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Protocolo de reabilitação lesão grau II 

LCM em atleta de futsal nível profissional

Protocolo de rehabilitación de lesión grado II LCM em un jugador profesional de fútbol sala

 

*Acadêmico do 4° ano do Curso de Fisioterapia da Faculdade Guilherme Guimbala da

Associação Catarinense de Ensino, Joinville, SC

**Professor da Disciplina de Hidroterapia da Faculdade Guilherme Guimbala da

Associação Catarinense de Ensino, Pós-graduado em Osteopatia clínica pela CBEF

Centro Brasileiro de Estudos Sistêmicos. Curitiba, PR

***Fisioterapeuta Malwee Futsal, Pós-graduado em Fisiologia do Esporte pela

UNG Universidade Grarulhos. SP

Especialista em Reabilitação Motora Hospitalar, Santa Casa de São Paulo, SP

Arthur Ávila dos Santos*

Cristiano Fagundes Motta**

Guilherme Leonardo Pereira*

Renato Miguel Jorge***

gui.leo.pereira@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

Resumo

          Reabilitar um atleta de nível profissional é de grande responsabilidade do departamento médico de um clube, tendo em vista esse estudo que se baseia em protocolo de reabilitação lesão grau II de LCM Ligamento Colateral Medial em um atleta de nível profissional, nos deu o interesse de acompanhar essa reabilitação. Objetivo: Este trabalho objetivou apresentar o protocolo de reabilitação Malwee Futsal e seus resultados com o atleta. Métodos: Estudo de caso com atleta com lesão grau II de LCM Ligamento Colateral Medial realizado no CREMF (Centro de Reabilitação Esportiva Malwee Futsal) na cidade de Jaraguá do sul SC, trabalho se conteve em seguir um protocolo da Malwee Futsal no período de 35 dias, onde foi realizado técnicas de eletrotermoterapia, cinesioterapia, propriocepção e musculação. Resultados e discussão: Resultados foram positivos, Atleta liberado após 35 dias de tratamento para suas atividades. Conclusão: Concluiu se que o acompanhamento e estudo do protocolo de Ligamento colateral medial grau II utilizado pelo departamento médico Malwee futsal para reabilitação de um atleta nível profissional demonstra de maneira qualificativa que obtém resultados significativos para a reabilitação, retornando o atleta as suas atividades com segurança, podendo ser utilizado e explorado por demais clubes e centros esportivos de reabilitação.

          Unitermos: Protocolo de reabilitação. Lesão Grau II. Futsal

 

Trabalho de Conclusão de Curso na modalidade Artigo Científico apresentado à banca examinadora do curso de Fisioterapia da Faculdade Guilherme Guimbala, da Associação Catarinense de Ensino como requisito parcial para obtenção do grau Bacharel em Fisioterapia sob 

orientação do professor Cristiano Fagundes Motta e co-orientação do fisioterapeuta Renato Miguel Jorge

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 142 - Marzo de 2010

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Introdução

    Para um atleta de nível profissional é de fundamental importância seu bem estar físico e mental. Esses atletas ao longo do tempo de suas carreiras sofrem com o acentuado desgaste de seu organismo, principalmente as estruturas músculo esqueléticas e ficam pré-dispostos a sofrerem lesões, principalmente nos membros inferiores.

    Nos atletas de futsal nível profissional os índices de lesão também são importantes e não fogem à regra de outros esportes. Entende-se que é de fundamental importância um setor associado ao seu local de trabalho para dar suporte de reabilitação e prevenção de sintomas e lesões.

    O trabalho proposto refere-se à reabilitação conservadora de lesão do ligamento colateral medial grau II em atleta de futsal profissional. Neste caso clínico, a lesão localiza-se no joelho esquerdo, uma articulação de fundamental importância para a dinâmica desse tipo de esporte. O joelho é uma articulação complexa com três ossos (fêmur, tíbia e patela), dois graus de liberação de movimento e três superfícies que se articulam: as articulações tíbio femoral média, tíbio femoral lateral e patelo femoral, as quais estão encerradas dentro de uma cápsula articular comum. Os ligamentos colateral medial e colateral lateral são fortes estruturas pois impedem movimentos passivos do joelho no plano frontal. Segundo Prentice (1) o ligamento colateral medial, tem sua origem no epicôndilo femoral medial, anteriormente ao tubérculo dos adutores, e desce por 9-11 cm antes de inserir-se na borda tibial medial, evitando a abdução da tíbia sobre o fêmur (geno valgo) e o ligamento colateral lateral impede adução da tíbia (geno varo. A mobilidade é provida principalmente pela estrutura óssea e a estabilidade principalmente pelos tecidos moles, ligamentos, músculos e cartilagem, conforme Decano (2). Segundo Placzek, Boyce 2004 (3) classificação de entorse grau II acomete ruptura de 26% a 75% do ligamento, dor edema moderado, perda da ADM e leve instabilidade.

Métodos

    A pesquisa caracteriza se como um estudo de caso. O participante da pesquisa é um atleta com 31 anos de idade nível profissional. Laudo do Exame de Ressonância Nuclear Magnética apresenta lesão com grau II LCM (ligamento Colateral medial) sem comprometimento meniscal, associada à contusão leve de LCA (Ligamento Cruzado Anterior) do joelho E, resultante de trauma direto realizando rotação interna de fêmur mais valgo de joelho, iniciado a reabilitação 3 dias após o início da lesão. O participante foi submetido a tratamento fisioterápico baseado no protocolo adotado pelo CREMF (Centro de Reabilitação Esportiva Malwee Futsal).

    Os instrumentos para a coleta de dados dessa pesquisa foram observações clínicas, registros escritos e registros fotográficos. Além disso, instrumentos específicos para o processo de tratamento e avaliação das evoluções também foram utilizados, quais sejam Fita métrica Mercur, Máquina fotográfica Sony, Caneleira de Areia (resistido 1,5 kg 2 kg, 3 kg) máster Cooper Carci, Órtese para joelho com dobradiça metálica marca e modelo Mercur, Muleta Canadense Mercur, Neurovector Ibramed Geração 2000, Mini Cama Elástica Physicus, Balanço de Equilíbrio Ibramed, Eletrodos Auto-adesivo 5 x 5 cm Valu Trode, Infra Vermelho Philips, Mercur Laserpulse Special Ibramed, Sonopulse Special 1.0 Mhz e 3.0 Mhz Ibramed, Gel terapêutico Natural Max ultra sônico uso externo, Thermo pulse compact Ibramed, Academia vita: Esteira Athletic way Professional, Bicicleta estacionária Tecno Star Magnetron, Aparelho adutores abdutores Athetic way, Aparelho flexor e extensor Athetic way.

    Este protocolo prevê 5 semanas de atendimento contínuo, sendo o paciente tratado diariamente em 2 períodos, matutino e vespertino. Foram utilizadas técnicas de eletroterapia, cinesioterapia, propriocepção e a musculação. Realizado na cidade de Jaraguá do Sul SC, no CREMF (Centro de Reabilitação Esportiva Malwee Futsal), Arena Jaraguá e Academia Vita. Recursos de eletroterapia, cinesioterapia e propriocepção realizado no CREMF. Recursos musculação, esteira e bicicleta estacionária na Academia Vita. Recursos de gesto esportivo e treinamentos específicos na Arena Jaraguá. Não foram realizados testes ligamentares em função de não perder e/ou piorar o início de cicatrização e agravar a lesão. Na avaliação apresenta dor à palpação, edema + (leve), sem hematomas, leve alteração de temperatura local, sem rubor, ADM preservada porém com nível, Força Muscular de quadríceps e musculatura posterior preservada (GRAU 5) até o momento. Pronto atendimento crioterapia, imobilização com órtese. Marcha com muletas canadense domiciliar, recomendação de máximo de repouso em relação à marcha, marcha com órtese estabilizadora. 1° semana foi realizado tratamento conservador e eletroterapia utilizando recurso com Ultrasom, Ondas curtas, Correntes interferêncial e Lazer HeNe Caneta 660 (50 minutos de sessão). Apartir da 2° semana tratamento conservador, eletroterapia com Ultrasom, Ondas curtas, Correntes interferêncial associado com Infra vermelho e Lazer HeNe Caneta 660 e exercícios de isometria de joelho e isotônia de quadril Íleo psoas, Isometria de joelho e Isotônia de adutores 10 x de 15 repetições, Isometria de quadríceps com borracha 10 x de 15 segundos, crioterapia 20 minutos. A 3°semana ocorreu a Liberação total da marcha sem auxílio da órtese, utilizado eletroterapia recurso com Ultrasom, Ondas curtas, Correntes interferêncial e Lazer HeNe Caneta 660 Isometria de joelho e Isotônia de quadril íleo psoas, Isometria de joelho e Isotônia de adutores 5 x de 10 repetições. Isometria de quadríceps com borracha 10 x de 15 segundos. Quadrante de MMII, Isometria de joelho e Isotonia de adutores, abdutores, Íleo psoas, Glúteo Médio, Máximo e Mínimo 5 vezes de 20 segundos para cada grupo muscular e crioterapia 20 minutos. 4° Semana paciente realizou tratamentos citados acima e também treino proprioceptivo na cama elástica e trote de 20 minutos, crioterapia 20 minutos. Na 5° e ultima semana não mais realizado recursos de eletroterapia, realizado apenas treino de musculação na academia, Esteira 4 tiros de 4 minutos velocidade 10 km/h, Fortalecimento MMII e MMSS 4 série de 12 repetições, Exercício de deslocamento na quadra com cone 10 repetições, teve retorno médico e após avaliação do médico e fisioterapeuta liberado para retornar a suas atividades.

Resultado final

    A Avaliação evolutiva, para fins dessa pesquisa, baseou-se nas medidas de força muscular, perimetria de coxas, edema, dor e estabilidade:

  • Força muscular quadríceps coxa esquerda inicio da lesão: Grau 5

  • Força muscular quadríceps coxa esquerda término do tratamento: Grau 5

Tabela 1. Perimetria das medidas no início do tratamento (referência da linha poplítea com paciente em apoio bipodal)

Perimetria

5cm

10cm

15cm

20cm

Coxa Esquerda

42,5 cm

45,5 cm

52,0 cm

55,0 cm.

Coxa Direita

42,0 cm

46,0 cm

54,0 cm

57,5 cm

 

Tabela 2. Permetria das medidas no término do tratamento (referência da linha poplítea com paciente em apoio bipodal)

Perimetria

5cm

10cm

15cm

20cm

Coxa Esquerda

41,5 cm

45,0 cm

52,0 cm

55,0 cm

Coxa Direita

42,0 cm

45,7 cm

53,8cm

57,3 cm

 

Tabela 3. Edema (inicio do tratamento referência da linha poplítea com paciente apoio bipodal)

Inicio positivo, perimetria 5cm

42,5 cm

Término negativo, perimetria 5 cm 

41,5 cm

 

Tabela 4. Dor -Escala visual Analógica empregada para a mensuração da dor (parâmetro 0-2 leve, 3-7 moderada, 8-10 intensa)

1º dia

7

2º dia

6

3º dia

5

4º dia

5

5º dia

4

6º dia

4

7º dia

3

8º dia

3

9º dia

0

    Estabilidade Inicio de tratamento, não foram realizados testes ligamentares (Lackmam, Gaveta anterior, Gaveta posterior e Apley) em função de não perder e/ou piorar o início de cicatrização e agravar a lesão.

    Estabilidade Término do tratamento, testes ligamentares negativos, obtendo estabilidade normal.

Discussão dos resultados

    Na pesquisa de acompanhamento de estudo de caso foi constatado que o protocolo apresentou-se de maneira evolutiva, respeitando as fases de reparação tecidual. Na primeira semana, o tratamento foi conservador e foram utilizados recursos de eletroterapia e crioterapia, com objetivo de amenizar o processo inflamatório agudo, na segunda semana, o processo encontrava-se na fase sub aguda da lesão permanecendo tratamento conservador, eletroterapia, crioterapia e foi composto de exercícios de fortalecimento isométricos e isotônico, para restaurar de maneira segura a força e o condicionamento muscular. Na terceira semana, permaneceu a fase sub aguda da lesão, sendo que o paciente já não fez o uso de órtese e permaneceu com tratamento de eletroterapia, exercícios de fortalecimento isométricos e isotônicos e crioterapia. Na quarta semana, fase crônica da lesão, o paciente permaneceu com recursos de eletroterapia, fortalecimento e foi iniciada a propriocepção, de maneira que sua lesão já estava estabilizada e em fase final. Na quinta e última semana observou-se que os trabalhos de condicionamento físico, treino de musculação e treino tático mostraram que o atleta estava recuperado e liberado para suas atividades. Os resultados de perimetria de coxas e força muscular comparados no início e término de tratamento não foram significativos, pois a diferença é mínima e a força muscular permaneceu igual, a dor permaneceu do 1° dia decrescendo até ao 9° dia, e a instabilidade retornou a seu aspecto normal no final do tratamento.

Conclusão

    Conclui-se que o acompanhamento e o estudo do protocolo de Ligamento Colateral Medial grau II utilizado pelo departamento médico Malwee futsal para reabilitação de um atleta nível profissional demonstra de maneira qualificativa que obtém resultados positivos para a reabilitação, retornando o atleta as suas atividades com segurança, podendo ser utilizado e explorado pelos demais clubes e centros esportivos de reabilitação. Cabe aqui salientar que outros alunos possam estar utilizando esse protocolo com um número maior de atletas com pesquisas futuras.

Referências

  1. SMITH, Laura; WEISS, Elizabeth; LEHMKUHL, Don. Cinesiologia clínica de Brunnstrom. São Paulo: Manole, 1997.

  2. PRENTICE WE. Técnicas de reabilitação em Medicina Esportiva. São Paulo: Manole, 2002.

  3. DECANO, G. Coardier Fisiologia articular. 4ª Ed, volume 2. São Paulo: Manole, 1980. Baseado na Obra de KAPANDJI.Artigo interno dos hospitais de Paris, Membro associado da sociedade brasileira de ortopedia e traumatologia.

  4. JEFFRE D. PLACZEK, DAVID A. BOYCE. Segredo em fisioterapia ortopédica. 1ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.

  5. DANIELS, LUCILLE, WARTHINGHAM, CATHERINE. Provas de função muscular, Técnicas de exame manual. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogar, 1996.

  6. KEITH L. MOORE, ARTHUR F. DALLEY. Anatomia Orientada para a clínica. 5ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogar, 2007.

  7. Prof. Dr. JONES E. AGNE. Eletroterapia Teoria e Pratica.1ª ed. Santa Maria - RS: Orium, 2005.

  8. MACHADO, Clauton. Eletro termoterapia. São Paulo: Panamed 1987.

  9. CARAVIELLO,E. Z. WASSERSTEIS, S. CHANLIAN, T. R. MASIERO, D. Avaliação da dor e função de pacientes com lombalgia tratados com um programa de Escola de Coluna - ACTA FISIATR 2005:12 (1) 11-14.

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