Resposta cardiorrespiratória (VO2) em praticantes de ciclismo indoor Respuesta cardiorrespiratoria (VO2) en practicantes de ciclismo indoor |
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*Graduado em Educação Física **Mestre e Especialista em Saúde Coletiva (Brasil) |
Rodrigo Muradás Karen Mello de Mattos |
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Resumo O ciclismo indoor tornou-se uma atividade indispensável nas academias e clubes do mundo inteiro devido aos benefícios cardiorrespiratórios que ele pode proporcionar aos praticantes. Sendo assim, o objetivo desse estudo foi verificar o aumento do consumo de oxigênio (VO2) em praticantes de ciclismo indoor, bem como classificar o nível de aptidão respiratória e comparar o consumo de VO2 dos praticantes de ciclismo indoor antes e após as sessões de treinamento. A amostra foi composta por 10 indivíduos freqüentadores de uma academia de ginástica do município de Santa Cruz do Sul, RS, sendo 7 do sexo masculino e 3 do feminino com faixa etária de 20 a 25 anos, todos residentes na mesma cidade. O procedimento utilizado nessa pesquisa se caracteriza através de um estudo pré-experimental, onde o método busca analisar variáveis a partir de um fator introduzido ou alterado em suas condições habituais, visando descrever variáveis ou condições selecionadas impostas, caracterizando como uma descrição ou comparação simples do grupo (GOLDIM, 2000). Como método de amostragem, utilizou-se amostra por conveniência com indivíduos de ambos os sexos. Os critérios de inclusão foram: maiores de 20 anos e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), residentes no município de Santa Cruz do Sul, RS-Brasil; os critérios de exclusão foram: recusa da assinatura do TCLE, idade inferior a 20 anos e não residência no município, bem como recusar-se a participar. Para a coleta de dados foi utilizado o teste de corrida/caminhada de 12 minutos elaborado por Cooper (1968), onde o indivíduo deverá percorrer a maior distância possível no tempo determinado. Pode-se concluir que os participantes desse estudo demonstram ao longo das 24 sessões de ciclismo indoor uma melhora aceitável na aptidão cardiorrespiratória, demonstrando que o ciclismo indoor é uma grande ferramenta na tentativa de aprimorar o condicionamento físico Unitermos: Ciclismo Indoor. Aptidão cardiorrespiratória. Treinamento físico |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 141 - Febrero de 2010 |
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1. Introdução
Para mantermos nosso organismo vivo e para que ele consiga realizar as tarefas físicas e mentais, nossas células necessitam de fornecimento constante de oxigênio (O2) e de nutrientes. Então cabe ao sistema cardiorrespiratório (pulmões, coração, circulação sangüínea) fornecer esses elementos vitais ao organismo e eliminar os subprodutos das reações químicas celulares, principalmente gás carbônico – CO2, ácido lático e o calor produzido pelas reações químicas (Nahas, 2003). Durante qualquer trabalho muscular, para que a fadiga não apareça tão rápida, é necessário que pulmões, coração, artérias e capilares funcionem em grande sintonia, agindo perfeitamente no transporte de oxigênio e nutrientes até os músculos envolvidos.
Ainda nos dias de hoje, muitas pessoas associam um bom condicionamento físico à capacidade de desempenho nos jogos e esportes. É evidente que é necessário certo grau de condicionamento para realizar tais atividades, mas não é necessário possuir um elevado nível de condicionamento físico para ser saudável (Guiselini, 2006). A função cardiorrespiratória, também conhecida como capacidade aeróbica, é definida como a capacidade do organismo em se adaptar a esforços físicos moderados, envolvendo a participação de grandes grupos musculares, por períodos de tempo relativamente longos. A função cardiorrespiratória requer participação bastante significativa dos sistemas cardiovascular e respiratório para atender a demanda de oxigênio através da corrente sangüínea e manter, de forma eficiente, os esforços físicos dos músculos (Guedes & Guedes, 1995). Tentar melhorar ou manter a aptidão física e a saúde é necessário desenvolver o músculo cardíaco e os demais componentes do sistema cardiorrespiratório. Os exercícios que se presta a este desenvolvimento orgânico são chamados aeróbicos, e incluem atividades de média e longa duração (10 minutos, pelo menos) e intensidade moderada a vigorosa, de caráter dinâmico e rítmico – como a caminhada, a corrida, o ciclismo, o remo, natação, danças em geral e a ginástica aeróbica (Nahas, 2003).
Este estudo teve como objetivo geral verificar o aumento do consumo de oxigênio em praticantes de ciclismo indoor. Como objetivos específicos pretende-se classificar o nível de aptidão respiratória e comparar o consumo de VO2 dos praticantes de ciclismo indoor antes e após as sessões de treinamento;
2. Metodologia
Foram sujeitos dessa pesquisa, 10 indivíduos freqüentadores de uma academia de ginástica do município de Santa Cruz do Sul, RS, sendo 7 do sexo masculino e 3 do feminino com faixa etária de 20 a 25 anos, todos residentes na mesma cidade. O procedimento utilizado nessa pesquisa se caracteriza através de um estudo pré-experimental, onde o método busca analisar variáveis a partir de um fator introduzido ou alterado em suas condições habituais, visando descrever variáveis ou condições selecionadas impostas, caracterizando como uma descrição ou comparação simples do grupo (GOLDIM, 2000). Como método de amostragem, utilizou-se amostra por conveniência com indivíduos de ambos os sexos. Os critérios de inclusão foram: maiores de 20 anos e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), residentes no município de Santa Cruz do Sul, RS-Brasil; os critérios de exclusão foram: recusa da assinatura do TCLE, idade inferior a 20 anos e não residência no município, bem como recusar-se a participar.
Este estudo seguiu as seguintes etapas:
1ª etapa: Seleção dos sujeitos da pesquisa;
2ª etapa: Aplicação do pré-teste nos sujeitos da pesquisa;
3ª etapa: Aplicação das sessões de treinamento do ciclismo indoor;
4ª etapa: Aplicação do pós-teste nos sujeitos da pesquisa;
5ª etapa: Digitação e tratamento dos dados;
6ª etapa: Organização, análise e interpretação dos dados levantados.
Para a coleta de dados foi utilizado o teste de corrida/caminhada de 12 minutos elaborado por Cooper (1968), onde o indivíduo deverá percorrer a maior distância possível no tempo determinado.
3. Resultados
Os resultados nos mostram que após as 24 sessões de ciclismo indoor, houve um significativo aumento no consumo de oxigênio (VO2) se for comparado com o pré-teste. Todos os participantes obtiveram melhores resultados, em se tratando da distância percorrida em metros os resultados da tabela 01, apontam uma evolução de 100 a 150 metros que os resultados do pré-teste nos indivíduos. Na tabela 02, os resultados nos mostram um aumento na quantidade de consumo de oxigênio e a maioria teve um aumento significativo de VO2, cerca de 12 a 22% em relação ao primeiro teste conforme o gráfico 01. Comparando os resultados obtidos com as tabelas 03 e 04 de COOPER(1968), os sujeitos do sexo masculino encontram-se nos níveis de muito fraco a aceitável, conforme sua idade, já os do sexo feminino encontram-se no nível de fraco a aceitável. Vale lembrar que são iniciantes e mesmo ainda estando em níveis baixos, houve uma grande evolução.
Tabela 01. Resultados dos testes de 12 minutos de corrida/caminhada (Cooper, 1968)
Indivíduos |
Pré-teste (metros) |
Pós-testes (metros) |
A* |
1600m |
1800m |
B* |
1400m |
1550m |
C* |
1500m |
1600m |
D |
1800m |
1950m |
E |
2000m |
2100m |
F |
1900m |
2000m |
G |
2100m |
2200m |
H |
1850m |
1900m |
I |
1700m |
1800m |
J |
1900m |
2100m |
* Indivíduos do sexo feminino
Tabela 02. Resultados obtidos através do V
O2
Indivíduos |
Pré-teste (VO2) (ml/kg/min) |
Pós-testes (VO2) (ml/kg/min) |
A* |
24,40 ml/kg/min |
28,86 ml/kg/min |
B* |
19,95 ml/kg/min |
23,29 ml/kg/min |
C* |
22,18 ml/kg/min |
24,40 ml/kg/min |
D |
28,86 ml/kg/min |
32,20 ml/kg/min |
E |
33,31 ml/kg/min |
35,54 ml/kg/min |
F |
31,08 ml/kg/min |
33,31 ml/kg/min |
G |
35,54 ml/kg/min |
37,77 ml/kg/min |
H |
29,97 ml/kg/min |
31,08 ml/kg/min |
I |
26,63 ml/kg/min |
28,86 ml/kg/min |
J |
31,08 ml/kg/min |
35,54 ml/kg/min |
* Indivíduos do sexo feminino
Gráfico 01. Aumento no percentual de VO
2 após pós-teste
Tabela 03. Avaliação da capacidade aeróbica (teste de Cooper - distância percorrida em metros) - Masculino
Avaliação |
13-19anos |
20-29anos |
30-39anos |
40-49anos |
50-59anos |
+ 59anos |
Muito fraco |
< 2090 |
< 1960 |
< 1900 |
< 1830 |
< 1660 |
< 1400 |
Fraco |
2090-2200 |
1960-2110 |
1900-2090 |
1830-1990 |
1660-1870 |
1400-1640 |
Aceitável |
2219-2510 |
2120-2400 |
2100-2400 |
2000-2240 |
1880-2090 |
1650-1930 |
Bom |
2520-2770 |
2410-2640 |
2410-2510 |
2250-2460 |
2100-2320 |
1940-2120 |
Excelente |
> 2770 |
> 2640 |
> 2510 |
> 2460 |
> 2320 |
> 2120 |
Cooper (1968)
Tabela 04. Avaliação da capacidade aeróbica (teste de Cooper - distância percorrida em metros) - Feminino
Avaliação |
13-19anos |
20-29anos |
30-39anos |
40-49anos |
50-59anos |
+ 59anos |
Muito fraco |
< 1600 |
< 1550 |
< 1510 |
< 1420 |
< 1350 |
< 1260 |
Fraco |
1610-1900 |
1550-1790 |
1510-1690 |
1420-1580 |
1350-1500 |
1260-1390 |
Aceitável |
1910-2080 |
1800-1970 |
1700-1960 |
1590-1790 |
1510-1690 |
1400-1590 |
Bom |
2090-2300 |
1980-2160 |
1970-2080 |
1800-2000 |
1700-1900 |
1600-1750 |
Excelente |
> 2300 |
> 2160 |
> 2080 |
> 2000 |
> 1900 |
> 1750 |
Cooper (1968)
4. Discussão
O objetivo deste estudo foi verificar o aumento do VO2 em praticantes de ciclismo indoor, fornecendo informações científicas que possam contribuir para o conhecimento de todos que mais cedo ou mais tarde possam tornar-se um pesquisador ou praticante dessa modalidade. O principal achado desse estudo foi de que a modalidade de ciclismo indoor contribui muito no aumento do VO2, devido ao alto grau de intensidade do esforço.
De acordo com ACSM (2006), valores apresentados na tabela 02 são baixos, mas levando-se em conta o nível iniciante dos participantes o resultado obtido é interessante. Este resultado foi inferior ao encontrado no estudo de Caria et al (2007) cujo objetivo foi avaliar variáveis metabólicas e cardiovasculares durante uma aula de Spinning® em homens e mulheres professores da modalidade. No estudo de Grossl et al (2009) participantes de uma aula de RPM® obtiveram um resultado bem maior nas respostas cardiorrespiratórias e metabólicas do que nessa pesquisa, devido a profundidade do estudo.
5. Conclusão
As respostas ao treinamento dependem de vários fatores, tais como o nível de aptidão inicial, freqüência semanal e duração do treinamento. Os participantes desse estudo demonstram ao longo das 24 sessões de ciclismo indoor uma melhora aceitável na aptidão cardiorrespiratória, demonstrando que o ciclismo indoor é uma grande ferramenta na tentativa de aprimorar o condicionamento físico. Recomendam-se novos estudos relacionados ao ciclismo indoor para uma maior e melhor averiguação de todas as respostas metabólicas e cardiorrespiratórias que possam ocorrer nos sujeitos praticantes dessa modalidade, que a cada dia aumenta o número de adeptos e simpatizantes.
Referências
AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Guidelines for exercise testing and prescription.
CARIA, M. A.; TANGIANU, A.; CANCU, A.; CRISAFULLI, A.; MAMELI, O. Quantification of Spinning® bike performance during a standard 50-minutes class.
GUEDES, D. P. & GUEDES, J. E. R. P., Controle do peso corporal: composição corporal, atividade física e nutrição. Londrina: Midiograf, 1998.
GUISELINI, Mauro, aptidão física saúde bem estar: fundamentos teóricos e exercícios práticos – 2 ed., São Paulo: Phorte, 2006.
GOLDIM, José Roberto. Manual de Iniciação à Pesquisa em Saúde. 2ª ed. Porto Alegre: Dacasa, 2000.
GROSSL et al. Respostas cardiorrespiratórias e metabólicas na aula de ciclismo indoor. Motriz, Rio Claro, v.15 n.2 p.330-339, abr./jun. 2009.
NAHAS, Markus Vinícius. Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. Londrina: Midiograf, 2003.
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digital · Año 14 · N° 141 | Buenos Aires,
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