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Perfil antropométrico e nível de atividade física de 

adolescentes participantes da VIII Feira das Profissões

Perfil antropométrico y nivel de actividad física de adolescentes participantes de la VIII Feria de Profesiones

 

*Esp. Atividade Física, Desempenho Motor

e Saúde CEFD/UFSM

**Profª. Adj. CEFD/UFSM

(Brasil)

Leandro do Santos*

Vanderson Luis Moro* | Eliane Celina Guadagnin*

Silvana Corrêa Matheus**

le_edfisica@hotmail.com

 

 

 

Resumo

          O presente estudo visou avaliar o perfil antropométrico e o nível de atividade física de adolescentes participantes da VIII Feira das Profissões. Para tanto, 27 adolescentes de ambos os sexos, com idades entre 14 e 17 anos, foram avaliados. Foi avaliado o Nível de Atividade Física (NAF), através de uma entrevista dirigida semi-estruturada e a composição corporal através da antropometria. Os resultados demonstraram que a estatura e a massa corporal apresentaram níveis acima dos referenciais adotados em ambos os grupos nas faixas etárias entre os 14 e 15 anos, assumindo valores próximos aos referenciais na faixa etária entre 16 e 17 anos e que os níveis de atividade física mantiveram-se dentro dos valores normativos (WHO, 2007).

          Unitermos: Composição corporal. Adolescentes. Atividade física

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 142 - Marzo de 2010

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Introdução

    Dados da Organização Pan-Americana da Saúde demonstram que cerca de 50 % a 60 % dos homens e mulheres possuem sobrepeso ou são obesos, acompanhando uma tendência mundial (OPAS, 2007).

    Este quadro tem relação direta com os maus hábitos alimentares, ou seja, aumento no consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas, açúcares e sal, juntamente com a diminuição do consumo de frutas, verduras, cereais e legumes. Além de níveis de atividades físicas abaixo dos recomendados para a manutenção de uma vida saudável.

    O resultado disto é uma geração de adultos com problemas nutricionais, metabólicos e cardiovasculares (FERREIRA, 2007).

    Preocupados com esta realidade e visando evitar que o mesmo aconteça com as gerações futuras, diversos estudos vêm acompanhando as alterações na composição corporal e no perfil do desenvolvimento de crianças e adolescentes.

    Nesse sentido, o presente estudo visou avaliar o perfil antropométrico e os níveis de atividade física de adolescentes participantes da VIII Feira das Profissões.

Grupo de estudo

    A amostra contou com 27 adolescentes, divididos em dois grupos (G1 = 14 meninos com idades entre 14 e 17 anos e G2 = 13 meninas com idades entre 14 e 17 anos), todos residentes no estado do Rio Grande do Sul (70,4 % Região Central; 14,8 % Fronteira Oeste; 7,4 % Planalto Nordeste; 3,7 % Região Sul; 3,7% Planalto Centro Norte), participantes da VIII Feira das Profissões, evento realizado anualmente pela Universidade Federal de Santa Maria, objetivando proporcionar uma aproximação entre as principais atividades profissionais e o mercado de trabalho, através de estandes demonstrativos e interativos.

Medidas e procedimentos para coleta de dados

    O presente estudo atendeu as normas para realização de pesquisa em seres humanos, de acordo com a resolução nº196/96 do Conselho Nacional de Saúde de 10 Outubro de 1996. Todos os voluntários assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

    A massa corporal foi mensurada através de uma balança de travessão da marca Arja, com resolução de 0,1 kg. Para medir a estatura foi utilizado um estadiômetro de madeira com resolução de 0,5 cm. Para a mensuração das dobras cutâneas foi utilizado um compasso científico da marca CescorfTM com resolução de 0,1 mm. As dobras cutâneas mensuradas foram a bicipital, a tricipital, a subescapular, a axilar média, a supra-ilíaca, a abdominal, a coxa e a panturrilha. Tais avaliações antropométricas foram realizadas seguindo padronização estabelecida por Petroski (2003).

    Para a determinação do percentual de gordura corporal (% GC) foram utilizadas as equações propostas por Slaughter e colaboradores (1988).

    O índice de massa corporal (IMC) foi verificado através do resultado da massa corporal, dividida pela estatura elevada ao quadrado (Kg/m2).

    Os níveis de atividade física foram avaliados em uma entrevista dirigida semi-estruturada abordando a freqüência semanal, a duração e o tipo de atividade física desenvolvida.

    Os dados foram submetidos à estatística descritiva, utilizando-se média e desvio-padrão.

Resultados e discussão

    Na Tabela 1 se encontram os dados descritivos da amostra na forma de médias e desvio-padrão (DP):

Tabela 1. Dados descritivos da amostra

    No Gráfico 1 são apresentadas as estaturas por idade do grupo estudado (G1 = sexo masculino; G2 = sexo feminino) e comparadas com os valores de referência (WHO, 2007).

    Quando comparadas com os escores de referência para estatura por idade, elaboradas para escolares e adolescentes pela WHO (2007), verifi-camos que no G1 a média foi superior na faixa etária entre os 14 e 15 anos, aproximando-se da referência na faixa compreendida entre os 16 e 17 anos. Enquanto que no G2 as médias apresentaram valores próximos aos referenciados, exceto na faixa etária dos 15 anos, onde a média do grupo estudado foi superior.

    Mesmo quando comparadas com as médias referenciadas por Glaner (2003), o qual estabeleceu percentis para variáveis que caracterizam o crescimento, em 1420 adolescentes gaúchos e catarinenses, notamos que a média do grupo estudado é superior em todas as faixas etárias, tanto no G1, quanto no G2.

    No Gráfico 2 são apresentados os valores de massa corporal em cada faixa etária do grupo estudado e comparadas com as referenciadas por Glaner (2003).

    Nota-se que as médias no G1 foram superiores em todas as idades na comparação com o estudo referenciado e que dentro do próprio grupo, na faixa etária entre os 14 e 15 anos os valores foram superiores a faixa etária entre os 16 e 17 anos. Já para o G2, composto pelas meninas, houve uma aproximação na faixa etária dos 14 anos com o referenciado, assumindo valores acima da média na faixa etária dos 15 anos e obtendo valores próximos e até inferiores entre os 16 e 17 anos de idade.

    No Gráfico 3 são apresentados os valores do IMC por idade do grupo estudado e comparadas com os valores de referência (WHO, 2007).

    Como demonstrado no Gráfico 3, o IMC do grupo estudado foi superior a média referenciada pela WHO (2007) e Glaner (2003), para o G1em todas as idades, já para o G2, obteve-se médias inferiores as apresentadas pela WHO (2007), exceto na faixa etária entre os 14 e 15 anos, sendo que o IMC do grupo ficou acima da média de referência e médias semelhantes às referenciadas por Glaner (2003).

    Porém, sabe-se que o IMC não leva em consideração o % GC, que quando analisado (Gráfico 4), demonstrou que para ambos os grupos, G1 e G2, o mesmo apresentou escores dentro da faixa considerada adequada por Deurenberg et al. (1990), ou seja, percentuais de gordura entre 10 % e 20 % para o sexo masculino e 15 % a 25 % para o sexo feminino. Exceto na faixa etária dos 15 anos no G2, que apresentou escores superiores (26,01 %), porém próximos aos referenciados.

    Quanto aos NAT’s, tanto no G1, quanto no G2 os mesmos apresentaram níveis dentro dos considerados adequados segundo a WHO (2002), ou seja, um mínimo de dois dias de exercícios físicos moderados durante a semana.

Conclusão

    Pode-se concluir, através da análise dos dados obtidos, que a estatura e a massa corporal apresentaram níveis acima dos referenciais adotados em ambos os grupos nas faixas etárias entre os 14 e 15 anos, apresentando valores próximos aos referenciais na faixa etária entre os 16 e 17 anos. Tendo influência direta nos resultados obtidos com a análise do IMC, que também apresentou escores mais elevados entre os 14 e 15 anos.

    Os níveis de atividade física apresentaram valores considerados adequados conforme o referencial adotado.

Bibliografia

  • DEURENBERG, P.; PIETERS, J.J; HAUTVAST, J.G. The assessment of the body fat percentage by skinfold thickness measurements in childhood and young adolescence. Br J Nutr. 1990;63(2):293-303.

  • Ferreira, S.; Tinoco, A.L.A.; Aguiar, J.M.; Lima, M.G.; Custódio, I.D.D. Obesidade infantil: etiologia e conseqüências para a saúde. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Ano 11, N° 106, Março de 2007. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd106/obesidade-infantil-etiologia-e-consequencias-para-a-saude.htm

  • Glaner, M.F. Referenciais para o crescimento físico de adolescentes gaúchos e catarinenses. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano: Volume 5, Número 1, p. 17-26 . 2003.

  • OPAS. Organização Pan-Americana da Saúde. Saúde nas Américas: 2007 Washington, D.C.: OPAS,© 2007—2v. (OPAS, Publicação Científica e Técnica Nº 622).

  • Petroski, E.L. Antropometria, técnicas a padronizações. 2a ed. Porto Alegre: Pallotti, 2003.

  • Slaughter, M. H. et al. Skinfold equations for estimation of body fatness in children and youth. Human Biology, 60:709-23, 1988.

  • World Health Organization. Sedentary Lifestyle: A Global Public Health Problem. Genebra:WHO; 2002.

  • World Health Organization. Development of a WHO growth reference for school-aged children and adolescents. Bulletin of the World Health Organization, Genebra:WHO, 2007.

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