efdeportes.com

Estudo comparativo da concentração de creatinina 

em indivíduos praticantes de musculação e sedentários

Estudio comparativo de concentración de creatinina en personas que practican musculación y en sedentarios

 

*Faculdade de Minas – FAMINAS – Muriaé – MG

**Universidade Presidente Antônio Carlos – UNIPAC – Lafaiete – MG

***Universidade Trás os Montes e Alto Douro – UTAD – Portugal

****Universidade Castelo Branco – UCB – RJ

(Brasil)

Vinícius Alfredo de Oliveira*

Mauro Lúcio Mazini Filho**

Ricardo Luiz Pace Júnior** *** | Dihogo Gama de Matos***

Bernardo Minelli Rodrigues**** | André Luiz Zanella****

Gabriela Rezende de Oliveira Venturini**

zanellasc@hotmail.com

 

 

 

Resumo

          A utilização de suplementação alimentar na busca por um corpo mais sarado faz com que a banalização de tais suplementos desperte a curiosidade de investigadores em saber se os mesmos podem causar algum tipo de dano a algum órgão interno de nosso corpo. A utilização da creatina e de suplementos à base de proteínas tem virado febre nas academias de nosso pais. Benefícios comprovados em rótulos e embalagens, porém pouco ou quase nada se sabe dos impactos que os mesmos trazem ao organismo humano. Além de pouco se saber sobre os impactos da suplementação no organismo, o uso abusivo e da sobre dosagem fizeram com que fosse despertada nossa curiosidade sobre o tema. Assim sendo este estudo teve como objetivo identificar as alterações no trato urinário em praticantes de treinamento de força (exercícios resistidos) e compará-las com indivíduos sedentários.

          Unitermos: Suplementação. Sedentários. Treinamento de força

 

Abstract

          The utilization of supplements feed in the search for a fine more body do with that the utilization exaggerate of such extras arouse the curiosity of investigators in knowledge herself same as cut back cause some chap of harm a some domestic body of ours body. The utilization of the creatina and of extras at bases of proteins has become fever in the academies of ours parents. Benefits prove in labels and packaging, only little either next to nothing whether know with impacts that same as bring ago human organism. Beyond little herself knowledge concerning the impacts of the supplements no organism, the usage exaggerate e of the over dosage do with that be arouse ours curiosity remain the issue. In The Circumstances this study have consume object detect the alterations no attend urine in practitioners of practice of brawn and compare with sedentary individuals.

          Keywords: Supplements. Sedentary. Practice of brawn

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 142 - Marzo de 2010

1 / 1


Introdução

    A atividade física é responsável por uma série de melhoras nas medidas fisiológicas, tais como a redução de triglicérides e do colesterol LDL, o aumento do colesterol HDL, a diminuição da freqüência cardíaca em repouso e em atividade, a redução da pressão arterial, entre outras que decorrem de um estilo de vida fisicamente ativo (FECHIO, 2004).

    Embora os benefícios da prática regular do exercício físico para saúde sejam bem conhecidos, pouco se sabe a respeito dos efeitos da prática excessiva de exercícios e da sua relação com a gênese de um comportamento patológico (MELLO, 2005).

    O sedentarismo e os hábitos nutricionais parecem representar o principal fator de risco no desenvolvimento da obesidade mundial (Pereira, 2003). No Brasil, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística apontam 80,8% de adultos sedentários (OEHLSCHLAEGER, 2004).

    Não é de costume beber líquidos na mesma proporção na qual eles são perdidos. Um atleta, por exemplo, não pode depender da sede para iniciar a reposição hídrica durante o exercício vigoroso e prolongado (PERRELLA, 2005). A desidratação traz efeitos adversos que variam de modo gradativo, iniciando-se por sintomas de sede até distúrbios renais em casos mais críticos (VILELA, 2005).

    A função renal durante exercícios prolongados não é afetada por níveis de desidratação inferiores a 4% e é aumentada durante a recuperação em indivíduos que retêm líquido durante o exercício. (MACHADO-MOREIRA apud and IRVING RA, 2006 /1991).

    Os rins exercem múltiplas funções que podem ser didaticamente caracterizadas como filtração, reabsorção, homeostase, funções endocrinológicas e metabólicas. A função primordial dos rins é a manutenção da homeostasia, regulando o meio interno predominantemente pela reabsorção de substâncias e íons filtrados nos glomérulos e excreção de outras substâncias (SODRE, 2007).

    O exame de urina fornece informações precisas sobre patologias renais e do trato urinário. Além disso, permite uma avaliação da função renal e fornece indícios sobre a etiologia da disfunção (COLOMBELI, 2006). A manifestação clínica mais comum do dano glomerular é a proteinúria, que freqüentemente progride para níveis tão altos quanto na síndrome nefrótica (MAGALHAES, 2007).

    A Creatinina é um metabólito nitrogenado não protéico formado durante o metabolismo celular da fosfocreatina (MORAIS, 2000). A creatinina é excretada pela filtração glomerular e qualquer anormalidade que diminua a velocidade do fluxo urinário irá resultar na elevação da concentração sérica (FERNANDES, 2001). A creatinina é formada no tecido muscular pela remoção não enzimática e irreversível de água do fosfato de creatina, a qual se origina do metabolismo dos aminoácido (KOZLOSKI, 2005).

    A creatrinina pode ser mensurada no sangue ou na urina e sua concentração permanece praticamente inalterada ao longo de 24h. O músculo esquelético é o maior sítio de produção da creatinina; dessa forma, variações em sua produção indicariam alterações diretamente proporcionais na massa muscular. A creatinina também é extensivamente utilizada para avaliar a função renal através da taxa de filtração glomerular (TFG) (SILVA, 2006).

    Assim sendo este estudo objetivou identificar as alterações no trato urinário em praticantes de treinamento de força (exercícios resistidos) e compará-las com indivíduos sedentários.

Revisão de literatura

Atividade física

    Atividade física é qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que resulta em gasto energético maior do que o dos níveis de repouso. Já o exercício é uma atividade física planejada, estruturada e repetitiva, que tem como objetivo final ou intermediário aumentar ou manter a saúde/aptidão física (MORAES, 2007). Exercícios físicos, principalmente os resistidos com pesos, são de extrema importância para impedir a atrofia e favorecer o processo de hipertrofia muscular, melhorando a qualidade de vida dos indivíduos (HARAGUCHI, 2006).

    A atividade física é considerada, dentre outros fatores, um importante elemento na promoção da saúde e qualidade de vida da população. Vários estudos demonstram que o sedentarismo ou a falta de atividade física, juntamente com o fumo e a dieta inadequada, são fatores de risco associados ao estilo de vida, o que pressupõe aumento substancial no risco de desenvolver/agravar várias doenças, principalmente as de natureza crônico-degenerativa, como cardiopatias, nefropatias, câncer, hipertensão, diabetes melito e obesidade (SILVA, 2007).

Sedentarismo e obesidade

    O sedentarismo e os hábitos nutricionais parecem representar o principal fator de risco no desenvolvimento da obesidade mundial (Pereira, 2003). No Brasil, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística apontam 80,8% de adultos sedentários (OEHLSCHLAEGER, 2004).

    O sedentarismo, que tende a acompanhar o envelhecimento e vem sofrendo importante pressão do avanço tecnológico ocorrido nas últimas décadas, é um importante fator de risco para as doenças crônico-degenerativas, principal causa de morte nos idosos. A prática de exercício físico, além de combater o sedentarismo, contribui de maneira significativa para a manutenção da aptidão física, seja na sua vertente da saúde como nas capacidades funcionais (ALVES, 2004).

    A obesidade portanto não é uma doença singular, e sim um grupo heterogêneo de condições com múltiplas causas que, em última análise, refletem no fenótipo obeso. O balanço energético positivo, que ocorre quando o valor calórico ingerido é superior ao gasto, é importante contribuidor para o desenvolvimento da obesidade, promovendo aumento nos estoques de energia e peso corporal. A tendência secular no aumento da obesidade parece ocorrer paralelamente à redução na prática de atividade física e aumento no sedentarismo (PEREIRA, 2003).

Desidratação

    Os humanos têm pouca habilidade de tomar líquidos na mesma proporção na qual eles são perdidos. O atleta não pode depender da sede para iniciar a reposição hídrica durante o exercício vigoroso e prolongado (PERRELLA, 2005).

    A perda hídrica pela sudorese durante o exercício pode levar o organismo à desidratação, com aumento da osmolalidade, da concentração de sódio no plasma e diminuição do volume plasmático (MACHADO-MOREIRA, 2006).

    A desidratação traz efeitos adversos que variam de modo gradativo, iniciando-se por sintomas de sede até distúrbios renais em casos mais críticos (VILELA, 2005).

    A função renal durante exercícios prolongados não é afetada por níveis de desidratação inferiores a 4% e é aumentada durante a recuperação em indivíduos que retêm líquido durante o exercício. (MACHADO-MOREIRA apud and IRVING RA, 2006 /1991).

Sistema Renal

    Os rins exercem múltiplas funções que podem ser didaticamente caracterizadas como filtração, reabsorção, homeostase, funções endocrinológica e metabólica. A função primordial dos rins é a manutenção da homeostasia, regulando o meio interno predominantemente pela reabsorção de substâncias e íons filtrados nos glomérulos e excreção de outras substâncias (SODRE, 2007).

    A avaliação da função renal é um dos mais antigos desafios da medicina laboratorial. Muitos avanços foram feitos nesse campo desde a primeira dosagem de creatinina feita por Jaffe, em 1886. Porém, ainda há espaço para o desenvolvimento de marcadores laboratoriais da função renal. (SODRE, apud and CORESH, 2005). A urinálise e a determinação das concentrações séricas de creatinina e uréia são métodos convencionais utilizados para a avaliação da função renal (SANTIN, 2006).

    A medida do ritmo de filtração glomerular (RFG) é a prova laboratorial mais utilizada na avaliação da função renal. Para tanto, o teste realizado com maior freqüência no laboratório clínico é a dosagem da creatinina sérica. A dosagem da creatinina, sérica ou plasmática, dá informação sobre o RFG (KIRSZTAJN, 2007). A taxa de filtração glomerular (TFG) pode ser definida como o volume de plasma que é filtrado nos rins, por minuto, sendo freqüentemente expressa em função do peso corporal. Para estimativa da TFG, tem sido usada à técnica de depuração plasmática, que se constitui na relação entre a quantidade excretada e a concentração plasmática de uma substância, representando o volume virtual de plasma depurado da substância, por minuto. A substância cuja depuração plasmática serve como estimativa da TFG, entre outras características, deve ser livremente filtrável no glomérulo e não ser reabsorvida nem secretada pelos túbulos renais (RENNO, 2000).

Distúrbios Renais

    Nas últimas décadas, as patologias do sistema urinário não foi um assunto prioritário, provavelmente por sua baixa ocorrência (PORTO, 2003).

Proteinúria

    A manifestação clínica mais comum do dano glomerular é a proteinúria, que freqüentemente progride para níveis tão altos quanto na síndrome nefrótica (MAGALHAES, 2007).

    A presença da proteinúria reflete a instalação de modificações relevantes da função renal, decorrentes das lesões glomerulares (COELHO, 2004). Indivíduos normais excretam menos de 10% de proteínas por dia, considerando o volume urinário diário em condições normais, desprezando-se as oscilações normais de fluxo urinário, variações de postura e de intensidade de esforço físico.

    A determinação dos valores normais para a concentração de proteínas em amostras de urina tomadas ao acaso é um dado extremamente útil: permite a comparação e portanto a discriminação entre a proteinúria normal e discretas elevações na concentração de proteínas na urina, em decorrência de lesões renais incipientes, não detectadas pelos métodos habituais de exames de laboratório (SOUSA, 1973).

Creatinina

    A Creatinina é um metabólito nitrogenado não protéico formado durante o metabolismo celular da fosfocreatina (MORAIS, 2000). A creatinina é excretada pela filtração glomerular e qualquer anormalidade que diminua a velocidade do fluxo urinário irá resultar na elevação da concentração sérica (FERNANDES, 2001).

    A creatinina é formada no tecido muscular pela remoção não enzimática e irreversível de água do fosfato de creatina, a qual se origina do metabolismo dos aminoácido (KOZLOSKI, 2005).

    A creatinina pode ser mensurada no sangue ou na urina e sua concentração permanece praticamente inalterada ao longo de 24h. O músculo esquelético é o maior sítio de produção da creatinina; dessa forma, variações em sua produção indicariam alterações diretamente proporcionais na massa muscular. A creatinina também é extensivamente utilizada para avaliar a função renal através da taxa de filtração glomerular (TFG) (SILVA, 2006).

    Apesar de superestimar a TFG e depender da massa muscular, o clearance de creatinina continua sendo um dos marcadores mais usados na avaliação da função renal. Ele pode ser dosado diretamente com uma amostra de sangue e outra de urina em 24 horas consecutivas (SODRE, 2007). A excreção de creatinina é pouco afetada pelos teores de proteína, carboidratos não-fibrosos ou nitrogênio não-protéico da dieta, assim, não são esperadas variações decorrentes da dieta (LEAL, 2007).

Insuficiência renal

    A insuficiência renal é uma patologia relativamente comum. Caracteriza-se principalmente pela perda das funções excretora e concentradora dos rins. A diminuição da capacidade reguladora renal leva ao aparecimento de sinais clínicos, que refletem a progressão da doença e, em casos avançados, podem desencadear severas crises urêmicas, que necessitam de tratamento intensivo imediato (VEADO, 2002).

    O início e o conjunto dos eventos clínicos e bioquímicos, que ocorrem em pacientes com insuficiência renal podem variar de acordo com a natureza, gravidade, duração e progressão da afecção subjacente (BUENO DE CAMARGO, 2006).

Suplementos Nutricionais

    Os suplementos podem ser definidos como produtos feitos de vitaminas, minerais, produtos herbais, extratos de tecidos, proteínas e aminoácidos e outros produtos, consumidos com o objetivo de melhorar a saúde e prevenir doenças (PEREIRA, 2003). A ingestão de proteína ou aminoácidos, após exercícios físicos, favorece a recuperação e a síntese protéica muscular (HARAGUCHI, 2006).

    Os suplementos vitamínicos têm sido bastante explorados pela indústria farmacêutica, na qualidade de produtos promotores da saúde. Para as vitaminas comercializadas sob a forma de medicamentos, são atribuídas propriedades cuja representação simbólica faz com que os nutrientes contidos nesses produtos passem a ser vistos como mais eficazes do que aqueles mesmos elementos disponíveis nos alimentos (MELO, 2005). O uso excessivo de suplementos alimentícios, sem prescrição médica se constitui um risco para a saúde (DE ROSE, 2006). Excessos na ingestão de proteínas podem, contudo, proporcionar efeitos negativos no metabolismo hepático e renal (SGARBIERI, 2004).

Metodologia

Amostra

    A amostra foi selecionada de forma aleatória e os indivíduos eram classificados entre sedentários e praticantes de musculação em fase de hipertrofia muscular. Participaram do estudo 18 indivíduos, saudáveis, sexo masculino, com idade entre 15 e 40 anos.

Instrumentos

Nível de atividade Física

    Todos os voluntários foram submetidos ao Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), versão 8 e curta para classificar o nível de atividade física dos voluntários (MATSUDO et al., 2002).

Avaliação da urina

    Após a entrega do questionário foi realizada a entrega do recipiente para coleta da urina 24 horas contendo as instruções de coleta, armazenamento e restrições durante a coleta. A coleta da urina iniciou-se após o esvaziamento completo da bexiga na primeira micção do dia, quando se iniciou a contagem do período de 24h. Essa urina foi desprezada e nas 24 horas seguintes toda a urina é coletada e conservada em geladeira. Os voluntários levaram o material até o Laboratório Ângelo Fatorelli da Casa de Caridade São Vicente de Paulo de Miraí onde foi aferido altura e o peso para a realização dos cálculos pertinentes. Depois foi realizada medida volumétrica da amostra e a diluição da mesma (urina diluída em água 1x50). Foi realizada a pipetagem dos reagentes e urina para posterior leitura no BioSystem-BTS310 (Aparelho semi-automático da bioquímica) que utiliza a metodologia Jaffé e emissão das concentrações de creatinina na urina 24h.

Avaliação do Soro Sanguíneo

    Os voluntários permaneceram em jejum nas 4 horas anteriores à coleta do sangue (amostra de 10 ml) que foi realizada ao final do período da coleta da urina de 24 h no mesmo local da entrega das amostras de urina. O sangue foi coletado em tubos de ensaio, identificados, colocados em banho-maria a 37°C até a coagulação do sangue, e posteriormente centrifugado para separação do soro. Depois foi realizada a pipetagem dos reagentes e do soro para a leitura no BioSystem-BTS310 (Aparelho semi-automático da bioquímica) que utiliza a metodologia Jaffé e emissão das concentrações de creatinina no soro sangüíneo.

Avaliação do Clearance da Creatinina

    Foi efetuado os cálculos do clearance da creatinina e clearance corrigido: Através dos valores da creatinina na urina 24hs e no soro sanguíneo utilizando-se a fórmula: Clearance x Fator (corrigido pela superfície corporal, calculado em função do peso e da altura). Logo após foi emitido os laudos aos pacientes.

Cuidados Éticos

    Todos os voluntários assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, aprovado pelo Comitê de Ética da Faminas - Muriaé.

Análise Estatística

    Para analisar os dados do nível de atividade física foi utilizado o consenso realizado entre o Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (CELAFISCS) e o Center for Disease Control (CDC) de Atlanta em 2002, citado por Matsudo et al,. (2002), considerando os critérios de freqüência e duração, que classificam as pessoas em cinco categorias: muito ativo, ativo, irregularmente ativo A, irregularmente ativo B e sedentário.

    Foi realizada a estatística descritiva média e desvio-padrão e o teste t de student para amostras independentes para comparar os dois grupos. Para a análise de dados deste estudo foi utilizado o Pacote Estatístico de Ciências Sociais for Windows (SPSS®, versão 15.0).

Resultados

    Participaram deste estudo 18 indivíduos do sexo masculino com idade entre 15 e 40 anos. Sendo 10 sedentários e 8 praticantes de musculação em fase de treinamento de força e/ou hipertrofia muscular e relataram que utilizavam proteína e/ou creatina como suplemento nutricional durante o período de pesquisa.

    Todos os indivíduos do grupo sedentário foram classificados como sedentários pelo IPAQ, já os do grupo praticantes de musculação foram classificados como muito ativo pelo IPAQ.

    A tabela abaixo apresenta as médias e desvio padrão da idade, peso, altura e IMC dos avaliados.

Grupos

Idade

Peso

Altura

IMC

Sedentário

23,6±5,17

81,35±22,12

175,3±6,5

26,29±5,88

Praticantes de musculação

25,37±7,13

82,81±6,71

178,75±5,70

25,99±2,70

Tabela 1. Média e desvio-padrão

    A Tabela 1 corresponde à caracterização de nossa amostra em relação aos sedentários e praticantes de musculação e suas vaiáveis; idade; peso; altura e IMC.

    As variáveis bioquímicas estão descritas na tabela abaixo:

Grupos

Creatinina Urina (mg/dl)

Creatinina Soro (mg/dl)

Depuração Corrigida na Creatinina (ml/min./1,73m²)

Sedentário

148,85±63,96

1,008±0,09

 

108,99±30,53

Praticantes de musculação

182,06±65,11

1,095±0,1

110,04±33,54

Tabela 2. Média e desvio-padrão dos valores de creatinina nos diferentes métodos de avaliação

    Não foi verificada diferença significativa quando comparados os dois grupos, sendo a creatinina no soro a variável que apresentou maior diferença p = 0,07, sendo o valor maior alcançado no grupo sedentário.

Discussão

    A homogeneidade dos grupos pôde ser verificada na Tabela 1, que mostra as médias para a composição corporal, não existindo diferença significativa entre os grupo, o que deixa mais válido o trabalho.

    Os indivíduos sedentários apresentaram uma média na Depuração Corrigida na Creatinina de 108,99 ml/min./173m² onde, os praticantes de musculação apresentaram valores de 110,0375 ml/min./173m², valores mais elevados porém sem diferença estatística. A literatura preconiza valores de referencia >100 ml/min./173m² como refere Ânstrand & Rodahl (1986) e Jacobs (1986) onde para ambos estes valores seriam os aceitáveis para indivíduos sedentários, saudáveis.

    Os indivíduos praticantes de musculação podem não terem apresentado valores mais elevados, devido a um melhor aproveitamento no processo de absorção protéica, evitando assim que sua depuração seja acentuada. Clark (2008) que afirma que a atividade física auxilia no aproveitamento e promove também um aumento na taxa de absorção de proteínas, devido ao processo de anabolismo. Esta afirmativa corrobora com os resultados encontrados neste estudo.

Conclusão

    Em relação à questão norteada, que buscava-se saber se os praticantes de musculação em fase de hipertrofia muscular, pelo uso de suplementos nutricionais tais como creatina e proteína e por uma maior massa muscular, recebiam respostas diferentes em sua função renal que indivíduos sedentários, podemos concluir que não houve diferença significativa que comprovasse tal hipótese.

    Para ambos os grupos os valores obtidos permaneceram dentro da bibliografia existente não demonstrando que a a ingestão de suplementos tais como a creatina e proteína não promovem sobrecarga renal tanto para indivíduos treinados como para indivíduos sedentários.

Referencias bibliográficas

  • ALVES, R. V. et al. Aptidão física relacionada à saúde de idosos: influência da hidroginástica. Rev Bras Med Esporte,  Niterói,  v. 10,  n. 1, 2004.

  • ASTRAND, P. O., & Rodahl, K. (1986). Textbook of work physiological: Physiological bases of exercise. 3rd ed. New York: McGraw-Hill.

  • BUENO DE CAMARGO, M. H. et al. Alterações morfológicas e funcionais dos rins de cães com insuficiência renal crônica. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec.  Belo Horizonte,  v. 58,  n. 5, 2006.

  • CLARK, N.. Sports Nutrition Guidebook. 4th ed. Chestnut Hill: Humam Kinetics. p.133, 2008.

  • COELHO, T. M. et al. Proteinúria nas síndromes hipertensivas da gestação: prognóstico materno e perinatal. Rev. Assoc. Med. Bras.  São Paulo,  v. 50,  n. 2, 2004.

  • COLOMBELI, A. S. da S.; FALKENBERG, M.. Comparação de bulas de duas marcas de tiras reagentes utilizadas no exame químico de urina. J. Bras. Patol. Med. Lab.  Rio de Janeiro,  v. 42,  n. 2, 2006. 

  • DE ROSE, E. H. et al. Uso referido de medicamentos e suplementos alimentares nos atletas selecionados para controle de doping nos Jogos Sul-Americanos. Rev Bras Med Esporte,  Niterói,  v. 12,  n. 5, 2006.

  • DORO, A. R. et al. Análise da associação de atividade física à síndrome metabólica em estudo populacional de nipo-brasileiros. Arq Bras Endocrinol Metab,  São Paulo,  v. 50,  n. 6, 2006.

  • FECHIO, J. J.; MALERBI, F. E. K. Adesão a um programa de atividade física em adultos portadores de diabetes. Arq Bras Endocrinol Metab,  São Paulo,  v. 48,  n. 2, 2004. 

  • FERNANDES, S. T.; TEIXEIRA, M. N.; SANTOS, E. S.. Influência da temperatura e do tempo de armazenamento nas dosagens bioquímicas de uréia e creatinina em soro ou plasma caninos. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec.  Belo Horizonte,  v. 53,  n. 6, 2001.

  • GUEDES, D. P.; GONCALVES, L. A. V. V.. Impacto da prática habitual de atividade física no perfil lipídico de adultos. Arq Bras Endocrinol Metab,  São Paulo,  v. 51,  n. 1, 2007.

  • GUEDES, D. P., LOPES, C. C. and GUEDES, J. E. R. P. Reprodutibilidade e validade do Questionário Internacional de Atividade Física em adolescentes. Rev Bras Med Esporte, vol.11, nº 2, 2005.

  • HARAGUCHI, F. K.; ABREU, W. C. de; PAULA, H. de. Proteínas do soro do leite: composição, propriedades nutricionais, aplicações no esporte e benefícios para a saúde humana. Rev. Nutr.  Campinas,  v. 19,  n. 4, 2006. 

  • JACOBS, I. (1986). Blood lactate implications for training and sports performance. Sports Medicine, 3, 10-25.

  • KIRSZTAJN, G. M.. Avaliação do ritmo de filtração glomerular. J. Bras. Patol. Med. Lab.  Rio de Janeiro,  v. 43,  n. 4, 2007.

  • KOZLOSKI, G. V. et al. Uso da creatinina como indicador da excreção urinária em ovinos. Cienc. Rural,  Santa Maria,  v. 35,  n. 1, 2005.

  • LEAL, T. L. et al. Variações diárias nas excreções de creatinina e derivados de purinas em novilhas. R. Bras. Zootec.  Viçosa,  v. 36,  n. 4, 2007. 

  • MACHADO-MOREIRA, C. A. et al. Hidratação durante o exercício: a sede é suficiente?. Rev Bras Med Esporte,  Niterói,  v. 12,  n. 6, 2006.

  • MAGALHAES, I. Q.. Alterações renais nas doenças falciformes. Rev. Bras. Hematol. Hemoter.  São José do Rio Preto,  v. 29,  n. 3, 2007.

  • MATSUDO, S. M.; MATSUDO, V. R.; ARAÚJO, T.; ANDRADE, D.; ANDRADE, E.; OLIVEIRA, L.; BRAGGION, G.. Nível de atividade física da população do Estado de São Paulo: análise de acordo com gênero, idade, nível socioeconômico, distribuição geográfica e de conhecimento. Revista Brasileira Ciência e Movimento. Brasília v. 10, n. 4, p. 41 - 50, out. 2002.

  • MELLO, M. T. de et al. O exercício físico e os aspectos psicobiológicos. Rev Bras Med Esporte,  Niterói,  v. 11,  n. 3, 2005. 

  • MELO, M. de F. G. de; SANTOS, L. M. P.; LIRA, P. I. C. de. Uso de suplementos vitamínicos e/ou minerais por crianças menores de seis meses no interior do estado de Pernambuco. Rev. Bras. Saude Mater. Infant.  Recife,  v. 5,  n. 3, 2005.

  • MENDONCA, C. P.; ANJOS, L. A. dos. Aspectos das práticas alimentares e da atividade física como determinantes do crescimento do sobrepeso/obesidade no Brasil. Cad. Saúde Pública,  Rio de Janeiro,  v. 20,  n. 3, 2004.

  • MORAES, H. et al. O exercício físico no tratamento da depressão em idosos: revisão sistemática. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul,  Porto Alegre,  v. 29,  n. 1, 2007. 

  • MORAIS, M.G. et al. Variação sazonal da bioquímica clínica de vacas aneloradas sob pastejo contínuo de Brachiaria decumbens. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec.  Belo Horizonte,  v. 52,  n. 2, 2000.

  • OEHLSCHLAEGER, M. H. K. et al. Prevalência e fatores associados ao sedentarismo em adolescentes de área urbana. Rev. Saúde Pública,  São Paulo,  v. 38,  n. 2, 2004. 

  • PEREIRA, L. O.; FRANCISCHI, R. P. de; LANCHA JR., A. H.. Obesity: dietary Intake, sedentarism and insulin resistance. Arq Bras Endocrinol Metab,  São Paulo,  v. 47,  n. 2, 2003. 

  • PEREIRA, R. F.; LAJOLO, F. M.; HIRSCHBRUCH, M. D.. Consumo de suplementos por alunos de academias de ginástica em São Paulo. Rev. Nutr.  Campinas,  v. 16,  n. 3, 2003

  • PERRELLA, M. M.; NORIYUKI, P. S.; ROSSI, L.. Avaliação da perda hídrica durante treino intenso de rugby. Rev Bras Med Esporte,  Niterói,  v. 11,  n. 4, 2005.

  • PORTO, R. N. G. et al. Aspectos físicos químicos e microbiológicos da urina de matrizes suínas descartadas. Cienc. Rural,  Santa Maria,  v. 33,  n. 2, 2003. 

  • RENNO, L. N. et al. Concentração plasmática de uréia e excreções de uréia e creatinina em novilhos. Rev. Bras. Zootec.  Viçosa,  v. 29,  n. 4, 2000. 

  • SALLES-COSTA, R. et al. Gênero e prática de atividade física de lazer. Cad. Saúde Pública,  Rio de Janeiro2008. 

  • SILVA, A. S. R. da et al. Comportamento das concentrações séricas e urinárias de creatinina e uréia ao longo de uma periodização desenvolvida em futebolistas profissionais: relações com a taxa de filtração glomerular. Rev Bras Med Esporte,  Niterói,  v. 12,  n. 6, 2006. 

  • SILVA, G. dos S. F. da et al. Avaliação do nível de atividade física de estudantes de graduação das áreas saúde/biológica. Rev Bras Med Esporte,  Niterói,  v. 13,  n. 1, 2007.

  • SGARBIERI, V. C.. Propriedades fisiológicas-funcionais das proteínas do soro de leite. Rev. Nutr.  Campinas,  v. 17,  n. 4, 2004.

  • SODRE, F. L.; COSTA, J. C. B.; LIMA, J. C. C.. Avaliação da função e da lesão renal: um desafio laboratorial. J. Bras. Patol. Med. Lab.  Rio de Janeiro,  v. 43,  n. 5, 2007.

  • SOUSA, C. A. M. de; LESSA, I. S.; LEBOREIRO, O.. Concentração de proteínas na urina de indivíduos normais. Rev. Saúde Pública,  São Paulo,  v. 7,  n. 4, 1973.

  • VEADO, J.C.C. et al. Uso de cetoanálogo na terapia da insuficiência renal canina. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec.  Belo Horizonte,  v. 54,  n. 5, 2002. 

  • VILELA, R. A. de G.; MALAGOLI, M. E.; MORRONE, L. C.. Trabalhadores da saúde sob risco: o uso de pulverizadores no controle de vetores. Prod.  São Paulo,  v. 15,  n. 2, 2005.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/

revista digital · Año 14 · N° 142 | Buenos Aires, Marzo de 2010  
© 1997-2010 Derechos reservados