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Revisão sistemática da produção cientifica relacionada à qualidade

de vida e atividade física de pessoas com deficiência visual

Una revisión sistemática de la producción científica relacionada con la 

calidad de vida y la actividad física de personas con deficiencia visual

Systematic review of scientific literature related to quality of life 

and physical activity for people with visual impairment

 

*Mestre. Universidade do Estado de Santa Catarina

Laboratório de Atividade Motora Adaptada

**Bach. em Educação Física UDESC

***Lic. em Educação Física UDESC. Especialista

****Doutor. Universidade do Estado de Santa Catarina

Laboratório de Atividade Motora Adaptada

*****Bach. Terapia Ocupacional. Especialista

(Brasil)

Paulo Gutierres Filho*

d2paulo@udesc.br

Victor Rosa Menezes**

Carla Regiane Vargas***

Rudney da Silva****

d2rs@udesc.br

Ivanilda Costa da Rosa*****

 

 

 

Resumo

          Este estudo teve por objetivo realizar uma revisão sistemática da produção científica sobre qualidade de vida e atividade física de pessoas com deficiência visual, produzida no período de 2003-2009. Os procedimentos incluíram a seleção das bases de dados Scielo e Google Acadêmico, ocasionando uma revisão minuciosa dos artigos cadastrados e a identificação de artigos de pesquisas científicas através de buscas simples e booleana, sendo pesquisado o descritor primário “deficiente visual” ou “visually impaired” identificando-se 2.165 estudos. Na busca booleana realizou-se o cruzamento do descritor primário com os descritores secundários “atividade física” ou “physical activity” e “qualidade de vida“ ou “quality of life”, identificando-se 17 estudos. Foram selecionados 07 estudos empíricos que atenderam aos critérios de seleção previstos. Os dados foram analisados através da técnica de análise de conteúdo. Deste modo, constatou-se que a produção científica abrange temas diversos, tais como: nível de atividade física, importância e motivação para atividade física, qualidade de vida relacionada a saúde, ao trabalho, e às redes sociais, bem como o funcionamento visual relatado e o grau de deficiência, e os efeitos destes fatores na qualidade de vida das pessoas com deficiência visual. Conclui-se que estes fatores afetam direta e indiretamente a qualidade de vida das pessoas com deficiência visual.

          Unitermos: Atividade física. Qualidade de vida. Pessoas com deficiência visual

 

Abstract

          This study aimed to conduct a systematic review of scientific literature on quality of life and physical activity for people with visual disabilities, produced in the period 2003-2009. The procedures included the selection of databases and Google Scholar Scielo, causing a thorough review of registered articles and the identification of items of scientific research through simple and Boolean searches, and searched the primary descriptor "visually impaired" or "Visually impaired" identifying It is 2165 studies. In Boolean search was carried out of the intersection with the primary descriptor descriptors secondary "physical activity" or "physical activity" and "quality of life" or "quality of life, identifying 17 studies themselves. We selected 07 empirical studies that met the criteria for selection set. Data were analyzed by the technique of content analysis. Thus, it was found that the scientific production covers various topics such as: level of physical activity, importance and motivation for physical activity, quality of life related to health, work, and social networks, as well as visual functioning reported and degree of disability, and the effects of these factors on quality of life for people with visual impairments. We conclude that these factors directly and indirectly affect the quality of life for people with visual impairments.

          Keywords: Physical activity. Quality of life. Visually impaired

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 142 - Marzo de 2010

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Introdução

    Atualmente, atividade física pode ser entendida como qualquer movimento corporal, produzido pela musculatura esquelética, que resulta em gasto energético, tendo componentes e determinantes de ordem biopsicossocial, cultural e comportamental (PITANGA, 2002). A atividade física efetuada de forma constante e continua é considerada como um dos fatores com maior impacto não só na prevenção de enfermidades, mas também na manutenção e autonomia funcional do sujeito, tanto no lazer quanto no trabalho (HOSSRI, 2007).

    A falta de atividade física tem apresentado a maior prevalência entre os fatores de risco para morbi-mortalidade (MATSUDO et al., 2002). Esta situação se agrava quando se trata de pessoas com deficiência visual, que na maioria das vezes tem suas atividades físicas diminuídas em função de diversos fatores, tais como, a exclusão que sofrem, o preconceito, a discriminação e a falta de igualdade de oportunidades preconizado na Declaração de Salamanca (1994). Pois tudo isto vem afetar diretamente ou indiretamente a qualidade de vida das pessoas com deficiência.

    Conforme Freitas e Cidade (1997), Duarte e Lima (2003), as pessoas com deficiência ficam excluídas de uma participação ativa na sociedade, em razão de obstáculos físicos, sociais e morais.

    Basta observar as inúmeras barreiras arquitetônicas que ainda persistem em diversos setores da sociedade. Todavia estas barreiras podem ser modificadas rapidamente, o que se deve fazer é tomar iniciativa e exigir dos órgãos competentes o cumprimento das normas e legislações vigentes em prol da acessibilidade universal, como por exemplo a NBR 9050, Lei 10.048/2000, Lei 10.098/2000, Decreto 5296/2004, caso contrário, muitas escolas, academias, universidades, transporte, praias, espaços públicos e privados, poderão permanecer como se encontram, podendo vir afetar diretamente ou indiretamente a qualidade e o estilo de vida das pessoas com deficiência.

    Soler (2005) afirma que ainda não existem dados oficiais, mas se estima que apenas dez por cento (10%) da população com deficiência no Brasil, praticam algum tipo de atividade física, segundo Diehl (2006), a atividade física adaptada assegura a esta população benefícios no âmbito do desenvolvimento motor, perceptivo e sócio-afetivo levando a um auto conceito positivo e melhoria nas relações interpessoais, trazendo assim uma melhoria na qualidade de vida.

    A qualidade de vida pode ser definida como a somatória de fatores decorrentes da interação entre sociedade e ambiente, atingindo a vida no que se concerne às suas necessidades biológicas e psíquicas. A qualidade de vida envolve, portanto níveis orgânicos, psicológicos, sociais, comportamentais, materiais e estruturais (FORATTINI, 1991). Pois, a qualidade de vida tem sido considerada importante indicador de saúde devido ao impacto físico e psicossocial de enfermidades, disfunções ou incapacidades que podem acarretar para as pessoas acometidas (SEIDL & ZANNON, 2004). No entanto a melhoria da qualidade de vida passou a ser um dos resultados esperados das práticas assistenciais e das políticas públicas para a promoção da saúde (SEIDL & ZANNON, 2004).

    McDonnall (2007) afirma que apesar de recente o foco em promoção de saúde para pessoas com deficiência, estas ainda não tem recebido a atenção adequada, uma parte desse problema se deve aos desafios no campo das pesquisas em relação aos indicadores de saúde das pessoas com deficiência visual.

    Diante deste contexto, partindo do pressuposto que a atividade física pode contribuir para melhoria dos níveis de qualidade de vida, e considerando a necessidade de reunir ordenadamente informações para uso científico, este estudo teve por objetivo revisar sistematicamente a produção científica nacional e internacional sobre qualidade de vida e atividade física de pessoas com deficiência visual.

Método

    Esta pesquisa foi caracterizada como estudo bibliográfico, tranversal e de levantamento (ALVES-MAZZOTTI e GEWANDSZNAJDER, 2002), desenvolvido somente a partir de artigos científicos publicados em periódicos e publicados no período de maio de 2003 a maio de 2009. Para tanto, foram realizadas basicamente duas etapas para a coleta das informações: 1) Identificação e seleção das bases dados; 2) Levantamento e análise dos artigos.

    Na primeira etapa buscou-se selecionar bases de dados que atendessem a três critérios de inclusão: 1) caracterizar-se como uma base de dados cientificamente confiável; 2) disponibilizar gratuita e integralmente os materiais eletrônicos; 3) ser apresentada nos idiomas português ou inglês. Deste modo, foi possível selecionar duas bases de dados em seus sítios eletrônicos na rede mundial de computadores: a) Google Acadêmico; b) Scielo.

    O Google Acadêmico configura-se como um recurso de busca, que possibilita pesquisas na literatura acadêmica disponível na rede mundial de computadores, permitindo levantar artigos revisados por especialistas, teses, livros, resumos e artigos de editoras acadêmicas, organizações profissionais, bibliotecas de pré-publicações, universidades e outras entidades acadêmicas, assim como identificar as pesquisas com maior relevância acadêmica.

    A Scielo é uma biblioteca eletrônica que abrange uma coleção selecionada de periódicos científicos brasileiros. A Scielo objetiva o desenvolvimento de uma metodologia comum para a preparação, armazenamento, disseminação e avaliação da produção científica em formato eletrônico, proporcionando amplo acesso a coleções de periódicos como um todo, aos fascículos de cada título de periódico, assim como aos textos completos dos artigos em diversos formatos eletrônicos.

    A segunda etapa objetivou o levantamento e análise de produções científicas em ambos os idiomas. Esta etapa foi desenvolvida através de quatro passos: 1) busca simples de produções científicas sobre a categoria principal deste estudo, o descritor “deficiente visual” ou “visually impaired”. Este procedimento permitiu a identificação de 2.165 estudos, sendo que os termos utilizados foram apenas os que constavam apenas nos titulos ou resumos dos estudos; 2) cruzamento da categoria principal com as subcategorias do estudo através de busca boleana, neste caso, o descritor “atividade fisica” ou “Physical activity” (n=6) e o descritor “qualidade de vida” ou “quality of life” (n=11). Este procedimento permitiu a identificação de 17 trabalhos; 3) análise preliminar da relevância do artigo aos termos investigados. Este procedimento permitiu identificar 07 estudos; 4) estudo minucioso dos artigos analisando-se criticamente a metodologia adotada quanto ao tipo de estudo, e os resultados obtidos. Este procedimento permitiu permanecer os 07 artigos.

    A análise dos conteúdos foi realizada utilizando as ferramentas de unidades de significância e reagrupamento temático. As apresentações descritivas, expondo as características metodológicas e os resultados, e sintéticas, resumindo as informações através do quadro-síntese, visaram demonstrar o entendimento global dos estudos, sem, no entanto, negligenciar os aspectos específicos de cada uma das produções científicas investigadas.

Resultados

    Rimmerman e Morgenstern (2003) realizaram um estudo com 135 pessoas com deficiência visual com idade compreendida entre 20 e 50 anos. Esta pesquisa teve como objetivo estudar a qualidade de vida de pessoas com deficiência visual participantes de programas de emprego em Israel. Foram coletadas informações relativas aos dados pessoais, incapacidade, emprego e o questionário de qualidade de vida (Schalock & Keith, 1993) para avaliar o grau de deficiência visual, a satisfação no emprego e a qualidade de vida. Os autores concluíram que índices maiores de qualidade de vida estão associados aos indivíduos com deficiência visual congênita, que apresentaram uma maior aceitação da sua deficiência, bem como os funcionários que estão a mais tempo no programa de emprego. No entanto experiência de trabalho em ambientes mais protegidos parece ter melhorado a satisfação, a competência e a produtividade em relação à integração social dos pesquisados.

    Stuart et al. (2006) realizaram um estudo com 25 crianças com deficiência visual com idade entre 10 e 12 anos e seus respectivos pais, totalizando 50 indivíduos. Este estudo teve como objetivo investigar o valor que os pais atribuem à atividade física dos filhos, o valor que as crianças atribuem à atividade física e as barreiras que as crianças enfrentam para a pratica de atividade física. A obtenção dos dados foi feita através de entrevistas na qual foi utilizado o índice multicultural de qualidade de vida (IQVM). Os pesquisadores concluíram que, para os pais quanto maior a deficiência visual menor as possibilidades de pratica de atividade física. No quesito visão relatada as crianças com melhor visão dava mais importância para atividade física do que as crianças com a visão mais afetada. Houve uma relação positiva entre a expectativa de sucesso na atividade física que os pais atribuíam aos filhos e os filhos a eles mesmos. Já nas barreiras relatadas pelas crianças as principais foram: o grau de visão e a ridicularização por parte dos colegas.

    Bittencourt e Hoehne (2006) desenvolveram um estudo com 16 pessoas com deficiência visual e idade media de 38 anos, sendo 10 com baixa visão e 6 cegos. Este estudo teve como objetivo avaliar a qualidade de vida de deficientes visuais em programa de reabilitação de um serviço universitário. Neste estudo utilizou-se como instrumento o WHOQL – bref para avaliar a qualidade de vida da amostra. Os autores concluíram que os deficientes visuais pesquisados obtinham uma boa percepção de qualidade de vida nos aspectos físico e psicológicos e menor percepção nos aspectos das relações sociais e do meio ambiente, que incluem transporte e moradia.

    Surakka e Kivela (2008) desenvolveram uma pesquisa com 23 pessoas com deficiência visual e 4 pessoas com deficiência visual e auditiva considerados surdos com media de idade de 54 anos. Esta pesquisa teve como objetivo examinar as diferentes formas nas quais pessoas com deficiência visual e pessoas com deficiência visual e auditiva podem ser motivadas a realizar exercícios físicos regulares através da utilização de um programa de treinamento físico. O programa consistia em três sessões semanais de 60 minutos durante 5 a 6 semanas, com o intuito de desenvolver o equilíbrio a coordenação e promover um relaxamento da musculatura do pescoço e dos ombros. Após a intervenção foi avaliado os efeitos do programa de atividade física. Levando em conta o relato e as respostas dos participantes durante as entrevistas realizadas, os pesquisadores concluíram que o programa realmente desenvolveu aquilo que tinha como objetivo, e 3 meses após a intervenção a motivação e a atividade física dos pesquisados havia aumentado significativamente.

    Wang et al. (2008) elaboraram um estudo com 167 chineses idosos com deficiência visual de ambos os sexos, com idade entre 62 e 93 anos. Este estudo teve com objetivo analisar a associação entre as redes sociais, as visões especificas de qualidade de vida e a saúde relatada entre os chineses idosos. Como instrumentos utilizaram os seguintes questionários: questionário de Funcionamento Visual do Instituto Nacional do Olho (NEI-VFQ-25), o questionário de Escala de Redes Sociais (LSNS) e o questionário de Qualidade de Vida e Saúde Relatada (HRQOL), que avaliaram respectivamente funcionamento visual, a rede social e a qualidade de vida e saúde relatada. Os autores concluíram que a deficiência visual e a qualidade de vida estão diretamente ligadas com a rede social. No entanto aqueles com deficiência visual de moderada a grave tinham a dimensão de suas redes de amizades, menores que os com deficiência leve. Constataram também, que com o envelhecimento há uma queda na dimensão da rede de amizade. Já no quesito qualidade de vida concluíram, que as redes de amizade estão mais associadas a uma melhor qualidade de vida do que as redes de familiares.

    Wu et al. (2009) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar o impacto da deficiência visual na qualidade de vida relatada, em um subconjunto de pessoas de origem africana da base populacional de Barbados nos Estados Unidos. Neste estudo foi utilizado como instrumento o questionário de Funcionamento Visual do Instituto Nacional do Olho (NEI-VFQ-25) que avalia a visão segmentada e a qualidade de vida relacionada à saúde. Os pesquisadores concluíram que as pessoas com deficiência visual da amostra reconhecem as suas dificuldades físicas, sociais e na saúde mental. Afirmando assim, que a deficiência visual tem grande impacto nos domínios da qualidade de vida. Constatando que a deficiência visual não corrigível esta associada à mais baixos níveis de qualidade de vida.

    Holbrook et al. (2009) efetuaram um estudo com 25 pessoas com deficiência visual de ambos os sexos com idade entre 18 e 60 anos divididos em diferentes níveis de deficiência, segundo a classificação internacional de doenças (CID). A pesquisa teve como objetivo documentar o perfil do nível de atividade física e composição corporal dos indivíduos e verificar os efeitos destes fatores sobre a qualidade de vida relatada. A composição corporal foi composta pela estatura, massa, porcentagem de gordura corporal e índice de massa corporal. O nível de atividade física foi quantificado através de um monitor de atividade de passo, anexado à perna direita dos pesquisados e a percepção de qualidade de vida foram avaliados através do questionário de Qualidade de Vida de Baixa Visão (LVQOL). Os autores concluíram neste estudo que não houve diferenças significativas no nível de atividade física, na composição corporal e na percepção de qualidade de vida entre os participantes do sexo masculino e feminino e com diferentes níveis de deficiência visual. No entanto verificaram que as mulheres com deficiencia visual tinham uma porcentagem de gordura corporal mais elevada que a dos homens com deficiencia visual, e eles por sua vez apresentaram uma percepção de qualidade de vida maior do que elas.

    Deste modo, considerando a necessidade de se proporcionar uma visão global dos estudos sobre deficiência visual analisados nesta pesquisa, apresenta-se o QUADRO I.

Quadro I. Quadro-Síntese de artigos científicos sobre pessoas com deficiência visual

Artigos

Sínteses

Sujeitos

Temáticas dos Estudos

Instrumentos

RIMMERMAN e MORGENSTERN (2003)

Pessoas com deficiência visual de Israel com idade entre 20 e 50 anos. N=135.

- Trabalho;

- Qualidade de vida;

- Grau de deficiência;

- Questionário Q.V (Schalot & kelth, 1993)

STUART et al. (2006)

25 crianças com deficiência visual com idade entre 10 e 12 anos e seus respectivos pais, N=50.

- Importância da atividade física;

- Barreiras para atividade física;

- Entrevista;

-Índice multicultural de Q.V (IQVM)

BITTENCOURT e HOEHNE (2006)

Pessoas com deficiência visual de um programa de reabilitação com idade entre 18 e 61 anos, N=16.

- Qualidade de vida;

- Baixa visão e cegos.

- Questionário de Q.V (WHOQL - bref)

SURAKKA e KIVELA (2008)

Pessoas com deficiência visual e auditiva com idade media de 54 anos. N= 27.

- Motivação;

- Programa de atividade física;

- Programa de treinamento físico.

WANG et al. (2008)

Chineses com deficiência visual e idade entre 62 e 93 anos, N=167.

- Funcionamento visual.

- Redes sociais;

- Qualidade de vida;

- Questionário Func. Visual (NEI-VFQ-25)

- Escala de rede social (LSNS)

- Questionário Q.V (HRQOL)

WU et al. (2009)

Pessoas com deficiência visual com idade entre 40 e 84 anos da base populacional de Barbados E.U.A.

- Qualidade de vida;

- Impacto da deficiência visual;

- Questionário Func. Visual (NEI-VFQ-25)

HOLBROOK et al. (2009)

Pessoas com deficiência visual com idade entre 18 e 60 anos N=25.

- Nível de atividade física;

- Qualidade de vida;

- Composição corporal;

- Monitor de atividade de passo.

- Questionário Q.V (LVQOL)

- IMC; % gordura corporal.

Conclusões

    A partir das bases de dados investigadas, foi possível constatar a existência de diferentes tipos de produção científica no período de Maio de 2003 a Maio de 2009 envolvendo o descritor “Deficiente visual” ou “Visually Impaired”, pois abrange uma grande quantidade de pessoas com deficiência visual. Contudo, quando cruzado com os descritores secundários, em específico a “atividade física” ou ”Physical activity” e “qualidade de vida” ou “quality of life”, pode-se verificar que a quantidade de estudos diminui significativamente.

    Considerando a produção científica sobre pessoas com deficiência visual, pode-se concluir que os aspectos que apresentam maior relação com os descritores secundários foram aqueles relacionados com a saúde como atividade física diária, importância e motivação para atividade física, qualidade de vida relacionada à saúde, ao trabalho, às redes sociais, o funcionamento visual percebido e o grau de deficiência, sendo que estes aspectos por sua vez acabam afetando diretamente e indiretamente a qualidade de vida desta população.

    Portanto, sugere-se que mais estudos seja realizados com pessoas que apresentam algum tipo de deficiência, principalmente sobre nível de atividade física e qualidade de vida de crianças com deficiência visual, pois ainda se verifica carência de estudos científicos disponíveis.

Referências

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