Novas tendências para o ensino da técnica de mariposa Nuevas tendencias para la enseñanza de la técnica de mariposa |
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*Departamento de Ciências do Desporto, Exercício e Saúde Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real **Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano CIDESD, Vila Real ***Escola Superior Desporto de Rio Maior Instituto Politécnico de Santarém ****Departamento Ciências Desporto da Universidade da Beira Interior, Covilhã *****Instituto Politécnico de Bragança, Bragança (Portugal) |
António Silva* ** | Ana Teresa Conceição** *** anaconceicao@esdrm.ptHugo Louro** *** | Nuno Garrido* **hlouro@esdrm.pt | ndgarrido@gmail.com Daniel Marinho** **** | Tiago Barbosa** ***** |
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Resumo A técnica deve ser considerada como um acto motor no qual o objectivo é a produção de um determinado padrão de movimento, resultante de um processo de aprendizagem [1]. Existem, como consequência, duas questões prévias que devem ser formuladas, antes da apresentação de qualquer programa de ensino/treino técnico: (i) qual o modelo técnico que se quer ver inscrito num determinado programa motor; (ii) qual a forma mais adequada de entender o processo de aprendizagem motora e desportiva, de forma a poderem ser inferidas as necessárias reflexões para a metodologia de ensino a aplicar. Com este artigo, procuramos: (i) enquadrar duma forma conceptual, quer o modelo biomecânico geral condicionante da velocidade de nado; quer o complexo sistema de investigação biomecânica nas técnicas simultâneas sob a forma de princípios biomecânicos que deverão nortear a intervenção pedagógica ao nível do processo de ensino; (iii) operacionalizar estes princípios ao nível do processo de aprendizagem inicial e treino técnico da técnica de mariposa. Unitermos: Mariposa. Ensino. Modelo técnico. Modelo de aprendizagem
Resumen La técnica debe ser considerada como una tarea motora en la cual el objetivo es producir un patrón de movimiento, como resultado de un proceso de aprendizaje [1]. En este contexto, hay dos cuestiones que deben resolverse antes de la presentación de cualquier programa de educación y capacitación técnica: (i) el modelo que queremos integrar en un programa técnico motor, (ii) la manera de entender el proceso de aprendizaje, con el fin de deducir las necesarias consecuencias para la metodología de enseñanza. En este trabajo se trató de: (i) presentar un marco conceptual, sobre el modelo biomecánico de la natación en general y específicamente en la técnica de mariposa teniendo como base los principios que deben guiar la intervención educativa en el proceso de enseñanza, (iii) concretar estos principios en el proceso inicial de aprendizaje y capacitación técnica de la técnica de mariposa.Palabras clave: Técnica de Mariposa. Enseñanza. Modelo técnico. Proceso de aprendizaje
Abstract The technique should be considered a motor task in which the aim is to produce a particular pattern of movement, resulting from a learning process [1]. In this context, there are two previous issues that must be solved before the presentation of any program of education / technical training: (i) which model we want to integrate in a particular motor program, (ii) how to understand the motor learning process, in order to inferred the necessary implications for the teaching methodology. In this paper we tried to: (i) present a conceptual framework, about the biomechanical model of swimming velocity and the complex system of biomechanical research in butterfly technique based on principles that should guide the educational intervention at the teaching process, (iii) concretize these principles in the initial process of learning and technical training of the butterfly technique.Keywords: Butterfly stroke. Teaching. Technical model. Learning process |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 141 - Febrero de 2010 |
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Introdução
A velocidade de nado pura (sem influência das partidas e viragens) é
determinada, em termos biomecânicos, por três factores fundamentais: (i) pela
habilidade em maximizar os impulsos propulsivos; (ii) pela capacidade em reduzir
os impulsos resistivos; (iii) pela minimização do custo energético. Com base
nestes pressupostos, é fácil verificar que diferentes combinações de
impulsos poderão originar acréscimos iguais de velocidade no centro de massa
corporal (CMC) do nadador, desde que actuem de modo a manter-se constante o
produto da força pelo seu tempo de actuação. Em termos específicos, para as
técnicas simultâneas e para a técnica de mariposa em particular2,
importa operacionalizar este modelo biomecânico global num conjunto de
princípios que respeitem os resultados da investigação e que, ao mesmo tempo,
sejam substancializados em matrizes pedagógicas de intervenção prática no
sentido de aumentar a eficiência de nado e a velocidade de deslocamento3.
Estes princípios decorrem, por um lado, da observação ecológica da
propulsão de embarcações, peixes e mamíferos aquáticos. Por outro, do
processo analítico de confirmação experimental das hipóteses equacionadas no
decurso da observação ecológica, mas desta feita aplicada à propulsão
aquática humana.
Na década de 70, combinando diferentes referências de observação dos
nadadores finalistas dos Jogos Olímpicos de Munique em 1972, Ulrish Persyn
estabeleceu um conjunto de princípios relacionados com a propulsão de barcos,
peixes e mamíferos aquáticos, úteis para o processo de diagnóstico e
aconselhamento técnico, partindo do pressuposto fundamental que as variantes
ondulatórias das técnicas simultâneas são mais eficazes para a resolução
do problema triplo equacionado no modelo biomecânico geral. 1ª
e 2ª princípios: relacionadas com a propulsão baseada no modelo
helicoidal e/ou rectilíneo
Relativamente
a um referencial cinemático fixo no envolvimento, os deslocamentos
podem ser considerados laterais ou antero-posteriores. Consequentemente,
a aplicação dos princípios de propulsão decorrentes da
investigação naval podem ser aplicados às acções segmentares
humanas: (i) durante os movimentos laterais, a dominância da força
ascensional como princípio propulsivo, tal como a hélice de Voith-Schneider
no plano horizontal; (ii) durante os deslocamentos antero-posteriores, a
dominância da resistência propulsiva como princípio básico, tal como
as pás móveis rodando num plano vertical. 3º
Princípio: mais propulsão pode ser obtida quando a coxa, perna, mão e
antebraço se deslocam lateral e verticalmente (mais do que numa direcção
horizontal, anterior ou posterior) durante a extensão dos MI e flexão de
MS
Não
só as superfícies projectadas no plano da mão e do pé poderão ser
consideradas como superfícies propulsivas. Nalgumas situações,
também as superfícies de formas cilíndricas como a perna e o
antebraço o poderão ser4. Outro efeito surge quando
após a extensão completa do joelho, a planta do pé é deslocada menos
para a frente (e desta forma mais lateralmente/verticalmente) do que num
joelho sem capacidade de hiper-extensão acentuada. Esta acção permite
estabilizar o pé numa direcção antero-posterior, enquanto o corpo se
desloca para a frente. Quando o antebraço se desloca lateralmente ou
verticalmente, relativamente a um referencial fixo no envolvimento, e se
orienta de uma forma oblíqua relativamente à sua trajectória, podem
surgir mecanismos geradores de Lift. 4ª
Princípio: durações superiores dos trajectos propulsivos e mais reduzidas
das acções de recuperação implicam maior produção de força propulsiva
Devido
à rotação do tronco para a cima e para trás, a anca e os ombros
deslocam-se na vertical. Como resultado, as trajectórias descritas pelo
movimento das mãos e dos pés, são mais amplas e demoram mais tempo. 5ª
Princípio: direccionar as acções segmentares segundo o eixo longitudinal
do corpo, implica uma produção de força propulsiva superior
Do
ponto de vista do equilíbrio dinâmico do corpo, o vector resultante
das acções segmentares dos membros superiores (MS) e membros
inferiores (MI) deverá estar direccionado no eixo longitudinal do
tronco, mais precisamente no centro de massa (CM) do corpo. 6ª
Princípio: a aceleração dos segmentos corporais num sentido
postero-anterior, por fora da água implica uma produção de força
propulsiva superior
Após
a rotação da parte superior do tronco para cima e para trás, os
ombros, os MS e a cabeça podem ser acelerados para a frente. Devido ao
efeito de inércia que se gera com esta aceleração segmentar, a
secção corporal abaixo do nível da água é deslocada ligeiramente
para trás. Mas, devido ao meio resistivo no qual se desenvolve esta
acção (meio aquático), o efeito do deslocamento relativo das
secções corporais que se situam abaixo do nível da água não é
equivalente ao efeito do deslocamento para a frente das secções
corporais acima do nível da água. Consequentemente, assiste-se a um
deslocamento para a frente do CM do corpo. Quando, pelo contrário, uma
secção corporal é acelerada para trás, acima do nível da água,
devido a um efeito de inércia decorrente, as secções do corpo abaixo
do nível da água são relativamente deslocadas para a frente. Este
facto causa uma resistência adicional, adicionada ao deslocamento de
uma massa de água para a frente empurrando a zona dorsal do corpo do
nadador5. 7ª
Princípio: o efeito inercial da massa de água posta em movimento por
detrás do nadador, é um acréscimo propulsivo
A
massa de água em deslocação para a frente na zona dorso-lombar do
nadador, também em aceleração, pode ser propulsiva quando empurra o
corpo, do nadador, para a frente, em fases de redução da velocidade do
CM do corpo evitando, desta forma, acelerações negativas pronunciadas
do CM do corpo. O efeito de inércia desta massa de água em
deslocação é similar ao efeito de inércia gerado por um ciclista que
leva uma mochila nas costas e trava de forma brusca fazendo com que a
mochila se desloque de encontro ao ciclista empurrando-o. 8ª
princípio: o deslocamento de uma secção corporal importante acima do
nível da água reduz a resistência hidrodinâmica
Quando,
após um movimento de rotação, uma secção corporal se desloca para a
frente, acima do nível da água o CM do corpo sofre pequenas
oscilações verticais durante a acção subsequente de elevação
natural do tronco. Por outro lado, pode-se inibir o aparecimento da
força de sucção decorrente do afundamento do tronco. 9ª
Princípio: a redução da área de secção vertical através da qual a
totalidade do corpo se desloca diminui a resistência hidrodinâmica total
A
observação do fluxo das partículas de água sobre a superfície do
nadador, similar ao que ocorre com os peixes e mamíferos aquáticos,
mostra que a oscilação da totalidade do corpo provoca um efeito
acelerador do deslocamento à volta do corpo na direcção da parte
posterior, precavendo a turbulência na camada limite. Por outro lado,
este movimento ondulatório provoca, também, uma redução da área de
superfície de contacto, uma vez que a resistência varia com a natureza
do fluxo à volta da superfície do corpo na dependência directa do
tamanho e da velocidade do corpo em deslocamento. 10ª
Princípio: a compensação dos movimentos da porção anterior do corpo
pelos movimentos da porção posterior, aumenta a força propulsiva e/ou
reduz a resistência ao avanço
Após
o movimento de rotação do tronco para a frente, e da acção
descendente subsequente dos MI, deve existir um movimento de
compensação caracterizado por um deslocamento para baixo do peito e
dos MS. Quando os movimentos descendentes da parte anterior do corpo
são compensados pelos movimentos descendentes da barbatana terminal nos
peixes e mamíferos aquáticos, o deslocamento para a frente do corpo
segue uma trajectória mais rectilínea do que curvilínea. 11ª
Princípio: a movimentação do corpo que produz um efeito de onda de
orientação céfalo-caudal, aumenta a propulsão criada e/ou diminui a
resistência hidrodinâmica total
Devido
ao movimento ondulatório do corpo, uma determinada quantidade de água
contida nas curvaturas do corpo podem ser deslocadas para trás. Esta
acção, é idêntica à que ocorre com o movimento ondulatório do
corpo dos peixes oscilando lateralmente, gerando um determinado momento
proporcional à velocidade da oscilação e à massa de água afectada.
De acordo com a 2ª e 3ª lei de Newton, a taxa de alteração do
momento linear gerado na água na direcção contrária à direcção do
deslocamento do peixe vai provocar uma reacção. 12ª
Princípio: o deslocamento vertical dos pés, durante a extensão do corpo,
provoca a deflexão de massas de água para trás aumentando a propulsão
Também
pode ser gerada propulsão, quando a amplitude da oscilação se
restringe à zona anterior do corpo, desde que a ondulação aumente
para valores superiores na zona posterior do corpo, próximo da
extremidade de fuga (pernas e pés). De facto, se a ondulação se
tornar significativa na 2ª metade do corpo ou mesmo no terço posterior
do corpo, o momento gerado e energia projectada na esteira de vórtices
poderá ter os mesmos valores do que os verificados para a ondulação
com a totalidade do corpo. 13ª
Princípio: O apoio dos pés em massas de água deslocadas num movimento
rotacional, aumenta a propulsão
Os
movimentos verticais e flexíveis na acção da pernada, combinados com
o deslocamento para a frente do corpo, vão gerar um vórtice isolado,
podendo, este facto, ser confirmado experimentalmente por modelos
dimensionais de hidrófilos. Sucessivas acções vão criar uma esteira,
formada por vórtices alternados. O vórtice, é gerado durante o
movimento ocorrido durante a acção ascendente dos pés, e tem um
sentido de rotação contrário ao verificado nos ponteiros do relógio.
Depois de esta acção, os pés orientam-se para a fase descendente do
movimento, o que faz parar e inverter a rotação do vórtice inicial.
Quando isto sucede, existe a transferência de um momento, podendo este
deslocar o corpo durante a segunda fase do movimento, desde o ponto de
transição superior até ao ponto em que as pernas estão ao nível
horizontal com a longitudinal definida pelo corpo. Confirmação
dos princípios específicos e modelos técnicos
Na década de 80, Van Tilborgh6, calculou a variação da velocidade do
CM do corpo do nadador ao longo do ciclo gestual de forma a derivar as fases do
ciclo gestual nas quais a propulsão ocorre de forma mais acentuada. Desta forma
foram confirmadas, empiricamente, algumas das hipóteses de trabalho
equacionadas por Persyn. Van Tilborgh6 constatou, também, que
a variação da velocidade do CM do corpo ao longo do ciclo gestual requer cerca
de 25% do total de energia produzida pelo nadador. Esta percentagem diminui nos
nadadores com maior incidência de movimentos ondulatórios do corpo e rotação
do tronco, devido a uma menor variação intra-cíclica da velocidade
horizontal. No seguimento destes resultados, ainda na década de 80, Colman
desenvolveu o sistema de filmagens que permitiu obter uma imagem global e
visível do corpo do nadador, através do registo vídeo de um grande plano do
nadador nos dois meios (água e ar) simultaneamente, o que implicou a
utilização de câmaras rotativas.
Na década de 907,8,9, este
sistema de análise de imagem, foi utilizado para a confirmação dos
princípios específicos, relacionados com a propulsão partindo da
delimitação de tipos básicos de variantes da técnica de mariposa. Para ser
possível calcular a quantidade de ondulação entre indivíduos, Zhu10
desenvolveu uma escala percentilica a partir da
combinação de diversos ângulos e trajectórias medidas em instantes
específicos do ciclo de nado de nadadores com diferentes interpretações do
movimento ondulatório. Com base nos resultados obtidos, foi possível o
desenvolvimento de um modelo de diagnóstico e aconselhamento para a técnica de
mariposa, apresentado sob a forma de 2 variantes, descritas em função da
posição de maior ou menor hiper-extensão lombar e da posição mais ou menos
arqueada do tronco: i) a variante ondulatória; ii) a variante plana. Os Quadros
I e II sintetizam as principais características de ambas as variantes da
técnica de mariposa. Quadro
I. Quadro síntese para a variante ondulatória da técnica de mariposa
Quadro
II. Quadro síntese para a variante plana da técnica de mariposa
Proposta
metodológica da técnica de mariposa
A aprendizagem motora é o processo de obtenção, melhoria e automatização de
habilidades motoras como resultado da repetição (prática) de uma sequência
de movimentos de forma consciente, conseguindo-se uma melhoria dos processos
coordenativos entre o sistema nervoso (central e periférico)e o sistema
muscular. Apesar da existência de vários modelos relativos à aprendizagem das
habilidades motoras e desportivas (modelo de Bernstein, desenvolvido nas
décadas de 30 e 40, apropriado pelos autores alemães e russos11;
teoria do circuito fechado12; teoria do esquema; (iv) teoria e
explicação ecológica da aprendizagem motora e desportiva), são fundamentais,
algumas considerações para a estrutura do modelo de ensino a ser implementada: Há
que considerar o praticante como um actor e construtor da sua própria
capacidade de movimento, o que supõe a aceitação de algum tipo de
actividade cognitiva para a elaboração das suas respostas motoras; Os
praticantes constroem programas de acção gerais susceptíveis de
adaptar-se de uma forma rápida e precisa às diferentes situações. Estes
programas motores estão relacionados com as necessárias estruturas de
coordenação para a execução das diferentes acções técnicas; A
aprendizagem motora significativa supõe que o indivíduo participe na
construção das suas acções, partindo de conhecimentos e habilidades já
adquiridas, assim como de estratégias e padrões básicos do movimento.
A sequência global que encerra o processo de aquisição técnica, manifesta
características que permitem estabelecer grandes etapas, fases ou estádios
neste processo. Neste âmbito, vários autores12,13 tentaram
ordenar o processo de aquisição em grandes fases com identidade e
características próprias, que poderão ser resumidos em três conceitos: (i)
estádio inicial (aquisição); (ii) estádio intermédio (aperfeiçoamento);
(iii) estádio final (consolidação).
A tarefa é complexa, quando se trata de valorizar simultaneamente todos os
factores focados sendo, por isso, necessário ter arte quanto baste para
enquadrá-los, correctamente, num programa de ensino. Neste âmbito a
operacionalização prática do programa de ensino, especificamente para a
técnica de mariposa, irá assentar em cinco pontos fundamentais: (i)
objectivos; (ii) pré-requisitos do programa de ensino; (iii) estratégias de
ensino; (iv) os factores críticos de natureza técnica (modelo técnico); (iv)
as tarefas motoras (listagens de exercícios).
De seguida, serão analisados as principais características do nível 1 da
aquisição técnica. Os níveis 2 e 3 (estádio intermédio –
aperfeiçoamento; estádio final – consolidação) não serão objecto de
análise no presente trabalho, devido à extensão que implicaria no trabalho.
Assim, restringimos a nossa análise à primeira fase de ensino. Nível
1 da aquisição técnica
Neste artigo procuramos dedicar-nos apenas à aquisição técnica, uma vez que
aprofundando as outras etapas seguintes nos levaria a ampliar excessivamente
este documento, desta forma, as etapas seguintes serão alvo de outro artigo á
posteriori. Objectivo
A meta do movimento neste estádio de aprendizagem inicial passa pela
apropriação das características relacionadas: (i) com o ajustamento inicial
do corpo e alinhamento corporal, mediante o controlo dos segmentos; (ii) com a
percepção dos movimentos ondulatórios (rotação do tronco e ondulação do
corpo), a sua simetria ou propagação (ombros vs. anca); (iii) a forma global
de propulsão dos MS e inferiores pelo aproveitamento da amplitude de movimentos
gerados pela ondulação do corpo e rotação do tronco. Pré
– requisitos importantes do programa técnico
Para além dos que se relacionam com as características inerentes à
personalidade do sujeito: (capacidade verbal; memória visual; aprendizagem
rápida em qualquer situação; sentido de independência; capacidade para o
pensamento abstracto; ser activo e persistente; sentido de grupo; gostar da
actividade) e outras associadas com o descanso físico e psíquico, sem
indícios de fadiga (ambiente calmo e com tempo de tarefa suficiente, para
efectuar cada repetição ciente dos objectivos que são pretendidos;
condições de segurança standard, de tal forma que as questões de confiança
e estabilidade emocional estejam garantidas), também há os pré-requisitos de
nível motor geral e específico (isto é, aquático). A nível motor, o
pré-requisito passa pela avaliação do estado de desenvolvimento perceptivo
motor. De acordo com Payne & Isaacs (1995)14, pressupõe uma melhoria
na utilização do processo perceptivo, que passa pela estimulação dos
componentes perceptivas e sensoriais, respeitando o processo de diferenciação
natural, no âmbito da alteração da hierarquia (Passagem de uma dominância
táctil e cinestésica dos primeiros anos para uma maior dominância da
informação visual, na regulação das respostas motoras.), da melhoria dos
canais de comunicação intersensorial e na melhoria da discriminação
intrasensorial, processo este que está intimamente relacionado com o
crescimento e diferenciação do sistema nervoso central. Neste âmbito
particular, deve-se estimular o desenvolvimento perceptivo motor pela
percepção do próprio corpo, essencialmente relacionada com as componentes
internas (atenção visual, conhecimento das dimensões espaciais do corpo,
dominância lateral e identificação das diferentes partes do corpo) e
componentes externas, associadas com a sua relação com o envolvimento
(imitação, direccionalidade e orientação espacial) (Williams, 1983). A
nível motor específico, avalia-se a sensibilidade na água a diferentes
níveis: (i) capacidade de deslize do corpo na água; (ii) facilidade em
efectuar os exercícios propostos; (iii) postura e posição correcta do corpo
na água; (iv) amplitude e descontracção em todos os exercícios realizados;
(v) capacidade de efectuar destrezas aquáticas várias; (vi) capacidade de
realizar o esforço. Estratégia
a adoptar no 1º estádio de aquisição da técnica
O aluno deve implicar-se absolutamente no controlo dos seus movimentos e no
ajuste contínuo dos mecanismos de feedback interno. Ao professor cabe a
tarefa de aumentar o feedback externo e a contínua observação do
nadador: (i) copiar um modelo, primeiro informar exclusivamente sobre o circuito
de regulação externa; (ii) ensinar a estrutura espaço temporal antes da
dinâmico temporal; (iii) informação sobre as componentes criticas do
movimento; (iv) desenvolver a imagem do movimento; (v) trabalhar com diferentes
modalidades de informação; (vi) obrigar a reaferências conscientes cada vez
mais intensas (condicionado pela acção, sobre o desenvolvimento e resultados
das execuções do movimento); (vii) aprendizagem contínua - fixação e
experimentação com desvios mínimos. Características
técnicas adaptadas ao 1º estádio de aquisição da técnica
Pretende-se aumentar o processo de aquisição consciente da técnica,
aproximando a interpretação técnica aos modelos de execução existentes, de
acordo com o nível maturacional, complexidade da tarefa e objectivos no
domínio técnico. O quadro III faz uma síntese das principais
características. Quadro
III. Quadro síntese das características técnicas do 1º estádio de
aquisição técnica em mariposa.
Proposta
metodológica
Tendo em atenção as condicionantes do sucesso do processo de ensino e
aprendizagem, é necessário definir um conjunto de exercícios que possam
facilitar a aquisição da técnica de mariposa e que tenham como consequência
aprendizagens mais estáveis e duradoiras.
No quadro IV, poderão ser observadas as sequências de exercícios ajustados ao
1º estado de aquisição técnica, divididos sequencialmente nos seguintes
parâmetros: (i) Indução do movimento ondulatório, em seco; (ii) indução do
movimento ondulatório, na água; (iii) estrutura espaço temporal da forma
global da propulsão de braços; (iv) indução do movimento ondulatório e
arqueamento do tronco durante a propulsão de braços; (v) estrutura espaço
temporal da acção de pernas e (vi) sincronização de
braços/pernas/respiração. Quadro
IV. Sequência metodológica de exercícios para o ensino da técnica de
Mariposa
Descrição |
Critérios de Êxito |
Figura |
Indução do Movimento Ondulatório em seco |
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1. De pé, numa posição natural, através de uma descontracção corporal aliada a um relaxamento, o nadador flecte o tronco, flectindo consequentemente as pernas, trazendo os braços relaxados para a frente, voltando novamente à posição inicial. |
- Flexão do tronco em simultâneo com a flexão de pernas. |
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2. De pé, de frente para uma “parede”, com os braços em extensão acima da cabeça e apoiados na superfície, o nadador ondula o corpo desde os cabeça à pés, tendo sempre a percepção da ondulação do seu corpo e da mobilização da coluna vertebral. |
- Controlo visual da acção; - Ondulação de todos os segmentos do corpo. |
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3. De pé, com os braços junto ao corpo e mãos entrelaçadas nas costas, faz flexão do tronco ao mesmo tempo que faz movimentos ondulatórios, ou seja, quando desce afunda as costas olhando em frente, quando sobe o tronco, curva as costas trazendo o queixo ao peito. |
- Executar a ondulação do tronco no momento que faz flexão do tronco à frente. |
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Indução do Movimento Ondulatório na água |
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1. Igual ao exercício anterior, com os braços a ondular em círculos ou em espiral. O movimento é para a frente e para trás em sentido descendente; |
-
Braços ondulam em espiral, em simultâneo com o movimento do tronco. |
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2. De pé, realiza uma onda na posição arqueada, simulando a ondulação horizontal para transferência para a água; |
-Controlo visual da acção; -Noção espaço-temporal do movimento ondulatório na sua totalidade, acompanhado pelo movimento de braços. |
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3. Sentado nos calcanhares, mãos colocadas a 20 cm à frente dos joelhos, de tal forma que o tronco fique inclinado para a frente. Nesta posição, afasta as nádegas dos calcanhares, ficando em posição quadrúpede e com a coluna vertebral em lordose. Retomar a posição sentada nos calcanhares e com a coluna vertebral em cifose. |
- Afasta nádegas dos calcanhares, de modo a ficar numa posição quadrúpede, e neste momento desenrola o peito sobre o chão. |
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4. Deslocamento similar ao precedente, no entanto, quando afasta as nádegas dos calcanhares, conserva: ou o dorso afundado; ou o dorso curvado. |
- Critérios de êxito anteriores. - Eleva as costas. |
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5. Com apoio das mãos na pista, contorna a pista e fica na posição vertical. |
- Controlo visual da acção. - Entrada inicial com a cabeça, executando de seguida movimento ondulatório com o corpo. |
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6. Com os braços em extensão no prolongamento dos ombros, contorna a pista e fica na posição vertical. |
- Controlo visual da acção. -Entrada na água efectuada inicialmente com as mãos e braços, realizando ondulação ao contornar a pista. |
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7. Com os braços ao lado dos ombros, mas em extensão no prolongamento do corpo, contorna a pista e fica na posição vertical. |
- Controlo visual da acção. - Entrada na água com os braços afastados, realizando ondulação ao contornar a pista. |
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8. Com os braços atrás, contorna a pista e fica na posição vertical. |
- Controlo visual da acção. - Entrada na água com os braços afastados, realizando ondulação ao contornar a pista. |
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9. Exercícios de deslize, seguido de ondulações corporais e arqueamento do tronco, variando: (i) com e sem barbatanas; (ii) o ritmo respiratório (inspiração a cada 4/4; 3/3; 2/2) |
- Aquisição da estrutura do movimento ondulatório. |
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Estrutura Espaço-Temporal da acção de pernas e da respiração mariposa |
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1. Posição horizontal ventral, corpo imerso, acção de pernas mariposa, com um colega a segurar nas axilas, enquanto o nadador realiza a acção ondulatória do corpo sempre com a cabeça emersa. Variante do exercício: colega segura nos cotovelos; colega segura nas mãos |
- Dissociação dos movimentos ondulatórios contra-laterais; Percepção das sensações de resistência na parte anterior e posterior dos MI. |
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2. Posição horizontal ventral, corpo imerso, braços em extensão com 3 placas, cabeça emersa, acção ondulatória das pernas. Variante do exercício: com 2 placas; com 1 placa. |
- Dissociação dos movimentos ondulatórios contra-laterais; Percepção das sensações de resistência na parte anterior e posterior dos MI. |
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3. Em Equilíbrio horizontal ventral, braços junto ao tronco, acção de pernas mariposa num plano de água profundo, em apneia inspiratória. Variante do exercício: com braços em extensão atrás das orelhas. |
- Manter um novo modo de dinamismo no equilíbrio perceber o deslocamento do corpo por intermédio das acções simultâneas dos MI; Passar por um modo de propulsão mais completo mediante a acção de pernas evitando desequilíbrios; - Começar a ondulação ao nível dos ombros, com propagação céfalo-caudal da onda; Movimento parte da articulação coxo-femural, afunda ligeiramente o joelho, e movimento de chicote com coxa, perna e pé. |
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4. Na posição lateral costal, cabeça emersa, um braço em extensão, o outro junto ao corpo, executa acção de pernas mariposa. Variante do exercício: trocando o braço que está em extensão; braços junto ao corpo. |
Corpo alinhado na posição lateral (peito voltado para o lado). |
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5. Posição horizontal dorsal, braços em extensão, atrás das orelhas, movimento ondulatório de pernas. |
- Modifica a posição de equilíbrio original e percebe o deslocamento do corpo; - Passagem de um equilíbrio ventral para um equilíbrio dorsal; Manter o equilíbrio em posição dorsal: (i) preservar a horizontalidade e alinhamentos corporais; (ii) dinamismo e ondulação do corpo. |
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6. Posição horizontal dorsal, realiza o movimento ondulatório de pernas mariposa, levando um dos braços atrás e à coxa, enquanto o outro está parado junto ao corpo. Variante do exercício: trocando de braço; alternando braço Dto. com o braço Esq.; ambos os braços com movimentos alternados; movimentos ascendentes e descendentes de ambos os braços |
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7. Posição vertical, braços ao longo do corpo, em imersão completa, realização de movimentos ondulatórios para conseguir manter a cara fora de água. Variante do exercício: com as mãos emersas; braços em extensão atrás das orelhas. |
- A posição vertical reduz a tendência para uma excessiva flexão da anca; - Percepção das sensações de resistência na parte anterior e posterior dos MI; - Equilíbrio ajustado á situação de propulsão das pernas na vertical; Posição vertical do corpo com poucas oscilações da cabeça, sempre fora de água. |
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8. Posição horizontal ventral, 4 batimentos de pernas mariposa, com braços junto ao corpo, uma inspiração no final das 4 pernadas. Variante do exercício: inspira a cada 3 pernadas, 2 pernadas e/ou 4/3/2 pernadas. |
-Colocação da respiração em acção dos MI; -Percepção do esquema rítmico de uma respiração por cada quatro pernadas; -Verificar se a cabeça não esta colocada em excessiva extensão cervical, nem que realize movimentos exagerados de flexão e extensão do corpo; -Inspiração logo que a boca emerge e expiração quando a boca imerge. |
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9. Posição horizontal ventral, braços em extensão, inspira a cada 4 pernadas Variante do exercício: inspira a cada 4/3/2 pernadas. |
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Estrutura Espaço Temporal da forma Global da Propulsão de Braços Mariposa |
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1. Em posição vertical, com o tronco imerso, em apneia, realiza acção subaquática com um só braço com recuperação imersa do mesmo, trocando-o após algumas repetições. Variante do exercício: executa o mesmo exercício com ambos os braços |
- Dedos bem orientados para o fundo da piscina; Ligeira flexão da articulação do joelho, antes da extensão da perna e pé; realizando o movimento de MS de forma a obter uma velocidade de execução média. |
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2. Posição horizontal ventral, braços em extensão, com pull-buoy nas pernas, realiza 4 vezes o afastamento dos braços com posterior junção à frente, realizando a acção subaquática até à coxa e após recuperação imersa dos braços, efectua uma inspiração, já com os braços em extensão. Variante do exercício: substitui o pull-buoy pela pernada mariposa |
-Trajecto motor deve ser realizado em aceleração, procurando um deslize no seu final que, através de uma extensão cervical, permita a emersão das vias respiratórias aéreas e inspiração. |
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3. Em posição vertical, com o tronco imerso, em apneia, realiza acção subaquática com um só braço com recuperação imersa do mesmo, trocando-o após algumas repetições. Variante do exercício: inspirando a cada 4/3/2 acções de braços. Inspira a cada 2 acções de braços, com e sem pull-buoy. |
· -Trajecto motor deve ser realizado em aceleração, procurando um deslize no seu final que, através de uma extensão cervical, permita a emersão das vias respiratórias aéreas e inspiração. |
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Estrutura Espaço Temporal da forma Global da Propulsão de Braços/Pernas/Respiração Mariposa |
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1. Quatro Ondulações na posição horizontal ventral, 4 ondulações na posição costal com um braço em extensão, fazendo a recuperação aérea olhando para a mão. Variante do exercício: trocando o braço que está em extensão. |
Reactivação de competências adquiridas para preparar transferências ulteriores; Sublinhar a necessidade de não parar o movimento dos MS antes da recuperação, valorizando a sua aceleração progressiva. |
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2. Quatro Ondulações na posição Ventral + 4 Ondulações na P.H. Costal Dto. + 4 Ondulações na P.H. Ventral + 4 Ondulações na P.H. Costal Esq.. Variante do exercício: com 3/3 e/ou 2/2 ondulações. |
Transferência progressiva de aquisições específicas de crol e da acção dos membros inferiores de mariposa para a “construção” do movimento completo de mariposa. |
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3. Quatro Ondulações na posição Ventral + 4 Ondulações na P.H. Costal Dto. + 4 Ondulações na P.H. Ventral + 4 Ondulações na P.H. Costal Esq. + 4 Ondulações na P.H. Ventral com braços ao lado + 4 Ondulações na P.H. Ventral com braços à frente após recuperação aérea. Variante do exercício: com 3 ondulações e/ou 2 ondulações. |
-Insistir na manutenção da cabeça em flexão durante a recuperação aérea dos MS; - Sublinhar a necessidade de não parar o movimento dos MS antes da recuperação, valorizando a sua aceleração progressiva; |
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4. Nado global com inspiração a cada 4 braçadas. Variante do exercício: com respiração a cada 3 e/ou 2 braçadas. |
- Sublinhar a necessidade de não parar o movimento dos MS antes da recuperação, valorizando a sua aceleração progressiva; - Insistir na máxima amplitude de movimentos; Verificar se a 1ª AD da pernada coincide com a entrada da mão e se o 2º coincide com a fase ascendente final. |
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5. Nado Global, com inspiração simples, ou seja, a cada braçada. Variante do exercício: com respiração dupla (respira a cada 2 braçadas). |
- Coordenação dos MS, MI e respiração; - Insistir na máxima amplitude de movimentos; Manutenção da cabeça em flexão durante a recuperação dos MS. |
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Discussão
Após a análise dos aspectos referentes ao modelo biomecânicos/técnicos (o que ensinar) e de aprendizagem motora (como aprender), foi, no decorrer deste trabalho, efectuada uma sequência metodológica de exercícios que poderão constituir-se como um meio importante para a aquisição da técnica de mariposa. No entanto, as propostas apresentadas são as que nos pareceram ajustada e congruente com a fase de aquisição e aperfeiçoamento da técnica de mariposa, com base na experiência no ensino desta mesma técnica dos autores. Contudo, uma temática interessante será a de testá-la empiricamente, comparando-a com outras abordagens de modo a se verificar se estes exercícios poderão efectivamente facilitar e promover a melhoria dos padrões técnicos de nado em crianças e jovens, repercutindo em aprendizagens mais sólidas, consistentes e duradoiras dos que as restantes metodologias.
Referências
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Seifert L, Boulesteix L, Chollet D, Vilas-Boas JP. (2008). Differences in spatial-temporal parameters and arm-leg coordination in butterfly stroke as a function of race pace, skill and gender.
Marinho, D., Rouboa, A., Alves, F., Persyn, U., Garrido, N., Vilas-Boas, J.P., Barbosa, T., Reis, V., Moreira, A., Silva, A. (2007). Modelos Propulsivos. Novas teorias, velhas polémicas. Vila Real: Sector Editorial dos SDE/UTAD.
Persyn U; Daly D; Thewissen M; Vervaecke H, (1976).
Van Tilborgh L, (1987). Stuwen remkrachten bij schoolslagzwemmers: berekening uit filmanalyse (Propulsion and drag forces in breaststroke swimmers: calculation from film analysis), 114 p. + appendices, (Leuven: K.U.Leuven; doctoral thesis physical education).
Van Tilborgh L; Willems EJW & Persyn U, (1988).
Colman V, (1991). Bewegings-en fysieke diagnose bij schoolslagzwemmers (Movement and physical diagnosis in breaststroke swimmers), 132 p. + appendices, (Leuven: K.U.Leuven; doctoral thesis physical education).
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Colman V; Persyn U, (2000). The need for measurement of trunk flexion in breaststroke movement analysis, in Hong Y, Johns D (eds.), Proceedings of XVIII International symposium on biomechanics in sports, The Chinese University University Press: Hong Kong, 240-244.
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Fitss P, Posner M (1968). El rendimiento Humano. Marfil. Alicante.
Payne, V. & Isaccs, L. (1995). Human Motor Development – A lifespan Approach.
Outros artigos em Portugués
revista
digital · Año 14 · N° 141 | Buenos Aires,
Febrero de 2010 |