Variáveis antropométricas e motoras em mulheres idosas praticantes de hidroginástica e musculação Variables antropométricas y motoras en mujeres mayores practicantes de gimnasia en el agua y musculación |
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*Licenciado em Educação Física **Especialista em avaliação e prescrição de exercícios, e em educação especial. ***Professor Doutor da Universidade Norte do Paraná. ****Laboratório de Fisiologia do Exercício da Universidade Estadual de Maringá - LABFISE (Brasil) |
Thais Vidal Andreato* ** Tricy Lopes Gomes de Moraes* Marcelo Romano* Denílson de Castro Teixeira* *** Leonardo Vidal Andreato* **** |
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Resumo A busca pela atividade física, bem como a hidroginástica, passou a ser muito procurada por pessoas idosas, porque esta atividade com sua prática contagiam e dão ânimo, além de proporcionar muitos benefícios para o corpo e a mente, oferecendo segurança na sua prática, sendo uma das atividades de baixo impacto. Outros exercícios com carga, como a musculação, também são procurados como prevenção as doenças, além de fortalecer a musculatura e reduzir a perda de massa óssea. O presente estudo tem como objetivo através da pesquisa de campo verificar os efeitos com que a prática regular da hidroginástica e musculação traz a um grupo de 30 mulheres, acima de 45 de anos, praticantes de hidroginástica e musculação de Apucarana-PR. Foi aplicado os testes de IMC e três testes neuromotores: flexão de cotovelo, para determinar a força de membros superiores; levantar e sentar da cadeira em 30 segundos, para a força de membros inferiores e o shutle run, para agilidade corporal; onde os dados foram categorizados e submetidos a estatística descritiva. Os resultados mostraram que as mulheres avaliadas apresentaram semelhanças nos resultados. Unitermos: Atividade física. Terceira idade. Hidroginástica. Musculação
Abstract To look for gym and to water gym is more intensive for old person because this activity give animus and another beneficious for the mind and the body, this activity is giving another good thinks. Other exercises with burden like musculation also are important for the health warning, to strengthen the muscled and to reduce the osseous mass. This composition is going to show, by research, the effects of the musculation and water gym gave for thirty women, above 45 years. These women practice this activity by Apucarana, PR. We gave the IMC tests and three neuromotors tests: the elbow flexion for specificated the power of superior members; to stand up and to sit in the chair in thirty seconds for specificated the power of inferior members and shuttle run, for to specificated the agility of body. These informations were separate and we did statistics description. The results show for us that the women by analysis present similarity results. Keywords: Physical activity. Third age. Water gym. Musculation |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 142 - Marzo de 2010 |
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Introdução
Uma das primeiras constatações que fazemos na infância é que a maioria das coisas que conhecemos, inclusive os seres humanos, modifica-se ou deteriora-se com o passar do tempo. Há quem encare o envelhecimento como algo inevitável, aceitando-o como destino da maioria das coisas com as quais estamos familiarizados e como uma conseqüência normal da passagem do tempo.
O envelhecimento é um processo multidimensional e multidirecional, uma vez que existe uma variabilidade na taxa e na direção das mudanças em diferentes características em cada e entre os indivíduos (MATSUDO, 2001). Um dos fatores preocupantes é que a cada ano a população que pertence ao grupo da terceira idade, cresce de forma acelerada. Em 1998, a expectativa de vida dos brasileiros era de 68 anos, onde no início do século era apenas de 33 anos (CALDAS, 1998).
Envelhecer de maneira saudável significa fundamentalmente que, além da manutenção de um bom estado de saúde física, as pessoas necessitam de reconhecimento, respeito, segurança e sentirem-se participantes de sua comunidade, onde podem colocar sua experiência e seu interesse, tornando indispensável a obtenção de cuidados em relação aos problemas de saúde que se apresentam nessa etapa da vida.
O contato com atividades físicas na terceira idade começa geralmente por indicação médica; o fato é que essas pessoas acabam encontrando nos exercícios muito mais que alívios para suas dores, fazem novas amizades e têm momentos de descontração. O horário de exercícios físicos é um momento em que a pessoa reserva o tempo para si, para cuidar de sua beleza, de sua saúde e até mesmo para refletir sobre a própria vida; percebendo essa necessidade os profissionais da área estão se especializando para melhor atender a esta população.
As atividades mais recomendadas por médicos para o idoso são os exercícios na água, como a hidroginástica, pois é um exercício ideal para as pessoas que possuem problemas ósseos, como a osteoporose; isto porque, na água são reduzidos os efeitos da gravidade sobre as estruturas ósseas e articulares, diminuindo os desgastes e os impactos, o que pode ocasionar fraturas. E esta prática regular tem sido eficaz para aumentar a aptidão física de mulheres acima de 60 anos (ALVES et al., 2004).
A musculação tem sido amplamente praticada pela população idosa, além de ser considerada uma atividade segura, principalmente por ser de baixo impacto a sua prática tem-se mostrado eficaz ao melhorar o desempenho nas atividades de vida diária e propiciar um aumento na força muscular (RABELO et al., 2004; FLECK e KRAEMER, 2006).
Por serem mais divulgadas, a hidroginástica e o trabalho com pesos conquistaram os idosos, por ambas serem prazerosas e possibilitarem ao idoso uma melhor capacidade funcional e uma vida mais saudável.
Desta forma, o objetivo do presente estudo foi investigar se existem diferenças nas variáveis antropométricas e motoras de mulheres de meia idade e idosas que praticantes hidroginástica e musculação.
Métodos
Amostra
Participaram deste estudo 30 mulheres com mais de 45 anos freqüentadoras de uma academia da cidade de Apucarana divididas em dois grupos: (1) Grupo de Hidroginástica: 15 mulheres praticantes de hidroginástica com a média de idade de 60 anos; (2) Grupo de Exercícios Resistidos: 15 mulheres de cada grupo praticantes de exercícios resistidos com a média de idade de 62 anos. Ambos os grupos freqüentavam as aulas duas vezes por semana com duração aproximada de 50 minutos cada sessão.
Instrumentos de medida
Foi aplicado um questionário semi-aberto para investigar os motivos da procura da modalidade de exercício praticado, tempo de prática, problemas relacionados à saúde e benefícios da atividade.
Ambos os grupo tiveram sua massa corporal mensurada com utilização de balança Fillizola® com precisão de 0,1 kg, e estatura determinada em estadiômetro Seca® com precisão de 0,1 cm, segundo protocolo de Lohman et al. (1988). A partir das medidas de peso e estatura determinou-se o índice de massa corporal (IMC) por uso do quociente massa corporal/estatura2 (kg/m2).
Para determinar a força de membros superiores foi aplicado o teste de flexão de cotovelo, (RIKLI e JONES, 1999); para ao diagnostico da força de membros inferiores foi realizado o teste levantar da cadeira em 30 segundos, (RIKLI e JONES, 1999). A agilidade corporal foi mensurada por meio do teste shutle run (STANZIOLA e PRADO, 1998).
A determinação da flexibilidade de quadril realizada através do teste Sentar-e-Alcançar de Wells e Dillon, proposto por Pollock e Wilmore (1993).
Os testes foram aplicados entre os meses de julho e setembro de 2005. As avaliações para ambos os grupos foram realizadas nos locais de aulas após as sessões de treino.
Análise dos dados
Os dados foram analisados por meio de freqüência de respostas e comparados pelo teste “t de student” para amostras independentes com índice de significância de 5% (p<0,05).
Resultados e discussão
A tabela 1 apresenta os resultados referentes ao estado nutricional e capacidades motoras de mulheres de meia idade e idosas praticantes de hidroginástica e musculação.
Tabela 1. Comparativo de variáveis antropométricas e funcionais de idosas praticantes de hidroginástica e musculação
Os grupos foram homogêneos quanto à idade, ao tempo de prática de exercícios, ao IMC, a flexibilidade e agilidade corporal. Porém, em relação à força de membros inferiores, o grupo de idosas que praticavam musculação possuía significativamente (p=0,01) mais força nessa variável do que o grupo de hidroginástica, sendo que o grupo que praticou musculação obteve 17,2 repetições em média e o grupo que praticou hidroginástica 14,1.
Gráfico 1. Comparativo de variáveis antropométricas e funcionais de idosas praticantes de hidroginástica e musculação
A maior força de membros inferiores do grupo que praticava musculação em relação ao grupo que participava de hidroginástica pode ser devido à especificidade da musculação para o desenvolvimento da força muscular.
Fica evidente que um estilo de vida fisicamente ativo deve ser estimulado para as populações idosas, uma vez que esta população sofre com a perda de força muscular (PAASUKE et al., 2000) e sarcopenia (JANSSEN et al., 2000); fatores os quais acabam interferindo negativamente na execução da atividades diárias dos idosos (BASSEY et al., 1992). Neste sentido, tanto a musculação quanto a hidroginástica devem ser atividades incentivadas para a melhora da qualidade de vida, por serem ambas as atividades de baixo impacto.
Conclusão
Podemos concluir que as mulheres idosas avaliadas neste estudo que praticam hidroginástica e que praticam musculação tiveram performances semelhantes na maioria das variáveis analisadas, com exceção da força de membros inferiores em que o grupo de musculação foi significativamente melhor. Esses resultados indicam que a musculação por ser mais específica para produzir força muscular do que a hidroginástica foi a responsável pela maior força das idosas que a praticam.
Referências
ALVES, R. V; MOTA, J; COSTA, M. C; ALVES, J. G. B; Aptidão física relacionada à saúde de idosos: influência da hidroginástica. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 2004; 10(1):31-7.
BASSEY, E.J.; FIATARONE, M.A.; O'NEILL, E.F.; KELLY, M.; EVANS, W.J.; LIPSITZ, L.A. Leg extensor power and functional performance in very old men and women. Clinical Science; 1992;82(3):321-7.
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