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Gingando na escola: possibilidades da capoeira na 

educação infantil a partir da indicação de especialistas

Gingando en la escuela: posibilidades de la capoeira en la educación infantil a partir de la supervisión de especialistas

 

*Graduado em Educação Física pelo

Centro Universitário da Cidade (UniverCidade).

**Doutorando em educação física (UGF)

Docente do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade)

Rodrigo Pereira da Silva*

Diego Luz Moura**

lightdiego@yahoo.com.br

(Brasil)

 

 

 

Resumo

          O objetivo deste artigo é identificar possibilidades e potencialidades do ensino nas escolas da capoeira a partir do relato de quatro especialistas em capoeira. Entrevistamos quatro profissionais que atuam com capoeira na escola, dois com formação em educação física e outros dois apenas com experiência na capoeira. A partir dos dados coletados apresentamos alguns pontos sobre o panorama e indicações para um melhor desenvolvimento da modalidade capoeira na educação física escolar.

          Unitermos: Capoeira, Escola, Educação Física

 

Abstract

          The aim of this paper is to identify opportunities and potential of education in the schools of poultry from the report of four experts in capoeira. We interviewed four professionals, two trained in physical education and other two only with experience in poultry. From the data collected here are some points on the landscape and directions for a better development of the sport poultry on education.

          Keywords: Capoeira. School. Physical Education

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 142 - Marzo de 2010

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Introdução

    O objetivo deste artigo é identificar possibilidades e potencialidades do ensino nas escolas da capoeira a partir do relato de quatro especialistas em capoeira, dois com formação em educação física e outros dois apenas com experiência na capoeira. A educação física escolar é um espaço de intenso debate, parte desta discussão está voltada aos métodos e a função que a educação física escolar deve indicar para formação de futuros cidadãos. Outro ponto que tem sido discutido ultimamente são os conteúdos de ensino (DARIDO, 2003).

    Uma série de conteúdos vem sendo propostos para aplicação na escola. Dentre estes, a capoeira se configura como uma opção interessante por reunir os aspectos procedimentais (os movimentos e fundamentos da capoeira), aspectos atitudinais (as questões de diferença de gênero e de religião) e os aspectos conceituais (a história do Brasil, a influência africana e etc.).

A capoeira

    Ao traçarmos um breve histórico da Capoeira vimos que surgiu da forte repressão do negro escravo trazido da África que para se defender buscou uma forma de manifestação contra a opressão de seus senhores, surgindo a capoeira em solo brasileiro, por isso se diz que a capoeira é uma arte Afro-brasileira. A literatura aponta que a Capoeira foi perseguida e reprimida por todo o período da escravidão e também durante a república, onde em 1890 foi para o código penal brasileiro tornando sua prática um crime, sendo punido severamente quem a praticasse (SOARES, 1999). Somente na década de 1930 o presidente Getúlio Vargas retira a capoeira do código penal, considerando-a uma luta autenticamente brasileira, com valor cultural e forte representação, principalmente no estado da Bahia.

    A partir de 20 de dezembro de 1996, com a aprovação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei n. 9394/96, a Educação brasileira sofreu novas e significativas mudanças, com destaque para a liberdade atribuída aos Conselhos de Educação, às escolas e aos professores, a fim de que pudessem organizar e estruturar o ensino.

    A autonomia proporcionada pela LDB para que novos conteúdos fossem incluídos na proposta pedagógica, possibilitou a opção pela Capoeira como um dos conteúdos da Educação Física. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), também apontam a capoeira como proposta de conteúdo, uma vez que ela se encontra no bloco dos esportes, jogos, lutas, ginásticas. Entretanto, Freitas aponta que há algumas limitações sobre o entendimento da capoeira enquanto conteúdo da educação física escolar.

    Um dos problemas que a inclusão da Capoeira enfrenta enquanto conteúdo da Educação Física, é que por ser um fenômeno recente faz com que surjam algumas limitações quanto ao docente universitário dessa disciplina. Há dificuldades em se encontrar profissionais que detenham o domínio do saber empírico da capoeira, com titulação e aptidão exigidas para a docência universitária (FREITAS, 2007, p.85).    

    Desta forma, entendemos que a indicação de especialistas em capoeira pode auxiliar o entendimento da capoeira enquanto um conteúdo.

Metodologia

    Realizamos uma pesquisa exploratória que segundo Lakatos e Marconi (2009) são investigações de pesquisa empírica cujo objetivo é a formulação de questões ou de um problema, com tripla finalidade: desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno, para a realização de uma pesquisa futura ou modificar e clarificar conceitos. Realizamos entrevistas semi-estruturadas. Entrevistamos quatro professores de capoeira, entre 30 e 35 anos, moradores do Rio de Janeiro, com mais de 10 anos de prática, de graduações variadas, que trabalham em escolas.

Resultados

    Os informantes praticam a capoeira há 14-30 anos com graduações variadas. Os informantes apontam que viram a prática da capoeira pela primeira vez através do convite dos mestres que ministravam as aulas e/ou amigos que praticavam.

    Os informantes possuem nível de escolaridade variada, o informante um possui formação em educação física, o informante dois tem nível superior em enfermagem, o informante três também é graduado em educação física, o informante quatro tem nível médio. Devido à capoeira ser uma atividade de cunho cultural não há obrigatoriedade de uma formação específica para o ensino da capoeira, as escolas hoje mantêm o ensino da capoeira como forma de ensino extracurricular que é muito bem aceita por pais e alunos ou inserida em seu currículo como uma forma complementar das atividades físicas e também como apoio a atividades da cultura negra e africana no Brasil, hoje obrigatória no ensino fundamental e médio e pautado por lei. (Lei Federal n° 10.639)

Trabalha com crianças a partir de que faixa etária?

    Os informantes ministram aulas em escolas numa média de oito anos e afirmam atuar com crianças. Podemos verificar que apenas os informantes formados em Educação Física ministram aulas para alunos mais novos, a partir de dois anos, enquanto aqueles que não são formados em educação física atuam apenas com crianças a partir de seis anos. Este fato pode estar relacionado com a segurança que uma formação mais específica possibilita para o ensino da Educação Física na escola. Ainda podemos colocar que o ensino de criança a partir de dois anos requer conhecimentos mais específicos, enquanto o ensino a crianças a partir dos seis anos de idade pode ser um ensino mais específico da modalidade capoeira, sendo assim, de mais fácil aplicação para professores que tem o conhecimento somente da capoeira e não possui um conhecimento especifico para o trabalho com crianças mais novas.

Como vê o ensino da capoeira na escola?

    Todos apontam que a capoeira vem ganhando espaço. Os informantes relatam que a prática da capoeira pode proporcionar alguns benefícios, neste ponto tivemos uma diferença. Os não-formados destacam apenas os aspectos motores, enquanto, os formados destacam os aspectos motores e cognitivos.

    “A capoeira vem ganhando um espaço muito grande dentro de escolas, creches e universidades, em quase toda escola hoje você consegue ver capoeira. A capoeira é uma arte completa em que você trabalha o cognitivo e também o lado motor da criança”. (informante 1)

    “A capoeira nos últimos anos vem ganhando seu espaço nas escolas e já não era sem tempo, já que a capoeira tem todas as ferramentas para ajudar no desenvolvimento psicomotor da criança”. (informante 2)

Os fundamentos da capoeira que ensina para as crianças?

    Eles afirmam ensinar todos os fundamentos da capoeira, mas destacam a necessidade de adaptação para este público. Outro ponto que eles ressaltam é a necessidade de se trabalhar a ludicidade, onde a criança aprende a capoeira e seus fundamentos através de brincadeiras. A adaptação citada pelos informantes está relacionada com a facilitação do aprendizado dos fundamentos.

    “Depende muito da faixa etária da criança quanto menor a criança maior o lúdico menor a técnica”. (informante 1)

    “Através da ludicidade onde apitamos os golpes transformamos em brincadeiras para que se torne mais fácil o aprendizado da capoeira na escola”. (informante 3)

Crianças na faixa etária de dois e três anos já executam movimentos específicos da capoeira?

    Os formados apontam que trabalham mais o ritmo e habilidades motoras fundamentais para chegar até uma habilidade mais específica. Estes informantes relatam que especificamente nesta faixa etária não se trabalha movimentos específicos da luta, dando mais ênfase na parte rítmica explorando outros aspectos. Também utilizam movimentos naturais para que a criança vivencie e tenha um maior conhecimento corporal. De certa forma, os relatos dos docentes corroboram com a literatura. Freitas (2007) aponta que a criança em idade pré-escolar precisa descobrir os movimentos aos poucos, sem pressa, levando em conta que ela ainda não tem consciência bem elaborada de seu corpo, ainda não desenvolveu totalmente noções de equilíbrio, tempo/espaço, lateralidade, etc.

    “Não! Com crianças menores busco o trabalho rítmico e os desafios como os movimentos naturais da própria criança”. (informante 1)

    “Trabalhamos habilidades motoras fundamentais para chegarmos a habilidades motoras especificas, então trabalhamos sim as habilidades especificas o que acontece é que a criança muitas vezes não sabe o que está fazendo mais eles estão ganhando habilidades motoras para em um segundo momento executas os movimentos específicos com mais facilidades”. (informante 3)

    Já os informantes não-formados em educação física apontam certo desconhecimento com este tipo de intervenção mostrando falta de entendimento e não trabalhando com faixa etária de dois e três anos de idade por não conseguirem aplicar os fundamentos específicos da capoeira. Preferindo atuar apenas com uma faixa etária maior.

    Podemos verificar que a formação em educação física possibilita uma atuação mais ampla no ensino da capoeira trazendo mais diversidade para o ensino da capoeira na escola o profissional consegue trabalhar com faixas etárias menores utilizando elementos da capoeira através da educação física, não dando conotação somente a parte pratica mais explorando a música, as histórias e a cultura.

Com crianças de idade entre quatro a seis anos, como se dá o ensino destes fundamentos?

    Podemos perceber que quando falamos em uma faixa etária maior não há divergências de opiniões. Todos os informantes afirmam trabalhar “normalmente” com a capoeira, não tendo dificuldades devido à possibilidade de se trabalhar diretamente com os fundamentos da modalidade capoeira.

Qual o nível de exigência na execução destes movimentos?

    Analisamos que todos os informantes respeitam os limites de dificuldade e o tempo de aprendizagem de cada criança não exigindo desempenho na execução de movimentos a realização correta dos movimentos não é fundamento obrigatório se valoriza primeiro a criança a mantendo no centro do processo de aprendizagem.

    “Nessa faixa etária não se cobra nenhum tipo de desempenho a criança esta no centro do processo, respeitando o limite de cada criança”. (informante 1)

    “Nenhuma cada criança tem seu tempo, seu limite e nessa faixa a habilidade não tem grande importância”.(informante 2)

Você evita algum tipo de fundamento da Capoeira nas aulas?

    Nesta questão é apontado um controle do conteúdo ensinado aos alunos iniciantes e a crianças até oito anos evitando golpes e movimentos que possam estimular a violência.

    “Na capoeira existem vários tipos de golpes, golpes traumáticos e golpes desequilibrantes, estes tipos de golpes não são ensinados [...] São ensinados mais aos adolescentes, mas com a preocupação que isso não leve a eles a violência. A capoeira é uma luta mais o intuito não é estimular a violência”. (informante 1)

    Os informantes formados em educação física apontam que certos golpes podem ser ensinados de forma adaptada para as crianças.

    “Evito movimentos que precisem de grande destreza e controle, já que a criança não tem isso, então golpes que tem grande potencial de luta são evitados, a parte da luta deve ser ensinada no momento apropriado com faixa etária maior e maior tempo de capoeira, crianças e iniciantes não devem aprender [...]. Outros golpes que para adultos são utilizados para luta, como martelo, benção, rasteira, são adaptados para a criança”. (informante 3)

    Podemos perceber que existe uma preocupação de que a prática da capoeira desencadeie um processo de violência, isto é notado claramente nas respostas de todos os informantes, no trabalho com as crianças na escola, pois é citado a agressividade e a integridade física do aluno como as grandes causas desta preocupação.

Como você trabalha o ritmo e a musicalidade nessa faixa etária com crianças de três a seis anos?

    Os informantes colocam que o ensino ocorre de forma natural, pois os instrumentos e a música são sempre presença marcante nas aulas de capoeira, aguçando na criança a curiosidade e o interesse de conhecer este mundo musical, durante as aulas, os informantes afirmam estar sempre tocando algum instrumento ou cantando para seus alunos. Além disto, afirmam ainda ter um momento particular na aula para o ensino desta parte rítmica e musical.

    “O tempo todo, as aulas são feitas sempre com ritmo e musica, alem de ter um momento para ensinar as letras e os instrumentos para as crianças, normalmente utilizo como um momento de descanso e de volta a calma”.(informante 2)

    “Também dentro da ludicidade eles aprendem a tocar o pandeiro a bater o atabaque é claro que eles não têm uma coordenação motora fina para bater corretamente”.(informante 3)

Como você pode exemplificar este tipo de música “didática”?

    Podemos notar que todos os informantes têm a preocupação em adicionar músicas voltadas para o universo infantil, e que este tipo de música é comum nestas aulas, porém o informante três coloca a importância de se manter as músicas tradicionais, e o informante quatro coloca sua limitação sobre o conhecimento de muitas dessas musicas utilizando somente poucas delas.

    “Existem musicas especificas para crianças, que falam de escola, de respeito aos pais, de brincadeiras, coisas relacionadas ao universo infantil, dou preferência a esse tipo de musica educativa e infantil”.(informante 2)

    “Existem musicas bem tradicionais e existe também musicas adaptadas para as crianças onde se fala do mundo da criança como super heróis, coisas do mundo dela que também é legal de se trabalhar mais trabalhamos as tradicionais também”.(informante 3)

Como se aplicar a tradição dos apelidos da Capoeira na escola?

    Nesta questão, observamos que os informantes têm uma preocupação com apelidos pejorativos, e criaram formas de se aplicar e manter está tradição, como por exemplo, deixar o aluno escolher seu próprio apelido ou usar um apelido já usado em sua casa dado pelos pais. Porém, os informantes três e quatro colocam que em último caso os mestres ou eles próprios escolhem os apelidos dos alunos. O que se destaca nesta questão é o fato de todos manterem a tradição em uma questão tão complicada para o ambiente escolar.

Quais os benefícios mais importantes que a Capoeira possibilita para a criança na escola?

    Podemos ressaltar que os informantes colocam a capoeira como um instrumento de grande potencial não só para formação da identidade corporal da criança. Ressaltam, também, uma variedade de benefícios como a socialização, o respeito ao próximo, o contexto e a ligação com a história do Brasil. Trazendo enormes benefícios para o cotidiano e para o futuro da criança.

    “A capoeira trás benefícios ao desenvolvimento da criança como um todo, ajuda no ritmo, na lateralidade, no raciocínio, na parte social, na coletividade, no respeito, espírito de equipe, na historia e na parte lúdica, na diversão. Enfim, a capoeira é completa para ajudar no desenvolvimento saudável da criança”. (informante 2)

O que você acha da relação da capoeira com a Educação Física dentro da escola?

    Os informantes colocam como importante a relação da capoeira com a educação física, porém comentam que se faz necessário uma especialização tanto do professor de capoeira com a educação física, como do educador físico com a capoeira.

    “É um pouco complicado, acho legal o professor de capoeira que vive da capoeira se especializar e buscar a formação na educação física, isso vai ajudar muito nas aulas, principalmente na compreensão de desenvolvimento motor e cognitivo de cada faixa etária. Porém, acho complicado um professor que só tem formação acadêmica administrar aula de capoeira, já que a capoeira não é só técnica, tem muito mais por trás, é uma arte e também deve se buscar a especialização na capoeira, o ideal é que a capoeira e a educação física andem juntas”. (informante 2)

    Neste fato, concordamos com os informantes, pois se por um lado, a graduação em educação física não prepara o indivíduo para ministrar aulas de capoeiras, pois visa à formação do generalista, por outro lado, o praticante de capoeira necessita de uma formação para atuar com pessoas, conforme vimos na questão anterior, quando os não-formados apontam que tem receio em atuar com crianças mais novas.

    O informante quatro se coloca de uma forma mais conservadora colocando que o ensino da capoeira tem que ser de responsabilidade do capoeirista.

    “Acho até legal, quando um capoeirista estuda educação física para se aprimorar, mais uma aula de educação física não tem nada haver com a capoeira acho que aulas de capoeira têm que ser dadas por professores de capoeira e não colocar a capoeira como um instrumento para a educação física”. (informante 4)

    Podemos notar que por detrás deste conservadorismo se esconde uma estratégia de reserva de mercado de trabalho, pois há sempre um receio de que uma área de intervenção domine o mercado de outra como no caso do ato médico, onde as demais áreas de saúde brigam para que a classe dos médicos não entrem nas outras áreas de intervenção.

    Podemos perceber que os informantes demonstraram uma preocupação da relação do professor com a prática da capoeira, citando que o conhecimento da capoeira deve ser completo tanto na técnica, como da historia, dos toques dos instrumentos.

Considerações finais

    Ao realizarmos este trabalho viemos buscar formas de compreender as possibilidades e potencialidades da utilização da capoeira enquanto um conteúdo escolar. Apontamos que os profissionais de educação física relatam maior segurança no trabalho com crianças na fase pré-escolar, principalmente em relação a um trabalho mais lúdico enquanto os não formados em educação física demonstraram insegurança no trabalho com faixa etária menores. Também verificamos a preocupação do profissional da área ter um conhecimento prévio da capoeira, mantendo suas tradições.

    Observamos como preocupação dos profissionais a realização de uma capoeira adaptada ao ambiente escolar adequando golpes, musicas e os instrumentos ao ambiente escolar.

    O presente trabalho mostrou-se que a capoeira como modalidade pode ainda ser explorada por profissionais sendo veiculo para relação da educação física escolar. A capoeira vem achando seu espaço de maneira crescente no ensino de crianças na pré-escola e ensino fundamental.

Referências bibliográficas

  • DARIDO, S. C. Os Conteúdos da Educação Física Escolar: Influência, tendências, dificuldades e possibilidades

  • FREITAS, J. L. Capoeira na Educação Física – como ensinar? Curitiba: Editora Progressiva, 2007, 1° edição.

  • LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de Metodologia Cientifica. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2009.

  • SOARES, C. E. L. A Negregada Instituição: Capoeira na Corte Imperial, 1850-1890. Rio de Janeiro: Access, 1999.

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