Característica da pontuação na final da Liga Nacional de Voleibol Masculino 2009 Característica de la puntuación en la final de la Liga Nacional de Voleibol Masculino 2009 |
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Universidade Federal de Sergipe São Cristóvão, SE Nupafise Olimpismo (Brasil) |
Prof. Ms. Marcelo de Castro Haiachi* Prof. Ms. Marcelo de Aquino Resende Prof. Ms. Ailton Fernando Santana de Oliveira Prof. Dr. Carlos Roberto Rodrigues Santos |
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Resumo A pontuação em uma partida de voleibol ocorre em função dos acertos e erros da equipe adversária. Os acertos são caracterizados por ações de saque (S), ataque (A), contra-ataque (CA) e bloqueio (B) e os erros são caracterizados por ações de erro de saque (ES), erro de recepção (ER), erro de levantamento (EL), erro de ataque (EA), erro de defesa (ED), erro de contra-ataque (ECA), erro de rodízio (ROD), contato com a rede (RD) e cartão amarelo (AM). O objetivo do presente estudo centra-se na caracterização da pontuação. A amostra foi composta pelas equipes da UPIS / DF e Blumenau / SC (BLU) que disputaram a final da Liga Nacional Masculina Voleibol de 2009. Para verificação dos dados foi utilizado o modelo de scout de finalização (Haiachi et. al., 2008) separando a pontuação em acertos (A) e erros do adversário (EADV). Foram encontrados os seguintes resultados: UPIS (94 pontos – A=70% e EADV=30%) e BLU (89 pontos – A=69% e EADV=31%). A maior incidência de acertos da equipe UPIS ocorreu no ataque (52%) e no contra-ataque (29%) apresentando uma incidência de erros elevada no saque (64%). Já na equipe BLU as incidências de acertos foram semelhantes em relação ao ataque (57%) e o contra-ataque (31%) apresentando uma incidência de erros no saque (46%) e no ataque (29%). Estas informações retratam o equilíbrio entre as equipes que apresentaram números semelhantes nos erros (28) só que com incidências diferenciadas nas ações ofensivas de ataque e contra-ataque (25% contra 40%) refletindo uma falta de tranqüilidade em alguns momentos decisivos da partida principalmente em relação à virada de bola. Unitermos: Pontuação. Acertos. Erros |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 142 - Marzo de 2010 |
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Apresentação
No voleibol o sistema de pontuação sofreu várias modificações até a criação do rally point system (sistema de pontos corridos) em 1998. O sistema foi testado na superliga de voleibol temporada 1998/1999 é tinha como principal objetivo reduzir o tempo de duração das partidas (BIZZOCCHI, 2004). Com a utilização do sistema, a duração das partidas foi alterada de um tempo indeterminado (60 a 210 minutos) para 90 a 110 minutos de jogo (MACHADO, 2006). Esta redução fez com que a modalidade ocupasse um espaço na mídia televisiva fato que transformou o voleibol de simples atividade recreativa a espetáculo esportivo tornando o jogo mais atrativo para o público ganhando novos adeptos e admiradores pelo mundo (NETO, 2004).
A avaliação do desempenho dos jogadores e da equipe tornou-se uma necessidade a partir do momento que o voleibol conquista o mundo. A crescente evolução das equipes e seus diferentes sistemas de jogo geraram uma necessidade de se elaborar estratégias de análise (observação e avaliação) utilizando-se a avaliação subjetiva, a filmagem ou análise estatística da partida onde a escolha do método mais adequado ocorreria em função da quantidade e da qualidade dos observadores (HIPPOLYTE et al., 1993).
O sistema de monitoramento acompanha a evolução da modalidade e se apresenta como um componente fundamental e imprescindível para qualquer equipe de voleibol. Estes sistemas, pela evolução do jogo, muitas vezes necessitam de avaliadores experientes e programas estatísticos de alto investimento. A utilização de um modelo baseado na pontuação através da identificação das principais incidências de ações de acerto e erros do adversário em uma partida pode auxiliar as equipes amadoras por ser um método simples e de fácil apuração dos dados (HAIACHI et al., 2008).
O estudo tem como objetivo identificar as características da pontuação na final da Liga Nacional de Voleibol Masculino de 2009.
Materiais e métodos
Foram observadas as ações de finalização através da identificação das incidências de acertos e erros das equipes. Os acertos foram caracterizados por ações de saque (S), ataque (A), contra-ataque (CA) e bloqueio (B) e os erros foram caracterizados por ações de erro de saque (ES), erro de recepção (ER), erro de levantamento (EL), erro de ataque (EA), erro de defesa (ED), erro de contra-ataque, (ECA), rede (RD), invasão (INV), erro de rodízio (ROD) e cartão amarelo (AM). Para facilitar o entendimento das ações que originam o ponto define-se o ataque como sendo uma ação proveniente da recepção do saque e o contra-ataque como uma ação ocorrida em virtude da defesa. Estas informações permitem identificar o aproveitamento na virada de bola (side-out) e na parte defensiva.
A amostra foi composta pelas equipes da UPIS/DF e Blumenau/SC (BLU), finalistas da Liga Nacional Masculina de Voleibol no ano de 2009. A Liga Nacional é a segunda competição mais importante do voleibol masculino, onde os dois primeiro colocados garantem vaga na principal competição do país a Superliga. A competição é dividida em duas fases. A primeira regionalizada envolvendo 27 estados divididos em 06 (seis) grupos e a segunda com uma fase final com os seis campeões dos grupos, o segundo melhor colocado do grupo que tiver o maior número de equipes e a equipe da cidade sede ou segundo colocado do grupo com o segundo maior número de equipes.
Os dados foram coletados usando o modelo de scout de finalização proposto por Haiachi et al. (2008). Para tratamento dos dados foi utilizado uma planilha do programa Excel, versão Office 2007. A análise estatística foi realizada através de uma escala de freqüência identificando as principais incidências de acertos e erros das equipes.
Resultados
O estudo apresentou os seguintes resultados:
A equipe da UPIS venceu a partida por 3x1 (25x17, 25x23, 18x25, 26x24) totalizando 94 pontos enquanto que a equipe de BLU totalizou 89 pontos. As incidências de acertos e erros da equipe da UPIS encontram-se na tabela 01.
Tabela 1. Incidências de acertos e erros da equipe UPIS
Na equipe da UPIS 70% dos pontos ocorreram em função dos seus acertos sendo que 81% foram em função das ações de ataque e contra-ataques. Os erros do adversário representaram 30% dos pontos da equipe. Em relação a quantidade de erros da equipe a maior incidência ocorreu no saque com 64%.
A tabela 2 apresenta as incidências de acertos e erros da equipe de BLU durante a partida.
Tabela 2. Incidências de acertos e erros da equipe Blumenau
Na equipe de BLU 69% dos pontos ocorreram em função dos seus acertos sendo que 88% foram em função das ações de ataque e contra-ataques. Os erros do adversário representaram 31% dos pontos da equipe. Em relação a quantidade de erros da equipe, a maior incidência ocorreu no saque com 46% e no ataque com 29%.
A quantidade elevada de erros de saque representa uma tendência nos jogos de alto rendimento já que na final dos Jogos Olímpicos de 2008, Brasil (71%) e Estados Unidos (62%), as equipes finalistas tiveram uma incidência elevada de erros neste fundamento (PESTANA et al., 2008). Muitos erros de saque podem caracterizar uma necessidade tática das equipes já que a qualidade da recepção influencia diretamente no resultado do ataque: uma recepção perfeita gera vantagens consideráveis para a conquista do ponto. Já quando a qualidade da recepção não é boa, existirá dificuldade na execução do ataque, propiciando o contra-ataque para a outra equipe (ROCHA e BARBANTI, 2004).
Ao analisar o aproveitamento nas viradas de bola (ações de ataque) e defesa (ações de contra-ataques) a equipe da UPIS apresentou um aproveitamento um pouco inferior a equipe de BLU (81% / 88%), mas quando observamos a quantidade de erros o rendimento da equipe de BLU cai consideravelmente (40% / 25%). O sucesso do ataque está interligado à qualidade da recepção, que por sua vez definirá as possibilidades das combinações de ataque da equipe (RIZOLA et al., 2006).
Uma característica importante a ser ressaltada é o elevado número de erros das equipes (28) o que retrata uma falta de tranqüilidade em alguns momentos decisivos da partida principalmente em relação a virada de bola.
Conclusão
O scout de finalização mostra somente as ações que ocasionaram ponto traçando uma visão superficial da partida servindo para uma análise bem direta sobre os acertos e erros das equipes.
Sistemas mais avançados de monitoramento de jogo trazem mais informações aos treinadores mais o scout de finalização pode ser um recurso para treinadores e jogadores de equipes amadoras e de categorias de base.
Recomendamos mais estudos para identificação das maiores incidências nos acertos e erros em equipes de diferentes categorias e níveis competitivos.
Referências
BIZZOCCHI, C. O voleibol de alto nível: da iniciação à competição. 2ª. ed. Barueri, São Paulo: Manole, 2004.
HAIACHI, M. C. et al. Scout de finalização: um modelo de monitoramento de jogo em voleibol. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, v. 13, n. 126, nov 2008. http://www.efdeportes.com/efd126/acoes-de-salto-na-fase-final-da-liga-mundial-de-voleibol.htm
HIPPOLYTE, R. et al. Strategies of team managment through volleyball. United Kingdom: Epidote, 1993.
MACHADO, A. A. Voleibol: do aprender ao especializar. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. (Educação física no ensino superior).
NETO, S. C. S. A evolução das regras visando o espetáculo no voleibol. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, v. 10, n. 76, sep 2004. http://www.efdeportes.com/efd76/volei.htm
PESTANA, D. C. et al. Scout de finalização na final dos jogos olímpicos de 2008. Revista Científica das Faculdades Maria Thereza, v. 7, n. 1/2, jan/dez 2008.
RIZOLA, A. N. et al. O treinamento da recepção para equipes jovens de voleibol. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, v. 11, n. 95, abr 2006. http://www.efdeportes.com/efd95/recep.htm
ROCHA, C. M.; BARBANTI, V. J. Uma análise dos fatores que influenciam o ataque no voleibol masculino de alto nível. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 18, n. 4, p. 303-214, out/dez 2004.
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