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Hierarquização dos saberes na escola: 

desafios e perspectivas para Educação Física

 

*Licenciada em Educação Física pela

Universidade do Sudoeste da Bahia

**Professora de Educação Física da

Universidade do Sudoeste da Bahia

Luanda Nogueira Souza*

Christiane Freitas Luna**

luandans@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

Resumo

          A Educação Física escolar ao longo do tempo foi influenciada pelas instituições medica, militar e esportiva de tal forma que refletiu no aspecto relacionado a sua verdadeira função na escola. Desta forma, ela vem tentando encontrar sua identidade e demonstrar sua importância já que é uma disciplina pouco valorizada no currículo escolar. Neste sentido este estudo teve por finalidade analisar se existe uma hierarquização dos saberes nas escolas de ensino médio do município de Jequié-Ba e conhecer quais os desafios e perspectivas para Educação Física no currículo destas escolas. Caracteriza-se como uma pesquisa explicativa com delineamento no estudo de campo e de natureza qualitativa. Os instrumentos utilizados para coleta de dados foram à entrevista e a analise documental, entrevistamos 16 professores sendo 8 de Educação Física, 2 diretores e 2 coordenadoras pedagógicas de duas escolas de ensino médio, assim como participamos de reuniões pedagógicas e analisamos o Projeto Político Pedagógico das escolas. Os resultados da pesquisa nos fizeram perceber que existe uma hierarquização dos saberes no currículo das escolas e que a Educação Física ocupa um lugar marginal, entretanto nos profissionais da área poderíamos minimizar esta situação, demonstrando para os educandos e toda sociedade a importância da educação física enfatizando sua contribuição na formação do cidadão autônomo e crítico. Por meio de uma ação pedagógica comprometida certamente justificaremos a presença dela nos currículos escolares.

          Unitermos: Hierarquização. Currículo. Educação Física

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 142 - Marzo de 2010

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Introdução

    Sabemos que a implementação da Educação Física escolar no Brasil ocorreu no inicio do século XX e foi fortemente influenciada pelas instituições militar e médica. O objetivo principal era a formação de uma juventude saudável capaz de transformar a força física em trabalho e se adequar ao processo produtivo. Essa concepção de Educação Física perdurou intensamente até os anos 40 onde começa surgir uma influencia da instituição esportiva, cuja finalidade era formar atletas e as principais características é a competição, os recordes e a performance.

    A Educação Física escolar, então, foi marcada pelas influencias recebidas dessas instituições, o que levou alguns autores argumentarem que ela não tem uma identidade própria, motivando a crise da Educação Física nos anos 80, onde foram questionadas as influências militares e medicas que marcaram sua inclusão nas escolas, assim como sua submissão à instituição esportiva.

    A partir desse momento surgem novas concepções, aumenta-se a produção teórica na área na tentativa de mudar a visão biologicista enfatizando numa preocupação na formação critica dos indivíduos.

    Entretanto, percebemos que o salto qualitativo que ocorreu no campo teórico da Educação Física não se materializou na prática escolar, uma vez que a maioria das aulas continuaram pautadas no paradigma da aptidão física e esportiva, e intuímos que a comunidade escolar continua com uma visão simplista acerca da Educação Física sem saber sua importância enquanto componente curricular da escola.

    Diante dessa situação e devido algumas inquietações ocorridas durante o curso de Licenciatura em Educação Física é que surgiu o interesse em desenvolver esse estudo, principalmente durante a realização do Estagio Supervisionado III, onde tivemos certa dificuldade em encontrar horários nas escolas públicas de ensino médio, sobretudo pelo reduzido número de aulas de Educação Física nos currículos destas escolas que é bem inferior comparado com outras disciplinas, o que nos levou a crer que ela é pouco valorizada no currículo escolar.

    Neste sentido, nos sentimos instigados em saber se existe realmente essa situação de desvalorização da Educação Física no cotidiano escolar do município de Jequié-Ba e surgiram algumas indagações, como: Existe uma hierarquização dos saberes nas escolas de ensino médio do município de Jequié-Ba? E como a Educação Física se posiciona neste processo?

    Assim este estudo teve como finalidade analisar se existe uma hierarquização dos saberes nas escolas de ensino médio do município de Jequié-Ba bem como identificar quais os desafios e perspectivas para Educação Física no currículo destas escolas.

    No decorrer do presente artigo estaremos apresentando a metodologia da pesquisa e as discussões dos dados coletados, o mesmo esta constituído de dois tópicos que estão assim distribuídos: 1. “A construção do Currículo escolar diante da Hierarquização dos saberes”, 2. “A análise da Educação Física enquanto componente curricular na cidade de Jequié-Ba”.

1.     A construção do currículo escolar diante da hierarquização dos saberes

    Para discutir acerca da hierarquização dos saberes escolares faze-se necessário primeiramente refletirmos sobre a relação entre a escola e a sociedade e entendermos a função social desempenhada por ela, para então compreendermos a lógica dessa organização dos componentes curriculares da escola, onde certos saberes são supervalorizados enquanto outros marginalizados.

    Cortella apud Assis (2001) apresenta três concepções sobre a relação entre a sociedade e a escola, o otimismo ingênuo, o pessimismo ingênuo e o otimismo critico. O otimismo ingênuo atribui a escola uma função salvadora, capaz de alanvacar a sociedade, ou seja, a escola tem uma autonomia absoluta na sua inserção social. O pessimismo ingênuo tem uma visão inversa sobre a função da escola. Ao invés da autonomia diante da sociedade, a escola é completamente subordinada a ela, ou seja, sofre influencia da sociedade não sendo capaz de influenciá-la. O otimismo critico procura superar tanto o otimismo desenfreado quanto a imobilidade fatal. Reconhece a natureza contraditória das instituições sociais e a possibilidade de mudanças.

    O entendimento do otimismo critico talvez seja o mais adequado, partiremos então da perspectiva desta concepção, pois entendemos que a escola não pode ser vista de forma isolada na sociedade, uma vez que ela tanto influencia quanto sofre influência do meio social.

    Sabemos que a instituição escolar surgiu como instrumento de transmissão do saber acumulado, sendo que sua função e importância variaram ao longo do tempo sendo alteradas de acordo com as necessidades socioeconômicas da sociedade. Segundo Lukesi “cada época histórica, cada grupo humano, fez da escola uma instância, entre outras, de mediação de sua concepção de mundo”. (1994, p. 82)

    Na Antiguidade e também na idade média a função da escola se restringia a instrução. A partir do Renascimento há uma mudança, a escola além de instruir tem uma preocupação com a formação integral do educando.

    Fica claro, então, que a instituição escolar cresceu e ganhou novas estruturas à medida que as sociedades também foram gerando novas necessidades. (LUKESI, 1994)

    Hoje a função social da escola é assegurar um ensino de qualidade que oportunize a todos um acesso a conhecimentos produzidos historicamente, com uma formação critica possibilitando aos sujeitos uma emancipação. No entanto, isso não vem acontecendo de fato em todas as instituições de ensino.

    Autores afirmam que a principal contradição da escola é a de que para contribuir no processo de organização da sociedade, ela vem ao longo do tempo auxiliando no processo de manutenção das desigualdades sociais e da ordem estabelecida.

    Para Souza (2004) apesar de proclamar a sua função de instrumento democrático de mobilidade social, a escola acaba por ter afinal a função, talvez inconsciente por parte dos seus agentes educativos, o de legitimar e, em certa medida, perpetuar as desigualdades de oportunidades dos alunos.

    Diante disto, percebemos que na sociedade em que vivemos a instituição escolar possibilita ao individuo o acesso a alguns conteúdos no intuito de capacitar o mesmo para entrada no mercado de trabalho, promovendo uma formação que atenda as necessidades da sociedade de consumo, adaptando-o a normas e padrões da mesma.

    Porém, a escola não é exclusivamente um espaço de reprodução e assim como Paulo Freire1 (1977) entendemos que a escola tem que ser um espaço de construção do conhecimento. Ela deve cumprir seu papel enquanto agente de transformação e conscientização, já que sabemos que na instituição escolar há também espaços de autonomia que precisam ser empregados para tentar romper com essa tendência reprodutora.

    Entendemos que sua autonomia é relativa, afinal por pertencer a um sistema nacional de educação ela tende a submeter-se as diretrizes nacionais e a um núcleo básico de currículo. Porém mesmo sendo relativa precisamos utilizar essa autonomia para mudarmos o modelo de escola até então estabelecido.

    Percebemos que a função que a escola vem exercendo tem relação direta com a organização do seu currículo básico, uma vez que “o currículo pode ser entendido como o elemento simbólico que expressa as intenções e representações da escola na produção de sua identidade cultural” (GOODSON apud VEIGA, 1996)

    Compreendemos que o currículo “expressa o que a escola entende por conhecimentos, o que prioriza, que saberes privilegia e transmite, assim como que sujeito pretende formar e que sujeito de fato forma” (LUNARDI: 2004, p.08)

    É importante frisar que esta é uma concepção critica, nessa perspectiva o currículo esta inserido em relações de poder, pois na concepção tradicionalista ele é visto como uma área meramente técnica preocupa-se apenas com questões relativas a procedimentos, técnicas e métodos.

    Para entendermos melhor a relação da função da escola com o currículo é interessante nos reportarmos a história e conhecermos as razões do surgimento do currículo e suas diferentes concepções.

    A concepção tradicional do currículo surge como campo de estudos nos Estados Unidos no final do século XIX e inicio do século XX, naquele momento a sociedade passava por transformações e a economia passou a ser dominada pelo capital industrial. Com a industrialização e urbanização houve um aumento de imigrantes nas grandes metrópoles com costumes diferentes o que ameaçou a cultura e valores da classe media do país.

    A escola foi vista, então, como sendo capaz de restabelecer a homogeneidade e ensinar aos imigrantes os costumes e valores, além de adaptar os jovens as transformações que estava ocorrendo na sociedade. Assim, perceberam a necessidade de se organizar um currículo e “conferir-lhe características de ordem, racionalidade e eficiência. Daí os esforços de tantos educadores e teóricos e o surgimento de um novo campo de estudos”. (Moreira apud Silva 1995)

    Neste contexto que surge o currículo o sistema educacional deveria estabelecer de forma clara quais seus objetivos e esses deveriam estar relacionados em desenvolver com eficiências as habilidades necessárias para as ocupações profissionais do mundo do trabalho.

    Por volta da década de 60 do século XX, influenciados pelas transformações que estavam acontecendo no plano político e econômico em toda sociedade, surgem novas concepções que questionam a estrutura educacional tradicionalista e a organização técnica dos currículos.

    Surgem às teorias criticas do currículo tanto nos Estados Unidos como na Inglaterra, para literatura educacional estadunidense a renovação da teorização sobre o currículo parece ter sido exclusividade do chamado “movimento de reconceptualização”. De modo que a literatura inglesa reinvidica prioridade para a chamada “Nova Sociologia da Educação”. (Silva, 2001)

    De acordo com Silva:

    As teorias tradicionais eram teorias de aceitação, ajuste e adaptação. As teorias críticas são teorias de desconfiança, questionamento e transformação radical. Para as teorias criticas o importante não é desenvolver técnicas de como fazer o currículo, mas desenvolver conceitos que nos permitam compreender o que o currículo faz. (SILVA: 2001, p. 20)

    Para Souza:

    A sociologia do currículo estudaria as relações de poder entre as diversas disciplinas e áreas de saber: Porque umas teriam mais prestigio do que outras? Porque umas teriam uma maior carga horária do que outras? Porque umas seriam objetos de avaliação formal e não outras? Que interesses de classe, profissionais e instituições, estariam envolvidos nesse jogo de poder? (SOUZA: 2004, p. 07)

    O autor afirma ainda que a Nova Sociologia da Educação procura estudar os motivos por que determinados saberes são selecionados e os processos por que estes passam ate se escolarizarem.

    A Nova Sociologia da Educação, então, questiona a natureza dos conhecimentos transmitidos pela escola e responsabiliza o currículo pela produção das desigualdades sociais.

    Autores como Young, Bernstein e Forquin, tem discutido sobre a organização dos saberes no currículo escolar, afirmando a existência de uma estratificação/hierarquização neste processo. Young in Forquin (1993) insiste no fato que os processos de seleção e de organização dos conteúdos cognitivos do ensino traduzem os pressupostos ideológicos e os interesses sociais dos grupos dominantes.

    Esta questão da estratificação e hierarquização dos saberes no interior dos sistemas de ensino é um fato evidente, se observarmos na maioria das instituições escolares certas disciplinas se beneficiam de um prestigio maior que outras. Os saberes tidos como nobres, que são valorizados, segundo Young apud Gariglio (1997; p.04) “tenderão a ser abstratos, livrescos, individualista e não relacionados com a vida prática ou com o mundo cotidiano”.

    Percebemos que disciplinas como Português e Matemática detêm uma maior valorização que outras como Artes e Educação Física, é dada uma ênfase maior na dimensão cognitiva da aprendizagem em detrimento da dimensão corporal, o que torna mais complicado o reconhecimento dos saberes dessas disciplinas no currículo escolar.

    Portanto, com o modelo de escola que temos hoje centrada na transmissão de conhecimentos abstratos, que visa apenas a entrada do individuo no mercado de trabalho e um bom resultado no vestibular a Educação Física é vista como uma disciplina irrelevante e na hierarquia dos saberes escolares ocupa um lugar marginal.

    Entendemos, porém, que este modelo precisa ser superado e é justamente isso que a Nova sociologia da Educação propõe um rompimento com esse modelo de organização curricular que é utilizado atualmente nas escolas, que compartimenta e hierarquiza os saberes escolares.

    Como foi mencionado anteriormente, acreditamos que a função da escola vai além de preparar o individuo para o mercado de trabalho e para o vestibular, mas tem como finalidade possibilitar ao sujeito um conhecimento dos saberes produzidos historicamente e formar um cidadão critico que possa ter autonomia diante das relações sociais.

    Desta forma, acreditamos que todos os saberes necessitam ser considerados com a mesma relevância, sem hierarquizações. Já que cada componente curricular é imprescindível para a obtenção dos objetivos da educação escolar.

    Para Jeber:

    Um primeiro passo para atenuar a hierarquia existente seria, talvez, incentivar novas estruturas curriculares, que obrigassem as disciplinas a ações mais interdisciplinares com um ensino orientado por núcleos temáticos, onde todas as disciplinas pudessem trabalhar de forma integrada. (JEBER: 1996: p. 149)

    Concordamos com Jeber, pois as escolas devem realmente incluir em seu currículo ações que possibilite as disciplinas trabalharem em conjunto, pois assim ficará mais fácil romper com essa hierarquia, demonstrando que todos os saberes são fundamentais para a formação integral do educando.

    Paulo Freire também enfatiza que a construção do currículo escolar deveria partir dos interesses, dos valores e da cultura de todos os sujeitos que compõem o processo educativo, e os saberes não devem estar desligados uns dos outros, mas sim inter-relacionados.

    E assim como esses autores defendemos a idéia da construção de um currículo onde os saberes estão ligados entre si, não ocorrendo a dicotomização e hierarquização dos mesmos, já que todos são de suma importância para formação global dos educados.

2.     A análise da Educação Física como componente curricular nas escolas de Jequié

2.1.     Procedimentos metodológicos

    O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa de natureza qualitativa, que segundo Minayo:

    Trabalha com um universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos a operalização de variáveis. (MINAYO: 1994, p. 21)

    Desta forma analisamos qualitativamente os dados coletados, pois nos possibilitou uma interpretação maior acerca do fenômeno pesquisado, nos permitindo a obtenção de informações mais ricas.

    Em relação ao tipo caracteriza-se como uma pesquisa exploratória, já que nosso objetivo foi obter uma maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explicito.

    Quanto ao delineamento constitui-se como um estudo de campo, pois a intenção foi de nos aprofundar nas questões propostas através de informações colhidas junto ao corpo docente, coordenação pedagógica e direção das escolas. Com referência aos instrumentos para coleta de dados escolhemos a entrevista estruturada, pois esta é uma importante ferramenta de coleta da pesquisa qualitativa.

    Escolhemos um colégio de grande porte do bairro Jequiezinho, um dos mais populosos da cidade, e um do Centro que trabalhassem com ensino médio e tivesse professores de Educação Física licenciados.

    Entrevistamos um diretor, um vice-diretor,2 dois coordenadores pedagógicos, oito professores de Educação Física e oito professores das outras áreas de conhecimento nos dois colégios pesquisados. Elaboramos uma entrevista para os diretores com cinco questões, uma para coordenação pedagógica com seis questões, uma para os professores de educação física com sete e uma para os professores das outras áreas do conhecimento com seis questões.

    Para dar suporte a entrevista utilizamos também como instrumento para coleta de dados a analise documental, analisamos o Projeto Político Pedagógico (PPP) das duas escolas. E ainda participamos de reuniões de planejamento da área de Linguagem, códigos e suas tecnologias, a qual a Educação Física faz parte.

2.2.     Análise e interpretação dos dados

    Neste momento buscaremos estabelecer uma compreensão dos dados coletados, confirmar ou não os pressupostos da pesquisa e responder as questões formuladas, além de ampliar os conhecimentos sobre o assunto pesquisado. (MYNAYO, 1999)

    Como foi mencionado anteriormente utilizaremos à abordagem qualitativa para interpretar os dados coletados. Assim não vamos apresentá-los em forma de gráficos, mas analisaremos os dados a partir de categorias, que segundo Minayo (1994) são empregadas para se estabelecer classificações, e trabalhar com elas significa agrupar elementos, idéias ou expressões em torno de um conceito capaz de abranger tudo.

    Estabelecemos três categorias, a primeira será concepção de escola, a segunda currículo e a última hierarquização.

Concepção de escola

    Na categoria concepção de escola perguntamos a todos os sujeitos da pesquisa qual o função da escola na sociedade, dois dos quatro diretores e coordenadores pedagógicos responderam que “a escola tem a função de formar o cidadão dando condições para que o aluno possa sobreviver dentro da sociedade no campo político, social e econômico”, e os outro dois responderam que ela tem a função de “promover melhoria da sociedade a partir da educação formal”.

    Entre os professores a maioria, seis dos oito entrevistados, acredita que a função da escola é “formar cidadãos conscientes capazes de atuar na sociedade como elemento ativo”, dentre os outros dois, um afirma que a escola tem como finalidade “auxiliar no processo educativo” e o outro que ela deve servir de “instrumento de transformação da sociedade”.

    Os professores de Educação Física em sua maioria, seis, responderam que a escola é “fundamental no processo de formação do cidadão”, e dois afirmaram que é função da escola “inserir o educando no meio social”.

    Diante disto percebemos que a grande maioria dos sujeitos que compõe o espaço escolar acredita que a função da escola e formar um cidadão autônomo consciente de suas ações, além de promover uma melhoria da sociedade servindo de instrumento para transformação da mesma.

    Porém nos questionamos se realmente é essa função que a escola vem exercendo, uma vez que Souza (2004) afirma que a escola da forma como esta sendo organizada acaba por ter a função, talvez inconsciente por parte dos seus agentes educativos, o de legitimar e em certa medida perpetuar as desigualdades de oportunidades dos alunos.

    Segundo Aplle (1989) as escolas estão organizadas de uma forma que elas, ao final das contas, auxiliam na produção do conhecimento técnico/administrativo necessário, entre outras coisas, para expandir mercados, controlar a produção, o trabalho e as pessoas.

Currículo

    Quanto à categoria currículo uma das perguntas aos diretores e coordenadores pedagógicos foi em relação à visão deles sobre a Educação Física enquanto um componente curricular e houve diferentes respostas, uns acreditam que ela é “uma disciplina significativa para formação físico biológico e social do educando”, um entrevistado respondeu que é “uma disciplina de grande importância, porém não vem cumprindo seu papel de formar o cidadão” e ainda houve uma resposta que ela é vista como “uma disciplina que tem a função de integração”.

    Quanto aos professores a maioria afirma que a Educação Física tem a função de “desenvolver as habilidades esportivas do aluno” e “trabalhar a conscientização do próprio corpo e da mente”, um respondeu que é papel da Educação Física “desenvolver o raciocínio, o físico, a vida saudável e a prática de esportes” e “melhorar a saúde física do discente para um melhorar aprendizado em âmbito geral” e um ainda afirmou que a finalidade da disciplina é “desenvolver o lado esportivo e ajuda muito os alunos a se distanciarem das drogas”.

    Desta forma, fica evidente que a maioria dos professores, diretores e coordenadores pedagógicos das escolas tem uma visão simplista acerca da educação física enquanto componente curricular muitas vezes reduzindo-a ao esporte, apenas um entrevistado acredita que ela é importante no processo de formação do educando, porém ele deixa claro em sua fala que a educação física não vem cumprindo seu papel.

    Segundo Barbosa (2001) o efeito desse “empobrecimento” das funções atribuídas à educação física é o desmerecimento da mesma dentro da grade curricular. E concordamos com o autor que qualquer “aprendiz de pesquisador”, que observe durante algum tempo a rotina diária das aulas de Educação Física ministradas no ensino médio, poderá verificar que os professores, ministram aulas muito semelhantes a sessões de treinamento desportivo. De modo que o aluno é levado a executar movimentos pré-determinados pelo professor, sem que haja uma discussão sobre a “utilidade” pratica dos mesmos.

    Ao perguntarmos aos professores de Educação Física sobre qual a importância da disciplina na escola tivemos respostas diversificadas, dois responderam que ela é “tão importante quanto as outras disciplinas no processo de formação do cidadão”, um que é “de interação social”, e os outros que é “orientar o educando a ter hábitos saudáveis na vida”, “importante no esclarecimento e no conhecimento corporal do aluno” e “contribuir na qualidade de vida”.

    Observamos deste modo que uma minoria dos profissionais de Educação Física acredita que ela seja tão importante quanto às outras disciplinas que compõe o currículo das escolas na formação do cidadão, assim, “a Educação Física ministrada hoje nas escolas, teria poucas chances de colaborar para este processo” (BARBOSA: 2001, p. 23), uma vez que sua função para a maioria dos professores é apenas de “orientar o educando a ter hábitos saudáveis na vida” e “contribuir na qualidade de vida” entre outras coisas desvinculado do desenvolvimento da consciência critica e autonomia do educando.

    Percebemos que suas visões são a - históricas acerca do papel social da Educação Física, como também, circunscrevem-se no âmbito das teorias acríticas da Educação (Saviani, 1984), por não reconhecerem os condicionantes sociais da Educação, Educação Física e as atividades pedagógicas. (BRACHT, 1986)

    Entendemos que “não podemos permanecer mais com estas visões parciais e falseadoras da nossa pratica social, produzidas por uma metodologia positivista e fragmentada”. (BRACHT: 1986; p.180)

    Não estamos querendo negar a orientação para uma vida mais saudável, a ênfase na Educação Física voltada a saúde, porém acreditamos que devemos trabalhar de forma mais critica relacionando o conteúdo à realidade dos alunos de modo a desenvolver a autonomia dos mesmos.

    Assim como Soares acreditamos que “um componente curricular com seu currículo especifico justifica-se a medida que contribui, enquanto parte, para a apropriação, pelos alunos, de uma totalidade de conhecimentos que lhes possibilita a leitura critica do mundo que o cerca.” (SOARES: 1992, p. 213)

    Outra questão feita aos diretores foi se a Educação Física tem um papel especial na formação dos educandos ambos responderam que sim, um justificando que ela tem a função “de despertar um interesse pela atividade física” e outro que ela deve “trabalhar a questão do respeito como também da saúde”. Em seguida questionamos se a disciplina tem cumprido sua função, sendo que um respondeu que sim enquanto o outro não, o primeiro justificou que “os profissionais de educação física são comprometidos com seu trabalho” e o último que “os profissionais tem agido como gandulas”.

    Percebemos que apesar de afirmarem que a Educação Física tem um papel especial na formação dos discentes, reduzem a sua função a despertar o interesse pela atividade física e trabalhar a questão da saúde e respeito, o que deixa claro a falta de conhecimento dos mesmos a cerca dos inúmeros conhecimentos trabalhados pela educação física.

    Além de confirmarmos que existem diferentes realidades da Educação Física nos colégios pesquisados, enquanto em um colégio o dirigente afirma que a disciplina vem cumprindo seu papel como componente curricular, no outro o diretor assegura que não, apesar de enfatizar que acredita que a Educação Física é uma disciplina extremamente importante na escola, segundo ele esta não vem cumprindo sua função uma vez que a maioria dos professores não tem um comprometimento com sua ação pedagógica.

    E ao perguntamos aos professores de Educação Física sobre como as demais disciplinas enxergam o trabalho dela na escola a maioria de ambos os colégios responderam que eles vêem a Educação Física “como uma disciplina que simplesmente realiza movimentos corporais e jogos” que “não acreditam na Educação Física”.

    Questionamos ainda aos professores de educação física se eles participam das reuniões pedagógicas a maioria respondeu que sim e apenas um respondeu que não, sendo que um professor justificou afirmando que as reuniões não funcionam, existe teoricamente, segundo ele “é só pra vim e assinar”. O que respondeu não justificou que não participa porque muitas vezes esta ministrando aula em outras escolas e chocam os horários.

    E para confirmarmos as respostas perguntamos também aos coordenadores se os professores de Educação Física participam das reuniões de planejamento, todos responderam que sim, sendo que um explicou que pela falta de horário os professores de Educação Física não se reúnem com os outros docentes da área de Linguagem, códigos e suas tecnologias, mas sim em um outro horário com uma articuladora, enfatizando que isso é um avanço, pois não acontecia no colégio anteriormente. Perguntamos ainda se os planos de curso da disciplina seguem uma orientação do Projeto Político Pedagógico da escola e ambas novamente responderam que sim.

    Porém ao participar das reuniões pedagógicas dos colégios pudemos perceber uma certa contradição nas falas dos coordenadores e confirmar as respostas dos diretores e de alguns professores, uma vez que realmente em um dos colégios acontece a reunião pedagógica e percebemos comprometimento pedagógico por parte dos professores, e no outro apenas alguns, três dos seis professores, compareceram a reunião sendo que esta se resumiu a definição de datas para os campeonatos do colégio, e teve duração de 20 minutos, começou as 19:40 terminando as 20h e a articuladora também não compareceu.

    Um dos docentes voltou enfatizar que “a maioria dos professores de Educação Física não participam das reuniões pedagógicas, existe o horário, porém poucos vêm, e quando acontece à reunião é apenas para resolver questões de jogos do colégio e assinar a freqüência para contar como carga horária”.

    Assim, fica claro que houve uma contradição nas respostas de alguns professores e há uma dicotomia entre o discurso e a prática dos mesmos, pois responderam que participam da reunião, no entanto, observamos que eles não estavam presentes.

    Ao questionarmos se existe uma articulação entre as disciplinas que compõem a grade curricular da escola, as coordenadoras das duas escolas afirmaram que existe, e que estão articulando alguns projetos para inter-relacionar as disciplinas. E de acordo com o Projeto Pedagógico de um dos colégios, a instituição adotara uma metodologia de educação por projetos, com vista na interdisciplinaridade, buscando a integração das diversas áreas do conhecimento.

Hierarquização

    Na última categoria hierarquização perguntamos para todos os sujeitos da pesquisa quais das disciplinas têm maior relevância no currículo escolar, um coordenador pedagógico respondeu que todas as disciplinas tem a mesma importância e o outro colocou a disciplina de Português em primeiro lugar, em segundo Matemática, terceiro Geografia e Historia, em quinto Educação Física e por último Física.

    Quanto às diretoras uma respondeu que a mais importante é a Filosofia, que não constava na entrevista, e as demais tem a mesma importância. E a outra afirmou que em primeiro lugar vem à disciplina de Português, em seguida Matemática e Educação Física e as outras tem a mesma importância.

    Dentre os professores a metade acredita que todas as disciplinas tem o mesmo grau de importância, e a outra metade variou as respostas sendo que a maioria dentre elas foi que a disciplina Português ocupa o primeiro lugar em importância, em seguida Matemática, Historia, Geografia, Educação Física, Química e por último Física.

    Já os professores de Educação Física uma minoria, apenas dois, acreditam que todas as disciplinas têm a mesma importância justificando que todas proporcionam conhecimento, e a maioria acredita que a disciplina mais importante é Português, em segundo lugar Matemática, em terceiro Historia, quarto Física, quinto Geografia, sexto Química e por último Educação Física.

    Ao analisarmos o Projeto Pedagógico dos colégios constatamos que existe uma diferença entre a carga horária total dos componentes curriculares. A disciplina da base nacional comum que detém a maior carga horária é Português com um total de 400h, em seguida vem às disciplinas Física, Química, Biologia e História com 280h, Geografia e Educação Física aparecem com 240h, e Artes, Filosofia e Sociologia com 80h cada. Entre as disciplinas da parte diversificada, Língua Estrangeira Moderna tem 240h e Redação e Eletricidade 80 e 40h respectivamente.

    Desta forma, com base em nosso referencial teórico e analise dos dados coletado fica evidente a existência de uma hierarquização dos saberes nas escolas, sendo que a disciplina que é considerada mais importante entre todos os sujeitos pesquisados e detém uma maior carga horária é português e a menos importante para os professores de Educação Física é a própria disciplina que eles lecionam, com uma carga horária de 240h sendo que nos cursos noturnos não fazem parte da grade curricular.

    Notamos, então que “a representação de uma escola na qual tudo que se ensina é de igual importância e possui o mesmo grau de legitimidade não corresponde absolutamente à realidade” (FORQUIN, 1992, p. 41).

    Neste sentido concordamos com Forquin que “os saberes escolares (...) apresentam-se como um universo no interior do qual existem não apenas diferenciações funcionais, mas também fenômenos de hierarquização” (FORQUIN, 1992, p. 41).

    Perguntamos também aos professores nesta categoria se eles acreditam que existe uma desvalorização da Educação Física na escola e a maioria dos professores da área responderam que sim, apenas um respondeu não, com diferentes justificativas, mas a maioria respondeu que a Educação Física vem se desvalorizando pelo trabalho que os professores vem fazendo dentro da escola. E quando questionamos o que poderíamos fazer para mudar essa situação de desvalorização todos responderam que têm que ocorrer uma mudança de postura dos docentes da área e começar a ocupar os espaços dentro da escola, participar de reuniões pedagógicas, conselhos de classe e tentar mostrar a importância da Educação Física.

    Quando fizemos as mesmas perguntas aos professores de outras áreas percebemos que houve certa diferença entre os colégios, em um a maioria, três dos quatro docentes acreditam que a Educação Física é desvalorizada e no outro todos acreditam que não, estes afirmaram que “dentro do nosso contexto ela é muito bem valorizada” e os outros justificaram que ela é desvalorizada “por conta dos próprios professores que se acomodam em colocar os meninos simplesmente para jogar futebol” e “pela falta de material”. E para mudar a situação de desvalorização enfatizam que deve-se “informar a comunidade escolar sobre a importância e a necessidade da mesma” e “parte do compromisso profissional, os professores poderiam se doar mais”.

    Dentro desta perspectiva, compreendemos que existe diferentes realidades da Educação Física nos colégios pesquisados, em um ela é vista por seu diretor, coordenador pedagógico e demais professores como uma disciplina importante enquanto que na outra não.

    Apesar dos professores das outras áreas de conhecimento de um dos colégios afirmarem que a Educação Física não é desvalorizada, por meio das entrevistas com os professores de Educação Física e analise do Projeto Pedagógico dos colégios percebemos que a Educação Física sofre uma desvalorização em relação aos outros componentes curriculares.

    E como afirma todos os docentes da área isso acontece principalmente em virtude dos próprios professores que não tem um compromisso pedagógico, não demonstrando para os educandos a importância da Educação Física, como também não participando das reuniões pedagógicas mostrando para o corpo docente da escola a falta de compromisso desses docentes.

    Não queremos com esta afirmação responsabilizar apenas os professores pela desvalorização da Educação Física, sabemos que o modelo de escola que temos supervaloriza alguns saberes em detrimento de outros, e os que são valorizados são os cognitivos, abstratos o que torna mais difícil o reconhecimento da Educação Física, como vimos anteriormente ela possui uma carga horária menor que outras disciplinas, entre outras coisas que a torna marginalizada.

    Sabemos que algumas mudanças dependem de instancias superiores ao professor ou à escola, nestes casos a luta é mais longa e exigente. Mas muitas estão ao alcance do professor e da escola e estas mudanças devem ser feitas se quisermos construir algo novo, uma vez que sempre existe espaço para avançar. (VASCONCELLOS, 1995)

    Acreditamos que nos professores da área poderíamos minimizar esta situação, demonstrando para os educandos e toda sociedade a importância da Educação Física na escola enfatizando sua contribuição na formação do cidadão autônomo e crítico. Por meio de uma ação pedagógica comprometida certamente justificaremos a presença dela nos currículos escolares.

Considerações finais

    O presente estudo teve por finalidade analisar se existe uma hierarquização dos saberes nas escolas de ensino médio do município de Jequié-Ba e conhecer quais as perspectivas e desafios para Educação Física no currículo destas escolas. Desta forma, buscamos analisar a organização do currículo escolar desde o seu surgimento para entendermos o atual contexto.

    Percebemos a existência de diferentes concepções do currículo, na tradicional ele é entendido como uma questão técnica e preocupa-se apenas com questões relativas a procedimentos e métodos de ensino, já as concepções critica e pós-critica questionam essa visão técnica enfatizando a existência de relações de poder no interior do currículo. E questionam por que determinados saberes detém maior valorização que outros, por que uns tem maior carga horária que outros.

    Assim, ao analisarmos a concepção critica de currículo nos deparamos com autores como Michael Young, Forquin e Bernstein que afirma a existência de uma hierarquização dos saberes na escola. E através da analise dos dados coletados podemos constatar que realmente existe uma hierarquização dos saberes nas escolas de ensino médio do município de Jequié-Ba, onde a disciplina que é considerada mais importante e apresenta uma maior carga horária é Português, sedo que a Educação Física é considerado a menos importante para os professores da área e obtém uma carga horária reduzida.

    Por meio da pesquisa confirmamos que a Educação Física é uma disciplina desvalorizada no currículo escolar, e os professores da área das duas escolas pesquisadas acreditam que a Educação Física é desvalorizada pelo trabalho que os professores vêm desenvolvendo, uma vez que estes não têm um comprometimento com sua ação pedagógica.

    Porém sabemos que o modelo de escola que temos supervaloriza o conhecimento cognitivo em detrimento da dimensão corporal da aprendizagem, o que torna mais difícil o reconhecimento da Educação Física na escola, sendo assim acreditamos que o motivo de sua desvalorização não é somente pelas influencias medicas, militares e esportivas recebidas ao longo de sua historia ou apenas pela prática pedagógica dos professores.

    Entendemos que todos esses fatores em conjunto contribuem para que a Educação Física seja vista como uma disciplina irrelevante no currículo escolar. Passamos a compreender que na organização dos saberes nos currículos escolares há relações de poder, e certas mudanças dependem de instancias superiores a escola e ao professor.

    No entanto, percebemos que o professor é uma peça fundamental para minimizar essa situação. Através de uma prática pedagógica comprometida demonstrando que assim como os outros componentes curriculares, por meio dos seus variados conteúdos, a Educação Física tem a função de formar um cidadão autônomo certamente conseguiremos justifica-la enquanto um componente curricular obrigatório que tem muito a contribuir na formação do cidadão.

    Através deste estudo, então, percebemos que o principal desafio da Educação Física é mostrar para comunidade escolar e a sociedade a sua importância na escola. E o reconhecimento por parte dos docentes que é necessário uma mudança de postura consideramos um avanço e uma possibilidade para uma possível transformação.

Nota

  1. Teórico da Pedagogia Libertadora

  2. Em um dos colégios o diretor não estava presente sendo assim fizemos a entrevista com o vice-diretor

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