O esporte na escola: sua realidade e possibilidade de mudanças | |||
Licenciado em Educação Física pela Universidade Castelo Branco (UCB/RJ) Graduando do Bacharelado em Educação Física pela UCB/RJ |
Eduardo Alves Leite eduardo.alvesleite@yahoo.com.br (Brasil) |
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Resumo O artigo, derivado da monografia do autor, apresentada na Universidade Castelo Branco, no Rio de Janeiro em 2009, visa analisar a realidade do esporte que é aplicado nas aulas de Educação Física nas escolas, e após essa análise avaliar possibilidades de mudanças com o objetivo de transformá-lo através das abordagens críticas e dos PCN’s, com a introdução de mais modalidades esportivas e com o resgate do lúdico. Trata-se de uma reorientação do sentido do esporte, visando mais o lazer e menos o alto rendimento. A metodologia caracterizou a pesquisa como bibliográfica. Conclui-se que é possível ocorrer essa transformação a partir do entendimento crítico do esporte pelos profissionais de Educação Física, criando um projeto de cultura esportiva escolar, onde neste se aplicaria mais modalidades esportivas e resgataria o caráter lúdico do esporte. Unitermos: Educação Física Escolar. Esportes. Abordagens pedagógicas |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 142 - Marzo de 2010 |
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Introdução
O esporte é conteúdo hegemônico nas aulas de educação física nas escolas atualmente, porém sua aplicação normalmente se restringe a poucas modalidades, deixando de lado algumas outras importantes, como o atletismo, a dança e a ginástica. Além disto, o esporte é transmitido na maioria das vezes com a idéia da competição, uma idéia que deveria estar em segundo plano, pois o ideal seria educar através do esporte.
Estudando o assunto, percebeu-se que algumas abordagens pedagógicas falam desse problema e alguns autores também acreditam que é preciso transformar o esporte que é aplicado na escola em um esporte que ao invés de se preocupar em formar atletas, seja capaz de oferecer aos alunos um leque de opções de atividades que os ajude na sua formação.
Nesse pensamento, Oliveira (2005, p.203) pensa num projeto que transforme as aulas de educação física num trabalho de reflexão do esporte, onde as crianças experimentando e vivenciando o esporte, construiriam outros valores para as aulas, resgatando a prática social como elo entre ensino e produção, transformando a escola numa fábrica de esportes.
Segundo Kunz (1994, p.56) o esporte na escola alcançaria seu objetivo, numa concepção crítico-emancipatória, quando as crianças puderem se desenvolver através dele, tornando-se adultos capazes de praticar esportes como crianças.
Após essas considerações fica a dúvida: como transformar através das abordagens pedagógicas a aplicação do esporte na educação física escolar? As respostas são inúmeras, porém o foco desse estudo é na aplicação de mais modalidades esportivas nas aulas de educação física e no resgate do lúdico no esporte aplicado na escola.
Nesse entendimento, Bourdieu (apud OLIVEIRA, 2005, p. 117) utiliza a dança como exemplo de atividade que se diferencia dos outros esportes por não se aprender simplesmente a repetição e sim a aprendizagem de expressões na ação corporal que transmitam sentimentos.
Bracht (apud OLIVEIRA, 2005, p. 200) afirma que a ação pedagógica deve ser voltada para a recuperação do caráter lúdico no desporto na escola. Logo em seguida, Oliveira (2005, p.199) afirma que com o resgate do lúdico, a tentativa de separação entre jogo e esporte, seria rompida.
Em síntese, percebe-se que, no mundo escolar, o esporte vem sendo empregado de maneira inadequada. Verificou-se que algumas mudanças precisam ser feitas no sentido de reorientar o sentido do esporte, dando maior ênfase ao lazer e menor à competitividade.
O objetivo do presente estudo é contribuir para que de fato haja esta transformação do esporte na escola, discutindo algumas abordagens pedagógicas, mostrando o que essas falam sobre o esporte e indicando as possibilidades de aplicação dessa transformação.
O esporte na escola: sua realidade
Sem dúvida alguma, o esporte é o conteúdo mais difundido nas aulas de Educação Física nas escolas. Sua prática é tão significativa no sistema de ensino escolar que deixou de ser o esporte da escola, para ser o esporte na escola, como se a Educação Física fosse subordinada aos princípios do esporte. Assim, a relação entre professor e aluno passou a ser uma relação de professor-treinador e aluno-atleta. (COLETIVO DE AUTORES (1992), apud CAPARROZ, 2007)
Segundo a definição do Conselho Federal de Educação Física (2002, p. 26), o esporte é:
a atividade competitiva, institucionalizado, realizado conforme técnicas, habilidades e objetivos definidos pelas modalidades desportivas, determinado por regras pré-estabelecidas que lhe dá forma, significado e identidade, podendo também ser praticado com liberdade e finalidade lúdica estabelecida por seus praticantes, realizado em ambiente diferenciado, inclusive na natureza (jogos da natureza, radicais, orientação e outros).
Em que pese à definição acima, o esporte que se reproduz na escola, não é o esporte com ideais sociais e educativos, e sim o esporte cópia do esporte rendimento, que leva poucos o sucesso e muitos ao fracasso. O esporte de rendimento foi por muito tempo defendido como se fosse a cura para todos os males. A lógica era ensinar valores morais e sociais, além de promover a saúde e a esperança de uma vida melhor. (MACHADO e MORENO, 2006, p. 4)
O esporte na escola passou a assumir os princípios da instituição esportiva, dando maior valor a competição, concorrência e rendimento, ao assumir estes, a escola tornou-se a base da pirâmide esportiva. Não que a competição não tenha seu valor, o problema está nos excessos que muitas vezes a competição leva. Betti (1991, p. 53), nas considerações de Belbenoit, questiona a possibilidade de existir um esporte sem competição, pois seria uma contradição, já que está na essência do esporte há uma busca por afirmação, o que de alguma forma exige a defrontação entre os competidores.
Segundo ele, o problema é a prioridade dada pela escola à competição e a formação de atletas, uma vez que a prioridade deveria ser fornecer uma o maior número de atividades formativas possíveis.
Ainda nas considerações de Belbenoit, Betti (1991, p. 54) descreve que o problema da educação através do esporte, está na capacidade das virtudes superarem os vícios (doping, fraudes e vitória a qualquer preço). Nas palavras do autor (1991, p.55):
O desporto não possui nenhuma virtude mágica. Ele não é em si mesmo nem socializante nem anti-socializante. É conforme: ele é aquilo que se fizer dele. A prática de judô ou râguebi pode formar tanto patifes como homens perfeitos preocupados com o “fair-play”.
Nesse entendimento de que o esporte na escola é capaz de educar, Bracht (1986, p. 65) considera essa educação através do esporte, que serve a instituição esportiva, tendo o significado de internalizar normas e valores comportamentais para que o indivíduo se adapte a sociedade capitalista. “Em suma, é uma educação que leva ao acomodamento e não ao questionamento. Uma educação que ofusca, ou lança uma cortina de fumaça sobre as contradições da sociedade capitalista”.
Em síntese, o esporte na escola está predominantemente vinculado ao esporte de rendimento, quando na realidade deveria estar ligado ao esporte lazer. Não quer dizer, que essas duas dimensões não estejam relacionadas, ou seja, o esporte lazer também forma atletas e o esporte de rendimento também educa. Chega-se então no ponto crucial para a reorientação do sentido do esporte na escola, fazê-lo alcançar seu papel social.
Nos anos 80, surgem as abordagens críticas, que começam a tratar da transformação social através da Educação Física escolar e do esporte.
Abordagens críticas
As abordagens críticas surgem em oposição ao modelo mecanicista da Educação Física escolar, na tentativa de romper a hegemonia do esporte e da aptidão física, utilizando a tendência marxista. Essas abordagens, também chamadas de progressistas, começam a discutir o jeito alienante da Educação Física na escola. Numa perspectiva crítica, a Educação Física “estaria atrelada às transformações sociais, econômicas e políticas, tendo em vista a superação das desigualdades sociais” (DARIDO, 2008, p. 15).
Dentro das abordagens críticas encontramos suas duas principais tendências, a abordagem crítico-emancipatória e a abordagem crítica-superadora. A primeira se trata de uma concepção propositiva não-sistematizada, pois apenas identifica uma nova prática e não sistematiza uma metodologia para a nova prática. Já a segunda é uma concepção propositiva sistematizada porque apresenta parâmetros e princípios metodológicos para a nova prática. Vale ainda lembrar, que apesar de as duas serem abordagens críticas, nem sempre suas posições são comuns.
São nessas duas abordagens que este estudo foca para a transformação do esporte aplicado nas escolas. Deixando claro aqui, que criticar o esporte não é ser contra ele, mas sim expor fatos para que este seja melhorado. Segundo Bracht (2000), criticar o esporte é tratá-lo pedagogicamente, colaborando para que ele assuma características mais adequadas.
A abordagem crítico-emancipatória tem em Elenor Kunz (1994) e seu livro Transformações didático-pedagógicas do esporte, seu principal autor e obra, e é nesta em que o pesquisador se baseia para discutir essa abordagem. Com base na Filosofia, Sociologia e Política, esta abordagem tem sua finalidade na reflexão crítica emancipatória dos alunos, onde a temática principal está na transcendência de limites e esportes.
Segundo Kunz (apud DARIDO, 2008, p. 16), o papel da educação emancipatória é libertar o aluno “das condições que limitam o uso da razão crítica e com isto todo o seu agir social, cultural e esportivo”. Esta libertação aconteceria a partir do momento em que as competências fossem desenvolvidas, essas competências são ligadas às categorias de trabalho. As competências objetiva, social e comunicativa, ligadas às categorias trabalho, interação e linguagem, respectivamente. E para saber a forma que o esporte deve ser trabalhado na escola o autor aponta a competência comunicativa como prioridade na ação educativa, neste momento esta competência esta ligada principalmente na linguagem verbal, desenvolvendo no aluno o aprender a compreender.
Nesse entendimento, o aprendizado do esporte esta relacionado ao entendimento crítico, “não se dá apenas pelas experiências objetivas, mas também pelo próprio falar sobre as experiências e entendimentos do mundo dos esportes”. (KUNZ, apud OLIVEIRA, 2005, p.118 e 119).
Sobre orientações didáticas, nesta abordagem o professor busca a transcendência de limites do aluno, confrontando-o com sua realidade de ensino. Para ensinar isso, o professor deve levar o aluno a descobrir através da própria experiência um caminho para uma boa participação nas atividades, os alunos devem também expor suas experiências e ainda devem aprender a questionar sobre suas aprendizagens, a fim de entender o significado cultural.
Ainda segundo o autor, para que se garanta essa condição crítico-emancipatória, é necessária a transformação individual e coletiva do sentido do esporte, junto à transformação prática. Neste momento, entra o elemento reflexivo permitindo o entendimento das possibilidades de reorientação do sentido do esporte.
Já a abordagem critico-superadora tem em Valter Bracht, Lino Castellani Filho e Celi Taffarel seus principais autores e em Metodologia do Ensino da Educação Física (COLETIVO DE AUTORES, 1992) seu trabalho mais marcante. Com base na Filosofia Política, esta abordagem tem na transformação social sua finalidade. Sua temática prioriza a cultura corporal e a visão histórica, com conteúdos como: conhecimento sobre o jogo, esporte, dança e ginástica. Sua metodologia está na tematização e a avaliação em considerar a classe social e observação sistemática.
A proposta desta abordagem se apóia na justiça social, levantando questões de como adquirimos os conhecimentos sobre poder, interesse, esforço e contestação. Valorizando a contextualização e o resgate histórico, possibilitando o aluno perceber as mudanças ao longo dos tempos. (DARIDO, 2008, p. 8)
Nesse entendimento, Castellani Filho (1998, p. 53-54) explicita a finalidade da capacidade de apreensão (no sentido de compreensão) pela educação física: “proporcionar a intervenção autônoma, crítica e criativa do aluno nessa dimensão de sua realidade social, de modo a modificá-la, tornando-a qualitativamente distinta daquela existente”.
Ainda segundo o autor, a ação pedagógica deve ter o esporte como tema central, mas também considerar a dança e a ginástica. Além disto, o autor escolhe para o processo de tematização, a competição como eixo articulador, com o sentido de superar equívocos. A competição neste sentido seria uma caixa de motivação que envolve os conteúdos.
A idéia defendida por Vago (1996, p.7) é de que a escola deve criar uma cultura escolar de esporte, interrompendo a reprodução das práticas de esporte hegemônicas. Para Oliveira (2005, p.141) o problema desta criação reside no fato de o esporte entrar na escola e sair do mesmo jeito que entrou, sem modificações, sendo apenas reproduzido. A possibilidade de mudança está na atuação do professor, instruída por um projeto político-pedagógico, transformando este esporte que entra na escola. Vago (1996, p.13) sugere o confronto dos valores do esporte que o fazem excludente com os valores da participação, respeito e do lúdico. Significa nesse momento dizer que a escola não deve repetir o trabalho e sim realizar o trabalho do esporte.
Segundo Oliveira (2005, p.143) existe a necessidade de um diálogo entre essas duas abordagens, colocando um desafio a essas tendências:
sem abrir mão de suas diferenças, o que significa não abrir mão da própria qualidade de ser crítica, aprofundar o diálogo no sentido de potencializar o segundo pólo de cada uma, numa síntese superadora-emancipatória.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais
Em 1998, surgem os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), inspirados no modelo educacional espanhol, incluindo um documento específico para a Educação Física. Seus principais autores foram Marcelo Jabu e Caio Costa, e suas áreas de base são a Psicologia e a Sociologia. Na Educação Física, a sua finalidade é introduzir o aluno na esfera da cultura corporal de movimento e sua temática está no conhecimento sobre o corpo, esportes, lutas, jogos, brincadeiras e atividades rítmicas e expressivas. (DARIDO, 2008, p. 19-21)
Mesmo possuindo objetivos bem amplos, os PCNs (1998) elegem a cidadania como eixo norteador da Educação Física escolar, e possuem três princípios: o princípio da inclusão, as dimensões dos conteúdos e os temas transversais.
Sobre o esporte, o documento diz que as atividades desportivas não se restringem ao simples exercícios de habilidades, mas capacitar os alunos a refletir sobre as possibilidades corporais, discernindo o caráter mais competitivo ou recreativo de cada situação. Participar das atividades e aprender a diferenciá-las.
Pode-se dizer que a abordagem dos PCNs é bem diversificada, apontando diversas possibilidades como a saúde, o lazer e a reflexão crítica da cultura corporal do movimento
Inserção de mais modalidades esportivas
É comum atualmente, as aulas de Educação Física serem divididas em modalidades por bimestre, utilizando durante o ano todo somente quatro modalidades, além disto, este modelo é repetido ao longo dos anos para todos os períodos e alunos. Betti (1999, p.25-28) fala sobre esse problema e questiona onde estão os demais conteúdos da Educação Física, como a dança, ginástica e atletismo? Segundo a autora, talvez seja “pela insegurança dos professores em relação a conteúdos que não dominam, e desta forma trabalham com o que possuem mais afinidade”. Percebeu-se que os professores ainda pensam muito no ensino por demonstração. Sem desmerecer o seu valor, ela acredita que o professor deve fazer o aluno pensar no movimento realizado.
Utilizando as considerações de Bourdieu, Oliveira (2005, p.116) acredita que o interessante dessa situação é o “sei fazer, mas não sei explicar como se faz”, em relação ao ensinamento da consciência corporal para os alunos. Mesmo sabendo que em muitas situações o gesto é aprendido por imitação, na escola e nos desportos não é adequado utilizar o “faça como eu” como forma de ensino. Citando o exemplo da dança, o autor acredita na problematização como estratégia para que a expressão corporal aflore, e na expressão corporal a possibilidade de um gesto inusitado.
Alguns professores de Educação Física utilizam como argumento para a pouca variedade de modalidades, a questão do espaço e do material. Em relação ao espaço, recorre-se mais uma vez ao exemplo da dança, que necessita apenas de um espaço qualquer e um aparelho de som. E com essa modalidade, podem ser incluídas dentre outras coisas, as danças folclóricas. Quanto ao material, o exemplo é o do atletismo, que é pouco trabalhado, e quando é, tem seu conteúdo reduzido a corridas e saltos. Isto pode ser superado facilmente com a utilização de materiais adaptados, como latas e cabos de vassoura, pneus e areia, como obstáculos. (BETTI, 1999, p.29)
Em síntese, os professores devem apresentar aos alunos, a maior quantidade possível de modalidades esportivas, e não apenas se restringir aos esportes mais populares. Cabe também aos professores, inserir dentro dessas atividades a possibilidade de transformação e reflexão do aluno, tornando assim possível alcançar a educação através do esporte.
O resgate do lúdico no esporte
Com a característica competitiva que o esporte ganhou, o lúdico vem sendo esquecido com o passar do tempo. Porém, percebeu-se a necessidade de resgatar a ludicidade no esporte, principalmente para torná-lo mais educativo.
É válida nesse momento uma definição sobre ludicidade. O lúdico é o conjunto de elementos especificamente humanos que cria espaço entre o real e o imaginário, no qual sua criatividade transforma-se de acordo com a cultura, a história e as condições existentes em que a cada individuo se insere.
Nesse entendimento, Oliveira (2005, p.200) acredita que com o resgate do lúdico no esporte da escola, transformaria “o compromisso com a vitória em compromisso com a alegria e o prazer”. Acredita também no aprofundamento da relação “esporte-ludicidade”.
Sobre as considerações de Gruneau, Bracht (1997, p.119) acredita que o caráter lúdico no esporte persiste como forma de “resistência a total instrumentalização do esporte”.
A obra de Rigo (1995, p.91) questiona as características que o Esporte Moderno está absorvendo em relação aos valores. O autor ainda propõe que:
[...] a Educação Física, ao tematizar em suas aulas, o Esporte Moderno, deve preocupar-se em resgatar e valorizar neste, as características do “jogo”, do universo lúdico, que de alguma maneira ainda sobrevivem, mesmo que timidamente, dentro dele.
Percebeu-se que existe uma discussão entre jogo e esporte, e a particularidade entre eles é evidenciada através da atividade lúdica. Nesse sentido, Bruhns (1991, p.10) aponta dois argumentos importantes. O primeiro diz respeito à supervalorização do esporte, que faz os professores não perceberem a “dimensão educativa da atividade lúdica”. Num segundo momento a autora, distingui o esporte em duas ações: jogar e praticar. Praticar seria no sentido de treinamento, exigindo um adversário, por outro lado, jogar tem um sentido lúdico, exigindo um parceiro.
Metodologia
A metodologia caracterizou a pesquisa como bibliográfica, e seu referencial teórico foi obtido através de livros e artigos relacionados ao tema da pesquisa, fundamentada em publicações de autores que tratam do assunto pesquisado. A delimitação da pesquisa se limitou nas aulas de Educação Física escolar nos ensinos fundamental e médio. A coleta e a análise dos dados foram apuradas através do material bibliográfico.
Conclusões
Os resultados permitiram identificar que é possível transformar o esporte aplicado na escola, em um esporte voltado para a educação e o lazer, com características de jogo e ludicidade, reduzindo o valor do rendimento e da competição. Onde a competição serviria, nesse sentido, como um elemento motivador para a realização dos conteúdos.
Essa transformação se daria através dos profissionais de Educação Física, a partir do entendimento deles sobre o esporte na concepção das abordagens críticas. Utilizando o esporte como ferramenta educacional, capaz de levar os alunos a repensar o caráter alienante do esporte escolar e superar as injustiças sociais.
A aplicação destas transformações estaria vinculada a um projeto de cultura esportiva escolar, este romperia o modelo muito utilizado atualmente, que limita o esporte a poucas modalidades. Essa mudança levaria os alunos a conhecer e experimentar uma maior quantidade de modalidades esportivas.
Percebeu-se através dos dados obtidos que o esporte na escola teria com o resgate do lúdico uma perspectiva que apontaria para o compromisso com a ludicidade, um esporte modificado através da reflexão dos próprios alunos, que traria para eles mesmos, entre outras coisas, outros valores e princípios. Formando alunos capazes de se desenvolver através do esporte e se tornarem cidadãos conscientes para a sociedade.
Referências
BETTI, Irene Conceição Rangel. Esporte na escola: mas é só isso professor? . Motriz. V. 1, nº 1, p. 25-31, junho/1999.
BETTI, Mauro. Educação Física e sociedade. São Paulo: Movimento, 1991.
BRACHT, Valter. A criança que pratica esporte respeita as regras do jogo... capitalista. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, São Paulo, v. 7, nº 2, p. 62-68, janeiro, 1986.
BRACHT, Valter. Sociologia crítica do esporte: uma introdução. Vitória: UFES/CEFED, 1997.
BRACHT, Valter. Esporte na escola e esporte de rendimento. Movimento. Porto Alegre, ano 06, nº 12, p.14-24, 2000.
BRUHNS, Heloísa Turini. O jogo e o esporte. Revista da Fundação do Esporte e Turismo, v. 3, nº 1, p. 9-11. 1991.
CAPARROZ, Francisco Eduardo. Entre a educação física na escola e a educação física da escola: a educação física como componente curricular. 3ª ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2007.
CASTELLANI FILHO, Lino. Política educacional e educação física. Campinas: Autores Associados, 1998.
DARIDO, Suraya Cristina. Educação Física Escolar: questões e reflexões. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
KUNZ, Elenor. Transformação didático-pedagógica do esporte. Ijuí: Unijuí, 1994.
MACHADO, Afonso A.; MORENO, Ricardo Macedo. Re-significando o esporte na educação física escolar: uma perspectiva crítica. Movimento e Percepção. Espírito Santo de Pinhal, SP, v. 6, nº 8, janeiro/junho, 2006 – ISSN 1679-8678.
OLIVEIRA, Sávio de Assis. Reinventando o esporte: possibilidades da prática pedagógica. 2ª ed – Campinas, SP: Autores Associados, 2005.
RIGO, Luiz Carlos. A educação física fora de forma. Revista Brasileira de Ciência do Esporte. Santa Maria, RS, v. 16, nº 2, p. 82-93, janeiro, 1995.
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