Analise comparativa das variáveis hemodinâmicas sobre os efeitos de um programa de ginástica de academia e a relação com a freqüência semanal de aulas Análisis comparativo de las variables hemodinámicas sobre los efectos de un programa de actividad física en gimnasio y la relación con la frecuencia semanal de clases |
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*PPGCMH - Programa de Pós Graduação em Ciência do Movimento Humano da Universidade Autônoma de Assunção – UAA – PY Professora Titular da Universidade Federal do Acre - UFAC ** PPGCMH - Programa de Pós Graduação em Ciência do Movimento Humano da Universidade Autônoma de Assunção – UAA – PY Professora Titular da UNINORTE Professor Titular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN/RN |
Ms. Shirley Regina de Almeida Batista* shirleyreginabatista@hotmail.com Ms. Jaqueline dos Santos Valente Barros** Dr.Sc. Paulo Moreira Silva Dantas*** (Brasil) |
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Resumo O presente estudo teve como objetivo comparar intra e inter grupos as variáveis hemodinâmicas em mulheres de 30 a 40 anos nas diferentes freqüências semanais. Trata-se de uma pesquisa descritiva, comparativa, com uma tipologia longitudinal realizada com 51 indivíduos do sexo, feminino com uma média de idade de 34,41 anos, que freqüentavam as aulas do projeto de extensão Atividade Física na Promoção de Saúde realizado na Universidade Federal do Acre. A amostra foi subdividida em três grupos da seguinte forma: GC – Grupo controle (n=18), G1 – Grupo experimental 1 (n=16) e G2 – Grupo experimental 2 (n=17). Para as avaliações hemodinâmicas, foi realizada a mensuração da freqüência cardíaca de repouso e aferição da pressão arterial. Foram avaliadas as seguintes variáveis: freqüência cardíaca de repouso, duplo produto, pressão arterial média, pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica. Para a análise dos dados aplicou-se a razão entre o resultado do pós-teste dividido com o resultado do pré-teste obtendo assim a comparação entre os grupos investigados. Para observação das possíveis mudanças intra e inter grupos foi utilizado como teste de hipóteses a comparação com o nível de significância de p < 0,05. Os resultados não apontam mudanças significativas intra grupos e inter grupos apontam mudanças significativas, principalmente entre os grupos experimentais e o de controle, indicando, portanto que a freqüência constitui-se num fator de mudanças. Recomenda-se após esse experimento que fatores relacionados à intensidade das intervenções sejam também observados. Unitermos: Variáveis hemodinâmicas. Ginástica de academia. Freqüência semanal |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 141 - Febrero de 2010 |
1 / 1
Introdução
O grande desenvolvimento tecnológico e da informática ocorrido principalmente
nas últimas décadas do século XX, produziu mudanças importantes nos hábitos
de vida da humanidade levando o homem ao aumento da hipocinesia4.
Proliferam programas institucionais de atividades físicas no sentido de
aumentar a participação das pessoas em atividades físicas para melhorar o
estilo de vida1.
Tais programas têm como pressupostos os benefícios advindos à saúde que
englobam diversos planejamentos de exercícios físicos. Dentre outros, o
planejamento das atividades de ginástica de academia segue a metodologia do
treinamento planejado em grupo que deve atender às pessoas com o mesmo objetivo
e que, geralmente é manter e adquirir melhores níveis de saúde. Essas
atividades vêm ganhando espaço no mundo do fitness com intuito de melhorar a
aptidão física das pessoas praticantes24.
Portanto o exercício físico realizado regularmente provoca importantes
adaptações autonômicas e hemodinâmicas que vão influenciar o sistema
cardiovascular5, com o objetivo de manter a homeostasia celular
diante do incremento das demandas metabólicas aumentando o débito cardíaco,
redistribuindo o fluxo sanguíneo e elevando a perfusão circulatória para os
músculos em atividade2.
Essas adaptações hemodinâmicas que influenciam o sistema cardiovascular podem
ser verificadas direta e indiretamente. As variáveis diretas são as medidas
obtidas diretamente do paciente como a freqüência cardíaca, pressões
arterial sanguíneas, dentre outras. As variáveis indiretas que são
obtidas através das medidas diretas e nos permite avaliar o desempenho
cardíaco e valores normais relacionada à massa corpórea, uma delas pode ser a
pressão arterial média 1,18. Essas variáveis serão analisadas de
forma comparativa no referido estudo.
Para que adaptações hemodinâmicas ocorram, o exercício físico durante um
período faz com que o corpo humano sofra adaptações cardiovasculares e
respiratórias a fim de atender às demandas aumentadas dos músculos ativos e,
à medida que essas adaptações são repetidas, ocorrem modificações nesses
músculos, permitindo que o organismo melhore o seu desempenho, com isso entram
em ação processos fisiológicos e metabólicos, otimizando a distribuição de
oxigênio pelos tecidos em atividade6. Portanto, os mecanismos que
norteiam a queda pressórica pós-treinamento físico estão relacionados a
fatores hemodinâmicos, humorais e neurais7.
Uma das principais características que devem nortear o trabalho de
condicionamento físico para que haja adaptações hemodinâmicas, é a
freqüência do treinamento, que preconiza uma freqüência semanal variando de
três a cinco vezes13. Estudos mostram que a freqüência
semanal no início do processo é preconizada duas a três sessões semanais,
podendo, com o passar do tempo e com a melhora da condição geral do aluno (a),
aumentar esta freqüência para até cinco ou seis vezes3.
A partir dos pressupostos teóricos acima, surgiu à necessidade de analisarmos
se a prática de exercícios físicos programados e sistematizados com uma
freqüência de duas e três sessões semanais modifica o comportamento
hemodinâmico, quando comparadas intra e inter grupos em mulheres de 30 a 40
anos que participaram de um programa de ginástica de academia compostos por
exercícios cardiovasculares e neuromusculares durante doze semanas, comparando
a um grupo controle sem atividade física.
Desta forma o objetivo do presente estudo centra-se em comparar intra e inter
grupos os resultados das variáveis hemodinâmicas: freqüência cardíaca de
repouso, duplo produto, pressão arterial média, pressão arterial sistólica,
pressão arterial diastólica em um programa de exercícios físicos aplicados
para mulheres de 30 a 40 anos com diferentes freqüências semanais. Materiais
e métodos
Trata-se de uma pesquisa descritiva, comparativa, com uma tipologia longitudinal
realizada com 51 indivíduos do sexo, feminino com uma média de idade de 34,41
anos, que freqüentavam as aulas do projeto de extensão Atividade Física na
Promoção de Saúde realizado na Universidade Federal do Acre.
A amostra submetida às análises foi subdividida em três grupos da seguinte
forma: GC – Grupo controle composto por 18 mulheres sedentárias com uma
média de idade de 35 ± 3,50, G1 – Grupo experimental composto por 16
mulheres com média de idade de 32,56 ± 2,66 anos que praticaram exercícios
físicos em uma freqüência de duas sessões semanais e G2 – Grupo
experimental composto por 17 mulheres com média de idade de 35,52 ± 3,37anos
que praticaram exercícios físicos em uma freqüência de três sessões
semanais.
Para intervenção da pesquisa foi utilizada aulas de ginástica de academia
englobando 30 minutos de trabalhos cardiovasculares com rotinas aeróbicas de
baixo e médio impacto e 30 minutos de trabalhos neuromusculares utilizando
exercícios envolvendo os grandes grupos musculares em um período de 12
semanas.
Para as avaliações hemodinâmicas, foram realizadas medidas necessárias como:
mensuração da freqüência cardíaca de repouso, aferição da pressão
arterial.
Os dados obtidos foram trabalhados segundo análise estatística na qual foi
aplicada a razão entre o resultado do pós-teste dividido com o resultado do
pré-teste obtendo assim a comparação entre os grupos investigados. Após esse
procedimento, os resultados foram analisados no programa SPSS for Windows
versão 16.0, no qual foi utilizado o teste de normalidade shapiro-Wilk para
verificar dados paramétricos e não paramétricos, após análise, foi
realizado o teste T para os dados paramétricos e o teste Mann-Whitney-U para os
dados não paramétricos, com análise de variância combinado com o teste de
Post Hoc de Scheffe.
As participantes do estudo foram informadas sobre os objetivos da pesquisa e
procedimentos adotados para sua realização. Assim, todas que aceitaram
participar da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecimento, obedecendo às normas para realização de pesquisa em seres
humanos aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Acre sob o
nº 23107.003136/2008-44 de acordo com a resolução 196/96 do Conselho Nacional
de Saúde, que trata de estudos realizados em seres humanos.
As avaliações foram aplicadas no laboratório de avaliação física do curso
de Educação Física da Universidade Federal do Acre.
Para realização das avaliações do referido estudo foi utilizado os seguintes
materiais: frequêncimetro da marca polar, esfignomamometro. Resultados
A tabela 1 apresenta os valores descritivos do grupo controle, grupo
experimental 1 e grupo experimental 2 quanto à pressão arterial média (PAM),
pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD), duplo
produto (DP) e freqüência cardíaca de repouso (FCrep), pré e pós-teste.
Para melhor visualização das variáveis paramétricas e não paramétricas um
asteristico (*) encontra-se a posto ao lado das variáveis não paramétricas. Tabela
1. Dados descritivos intra grupos quanto à PAM, PAS, PAD, DP, FCrep do
grupo controle, experimental 1 (Exp1) e experimental 2 (Exp2).
Variáveis |
|
Controle_Pré |
Controle_Pós |
Exp 1_Pré |
Exp 1_Pós |
Exp 2_Pré |
Exp 2_Pós |
PAM(mmgh) |
n |
18 |
18 |
18 |
18 |
17 |
17 |
Media |
93,05 |
95,03 |
86,85 |
89,94 |
82,23 |
78,11 |
|
Desv.Padrão |
8,64 |
9,23 |
14,27 |
10,41 |
9,33 |
8,16 |
|
Mediana |
95,20 |
96,70 |
89,15 |
92,85 |
82,00 |
78,00 * |
|
Minimo |
75,70 |
70,00 |
56,30 |
74,00 |
68,00 |
54,00 |
|
Máximo |
109,30 |
110,70 |
104,70 |
113,00 |
107,00 |
93,00 |
|
PAS(mmgh) |
n |
18 |
18 |
16 |
16 |
17 |
17 |
Media |
118,38 |
119,11 |
80,87 |
70,12 |
82,23 |
78,11 |
|
Desv.Padrão |
10,78 |
11,52 |
13,57 |
8,76 |
9,33 |
8,16 |
|
Mediana |
120,50 |
121,00 |
75,00 |
70,00 |
82,00 * |
78,00 |
|
Minimo |
97,00 |
90,00 |
62,00 |
55,00 |
68,00 |
64,00 |
|
Máximo |
138,00 |
138,00 |
112,00 |
84,00 |
107,00 |
93,00 |
|
PAD(mmgh) |
n |
18 |
18 |
16 |
16 |
17 |
17 |
Media |
80,38 |
83,00 |
68,43 |
75,62 |
83,00 |
80,76 |
|
Desv.Padrão |
8,18 |
8,88 |
24,50 |
11,88 |
10,10 |
20,41 |
|
Mediana |
82,50 |
85,50 |
73,00 * |
78,00 |
87,00 |
84,00 * |
|
Minimo |
65,00 |
60,00 |
10,00 |
48,00 |
62,00 |
10,00 |
|
Máximo |
95,00 |
97,00 |
91,00 |
96,00 |
99,00 |
116,00 |
|
DP |
n |
18 |
18 |
16 |
16 |
17 |
17 |
Media |
9492,05 |
9631,55 |
9982,06 |
8297,93 |
9996,35 |
9514,58 |
|
Desv.Padrão |
1069,49 |
1158,92 |
1996,73 |
1369,18 |
1834,99 |
1417,14 |
|
Mediana |
9387,50 |
9657,50 |
9535,00 |
8320,50 |
1834,99 |
9184,00 |
|
Minimo |
7275,00 |
8840,00 |
7548,00 |
6104,00 |
10101,00 |
6976,00 |
|
Máximo |
11250,00 |
11224,00 |
14784,00 |
10668,00 |
13696,00 |
12690,00 |
|
FCrep(bpm) |
n |
18 |
16 |
16 |
16 |
17 |
17 |
Media |
80,38 |
81,11 |
80,87 |
70,12 |
82,23 |
78,11 |
|
Desv.Padrão |
7,86 |
8,60 |
13,57 |
8,76 |
9,33 |
8,16 |
|
Mediana |
81,00 * |
82,00 |
75,00 |
70,00 |
82,00 |
78,00 |
|
Minimo |
61,00 |
60,00 |
62,00 |
55,00 |
68,00 |
64,00 |
|
Máximo |
94,00 |
96,00 |
112,00 |
84,00 |
107,00 |
93,00 |
Para os resultados intra grupos expostos na tabela acima, observa-se que, para todas as variáveis hemodinâmicas não houve diferença em todos os grupos investigados.
A tabela 2 mostra os valores descritivos do grupo controle, grupo experimental 1 e grupo experimental 2, quanto à pressão arterial média (PAM), pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD), duplo produto (DP) e freqüência cardíaca de repouso (FCrep) inter grupos. Para melhor visualização das variáveis paramétricas e não paramétricas um asteristico (*) encontra-se a posto ao lado das variáveis não paramétricas.
Tabela 2. Dados descritivos quanto à PAM, PAS, PAD, DP, FCrep do grupo controle, experimental 1 e experimental 2
Variáveis |
|
Grupo Controle |
Grupo experimental 1 |
Grupo experimental 2 |
PAM(mmgh) |
N |
18 |
16 |
17 |
Media |
1,02 |
1,05 |
0,95 |
|
Desvio Padrão |
0,03 |
0,17 |
0,13 |
|
Mediana |
1,02* |
1,01 |
0,99* |
|
Minimo |
0,93 |
0,80 |
0,75 |
|
Máximo |
1,06 |
1,47 |
1,15 |
|
PAS(mmgh) |
N |
18 |
16 |
17 |
Media |
1,00 |
0,87 |
0,95 |
|
Desvio Padrão |
0,02 |
0,09 |
0,13 |
|
Mediana |
1,01 |
0,88 |
0,99* |
|
Minimo |
0,93 |
0,72 |
0,75 |
|
Máximo |
1,04 |
1,14 |
1,15 |
|
PAD(mmgh) |
N |
18 |
16 |
17 |
Media |
1,03 |
1,64 |
0,98 |
|
Desvio Padrão |
0,05 |
1,76 |
0.25 |
|
Mediana |
1,04 |
1,04* |
1,00* |
|
Minimo |
0,92 |
0.81 |
0,11 |
|
Máximo |
1,11 |
7,20 |
1,34 |
|
DP |
n |
18 |
16 |
17 |
Media |
1,01 |
0,84 |
0,96 |
|
Desvio Padrão |
0,02 |
0,15 |
0,14 |
|
Mediana |
1,01 |
0,82 |
0,95 |
|
Minimo |
0,94 |
0,59 |
0,72 |
|
Máximo |
1,05 |
1,15 |
1,19 |
|
FCrep(bpm) |
n |
18 |
16 |
17 |
Media |
1,00 |
0,87 |
0,95 |
|
Desvio Padrão |
0,01 |
0,09 |
0,13 |
|
Mediana |
1,01 |
0,88 |
0,99 |
|
Minimo |
0,98 |
0,72 |
0,75 |
|
Máximo |
1,04 |
1,14 |
1,15 |
No teste de hipótese inter grupos observou-se diferença significativa para p<0,05 entre o grupo controle e experimental 1 para as variáveis PAS, DP e FCrep, no entanto para PAM e PAD não houve diferença; entre o grupo controle e grupo experimental 2 não houve diferença para todas as variáveis investigadas; entre o grupo experimental 1 e experimental 2 houve diferença significativa onde o p<0,05 para as variáveis PAS e DP e para PAM, PAD e FCrep não apontou diferença.
Discussão
Observando os dados descritivos intra grupos expostos na tabela 1, percebemos que, para PAM os resultados revelaram uma discreta elevação no grupo experimental 2. Porém mesmo observando uma leve mudança, não revelaram significância. Para o grupo controle e experimental 1, os resultados mostraram um comportamento estável. A Sociedade Brasileira de Cardiologia 22 destaca que a PAM é obtida através das medidas diretas que avalia o desempenho cardíaco e valores normais relacionados à massa. Para calculá-la precisamos dos valores da PAS e PAD no qual esses valores quando comparados nos mostraram que, mesmo não havendo significância intra grupos, foram observados acréscimos e decréscimos em seus resultados nos chamando atenção para ocorrência de uma diminuição no mmHg nos resultados encontrado na pesquisa como, por exemplo, para a variável PAS no grupo experimental 1 e experimental 2, houve uma diminuição no mmHg encontrado, enquanto que para o grupo controle o resultado foi similar entre o pré e pós teste, supostamente devido o mesmo ser formado por mulheres sedentárias. Para PAD no grupo experimental 1 houve um acréscimo no mmHg e para o grupo experimental 2 e grupo controle ocorreram resultados similares em relação ao mmHg entre o antes e o depois. Esses valores encontrados corroboraram quando a literatura 19 comenta que, mesmo para pessoas com pressão arterial de repouso normal a prática de exercícios físicos diminuiu em média de 4mmHg e 3mmHg. Detectamos também que o valor da média dos grupos estudados se mantiveram num mmHg normal enquadrando-se dentro da normalidade existente de valores ideais pra uma boa PA, esses valores são preconizados em 120mmHg para PAS e 80mmHg para PAD19. Devemos levar em consideração que as mulheres envolvidas na pesquisa não eram hipertensas, ou seja, já tinham uma PA dentro da normalidade existente, apenas mantiveram-na dentro do padrão normal após doze semanas de intervenção. Esses resultados nos levam a acreditar que essa diferença na pressão arterial sistólica nos mostra que a atividade física é capaz de promover alterações na complacência vascular ocorrendo relaxamento da musculatura dos vasos e com isso uma diminuição na PAS10.
Quanto aos resultados do DP e FCrep verificou-se um comportamento com uma discreta elevação para o grupo controle e uma discreta diminuição para os grupos experimentais 1 e 2. Tais resultados nos revelam não ser suficiente para atingir significância entre os grupos investigados, nos levando a acreditar que se a diminuição do DP é variável já esperada em praticantes de treinamento aeróbico12,13,14,15,16, os mecanismos pelos quais o treinamento físico diminui o DP parecem ser devido ao aumento da capacidade física, ocorrendo diminuição da FC, sem aumento da PA, provavelmente, pelo aumento do fluxo sanguíneo periférico e uma tendência de diminuição da resistência vascular durante o exercício17, supostamente esse processo não deve ter ocorrido durante a intervenção realizada na pesquisa, pois os resultados não apresentaram significância quando observados o antes e o depois.
Quanto aos resultados inter grupos observamos que entre o grupo controle e o grupo experimental 1 nas variáveis, PAS, DP e FCrep os resultados revelaram diferenças, isso nos leva acreditar que mulheres que praticaram exercícios físicos duas vezes por semana obtiveram uma queda na PAS, melhoraram o DP e diminuíram a FRrep em relação ao grupo de mulheres que não praticou exercícios físicos, esses resultados corroboram no sentido em que a atividade física auxilia na diminuição da PA promovendo modificações metabólicas e do estado hemodinâmico, como redução da FC e da resistência vascular periférica e que o DP tende a aumentar durante as atividades físicas além do que o DP é o produto entre FC e PAS sendo a resultante delas11,8,9. O aumento do DP também pode evidenciar maiores elevações de FC, volume sistólico, débito cardíaco, e em alguns casos maior resistência sistêmica, o que leva a um maior trabalho cardiovascular20. Em parte isso poderia ser explicado pela baixa carga e alto número de repetições utilizados no programa de exercícios físicos aplicados na intervenção da pesquisa, pois esse tipo de exercício resistido tende a produzir resposta de PAS semelhante ao exercício aeróbio contínuo11.
Entre os dois experimentos para as variáveis PAM e PAD os resultados revelaram valores similares constatando que entre o grupo de mulheres que praticou exercícios físicos duas vezes por semana com o grupo de mulheres que não praticou exercícios físicos, não obtiveram alterações nos resultados, esse fator nos leva a concordar que para ter algum efeito hipotensor é recomendável uma freqüência mínima de 3 vezes por semana de atividade física regular23, que não foi o caso do experimento analisado, pois o grupo sofreu uma intervenção com freqüência de duas vezes semanais.
Para os resultados entre o grupo controle e experimental 2 não foi revelado diferenças para nenhuma das variáveis hemodinâmicas estudadas. Esses resultados nos levam a acreditar que o programa de exercícios físicos aplicados para o grupo de mulheres que praticaram exercícios três vezes por semana em relação ao grupo que não praticou exercícios não alterou os resultados hemodinâmicos, supondo-se que os fatores intervenientes provavelmente podem ter influenciado nos resultados.
Para os resultados entre o grupo experimental 1 com experimental 2, observa-se que o grupo de mulheres que praticou exercícios físicos numa freqüência semanal de três vezes, mostrou uma redução significativa na PAS quando comparadas com o grupo que se exercitou duas vezes, esse resultado corrobora no momento em que, a literatura2, confirma que o exercício físico em intensidades submáximas é capaz de induzir ao condicionamento físico e que em repouso o coração, devido a um débito cardíaco, não necessita de freqüência mais alta para um bom volume de ejeção. E a literatura12 mostra que não há benefício adicional em mais do que três sessões semanais de exercícios.
Para as variáveis PAM, PAD e FCrep, o comportamento dessas variáveis mantiveram-se estáveis para os dois experimentos, podemos observar que não demonstrou acréscimos e nem decréscimos ao longo da intervenção, nos levando a perceber que praticar exercícios físicos duas vezes por semana proporciona resultados equivalentes a prática de exercícios realizados três vezes por semana para essas variáveis em relação ao programa realizado na intervenção do estudo.
Corroborando com os resultados encontrados nas variáveis hemodinâmicas, a literatura diz que o treinamento aeróbico por exercícios predominantemente isotônicos ou dinâmicos geralmente não modifica, nos normotensos, os níveis de pressão arterial sistólica e diastólica em repouso, embora a pressão arterial média possa declinar em função da menor freqüência cardíaca basal, após período de treinamento físico21. Isso nos leva a acreditar que devido às mulheres envolvida no referido estudo serem normotensas, o efeito da prática do programa de exercícios de ginástica de academia aplicado na intervenção da pesquisa durante 12 semanas contribuiu apenas para a estabilização do estado hemodinâmico desses indivíduos.
Conclusão
Conforme o objetivo proposto pelo presente estudo, o qual foi em comparar intra e inter grupos os efeitos da freqüência semanal sobre as variáveis hemodinâmicas em mulheres de 30 a 40 anos chegaram-se as conclusões que seguem:
Nos resultados intra grupos para as variáveis PAM, PAS, PAD, DP e FCrep os resultados não revelaram significância estatística para nenhum dos grupos investigados quando comparados os valores do pré-teste com o pós-teste, nos mostrando que intra grupos não ocorreu mudanças hemodinâmicas significativas após 12 semanas de atividades físicas.
Para os resultados inter grupos quando comparamos o grupo controle com o grupo experimental 1 quanto as variáveis PAS, DP e FCrep os valores encontrados revelaram significância estatística entre os grupos investigados onde p<0,05, nos mostrando que mulheres que praticaram exercícios físicos duas vezes por semana modificaram seu comportamento hemodinâmico enquanto que o grupo sem prática de exercícios físicos não obtiveram diferenças em seus resultados. Entretanto para as variáveis PAM e PAD os resultados mostram não haver significância indicando que o grupo de mulheres que praticou exercícios físicos duas vezes por semana mantiveram estáveis nessas variáveis, igualmente ao grupo que não praticou exercícios físicos.
Quando comparamos o grupo controle com o grupo experimental 2 observamos que em todas as variáveis hemodinâmicas os resultados mostram não haver significância nos mostrando que tanto o grupo que praticou exercícios físicos três vezes por semana como o que não praticou exercícios mantiveram-se estáveis.
Quando comparamos o grupo experimental 1 com o grupo experimental 2 observamos que para as variáveis PAS e DP os resultados mostram haver significância onde o p<0,05 constatando que houve mudanças entre os grupos investigados . Para as variáveis PAM, PAD e FCrep os resultados mostram não haver significância nos mostrando que o comportamento hemodinâmico dessas mulheres não sofreram modificações.
Os resultados encontrados no estudo em questão nos levam a acreditar que novos estudos devem ser realizados com outras faixas etárias, com outras freqüências semanais, com maior número amostral e com diversidades de modalidades de ginástica de academia para um maior respaldo científico.
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digital · Año 14 · N° 141 | Buenos Aires,
Febrero de 2010 |