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Prática do lazer: uma revisão de conceitos, barreiras e facilitadores

La práctica del tiempo libre: una revisión de conceptos, obstáculos y facilitadores

 

*Acadêmico do curso de Educação Física do

Centro de Ciências da Saúde e do Esporte – CEFID – UDESC

(Brasil)

Jonas Godtsfriedt
jog1000@hotmail.com

 

 

 

Resumo

          Toda atividade que a pessoa executa em seu tempo disponível, o lazer, visa sempre a diversão, descontração, convívio social e que possa proporcionar para o indivíduo uma sensação de bem estar. O objetivo deste texto é apresentar de forma breve alguns conceitos sobre o lazer, suas barreiras e facilitadores, e assim conseguir motivar um maior número de pessoas a praticarem atividades físicas durante o seu tempo livre. Portanto, espera-se que este artigo sirva como uma espécie de um breve manual com alguns conceitos sobre o lazer, suas barreiras e facilitadores, e que atenda aos profissionais da área da saúde, educação e demais interessados no tema.

          Unitermos: Lazer. Barreiras do lazer. Prática do lazer

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 142 - Marzo de 2010

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Introdução

    Toda atividade que a pessoa executa em seu tempo disponível, o lazer, visa sempre a diversão, descontração, convívio social e que possa proporcionar para o indivíduo uma sensação de bem estar.

    O lazer ligado ao aspecto tempo, considera as atividades desenvolvidas no tempo liberado do trabalho, ou no tempo livre ou disponível, não só das obrigações profissionais, mas também das familiares, sociais e religiosas (MARCELLINO, 2000).

    Utilizar o lazer como veículo educador, e objeto de educação, é instigar nas crianças, jovens, adolescentes, adultos e idosos o espírito de coletividade, criar ambientes lúdicos, e que envolvam atividades físicas associadas a momentos de alegria e diversão. O objetivo deste texto é apresentar de forma breve alguns conceitos sobre o lazer, suas barreiras e facilitadores, e assim conseguir motivar um maior número de pessoas a praticarem atividades físicas durante o seu tempo livre.

Conceitos de lazer

    Um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou, ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora, após livrar-se das obrigações profissionais, familiares ou sociais (DUMAZEDIER, 1973).

    Segundo Marcelino (2000) deve-se levar em conta que, se o conteúdo das atividades de lazer pode ser altamente “educativo”, também a forma como são desenvolvidas abre possibilidades “educativas” muito grandes, uma vez que o componente lúdico, do jogo, do brinquedo, do “faz-de-conta”, que permeia o lazer é uma espécie de denúncia da “realidade”, deixando clara a contradição entre obrigação e lazer.

    O entendimento de esporte como uma manifestação cultural do lazer, pode se otimizar com pressuposição da existência de espaços de lazer, que sejam bem distribuídos, corretamente utilizados e com espaços bem delimitados.

    Estado de ser da pessoa, aspectos lúdicos, as relações consigo próprio e com a natura, estilos de vida, observação das atitudes durante o desempenho das atividades, economia e entretenimento, ecologia e preservação, geografia do espaço urbano, arte, educação e turismo são variáveis que caracterizam o lazer.

    Ter lazer é um dos sonhos mais acalentados dos seres humanos, livre do interminável mundo das obrigações, livre para buscar aquilo que queremos e investir o tempo de maneira voluntária e prazerosa, livre para encontrar e aceitar seu lugar no mundo, enfim, livre para existir em estado de graça (GODBEY, 1990).

    O Lazer é uma dimensão da cultura constituída pela vivência lúdica de manifestações culturais no tempo/espaço conquistado pelo sujeito ou grupo social, estabelecendo relações dialéticas com as necessidades, os deveres e as obrigações – especialmente com o trabalho produtivo.” (GOMES, 2004)

    Para Bramante (1998) o lazer se traduz por uma dimensão privilegiada da expressão humana dentro de um tempo conquistado.

As barreiras do lazer

    As barreiras do lazer são fatores que impossibilitam um maior número de pessoas a vivenciar uma atividade de recreação, lazer e relaxante.

    Como exemplo destas barreiras tem-se os aspectos econômicos, que acabam permitindo às vezes que somente pessoas de melhores condições financeiras, tenham acesso a certas opções de lazer. Para ilustrar esse fato pode-se observar que em geral cinemas, teatros e outros estabelecimentos do gênero são visitados apenas por um público da sociedade, ocasionalmente a parcela mais rica.

    Outro aspecto que inibe a prática do lazer é o sexo, onde por conta do machismo, o homem ainda atualmente tem mais opções de lazer, ao ser comparado com a mulher. Desde um simples futebol a uma mesa de bar com os amigos. Enquanto a mulher permanece sendo desfavorecida devido a sua dupla jornada de trabalho e as obrigações matrimoniais.

    De acordo com Marcellino (2000) a faixa etária também é um aspecto que dificulta a prática do lazer, visto que as crianças e os idosos são esquecidos. A criança, por não ter ainda entrado no “mercado produtivo”, e os idosos, por já ter saído deste mesmo “mercado”.

    Dessa forma, a classe social, o nível de instrução, a faixa etária, o sexo, entre outros fatores, limitam o lazer a uma minoria da população, principalmente se consideramos a frequência na prática e sua qualidade; são indicadores indesejáveis e necessitam ser atacados por uma política que objetive a democratização cultural (MARCELLINO, 2000).

Facilitadores para a prática do lazer

    A estimulação da prática do lazer, nas aulas de educação física, não deve ser apenas um passatempo, ela deve estar focada em conteúdos, e visar o desenvolvimento integral do aluno. Essa proposta se aplica a população em geral quando se trata de lazer em locais fora do ambiente escolar.

    Com as atividades físicas realizadas durante o lazer, podem-se desenvolver elementos positivos, como a autonomia, criatividade, felicidade, diversão, igualdade e integração.

    O jogo é uma atividade que pose ser muito importante quando o assunto é prática do lazer. É uma atividade natural do ser humano e um elemento essencial para a educação – para qualquer faixa etária. Além de tudo através de jogos é possível atingir objetivos pedagógicos de forma prazerosa e agradável.

    O movimento é a base da maioria das atividades físicas, através dele é possível explorar o ambiente, e aprender sobre si mesmo e em relação ao mundo ao seu redor. Desta forma ao praticar atividades ao ar livre, em praças, clubes, ciclovias e em diversos outros ambientes destinados ao lazer o indivíduo está em um processo de aprendizado constante.

    Uma prática orientada de atividades físicas, pode gerar benefícios relacionados a saúde, desde ao aumento da flexibilidade, força, resistência muscular e também favorecer a potência aeróbia. Já no âmbito motor, atividades voltadas ao lazer, quando supervisionadas por um professor de Educação Física, possibilitam um acréscimo de agilidade, força de explosão, equilíbrio, melhora no tempo de reação, velocidade e trazendo benefícios para a coordenação motora (fina e ampla).

Conclusão

    Com a construção deste artigo é possível afirmar que o lazer é um conjunto de atividades onde o indivíduo busca no seu tempo disponível, meios de atingir a diversão, a socialização, e outros demais objetivos, tendo todos como finalidade principal o seu bem estar pessoal.

    Portanto, espera-se que este artigo sirva como uma espécie de um breve manual com alguns conceitos sobre o lazer, suas barreiras e facilitadores, e que atenda aos profissionais da área da saúde, educação e demais interessados no tema.

Referências bibliográficas

  • BRAMANTE, Antonio C. Lazer: concepções e significados. Licere, n. 1, v. 1. (p. 37-43). Belo Horizonte: CELAR/UFMG, 1998.

  • DUMAZEDIER, Jofre: Lazer e Cultura Popular, São Paulo, Perspectiva, 1973.

  • GODBEY, G. Leisure in your life: an exploration. Pennsylvania: Venture Publishing, 3r ed., 1990.

  • GOMES, Christianne Luce (Org.). Dicionário crítico do lazer. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2004.

  • MARCELLINO, Nelson Carvalho. Estudos do lazer: uma introdução. 2. ed., ampl. Campinas, SP: Autores Associados, 2000.

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