Nível de atividade física em praticantes de musculação de um clube da cidade de São Paulo Nivel de actividad física en practicantes de musculación de un gimnasio de la ciudad de San Pablo |
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*Nutricionistas Graduadas do Curso de Nutrição do Centro Universitário São Camilo **Nutricionista, Docente e Supervisora de Estágio do Centro Universitário São Camilo (Brasil) |
Ana Lucia Girasoli de Oliveira* Camila Lacerda da Silva* Marcia Nacif** |
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Resumo Foram entrevistados 20 praticantes de musculação de uma academia no Município de São Paulo. Para análise do nível de atividade física foi utilizado o IPAQ na versão curta. Os participantes também foram questionados sobre algumas características de sua alimentação. Pelo consumo alimentar foi constatado que 100% consumiam no mínimo 3 refeições diárias e consumiam água antes, durante e após a atividade física, verificou-se que os entrevistados apresentaram nível de atividade física de alto a moderado. Conclui-se que a atividade física regular e uma alimentação equilibrada é importante para a manutenção da saúde e prevenção das DCNTs. Unitermos: Nível de atividade física. Musculação. Academia |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 142 - Marzo de 2010 |
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Introdução
Atualmente, o estilo de vida da população tem contribuído para o desenvolvimento de diversas doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs). O estresse físico e emocional, associado a uma alimentação inadequada, inatividade física e outros fatores ambientais, sociais e culturais, desencadeia diversas reações químicas no organismo, sendo a causa ou agravante de diversas enfermidades (FANHANI; FERREIRA, 2006; ZAWADSK; VAGETTI, 2007).
Sabe-se que a atividade física é benéfica para a saúde. A atividade física regular e orientada, associada a uma alimentação adequada e a uma mudança no estilo de vida diminui a probabilidade de surgimento das DCNTs, além de aumentar o nível de disposição mental e aptidão física (PEREIRA; SOUZA; LISBÔA, 2007; ZAWADSK; VAGETTI, 2007).
Em contrapartida, o exercício físico em excesso e sem orientação adequada, promove a produção de radicais livres, levando ao estresse oxidativo, podendo ser tão prejudicial à saúde quanto o sedentarismo. Desta forma, é imprescindível uma orientação adequada quanto ao tipo de exercício praticado, a sua duração e intensidade, assim como a forma de reposição da energia gasta durante a atividade física para evitar a degeneração dos tecidos e promover benefícios à saúde (FANHANI; FERREIRA, 2006, MARTINS; SANTOS 2004).
A musculação tem sido uma das atividades mais praticadas pelos indivíduos para promover o aumento da resistência muscular e melhorar a estética. As alterações na composição corporal aparecem após algumas semanas de treino, mas para isso a alimentação adequada é fundamental, pois aumenta a capacidade de rendimento do organismo, promove a recuperação energética e o ganho de massa muscular (MAESTÁ et al., 2000; PEREIRA; SOUZA; LISBÔA, 2007).
Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o nível de atividade física de alunos de uma academia de musculação inserida em um clube do Município de São Paulo.
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal, realizado com praticantes de musculação, de ambos os gêneros, de uma academia inserida em um Clube de São Paulo.
Para a avaliação do nível de atividade física foi aplicado o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) (MATSUDO et al., 2002), na sua versão curta, que consiste em perguntas que visam avaliar o nível de atividade física da população em relação ao padrão mundial, classificando-as como leve, moderada e vigorosa sendo:
Muito ativo: aquele que cumpriu as recomendações de:
Vigorosa: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão e/ou
Vigorosa: ≥ 3 dias/sem e ≥ 20 minutos por sessão + Moderada e/ou Caminhada: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão.
Ativo: aquele que cumpriu as recomendações de:
Vigorosa: ≥ 3 dias/sem e ≥ 20 minutos por sessão; e/ou
Moderada ou caminhada: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão; e/ou
Qualquer atividade somada: ≥ 5 dias/sem e ≥ 150 minutos/sem (caminhada + moderada + vigorosa).
Os participantes também foram questionados sobre algumas características de sua alimentação.
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário São Camilo, por meio do documento 047/05.
Resultados e discussão
Foram entrevistados 20 freqüentadores de uma academia no Município de São Paulo, sendo 13 (65%) do gênero masculino e 7 (35%) do gênero feminino. A média de idade entre as mulheres foi de 53,29 anos, e os homens apresentaram média de 50,77 anos.
Sabe-se que na faixa etária de 45/55 anos já começa a haver um declínio das capacidades funcionais do indivíduo, que acarreta uma diminuição da capacidade motora, velocidade, força e resistência, porém com a prática de exercícios físicos regulares, principalmente quando associados a uma alimentação equilibrada, o processo de envelhecimento torna-se saudável e contribui para uma melhor qualidade de vida, diminuindo ou retardando o surgimento das DCNTs (PEREIRA; SOUZA; LISBÔA, 2007; ZAWADSK; VAGETTI, 2007).
Atualmente recomenda-se a prática de exercícios resistidos para diminuir a sobrecarga articular e melhorar a saúde óssea, melhorando a estabilidade postural, reduzindo quedas e lesões, como benefícios adicionais há também um aumento da flexibilidade, dos estímulos neurais e do tamanho das fibras musculares, diminuindo o percentual de gordura e melhorando a auto-estima (CHEIK et al. 2003; PEREIRA; SOUZA; LISBÔA, 2007).
No presente estudo, metade dos entrevistados apresentou nível de atividade física moderado e a outra metade nível alto, sendo que a maioria dos homens (53,9%) foi classificado como moderado e a maioria das mulheres (57,1%) como alto.
Tabela 1. Distribuição do nível de atividade física em praticantes de musculação, segundo gênero. Município de São Paulo, 2008
Gênero |
Nível Alto |
Nível Moderado |
||
N |
% |
N |
% |
|
Masculino |
6 |
46,1 |
7 |
53,9 |
Feminino |
4 |
57,1 |
3 |
42,9 |
Total |
10 |
50,0 |
10 |
50,0 |
Esses dados diferem do estudo de Matsudo et al (2002) realizado com 2001 indivíduos de 14 a 77 anos de idade (953 sexo masculino e 1048 do feminino), selecionados de 29 cidades de grande, médio e pequeno porte no Estado de São Paulo, no qual os homens apresentaram nível de atividade física alto comparado às mulheres.
Tabela 2. Tipos de refeições realizadas por freqüentadores de uma academia no Município de São Paulo, 2008
Refeição |
N |
% |
Desjejum |
18 |
90 |
Lanche da manhã |
12 |
60 |
Almoço |
20 |
100 |
Lanche da tarde |
11 |
55 |
Jantar |
20 |
100 |
Ceia |
5 |
25 |
Outros lanches |
1 |
5 |
No estudo de Pereira, Souza e Lisbôa (2007) com praticantes de musculação com idade superior a 50 anos, todos os entrevistados consumiam o desjejum, almoço e jantar, o que se aproxima do presente estudo, no qual o almoço e jantar foram citados por todos e o desjejum por 90% dos entrevistados.
Tabela 3. Freqüência do consumo alimentar diário, por freqüentadores de uma academia no Município de São Paulo, 2008
Produto |
1 vez |
2 vezes |
3 vezes |
> 3vezes |
Raro |
Nunca |
Carnes e ovos |
25 |
60 |
- |
10 |
- |
5 |
Leites e derivados |
40 |
45 |
- |
10 |
5 |
- |
Frutas |
20 |
35 |
20 |
20 |
5 |
- |
Hortaliças |
10 |
50 |
10 |
15 |
15 |
- |
Pães, massas e arroz |
35 |
35 |
20 |
10 |
- |
- |
Produtos integrais |
25 |
20 |
5 |
20 |
15 |
15 |
Doces e refrigerantes |
15 |
10 |
- |
10 |
50 |
15 |
Produtos Diet & Light |
15 |
15 |
- |
20 |
35 |
15 |
Água |
- |
10 |
20 |
70 |
- |
- |
Gráfico 1. Consumo de alimentos e/ou bebidas antes, durante e após a atividade física por freqüentadores de uma academia no Município de São Paulo, 2008.
Dentre os entrevistados, dos que consumiam algum alimento ou bebida 100% citaram o consumo de água antes, durante e após o exercício. A água de coco consumida após o exercício foi citada por 15% (n = 3) dos entrevistados, 1 entrevistado citou o consumo de repositor hidroeletrolítico após o exercício e 1 o consumo de bebida alcoólica após a atividade física. As frutas foram citadas como consumidas após o exercício físico por 30% (n = 6) dos entrevistados.
Tabela 4. Suplementos utilizados pelos freqüentadores de uma academia no Município de São Paulo, 2008.
Suplemento |
N |
% |
Multi-vitamínico |
2 |
10 |
BCAA |
1 |
5 |
Maltodextrina |
1 |
5 |
L-arginina |
1 |
5 |
Guaraná |
1 |
5 |
Cálcio e Vitamina D |
1 |
5 |
Dentre os 20 indivíduos avaliados, apenas 2 consumiam suplementos. Dos suplementos citados estão o BCAA, Maltodextrina, L-arginina e multi-vitamínico, guaraná, cálcio e vitamina D.
Nosso estudo difere do de Araújo, Andreolo e Silva (2002) no qual 34% dos participantes consumiam algum tipo de suplemento, sendo que o mais utilizado foi a creatina (24%), além do uso de anabolizantes (9%). Neste mesmo estudo 15% utilizavam multi-vitamícos, o que se aproxima do presente trabalho.
Conclusão
Pelo presente estudo conclui-se que os praticantes de musculação desta academia apresentaram nível de atividade física de alto a moderado. A atividade física regular é importante para a manutenção da saúde e prevenção das DCNTs, assim como uma alimentação equilibrada e individualizada.
Referências bibliográficas
ARAÚJO, L.R.; ANDREOLO, J.; SILVA, M.S. Utilização de suplemento alimentar e anabolizante por praticantes de musculação nas academias de Goiânia-GO. Rev. Bras. Ciên. e Mov., Brasília, v.10, n.3, p.13-18, jul. 2002.
CHEIK, N.C. et al. Efeitos do exercício físico e da atividade física na depressão e ansiedade em indivíduos idosos. Rev. Bras. Ci. e Mov., Brasília, v. 11, n. 3, p. 45-52, jul./set. 2003.
FANHANI, A.P.G.; FERREIRA, M.P. Agentes antioxidantes: seu papel na nutrição e saúde dos atletas. SaBios – Revista Saúde e Biologia, Campo Mourão, v.1, n.2, p.33-41, jul./ dez. 2006.
MAESTÁ, N. et al. Atropometria de atletas culturistas em relação à referência populacional. Revista de Nutrição, Campinas, v.13, n.2, p.135-141, mai./ago. 2000.
MARTINS, F.R.; SANTOS, J.A.R. Atividade física de lazer, alimentação e composição corporal. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v.18, n.2, p.159-167, abr./jun. 2004.
MATSUDO, S.M. et al. Nível de atividade física da população do Estado de São Paulo: análise de acordo com o gênero, idade, nível socioeconômico, distribuição geográfica e de conhecimento. Rev. Bras. Ciên. e Mov., Brasília, v. 10, n. 4, p.41-50, out. 2002.
PEREIRA, I.C.; SOUZA, I.R.D.; LISBÔA, M.F. Perfil alimentar de praticantes de musculação na maturidade. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo, v.1, n.1, p.54-59, jan./fev. 2007.
ZAWADSK, A.B.R; VAGETTI, G.C. Motivos que levam as idosas a frequentarem as salas de musculação. Movimento e Percepção. Espírito Santo do Pinhal, São Paulo, v.7, n.10, p.45-60, jan./jun, 2007.
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