Prevalências das lesões da articulação do joelho ocorridas na prática do futebol recreacional no município de Santarém, PA Predominancia de lesiones de articulación de rodilla que se producen en la práctica de fútbol recreativo en el municipio de Santarém, PA |
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*Graduado em Educação Física (UEPA) Pós-Graduação em Fisiologia do Exercício (FIBRA) Pós-Graduação em Fisioterapia (UNIFOA) Mestrando em ciência da Motricidade Humana(UCB-RJ) Universidade Castelo Branco, Rio de Janeiro (Brasil) |
Marco José Mendonça De Souza* Eliana da Silva Coelho Pedro Odimar Dos Santos Ronivaldo Lameira Dias José Fernandes Filho |
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Resumo Este estudo é retrospectivo e caracteriza-se como uma pesquisa descritiva, cujo seu objetivo foi fazer o levantamento das prevalências das lesões da articulação o joelho na prática do futebol recreacional. Como foco objetivou-se identificar as lesões da articulação do joelho ocorridas na prática do futebol recreativo e sua comprovação através do exame de Imagem de Ressonância Magnética(IRM). A amostra estudada foi constituída de 30 praticantes de futebol recreacional com idade entre 20 a 45 anos, tendo a média de 35,5 anos e o desvio padrão 30, os quais apresentaram as lesões comprovadas através de exame não invasivo (IRM), as lesões ocorreram entre o período de janeiro de 2006 a dezembro 2008. Como instrumento de medida, utilizou-se um questionário e o laudo do exame não invasivo (IRM), sendo que a coleta dos dados ocorreu na clínica ortopédica de Santarém-Pa. A partir dos resultados ocorreu a estatística descritiva para ser estabelecer a conclusão, chegou-se aos seguintes resultados: as principais lesões foram de ligamento cruzado anterior (46,66%), e com (16,67%) a lesão do menisco medial, já a associação do ligamento cruzado anterior acompanhado do menisco medial caracterizou-se com (30%) e associação de odas as lesões ao mesmo tempo é de (6,67%). Conclui-se que a associação das lesões LCA e o menisco medial caracterizou-se com cerca de (83,33%) das lesões ocorridas na prática do futebol recreacional e com menor percentual a associação de todas as lesões juntas com cerca de (16,67%) tendo como maior percentual o LCA e posteriormente o menisco medial. Unitermos: Lesões de joelho. Futebol. Ressonância magnética |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 142 - Marzo de 2010 |
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Introdução
O futebol é um dos esportes mais populares do mundo (Hoy, lindbd, Terkelsen & Helleland, 1992; Inliaar,1994), com participantes em todas as faixas etárias e em diferentes níveis(Schmidt-Olsen, Jorgensen, Kaalund & Sorensen 1991). Keller, Noyes e Buncher(1987) afirmam que o futebol é responsável pelo maior número de lesões desportivas do mundo.
A articulação do joelho é extremamente complexa, podendo ocorrer facilmente uma lesão nas atividades diárias na prática de atividades físicas,em acidentes industrias, ergonômicos e principalmente em colisões. A grande incidência das lesões na articulação de joelho decorrente de diversos motivos e entre eles a falta de uma preparação adequada para esta prática, o praticante do futebol recreacional faz desta uma válvula de escape, porém os mesmos estão sujeitos a situações incontroláveis como uma lesão no joelho e que pode afastá-lo ainda mais de uma qualidade de vida e do seu convívio social (BARROSO, 2004).
O joelho é a articulação intermediaria do membro inferior, tem provavelmente o papel mais importante na locomoção humana (Silva, 2006). No futebol, o joelho, pela sua condição de articulação altamente solicitada e exposta a traumas, e frequentemente lesado (STEWIEN, 2005).
A lesão do joelho não sendo, em termos globais, a que maior incidência apresenta, é a lesão mais comum entre as lesões graves que ocorrem nos futebolistas (Hâgglund M, Waldén M, Bahr R, Ekstrand J). Estima-se que essas situações sejam responsáveis por 50 a 60% das lesões esportivas na Europa e que 3,5 a 10% dos traumas físicos tratados em hospitais europeus são causados pelo futebol. Inklaar (1994) afirmou que atletas adultos apresentam um número maior de lesões do que atletas jovens. A incidência lesões aumenta com a idade. Lameira (1999) afirma que os estudos epidemiológicos são os primeiros passos para elaboração de um programa preventivo. Portanto o objetivo deste estudo é fazer o levantamento das lesões ocorridas na articulação do joelho na prática do futebol recreacioal e caracterizar sua prevalência e associações entre as lesões.
2. Casuística
2.1. População e amostra
A população do presente estudo foi composta por 30 praticantes de futebol recreacional, sendo do sexo masculino e tendo a idade entre 20 a 45 anos e tendo o exame de ressonância magnética para sua comprovação e sua lesãotenha sidi na prática do futebol recreativo.
2.2. Método
Após a provação do projeto pelo comitê de ética da Universidade Estadual de Educação Física (UEPA), foi realizado o levantamento retrospectivo das lesões da articulação do joelho que ocorreram com a prática do futebol recreacioal no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2008. Participaram da pesquisa 30 praticantes de futebol recreacional do município de Santarém, e que tiveram sua lesão na prática do futebol recreativo e fizeram o exame não invasivo (IRM), para devida comprovação do tipo de lesão. Após este resultado, coletou-se dados sobre os exames de ressonância, e realizou-se a estatística descritiva, utilizando-se de gráficos para melhor descrever esses resultados , caracterizando com isso o tipo de lesão ocorrida na articulação do joelho na prática do futebol recreacional.
Resultados
As principais prevalências das lesões ocorridas com a prática do futebol de campo recreativo, foram as lesões do ligamento cruzado anterior com cerca de 83,33% associada a lesão do menisco medial, com menor percentual de incidência à associação de todas as lesões com cerca de 16,67%, conforme a exposição de o do gráfico 01.
Já analisando as prevalência das lesões isoladas, ficou caracterizado neste estudo a seguinte forma, a principal lesão é a do LCA com cerca de 46,66% das lesões e o menisco medial 16,67.%, já associação da lesão do LCA mais o menisco medial caracterizou 30% e em relação as outras lesões associadas com cerca de 6,67%, conforme o demonstrativo do gráfico 02. Caracterizou com este estudo que a lesão na articulação do joelho nunca aparece totalmente isolada, mas sua associação é descrita em várias literaturas científicas, sendo que alguns artigos a associação aparece de forma inversa do nosso estudo, como no estudo de Barroso( 2004)
Segundo o estudo de Barroso (2004) diverge no sentido da prevalência do tipo de lesão com predominância na articulação do joelho na pratica do futebol de campo, neste trabalho as maiores prevalências são do menisco medial e posteriormente LCA, porém também associadas, já Piasecki et al.(2003), ratificar o estudo de Barroso que também comparou os tipos e o mecanismo lesionais entre atletas profissionais do sexo masculino, feminino e amadores, obtendo como resultado a lesão do menisco medial como lesão do menisco com maior incidência nesta prática, porém outro pesquisador chamado Chomiak et al (2000), estudou sobre os tipos de lesões, os dados obtidos são semelhantes ao nosso estudo, tendo como principal prevalência da lesão do ligamento cruzado anterior e também acompanhada do menisco medial, com isso fazendo também esta associação . Já Abdalla e Cohen (2003) em seus estudos tem como as lesões mais freqüente a lesão do ligamento cruzado anterior que frequentemente estão associadas ás lesões de meniscos (80% a 90%), a este outro estudo a associação é semelhante também ao nosso estudo, tendo um bom índice de relação.
Vários estudos tem demonstrado grande diferenças das lesões registradas no futebol (Chomiak et al., 2000.; INKLAAR, 1994; JUNGE & DVORAK, 2000; KELLER, NOYES & BUNCHER, 1987; NOYES, LINDENFELD & MARSHAL, 1988; VAN MECHELEN, HLOBIL & KEMPER, 1992). JUNGE & DVORAK (2000), atribuem essas diferenças às contradições conceituais, método de coleta de dados, tempo de observação, desenho e tipo de estudo e características das amostras encontradas nos trabalhos. A definição de lesão e sua gravidade são aspectos importantes no registro das lesões esportivas e têm sido discutidos por muitos autores (INKLAAR, 1994; JUNGE & DVORAK, 2000; KELLER, NOYES & BUNCHER, 1987; NOYES, LINDENFELD & MARSHAL, 1988; VAN MECHELEN, HLOBIL & KEMPER, 1992). JUNGE e DVORAK (2000) afirmam que a definição de lesão deve ser baseada na prevalência da queixa apropriada ao futebol e que a gravidade não seja determinada apenas pela duração dos sintomas, mas também pelo dano tecidual, pois pequenas lesões e lesões "curadas" por analgesia ou por medicação são negligenciadas, e a taxa de incidência das lesões pode ser subestimada.
Sobre este tema ainda é um pouco escasso na literatura brasileira, mas este estudo poderá contribuir para aumentar o acervo de pesquisa a respeito do esporte recreacional, seja ele o futebol ou outros esporte, e com isso poderá contribuir ainda mais com os dados aqui coletados para futuros trabalho científicos.
Conclusão
A maior prevalência das lesões na prática do futebol recreacional foi a do ligamento cruzado anterior com cerca de 46,66%, e com 16,67% a lesão do menisco medial, já a associação do ligamento cruzado anterior com a menisco medial caracterizou-se com 30% das lesões, já a associação das lesões do LCA acompanhada da lesão do menisco medial caracterizou-se com 83,33% das lesões ocorridas na prática deste esporte, e todas as lesões juntas com cerca de 16,67%. A falta da prática regular e sistemática da atividade física, faz com que haja um grande índice de lesões na prática do futebol recreacional, levando com isso o aumento da perda da qualidade de vida dos praticantes de futebol recreacional, tendo no exame de ressonância magnética um grande aliado para futuros estudos relacionados a acurácia das lesões sejam pelo futebol ou qualquer outro esporte recreacional, contribuindo com o diagnósticos mais precisos e seguros.
Referências
BARROSO, A, J, L, Lesões no joelho provocadas por ações corporais no futebol de campo em “atletas de fim de semana” – Dissertação de Mestrado em Motricidade, 08, 26, 28, 2004.
CHOMIAK,J.;JUNGE, A.; PETERSON, DVORAK, J. Severe injuries in football players. The Americam Journal Sports Medicine, Walthan, v.28,n.5,p.58-68,2000.
COHEM, M. & ABDALLA, R. J. Lesõse nos Esportes:Rio de Janeiro: Editora Revinter, 2003. 937 p.
CHOMIAK, J. et al. Severe injuries in football players. Influencing factors. Disponível em http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi?cmd=Retrieve&db=PubMed&list_uids=11032109&dopt=abstract Acesso em 28 de Setembro 2009
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SCHMIDT-OLSEN, S.; JORGENSEN, U.; KAALUND, S.; SORENSEN, J. Injuries among young soccer players. The American Journal Sports Medicine, Walthan, v.19, n.3, p.273-5, 1991.
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