Nível de atividade física de estudantes adolescentes de uma cidade no interior de Minas Gerais Nivel de actividad física de estudiantes adolescentes de una ciudad del interior de Minas Gerais Identification of the level of physical activity of adolescent students in a city in the interior of Minas Gerais |
|||
*Bacharel e Licenciado em Educação Física pela Faculdade Governador Ozanam Coelho **Doutoranda em Ciências da Nutrição Mestra em Ciências da Nutrição Docente do curso de Educação Física na Faculdade Governador Ozanam Coelho |
Amair Rezende Heleno* Paula Guedes Cocate** (Brasil) |
|
|
Resume Introdução: A prática regular de atividade física é parte dos componentes para uma vida saudável. Objetivo: Identificar o nível de atividade física em estudantes adolescentes, em escolas públicas e privadas do município de Rio Pomba - MG. MÉTODOS: Foi realizada uma pesquisa com delineamento transversal em amostra representativa de adolescentes (n=362) de ambos os sexos, apresentando idade entre 14 e 17 anos. Para tal, foi aplicado o questionário destinado para crianças e adolescentes (Youth RBS, 2005) proposto pelo Celafiscs (2009). Constatou-se que 6,83% dos meninos e 23,89% das meninas foram classificados como sedentários; 58,38% dos meninos e 54,73% das meninas, como irregularmente ativos; 14,9% dos meninos e 11,9% das meninas, como ativos; e 19,89% dos meninos e 9,95% das meninas, como muito ativos. Conclusão: Os meninos revelaram-se mais ativos do que as meninas, apesar de ter sido constatada alta prevalência de adolescentes de ambos os gêneros classificados como irregularmente ativos. Portanto, a partir dos resultados obtidos, sugere-se que os educadores físicos estimulem os estudantes considerados ativos a manterem a prática de atividade física regular e aqueles classificados como irregularmente ativos ou sedentários a adquirirem esse hábito saudável. Unitermos: Nível de atividade física. Adolescentes
Abstract Introduction: The regular practice of physical activity is essential for a healthful life. The present study aimed at identifying the level of physical activity in adolescent students, in public and private schools in Rio Pomba - MG. Methods: The research methodology was carried through the transversal delineation of a representative sample of adolescents (362) of both sexes, aged between 14 and 17. The students answered the questionnaire proposed by Celafiscs (2009) for children and adolescents (Youth RBS, 2005). It was evidenced that 6.83% of boys and 23.89% of the girls were classified as sedentary; 58.38% of boys and 54.73% of the girls, as irregularly active; 14.9% of boys and 11.9% of girls, as active; and 19.89% of boys and 9.95% of the girls, as very active. Conclusion: The boys proved to be more active than the girls, although the evidences showed a high prevalence of adolescents of both sexes classified as irregularly active. Therefore, the results suggest that the physical educators should stimulate the active students to maintain regular physical and those classified as irregularly active or sedentary to acquire this healthful habit. Keywords: Level of physical activity. Adolescents |
|||
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 143 - Abril de 2010 |
1 / 1
Introdução
Nas últimas, décadas tem-se destacado a importância da aquisição e da manutenção de hábitos saudáveis visando à melhoria da qualidade de vida da população. Referenciais direcionados à adoção de um estilo de vida mais saudável a partir de uma prática de atividade física regular apresentam uma relação inversa com risco de doenças crônicas, que tem um efeito positivo na qualidade de vida, trazendo, assim, vários benefícios à saúde por meio de uma influência direta sobre a morbidade na própria adolescência. Vale ressaltar que, se forem criados na adolescência, tais hábitos poderão fluir para a vida adulta (TAMMELIN et al., 2003).
Adolescentes encontram-se em uma fase de transição tanto física (corporal) como comportamental. Dentro dos aspectos comportamentais, destaca-se na atualidade a falta de prática de atividade física adquirida a partir dos avanços tecnológicos. Tal comportamento pode ocasionar uma série de doenças, tais como hipertensão, diabetes, dislipidemia, câncer e obesidade. Sendo assim, é de grande importância detectar o sedentarismo precocemente, para a implementação de programas de atividade física que promovam benefícios relacionados à saúde (TAMMELIN et al, 2003).
Diante disso, o objetivo do presente estudo foi verificar o nível de atividade física de adolescentes de 14 a 17 anos, que estudam em escolas públicas e privadas do município de Rio Pomba - MG.
Materiais e métodos
A presente pesquisa apresenta um delineamento observacional, de corte transversal, que avaliou 362 adolescentes de ambos os sexos (201 meninas e 161 meninos) que cursavam o ensino médio das redes pública e particular da cidade de Rio Pomba - MG.
Para a avaliação do nível de atividade física, foi aplicado o questionário destinado a crianças e adolescentes do YOUTH. RBS (2005) proposto pelo Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (CELAFISCS).
Para a classificação do nível de atividade física, realizou-se uma adaptação dos pontos de corte proposta por Biddle et al. (1998 citados por HALLAL et al., 2006), em que foram considerados ativos aqueles sujeitos que realizavam atividades físicas moderadas e/ou vigorosas, com frequência igual ou superior a cinco dias da semana ou duração igual ou superior a 300 minutos na semana; muito ativos, aqueles que executassem atividades moderadas e/ou vigorosas com frequência igual ou superior a cinco dias da semana e duração igual ou superior a 300 minutos na semana; irregularmente ativos, os que realizavam algum tipo de atividade física moderada e/ou vigorosa abaixo de 300 minutos e menos de 5 vezes na semana; e sedentários, os que não realizavam nenhum tipo de atividade física moderada e/ou vigorosa.
Para tratamento dos dados, foi adotado o pacote estatístico SigmaStat 3.5, por meio do qual foi realizada análise descritiva das questões do questionário referentes ao tempo de horas assistindo à televisão, jogando computador/vídeo game, participando de aulas de educação física e usando meio de transporte da casa para a escola. Além disso, realizou-se o teste de Mann-Whitney para comparação entre os sexos, adotando-se como nível de significância p<0,05.
Resultados e discussão
O nível de atividade física das meninas e dos meninos por faixa etária está representado nas Figuras 1 e 2, respectivamente.
Figura 1. Nível de atividade física das meninas por faixa etária
Fonte: Dados da pesquisa
Ao observar o gráfico, percebe-se um índice elevado de meninas classificadas como irregularmente ativas. Ao comparar as idades, verifica-se que as meninas que se encontram na faixa etária de 15 anos foram as que obtiveram maior nível de atividade física (15,9% classificadas como ativas e 16,98% classificadas como muito ativas) e as de 17 anos foram as que apresentaram menor nível de atividade física, comparado com as demais faixas etárias, sendo o grupo que apresentou maior percentual de meninas sedentárias (31,14%).
Ao comparar todas as idades, consta que as meninas ficam mais sedentárias com o passar dos anos, ou seja, há uma tendência de redução do nível de atividade física com o avançar da idade.
Figura 2. Nível de atividade física dos meninos por faixa etária
Fonte: Dados da pesquisa
Constata-se um elevado índice de meninos irregularmente ativos, apesar de um baixo percentual de sedentarismo. Ao observar as idades, os meninos de 15 anos revelaram-se os menos sedentários (2,64%) e mais ativos (12,82% classificados como ativos e 33,33% classificados como muito ativos), enquanto os de 16 anos se mostraram menos ativos (70,83% classificados como irregularmente ativos e 6,25% como sedentários), quando comparados com as demais faixas etárias.
Na Figura 3 encontram-se os dados gerais de meninos e meninas, englobando todas as faixas etárias (14 a 17 anos).
Figura 3. Nível de atividade física de adolescentes de ambos os sexos obtidos pelo questionário YOUTH RBS (2005).
Fonte: Dados da pesquisa
Ao comparar o nível de atividade física dos meninos com o das meninas, observou-se que os meninos apresentaram-se mais ativos (p<0,001) do que as meninas, em média.
A diferença encontrada entre meninos e meninas pode ser explicada em decorrência de, normalmente, os meninos participarem mais de atividades físicas do que as meninas (SILVA e MALINA, 2004). Tal fenômeno pode ser justificado pelas diferenças no âmbito sócio-cultural e comportamental dos adolescentes, já que desde a infância os meninos são estimulados às práticas esportivas e às atividades físicas como subir em árvores, andar de bicicleta e, principalmente, “jogar bola”; já as meninas são mais encorajadas ao desenvolvimento de atividades tipicamente sedentárias (GAMBARDELLA, 1995).
O presente estudo concorda com os resultados obtidos por Hallal et al. (2006), que revelaram que os meninos (51%) foram mais ativos do que as meninas (33%). Semelhantemente, outros autores, na cidade de Pelotas - RS, constataram que os meninos (16,3±1,1 anos) são significativamente mais ativos que as meninas (16,0 ± 1,1 anos) (ROLIM et al, 2007).
Em contradição com o presente estudo, Amorim et al. (2006) verificaram que as meninas são mais ativas que os meninos, revelando que as meninas realizam 3 vezes mais atividades domésticas que os meninos. Tal diferença apresentada nesta sessão demonstra que, talvez, esta seja uma característica cultural ainda arraigada na sociedade, na qual a maior parte do trabalho doméstico ainda é considerada como de responsabilidade do sexo feminino.
Ao analisar a prevalência de sedentarismo em alguns estudos nacionais, constatou-se que em pesquisa de Oeshlschaeger et al. (2004) foi verificado que 22% dos adolescentes de 15-19 anos da cidade de Pelotas-RS eram sedentários. Já no trabalho de Silva e Malina (2000), 85% dos estudantes de 14 e 15 anos foram classificados como sedentários. No estudo de Oliveira et al. (2009), foi constatada, no município de Juazeiro do Norte-CE, uma alta prevalência de sedentarismo nessa população (45%). Apesar de, no presente estudo, não ter sido identificada uma alta prevalência de sedentarismo (23,89% e 6,83%, respectivamente para meninas e meninos), observou-se uma significativa prevalência de adolescentes irregularmente ativos (58,38% dos meninos e 54,73% das meninas). Tal fator também é preocupante em relação às questões de saúde e qualidade de vida, pois, de acordo com Matsudo et al. (2002), a prática inconsistente de atividade física é um fator diretamente associado ao risco de doenças crônicas.
Na Tabela 1 está representado o tempo que os participantes de ambos os sexos passam assistindo à televisão. Os dados foram agrupados em “maior que 1 hora” e “menor que 1 hora” por dia de tempo destinado para assistir à televisão.
Tabela 1. Percentual dos indivíduos de 14 a 17 anos do sexo feminino e masculino em relação ao número de horas que passam asistindo à televisão
|
Feminino (%) |
Masculino (%) |
Total (%) |
Não |
3,98 |
0,62 |
2,49 |
< 1h |
6,96 |
14,90 |
10,49 |
> 1h |
89,06 |
84,48 |
87,02 |
Fonte: Dados da pesquisa
Os dados revelaram ausência de significância (p=0,112) entre os adolescentes do sexo masculino e feminino para o tempo de horas assistindo à televisão.
A maioria dos participantes do presente estudo tem o hábito de assistir à televisão por um tempo maior que 1 hora por dia (89,06% das meninas e 84,48% dos meninos). Esses dados concordam com o trabalho de Hallal et al. (2006), em que foi observada que a maioria dos estudantes assistia à televisão por um tempo superior a 1h por dia.
Na Tabela 2 encontram-se os dados referentes ao número de horas que os participantes de 14 a 17 anos destinam ao uso de vídeo game e/ou computador. Os dados foram agrupados em um tempo menor/igual a 1 hora e maior que 2 horas destinado ao uso de vídeo game e/ou computador, envolvendo todos participantes do sexo masculino e feminino.
Tabela 2. Percentual dos indivíduos de 14 a 17 anos do sexo feminino e masculino em relação ao número de horas em que usam vídeo game e/ou computador
|
Feminino (%) |
Masculino (%) |
Total (%) |
Não |
27,86 |
16,77 |
22,93 |
<1h |
29,36 |
28,58 |
29,00 |
> 2h |
42,78 |
54,65 |
48,07 |
Fonte: Dados da pesquisa
Observa-se na Tabela 2 que os meninos ficam mais tempo jogando vídeo game ou computador do que as meninas.
No estudo de Hallal et al. (2006), foi observado que a maioria dos estudantes de ambos os sexos (56,46%) joga vídeo game por um tempo superior a 2 horas por dia. Tal resultado concorda com o observado no presente estudo: grande parte dos adolescentes de ambos os sexos (48,07%) também permanece mais que 2 horas por dia jogando vídeo game ou computador, devido ao fato de não terem algum incentivo à prática de esportes local.
Na Tabela 3 encontra-se o tempo que os adolescentes, do sexo feminino e masculino, dedicam realmente a exercícios ou à prática de esportes.
Tabela 3. Percentual do tempo em que os adolescentes participam ativamente das atividades nas aulas de educação física
|
Feminino (%) |
Masculino (%) |
Não |
37,32 |
12,43 |
<10 min |
11,94 |
4,96 |
10 a 20 min |
18,90 |
11,80 |
21 a 30 min |
8,96 |
16,77 |
>30 min |
22,88 |
54,04 |
Fonte: Dados da pesquisa.
Verificou-se que os meninos dedicam mais tempo às aulas de Educação Física do que as meninas, ou seja, a maioria deles (54,04%) permanece mais de 30 minutos nas aulas, enquanto apenas 22,88% das meninas ficam esse tempo fazendo atividades. Esses dados concordam com os encontrados quanto ao nível de atividade física dos adolescentes encontrado pelo questionário YOUTH RBS (2005), em que um maior número de meninos foi classificado como ativos ou muito ativos em relação às meninas.
Contudo, o fato de os meninos terem sido considerados mais ativos deve-se à constatação de que as meninas não praticam tanta atividade física como os meninos. A escola e os professores deveriam, portanto, incentivar as meninas a praticarem mais e manter a prática dos meninos durante as aulas de educação física.
A partir dos dados apresentados, sugere-se que os educadores físicos estimulem os ativos a manterem a prática de atividade física regular e aqueles que não praticam atividade física de forma regular ou que são sedentários a adquirirem este hábito saudável.
Conclusão
A maioria dos adolescentes avaliados é irregularmente ativa. Observou-se que os meninos são mais ativos do que as meninas, entretanto o uso de vídeo game e computador, bem como o tempo em horas assistindo à televisão foi relativamente alto para ambos os sexos.
É pertinente ressaltar a importância da prática de exercícios físicos regulares, orientados por profissionais habilitados, para que se possa conseguir um impacto positivo no crescimento e desenvolvimento dos adolescentes, possibilitando a promoção da socialização, da motricidade, do autoconhecimento corporal, da melhora da autoestima e do auxílio na prevenção da obesidade e de outras doenças crônico-degenerativas.
Referências bibliográficas
AMORIM, P. R. S.; FARIA, R. C.; BYRNE, N. M.; HILLS, A. P. Análise do questionário internacional de atividade física em adolescentes. Fitness & Performance Journal, v.5, n. 5, p. 300-305, 2006.
BIAZUSSI, R. Os benefícios da atividade física aos adolescentes, Disponível em: http://www.saudecomaventura.com.br/dicasaventureiro/Beneficio1.PDF. Acesso em: 07 out. 2009.
GAMBARDELLA, A. M. Adolescentes estudantes de período noturno: como se alimentam e como gastam suas energias. 1995. 88 p. Tese (Doutorado em Saúde Pública) - Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1995.
HALLAL, P. C; BERTOLDI, A. D; GONÇALVES, H; VICTORA, C. G. Prevalência de sedentarismo e fatores associados em adolescentes de 10-12 anos de idade. Caderno Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 22, n. 6, p. 1277-1287, 2006.
MATSUDO, S. M; MATSUDO, V. R; ARAÚJO, T.; ANDRADE, D.; ANDRADE, E.; OLIVEIRA, L.; BRAGGION, G. Nível de atividade física da população do Estado de São Paulo: análise de acordo com o gênero, idade, nível socioeconômico, distribuição geográfica e de conhecimento. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. Brasília v. 10, n. 4, p. 41-50, 2002.
OEHLSCHAEGER, M. H. K; PINHEIRO, R. T; HORTA, B; GELATTI, C; SAN´TANA, P. Prevalência e fatores associados ao sedentarismo em adolescentes de área urbana. Revista de Saúde Pública, v. 38, n. 2, p. 157-163, 2004.
OLIVEIRA, A. M. B.; ARAÚJO, E. M. P. S.; MELO, J. S. M.; FERNANDES FILHO, J. Análise do questionário internacional de atividade física em escolares do ensino médio da rede pública na cidade de Juazeiro do Norte-CE. In: LIVRO DE MEMÓRIAS DO III CONGRESSO CIENTÍFICO NORTE-NORDESTE – CONAFF.
PATE, R. R.; PRATT, M.; BLAIR, S. N.; HASKELL, W. L.; MACERA, C. A.; BOUCHARD, C.; BUCHNER, D.; ETTINGER, W.; HEATH, G. W.; KING, A. C. Physical activity and public health. A recommendation fro m the Centers for Disease Control and Prevention and the American College of Sports Medicine. JAMA. v. 273, n. 5, p. 402-407, 1995.
ROLIM, Martina Kieling Sebold Barros; MATIAS, Thiago Sousa; ANDREDE, Alexandro. Estilo de vida de adolescentes ativos e sedentários. In: 6º Forum Internacional de Esportes, 2007, Florianópolis. 6o Forum Internacional de Esportes, 2007.
SILVA, R. C. R. de; MALINA, R. M. Nível de atividade física em adolescentes do município de Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 16, n. 4, p. 1091-1097, 2000.
SOUZA, G. S.; DUARTE, M. F. S. Estágios de mudança de comportamento relacionados à atividade física em adolescentes. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 11, n. 2, mar./abr. 2005.
TAMMELIN, T.; NAYHA, S.; LAITINEN, J.; RINTAMAKI, H.; JARVELIN, M.R. Physical activity and social status in adolescence as predictors of physical inactivity in adulthood. Preventive Medicine, New York, v.37, n.4, p.375-381, 2003.
YOUTH RBS. Questionário de atividade física: crianças e adolescentes. CELAFISCS, São Caetano do Sul. 2005. Disponível em: http://www.celafiscs.org.br/downloads/Questionario-AF-Crianca-Adolescente.pdf. Acesso em: 10 mai. 2008.
Outros artigos em Portugués
Búsqueda personalizada
|
|
revista
digital · Año 15 · N° 143 | Buenos Aires,
Abril de 2010 |