura, e, conseqüentemente, uma sociedade, reconhecendo seus limites (MANUEL SÉRGIO 1976).
O objetivo deste texto é de apresentar de forma objetiva conceitos sobre motricidade global e fina e comentar sobre as capacidades coordenativas em crianças.
Motricidade global e motricidade fina
O crescimento físico observado nas crianças acontece de maneira muito rápida. O autor Marques (1979) fez uma divisão do desenvolvimento físico da criança em: Grandes Músculos e Motricidade Fina. Na presente revisão de literatura substituiremos o termo “Grandes Músculos” por Motricidade Global (MARQUES, 1979).
Na motricidade Global segundo Marques(1979), as crianças podem começar a pedalar um triciclo aos três anos e aos oito anos andar de bicicleta, já que, como já foi enfatizado o desenvolvimento físico da criança é acompanhado por um gradativo desenvolvimento neurológico. Durante a infância as crianças gostam de espaços abertos, com bastante liberdade para poderem correr e brincar a vontade. Assim como, gostam de freqüentar parques públicos para brincar de gangorra, balanços e escorregadores (MARQUES, 1979).
Na Motricidade Fina, por conseqüência da dependência de uma progressiva integração e diferenciação de movimentos, a motricidade fina só se desenvolve, depois de a criança ter dominado os movimentos ligados aos grandes músculos (MARQUES, 1979).
O desenvolvimento da motricidade é acompanhado ainda por aprendizagens que irão complementar e auxiliar habilidades finas, como: a distinção entre esquerda e direita, organização espaço-temporal, aumento dos lapsos de atenção concentrada, distinção do antes e depois, resistência a fadiga e a simbolização e reversibilidade do pensamento em suas relações com a linguagem (MARQUES, 1979).
As habilidades motoras finas, como abotoar camisas e desenhar figuras, envolvem a coordenação de músculos pequenos e coordenação entre olhos e mãos. Estas habilidades permitem as crianças um maior senso de responsabilidade e cuidado pessoal. Aos três anos uma criança é capaz desenhar um círculo e uma pessoa rudimentar. Aos quatro anos a criança é capaz de recortar sobre uma linha, desenhar uma pessoa razoavelmente completa e fazer desenhos e letras grosseiras. E aos cinco anos, a criança é capaz de se vestir sem muita ajuda, copiar um quadrado ou um retângulo e desenhar uma pessoa mais elaboradamente que antes (PAPALIA; OLDS, 2000).
Segundo Bee (1977) como regra geral as habilidades motoras amplas se desenvolvem mais cedo do que as habilidades motoras finas. Uma criança de seis anos, por exemplo, é capaz de correr e saltar bem, mas ainda não é muito habilidosa ao manusear um lápis ou cortar uma gravura. Quando crianças de seis anos usam um instrumento como a tesoura, todo seu corpo está envolvido no simples cortar uma simples gravura, ou seja, movimento da língua, e contração de músculos das costas e dos braços (BEE, 1977).
Capacidades coordenativas das crianças
A educação física, como componente da educação da educação integral, assume uma importância vital no desempenho geral do sujeito. Estudos de diferentes autores (Piaget, Vigotsky, etc.) permitiram compreender a contribuição dos movimentos no desenvolvimento infantil e como ambos os processos, educação e desenvolvimento, se relacionam.
Um programa na educação física bem estruturado desde as primeiras idades pode contribuir notavelmente para o desenvolvimento motor sem pretender acelerar este desenvolvimento. Porém, para exercer esta influência sem o perigo de cometer erros no processo de ensino, todo educador deve alimentar-se da informação necessária sobre a evolução do desenvolvimento, seus avanços e retrocessos (GONZÁLES RODRIGUES, 2005).
Capacidades coordenativas gerais e a capacidade de regulação dos movimentos manifesta-se sempre que a criança regula suas ações. O adulto pode fornecer indicações verbais para a criança em determinados momentos, porém na execução da ação, a própria criança é quem deve regular seu movimento de acordo com a distância a que está colocado o objeto. Somente se for necessário, o adulto sugere à criança aproximar-se ou afastar-se do objeto, abstendo-se de ser ele quem mexa no objeto para que a criança tenha sucesso. Uma interferência inadequada por parte do adulto pode limitar a aprendizagem da criança, além de afetar o desenvolvimento desta capacidade. A importância deste exemplo é o fato de, precisamente, ser a criança quem regula a ação, e não o adulto (GONZÁLES RODRIGUES, 2005).
A criança é um ser dinâmico, cheio de indagações espontâneas e com múltiplas habilidades físicas, sua habilidade motora é utilizada para expansão do seu desenvolvimento onde o jogo é seu meio de comunicação e aprendizagem (FLINCHUM,1981).
Conclusão
A coordenação motora é definida como junção de um conjunto de habilidades e das estruturas corporais. Dentro dos pré-requisitos para o desenvolvimento da coordenação motora, encontram-se a experiência adquirida, a informação sensorial, a capacidade intelectual e a antecipação. Em algumas habilidades, a coordenação se manifesta muito antes do que em outras (GONZÁLES RODRIGUES, 2005).
Portanto, espera-se que este artigo trate sobre motricidade global e fina e que este material se torne útil para quaisquer pessoas que sejam interessadas no assunto
Referências bibliográficas
BEE, Helen L. A criança em desenvolvimento. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1977. 319p
FLINCHUM, B. M. Desenvolvimento Motor da Criança. Interamericana, 1981.
GONZÁLES RODRIGUES, C. Educação física infantil: motricidade de 1 a 6 anos. [tradução de Roberto Francine Júnior]. – São Paulo: Phorte, 2005.
MARQUES, Juracy C. Compreensão do comportamento: ensaio de psicologia do desenvolvimento e de suas pautas para o ensino. Porto Alegre: Globo, 1979. 266 p.
PAPALIA, D; OLDS, S. W. Desenvolvimento humano. 7 ed. Porto Alegre: artmed, 2000.
SÉRGIO, M. Educação física ou ciência da motricidade humana? Campinas: Papirus, 1976.
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