Relação da prática esportiva com o estudo da matemática no ensino fundamental Relación entre la práctica deportiva y el estudio de la matemática en la enseñanza básica Relationship of sport practices and mathematics learning in middle school |
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*Professora Especialista de Ciências e Matemática do Ensino Fundamental Especialista em Ciências da Saúde e do Desporto pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) Membro do grupo de pesquisa no Estudo do Movimento Olímpico na linha da Psicologia do Esporte. **Professor Mestre e Pesquisador de Psicologia do Esporte da Faculdade de Educação Física da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Professor do curso de pós-graduação em Ciências da saúde e do Desporto – PUCRS Membro e Coordenador do grupo de pesquisa do Movimento Olímpico na linha da Psicologia do Esporte |
Profª. Esp. Lúcia Helena Leal Dillenburg* Prof. Ms. Mario Roberto Scalon** (Brasil) |
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Resumo Este trabalho teve como objetivo principal determinar se a participação de alunos do ensino fundamental em atividades esportivas traz benefícios ao aprendizado de matemática. Foi uma pesquisa exploratória, descritiva, ex-post-facto, de natureza quantitativa realizada através de levantamentos de dados e observação direta. Foi avaliada a hipótese de haver relação entre o desempenho escolar de matemática e a prática de esportes para crianças e adolescentes do ensino fundamental. A amostra foi composta por 536 alunos do ensino fundamental de ambos os sexos. Para esta análise foi utilizada a estatística descritiva, do teste t (de student) e do teste do qui-quadrado. A análise estatística mostrou para todos os casos estudados que envolveram o teste de dependência entre duas variáveis qualitativas houve uma dependência no desempenho escolar de estudantes do ensino fundamental que participaram de atividades esportivas e aqueles que não participaram das mesmas. Quanto ao teste de diferenças de rendimento se observa que não há diferença significativa de rendimento escolar entre praticantes e não praticantes de esporte. Unitermos: Matemática. Esporte. Desempenho escolar
Abstract The main objective of this work is to determine if participation in sport activities bring benefits in mathematics learning for middle school students. It is an descriptive, ex-post-facto, quantitative, exploratory research based on direct observation and collected data. The hypothesis of relationship between mathematics performance and sport practices was investigated in a sample of 536 children and teenagers from both genders at middle school level. Descriptive statistic, Student’s t-test and chi-square test were used for this investigation. Analysis of statistical dependence between two qualitative variables showed that there is dependence between school performance and sport practice for all studied cases. Performance difference tests showed that there is no significant difference in scholar performance between the groups that practice and don’t practice sports.Keywords : Mathematics. Sports. Scholar performance |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 140 - Enero de 2010 |
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1. Introdução
Os educadores que estudam a matemática se preocupam em buscar novas formas de proporcionar aos alunos uma melhor compreensão da disciplina, seja através do esporte, da informática, da história, entre muitas outras abordagens. É uma área de investigação interdisciplinar que tem relação essencial com as diferentes áreas da educação como a sociologia, pedagogia, lingüística e psicologia.
Acredita-se que o esporte é um fator que pode construir uma consciência critica nos jovens, fornecendo uma visão mais globalizada da sociedade sendo relevante para a formação da personalidade, coordenação, equilíbrio, flexibilidade, rapidez de raciocínio, e lateralidade.
Através da prática de atividades físicas a criança melhora sua auto-estima, seus limites, sente-se mais confiante e vivencia situações de frustrações que são fatores fundamentais em seu desenvolvimento psicológico. No esporte a criança está em contato com a matemática contando pontos, lendo tabelas, construindo gráficos e estudando linhas de marcação de quadras (SMOLE, 1998 apud RIBAS, 2007).
A atividade esportiva atende aos objetivos psicomotores relacionados ao desenvolvimento físico e incluem objetivos de aprendizagem que facilitam o desenvolvimento cognitivo. Aprender é mais benéfico quando é mais divertido para os estudantes (DEFRANCHESCO, 2004). A comprovação desta hipótese é motivação adicional para estimular nos educadores o planejamento integrado do processo educacional em todas as áreas. Uma das razões pela qual o planejamento integrado e cooperativo é importante são os benefícios emocionais e profissionais que os professores obtêm desta prática (DEFRANCHESCO, 2004).
A educação e o cérebro humano
As atividades dos neurônios geram um mundo interno que se adapta e se modifica à medida que interagem com o meio ambiente, sendo que os nossos cinco sentidos (tato, gustação, visão, olfato e audição) constituem o elo de comunicação. A evolução, experiência e sobrevivência humanas são determinadas pelas constantes trocas de mensagens e respostas, remodelando ambos para fins de adaptação, posto que a pluralidade cultural desencadeia mudanças no cérebro. A cada nova vivência e aprendizado, novas conexões neurais são acrescentadas. O conceito de plasticidade cerebral pode ser aplicado à educação, considerando a tendência do sistema nervoso em ajustar-se frente às influências ambientais durante o desenvolvimento infantil, ou na fase adulta, restabelecendo e restaurando funções desorganizadas por condições patológicas. Em síntese, é preciso ressaltar os vínculos dos fenômenos plásticos cerebrais com o desenvolvimento do sistema nervoso na sua compreensão sócio-histórica-educativa, observando-se a capacidade de resposta compensatória frente não apenas a lesões patológicas, mas também, frente às influências externas, concluindo-se que a plasticidade cerebral pode ser encarada sob vários ângulos, seja mediante abordagem experimental (que é a mais comum), seja na perspectiva mais concreta a existência e expressão funcional do sistema nervoso, como, por exemplo, motricidade, percepção e linguagem (MORALES, 2005).
Se a ciência demonstra que a influência de um ambiente rico em estímulos favorece o aumento do peso e espessura do córtex cerebral, em contrapartida a escola deve ser a fonte geradora desses estímulos. É de fundamental importância, então, em unir o processo de ensino aprendizagem e desenvolvimento humano ao funcionamento do cérebro e sua plasticidade.
Logo, no início do século XX houve um grande aumento de pesquisas em todas as áreas das ciências e surgiu a necessidade de se construir conhecimentos de maneira global. Para o desenvolvimento desse novo paradigma do Século XXI, que propõe uma visão do todo nas diferentes áreas do conhecimento, é de fundamental importância o inter-relacionamento de todos os seres humanos e a interdisciplinaridade entre os saberes. A educação é o ponto central da interdisciplinaridade que engloba aspectos antropológicos, filosóficos, biológicos, psicológicos e sociológicos da espécie humana. O cérebro desempenha um papel fundamental na formação do intelecto humano, através das conexões neurais que representam a polarização dos opostos buscando meios para a aprendizagem.
O córtex pré-frontal é a região do cérebro responsável pela memória funcional, mas os circuitos que vão do cérebro límbico aos lobos pré-frontais indicam que os sinais de forte emoção (ansiedade, raiva) podem criar estática neural, sabotando a capacidade do lobo pré frontal de manter a memória funcional. É por esse motivo que quando estamos perturbados emocionalmente costumamos dizer: “Eu não consigo raciocinar”.A contínua perturbação emocional cria deficiência nas aptidões intelectuais da criança reduzindo-as e, às vezes até mutila a capacidade de aprendizagem (RELVAS, 2007).
Matemática para a vida
A Matemática não é um conhecimento absoluto e imutável. A escola deve deixar de ensiná-la de maneira mecânica, repleta de fórmulas para lidar com os raciocínios aritmético e geométrico voltados para a vida prática (MASSUTI, 2003). O conhecimento matemático é caracterizado pela possibilidade de se desenvolver formas de raciocínio, em especial o aritmético e o geométrico. O raciocínio aritmético pode desenvolver o conhecimento a respeito de números, grandezas e é fundamental para a produção de cálculos. Já o raciocínio geométrico trabalha noções de espaço, localização, ocupação do espaço, formas presentes, corpos sólidos e formas planas. São raciocínios presentes no cotidiano de vários profissionais como, por exemplo, os pedreiros e as costureiras. A escola também pode desenvolver pensamentos matemáticos de forma prática lidando com a geometria. As habilidades de medida, estimativa, proporcionalidade e raciocínio algébrico estão intensamente presentes no dia-a-dia das pessoas.
O aprendizado da matemática deve ocorrer a partir de situações significativas. Para isto o Educador precisa partir de situações que tenham sentido para o contexto de vida da criança, como jogos, acontecimentos práticos, compra e venda, notícias de jornal (que tragam reportagens ou gráficos por exemplo, sobre expectativa de vida da população). O começo do trabalho pode ser com perguntas sobre uma determinada situação problematizadora, que exija o uso de cálculos, geometria e raciocínio para entendimento da situação. Isto é diferente de só apresentar uma conta de divisão para ser resolvida. Cria um vínculo com os contextos de aprendizagem, pois a criança precisa se posicionar e, assim, desenvolve senso crítico.
Esporte
O esporte é uma atividade popular e generalizada em nossa sociedade mas ao mesmo tempo nada fácil de conceituá-lo. Propicia estudos e reflexões como forma de democratizar o conhecimento (VENDITE, 2000).
De acordo com Rocha (2000) esporte é a prática metódica dos exercícios físicos e ainda divertimento sem interesse de lucro.
As diferenças entre as três formas – desporto, desporte e esporte – são registradas por Ferreira (1996) citado por Oliveira (s.d.). Verifica-se uma distinção que passa desapercebida por muitos, como; para desporto e desporte adota as duas primeiras acepções que apresenta para o termo esporte: 1ª “Conjunto de exercícios físicos praticados com método, individualmente ou em equipes, 2ª Qualquer desses exercícios”.
O desporto, segundo Cagigal (1995 apud SCALON 2004) é conceituado da seguinte maneira: “... desporto é aquela competição organizada, que vai desde um grande espetáculo até a competição de nível modesto; realizada com o desejo de comparar-se de superar a outros ou a si mesmo, também no aspecto de expressão lúdica, gratificante apesar do esforço”.
Já Carraveta (1995 apud SCALON, 2004) considera que: “... o desporto está representado por um jogo caracterizado por finalidades agonísticas, que apresenta como propriedade fundamental o exercício físico submetido a uma regulamentação”.
Le Boulch (s.d. apud SCALON, 2004) diz que “um desporto é educativo, quando permite o desenvolvimento de suas amplitudes motrizes e psicomotrizes, em relação aos aspectos afetivos, cognitivos e sociais de sua personalidade”.
Scaglia (1999) escreveu que a Inglaterra foi o país que primeiramente utilizou o esporte como meio de educação; Belbenoit, (1976 apud SCAGLIA, 1999) entendia que para o desporto ser educativo havia necessidade que o educador fizesse dele tanto um objeto quanto um meio de educação: Betti (1999) compreende que o esporte não deve se restringir a um fazer mecânico, mas sim que levem o indivíduo a aprender atitudes e habilidades e a dominar sua cultura esportiva.
Os esportes em geral e principalmente os individuais atuam no desenvolvimento da personalidade, pois exigem uma melhor preparação psicológica para sua prática, envolvendo aumento da confiança, da perseverança, da motivação intrínseca e da segurança, necessárias para o desempenho individual ou coletivo, exigindo níveis variados de disciplina que conduzam a comportamentos adequados que permitam trafegar em meio a grupos sociais distintos (MORENO 2007).
Os esportes coletivos (TEIXEIRA, 1995) desenvolvem principalmente o “espírito social”, de colaboração e de equipe, no qual o participante está inserido. Segundo Paes (2006) é necessário considerar três aspectos relativos aos jogos desportivos coletivos, que são: a imprevisibilidade (ações que nunca se repetem); a criatividade (não fazer somente o óbvio) e a complexidade (em que devemos considerar os diversos elementos inerentes à pedagogia do esporte), ressaltando ainda que “O esporte pode contemplar o contexto mercadológico, entretanto qualquer que seja a motivação do praticante, a sua natureza será sempre educacional”.
Segundo Tubino (1992 apud MORENO, 2007) as dimensões sociais admitidas para o esporte na atualidade são: esporte-participação, esporte-performance e o esporte-educação. Atualmente é ressaltados o esporte-social e o esporte-espetáculo.
Matemática e esporte
Muito tem se falado sobre a contribuição da interdisciplinaridade na ciência e na educação. No campo do ensino, constitui condição para a melhoria da qualidade, uma vez que orienta a formação global do homem. Esta formação global ocorre na medida em que os educadores relacionam as suas disciplinas entre si, eliminando barreiras artificialmente postas entre os conhecimentos produzidos e promovem a integração entre o conhecimento e a realidade concreta, as expressões da vida, que sempre dizem respeito a todas as áreas do conhecimento (FAZENDA, 1991).
A aprendizagem da matemática trabalhada com atividades esportivas, deve ser significativa, ou seja, deve assumir que aprender possui um caráter dinâmico, direcionado para os alunos ampliarem cada vez mais suas participações nas atividades de ensino aprendizagem (RIBAS, 2007). No esporte a criança está em constante contato com a matemática, seja para contar pontos, ler tabelas, construir gráficos, estudar linhas de marcação das quadras e também com ciências ao conhecer seu próprio corpo, suas partes e o funcionamento do seu organismo de um modo geral (SMOLE, 1998 apud RIBAS, 2007).
Metodologia e procedimento
A população deste estudo foram alunos do ensino fundamental de duas escolas de Porto Alegre que compreendem a faixa etária entre 10 e 14 anos..Neste estudo uma das escolas foi da rede particular de ensino e a outra escola foi da rede municipal .
Os instrumentos utilizados para o levantamento de dados deste trabalho foram fichas de rendimento escolar dos alunos e lista dos participantes das equipes esportivas.
Na escola de ensino público foram coletados para análise dados de rendimento escolar em matemática no terceiro trimestre de 2007 e primeiro trimestre de 2008 dos alunos que praticaram e não praticaram vôlei neste período.
A segunda escola pesquisada foi da rede particular de ensino onde foram trabalhadas duas modalidades esportivas: o futsal para os meninos e o handbol para as meninas. Também foram coletados dados para análise os dados de rendimento escolar em matemática no terceiro trimestre de 2007 e primeiro trimestre de 2008 dos alunos que praticam e não praticam esporte coletivo neste período.
Todos os dados coletados foram tabulados para a análise estatística. As variáveis trabalhadas se referem ao desempenho da disciplina de matemática de crianças e adolescentes que praticam esporte e das que não praticam esporte em seu ambiente escolar. Foram considerados também as variáveis sexos masculino e feminino e escola particular e pública.
Os dados foram computados através do programa SPSS, versão 15.0.
análise dos dados
Introdução
A análise dos dados do trabalho foi realizada através da Estatística Descritiva (média, mediana, moda, desvio padrão, minimo, máximo, freqüências e percentuais), do Teste t (de Student), e do Teste do qui-quadrado. Nas conclusões utilizou-se o nível de significância de 5% (p£0,05). Os dados foram computados através do Programa SPSS, versão 15.0.
Apresentação dos dados
Na tabela 1 estão representados os intervalos do rendimento, a freqüência e o percentual.
Tabela 1. Distribuição do rendimento escolar
Intervalos do rendimento |
n |
% |
0 a 1,99 |
1 |
0,2 |
2 a 3,99 |
14 |
2,6 |
4 a 5,99 |
102 |
19,0 |
6 a 7,99 |
224 |
41,8 |
8 a 10 |
195 |
36,4 |
Total |
536 |
100,0 |
Fonte: Autor
Na tabela 2 os dados dos praticantes e não praticantes de esporte assim como suas respectivas freqüências e percentuais estão descritos.
Tabela 2. Distribuição dos alunos na prática esportiva
Grupo |
n |
% |
Não praticante |
398 |
74,3 |
Praticante |
138 |
25,7 |
Total |
536 |
100,0 |
Fonte: Autor
Na tabela 3 estão apresentados os dados da escola particular e pública.
Tabela 3. Distribuição dos alunos por tipo de estabelecimento de ensino
Grupo |
n |
% |
Escola particular |
381 |
71,1 |
Escola pública |
155 |
28,9 |
Total |
536 |
100,0 |
Fonte: Autor
Na tabela 4 estão descritos os dados que representam os sexos masculino e feminino.
Tabela 4. Distribuição por sexo
Sexo |
N |
% |
Masculino |
231 |
43,1 |
Feminino |
305 |
56,9 |
Total |
536 |
100,0 |
Fonte: Autor
Na tabela 5 estão dados que representam a estatística descritiva do rendimento escolar do grupo estudado.
Tabela 5. Medidas estatísticas do rendimento escolar
Estatística |
Valor |
Tamanho da amostra (n) |
536 |
Média |
7,02 |
Mediana |
7,20 |
Moda |
6,00 |
Desvio padrão |
1,73 |
Mínimo |
1,40 |
Maximo |
10,00 |
Fonte: Autor
Teste das diferenças dos rendimentos escolares
Entre praticantes e não praticantes de atividades esportivas
A tabela 6 apresenta o resultado do teste t de student para a diferença de rendimento entre praticantes e não praticantes de atividades esportivas.
Tabela 6. Estatísticas do grupo por participação em atividades esportivas
Grupo |
n |
Média |
Desvio padrão |
Não praticante |
398 |
6,9666 |
1,79 |
Praticante |
138 |
7,1667 |
1,51 |
p = 0,241: não há diferenças estatisticamente significativas |
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Fonte: Autor |
Entre alunos da escola particular e pública
Para escolas particular e pública o resultado do teste t é apresentado na tabela7.
Tabela 7. Estatísticas do grupo por escola
Escola |
n |
Média |
Desvio Padrão |
Particular |
381 |
7,42 |
1,52 |
Pública |
155 |
6,04 |
1,82 |
p = 0,000: há diferenças estatisticamente significativas |
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Fonte: Autor |
Entre o sexo
Para os sexos masculino e feminino os dados estão representados na tabela 8.
Tabela 8. Estatísticas do grupo por sexo
Sexo |
n |
Média |
Desvio Padrão |
Masculino |
231 |
7,13 |
1,55 |
Feminino |
305 |
6,94 |
1,84 |
p = 0,210: não há diferenças estatisticamente significativas |
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Fonte: Autor |
Teste de dependência entre variáveis qualitativas
Prática de atividades esportivas
Nesta análise é constatado que ocorre dependência entre as duas variáveis, ou seja, o rendimento depende do grupo praticante e não praticante de esporte (p = 0,020).
Tipo de escola
Nesta análise é constatado que ocorre dependência entre as duas variáveis, ou seja, o rendimento depende se a escola é da rede particular ou pública (p = 0,000).
Sexo dos alunos
A análise conclui que ocorre dependência entre o rendimento e o sexo dos alunos, ou seja, o rendimento depende do sexo masculino e feminino (p = 0,011).
Interpretação dos resultados
A análise estatística aplicada aos dados coletados permite inferir conclusões sobre a influência e dependência estatística para as hipóteses propostas.
Para praticantes e não praticantes de esportes
Baseado no resultado do teste t, se aceita a hipótese nula, com nível de significância de 5%, ou seja, provavelmente não existe diferença de rendimento entre os praticantes de esporte e os não praticantes de esporte.
Baseado no resultado do teste qui-quadrado que serve para verificar uma relação de dependência dos alunos com o esporte neste estudo, conclui-se que o rendimento escolar dos alunos depende do grupo.
Para escola particular e escola pública
Baseado no resultado do teste t, rejeita-se a hipótese nula, com nível de significância de 5%, ou seja, provavelmente existe diferença de rendimento entre escola particular e escola pública.
Baseado no teste do qui-quadrado conclui-se que o rendimento escolar depende do tipo de escola.
Para o sexo dos alunos
Baseado no resultado do teste t, se aceita a hipótese nula, com nível de significância de 5%, ou seja, provavelmente não existe diferença de rendimento entre os sexos masculino e feminino.
Baseado no resultado do teste do qui-quadrado conclui-se que o rendimento escolar depende dos sexos masculino e feminino.
Conclusão
Baseada nas análises estatísticas e com o apoio da literatura concluímos que para todos os casos pesquisados que envolveram o teste de dependência entre duas variáveis qualitativas houve uma dependência no desempenho escolar de estudantes do ensino fundamental que participam de atividades esportivas e aqueles que não participam das mesmas. Houve uma dependência no rendimento escolar com relação aos sexos masculino e feminino sendo que as meninas tiveram um rendimento melhor. Também ocorreu uma dependência quanto ao tipo de escola sendo que a escola particular apresentou um rendimento superior à escola pública.
Quanto ao teste de diferenças de rendimento se observa que não há diferença significativa de rendimento escolar entre praticantes e não praticantes de esporte, que ocorre uma diferença significativa entre o rendimento escolar e os sexos masculino e feminino.
O fato de que provavelmente não exista diferença de rendimento escolar entre os praticantes de esporte e os não praticantes pode ter ocorrido devido ao pouco tempo de atividade esportiva regular durante a semana, a falta de um plano de estudos integrado entre os educadores da matemática com os da área esportiva e talvez os administradores escolares, professores e pais não considerem a atividade esportiva essencial no currículo escolar. E esta noção pode estar associada ao fato de que esporte é apenas um período de recreio.
Referências
DEFRANCESCO, C.; CASAS, B. Elementary Physical Education and Math Skill De
DILLENBURG, L. H. L. Relação da Prática Esportiva com o Estudo da Matemática no Ensino Fundamental. Porto Alegre, 2008.
FAZENDA, I. C. A. Práticas interdisciplinares na escola. São Paulo: Cortez, 1991.
MASSUTI, M.; A. Matemática para a Vida. Diário da Escola-Santo André-SP em 7 de novembro de 2003.
MORENO, J. C. Os esportes coletivos e Individuais como Meios de Desenvolvimento das Inteligências Múltiplas: Um estudo com Escolares. Bebedouro, São Paulo: Faculdades Integradas Fafibe, 2007.
RELVAS, M. P. Neurociências e transtornos de aprendizagem: as múltiplas eficiências para uma educação inclusiva. Rio de Janeiro, Editora Wak, 2007.
SCALON, R. M.; A Psicologia do Esporte e a Criança. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004.
SMOLE, K. S. D.; M. I., CANDIDO, P. Brincadeiras infantis nas aulas de matemática. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
TEIXEIRA, H. V.; Educação Física e Desportos. São Paulo: Saraiva, 1995.
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