Qualidade de vida das mulheres submetidas á quimioterapia do municipio de Lontras segundo o olhar do WHOQOL_BREF da OMS Calidad de vida de las mujeres sometidas a quimioterapia del municipio de Lontras, según la mirada de WHOQOL_BREF de la OMSQuality of the women's life submitted to the chemotherapy of the Lontras/SC according to the WHOQOL_BREF of OMS |
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*Doutora em Administração Professora do curso de pós-graduacãoda Unidavi **Pós-graduanda em Gestão em Serviços de Saúde Unidavi (Brasil) |
Prof. Dra. Rosimeri Oliveira Duarte*Regiane Borges** |
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Resumo Aprofundando o conhecimento sobre a trajetória das mulheres submetidas à quimioterapia no período de 2006 a 2007, o presente estudo tem como objetivo investigar a qualidade de vida de 09 mulheres residentes do município de Lontras, por meio do instrumento: WHOQOL- bref criado pelo WHOQOL Group (OMS). Buscou além disso, identificar as características culturais, históricas, das participantes. Foi desenvolvido estudo quantitativo, descritivo, observacional, caracterizando a QV das mulheres. O tema QV vem assumindo importância, sob vários aspectos, nos últimos anos, particularmente no que diz respeito a sua avaliação ou mensuração, quer individualmente quer coletivamente. Com base nos acontecimentos e nas descobertas de seus ideais a mulher está conseguindo sair do anonimato para conquistar seu espaço, deixando de viver a sombra do homem e se tornando personagem de sua própria história. O instrumento WHOQOL-bref, consta de 26 (vinte e seis) questões, sendo duas questões gerais sobre qualidade de vida (não aplicadas ao grupo em estudo) e as demais 24 (vinte e quatro) representam cada uma das vinte e quatro facetas que compõem o instrumento original, representando 04 domínios da vida cotidiana. O domínio físico engloba aspectos como dor, energia para o trabalho, dependência de medicações; o domínio psicológico aborda a auto-estima, sentimentos negativos como mau humor, ansiedade, espiritualidade. No domínio relações sociais está incluído a atividade sexual e o apoio social. No domínio ambiente, aborda recursos financeiros, segurança no lar, e a participação em oportunidades de lazer. Tais resultados incitam à discussão sobre a qualidade de vida das mulheres. Unitermos: Qualidade de vida. Mulher. Câncer. Quimioterapia
Abstract Deepening the knowledge on the women's path submitted to the chemotherapy in the period from 2006 to 2007, the present study had as objective to investigate the quality of life of 09 women who live in Lontras using the instrument: WHOQOL - bref created by WHOQOL Group (OMS). It’s still looking for identifying cultural and historical characteristics of the participants. The subject quality of life is assuming importance, under several aspects. In the last years, particularly, in what it tells about its evaluation or measurement, whether individually or collectively. It was developed observation, quantitative and descriptive study in order to characterize the women's quality of life. Based in the events and in the discoveries of their ideals of woman, women are getting to leave the anonymity and conquer their space, stopping living in the man's shadow and becoming the main character of their own history. The instrument WHOQOL-bref consists of 26 (twenty-six) questions, two general questions about quality of life (it is not applied to the group in study) and the others 24 (twenty-four), they represent one of the twenty-four facets that compose the original instrument, representing 04 domains of the daily life. The physical domain includes aspects as pain, energy to work and dependence of medications; the psychological domain approaches the self-esteem and negative feelings as bad mood, anxiety and spirituality; the social relationships domain includes the sexual activity and the social support and the ambient domain approaches financial resources, safety in the home and the participation in leisure opportunities. Such results incite to the discussion about the women's quality of life. Keywords: Quality of life. Woman. Cancer. Chemotherapy |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 140 - Enero de 2010 |
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1. Introducão
Devido a um padrão epidemiológico no Brasil reflete os efeitos do processo de envelhecimento populacional: tem aumentado o número de pessoas relacionadas às doenças principalmente as neoplasias.
Atualmente, o câncer está entre as principais causas de mortalidade na população geral do Brasil (15%), superado pelas doenças cardiovasculares (32%) e empatado com as causas externas (15%), que tem registrado crescimento importante nos últimos anos, principalmente entre jovens do sexo masculino (MS, 2008).
Entre as mulheres, o câncer representa a segunda causa de morte.
No ano 2003, foram estimados 58.610 óbitos femininos pela doença (INCAMS, 2003).
O INCA nos informa que em 2003, com relação aos principais tipos de câncer na população brasileira, revela a magnitude do câncer de mama, cujas taxas brutas de mortalidade e incidência são de 10,40/100.000 e 46,35/100.000 mulheres, respectivamente. A elevada incidência do câncer de colo do útero ainda representa um grave problema de saúde pública no nosso país. Estimativas para o ano de 2008, válidas também para o ano de 2009, apontam que ocorrerão 466.730 casos novos de câncer, são esperados 234.870 para o sexo feminino.
Os tipos mais incidentes são os cânceres de mama e de colo do útero, no sexo feminino, acompanhando o mesmo perfil da magnitude observada no mundo.
Estudos ainda revelam que houve um aumento de incidência da ordem de 29,8% para o câncer de mama e de 2,6% para o câncer de colo do útero (MIRRA, apud Prado, 2002). Estima-se que, em 2020, o número de casos novos anuais seja da ordem de 15 milhões, sendo que cerca de 60% desses novos casos ocorrerão em países em desenvolvimento. É também conhecido que pelo menos um terço dos casos novos de câncer que ocorrem anualmente no mundo poderiam ser prevenidos.
Quanto a qualidade de vida das mulheres submetidas à quimioterapia, sabemos que o tratamento depende do estágio do câncer e a quimioterapia por ser um tratamento sistêmico atinge células normais onde é manifesta a sua toxicidade. Diante da toxidade do tratamento, é necessário de verificar a QV das mulheres submetidas à quimioterapia, já que mulher tem um papel significativo diante a sociedade.
A OMS define qualidade de vida como “a percepção do indivíduo sobre sua posição na vida, no contexto da cultura e dos sistemas de valores nos quais ele vive e, em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações” (Dantas et al, 2003, p. 533). Com base nesse conceito entende-se que qualidade de vida vária de pessoa para pessoa, e que vai depender dos fatores intrínsecos e extrínsecos, podendo ser influenciada pelo estilo de vida, pelo local onde vivem seus hábitos e costumes.
2. Desenvolvimento
2.1. Tipo de estudo
A pesquisa acontecerá de forma exploratória, descritiva e documental, com uma abordagem quantitativa.
2.2 População
A população dessa pesquisa foram as mulheres submetidas à quimioterapia e que residem no município de Lontras (2006 á 2007)
2.3 Instrumento de Coleta de dados
Com base nos objetivos propostos, será feita uma pesquisa exploratória com aplicação do questionário proposto pela Organização Mundial de Saúde, denominado WHOQOL-bref . Utilizaremos a versão traduzida para o Brasil. Este questionário visa avaliar a qualidade de vida. Constitui um instrumento já testado e validado, composto de vinte e seis questões, sendo quatro domínios: físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente (FLECK et al. 2000).
3. Resultados e discussões
3.1 Apresentação do resultado dos domínios
Na tabela que segue apresenta-se o resultado geral da pesquisa por respectivos domínios, analisados através de suas facetas.
Tabela 1. Resultado dos domínios
Fonte: Dados da pesquisa
3.1.1. Domínio Físico
No domínio físico que tem como facetas a dor e desconforto, energia e fadiga, sono e repouso, mobilidade, atividade da vida cotidiana, dependência de medicação ou tratamento e capacidade de trabalho, observou-se que as facetas capacidade de trabalho e atividade da vida cotidiana obtiveram o mesmo percentual que é de 22,22%, em ambas as entrevistadas estão satisfeitas com sua capacidade de desenvolver suas atividades no trabalho e na vida cotidiana. A faceta energia e fadiga também está em ênfase, onde 66,67% afirmaram através da variável médio, que conseguem disposição para realizar suas atividades. No caso da faceta dependência de medicação ou de tratamento, 22,22% das mulheres submetidas à quimioterapia disseram que não dependem de nenhum tipo de medicação e de tratamento, contribuindo assim para atingir um percentual de 55,56% onde definem como bom à capacidade de se locomover através da faceta mobilidade. Em relação à dor e desconforto 33,33% afirmam que sentem muito pouco e 33,33% estão satisfeitas com o sono e o repouso.
3.1.2. Domínio Psicológico
No domínio psicológico que tem como facetas os sentimentos positivos, pensar, aprender, memória e concentração, auto-estima, Imagem corporal e aparência, sentimentos negativos e espiritualidade/Religião/Crenças pessoais, percebe-se que as facetas sentimentos negativos e espiritualidade/religião/crenças pessoais foram a que mais se destacaram. Então 22,22% das respostas das mulheres submetidas à quimioterapia sentem em algumas vezes sentimentos negativos, e cabe salientar que estes podem interferir e afetar o desenvolvimento do individuo em seu cotidiano. A respeito das crenças pessoais 33,33% disseram que tem bastante espiritualidade. Quanto à capacidade de aprender, memória e concentração 33,33% delas não tem certeza quanto a sua capacidade de se concentrar, aprender e se tem ou não boa memória. Relacionado ao sentimento positivo 44,45% tem bastante desse tipo de sentimento positivo, o que facilita e ajuda na execução de suas atividades. Sobre à auto-estima, 33,33% estão satisfeitas e 22,22% estão satisfeitas com relação a sua imagem corporal e aparência, ou seja, aceitam-se como são.
3.2.1. Relações Sociais
No domínio relações sociais, que tem como facetas as relações pessoais, suporte (apoio) social e atividade sexual, o que mais se destacou foi à faceta relações pessoais que obteve um percentual de 44,44%, então podemos perceber as mulheres submetidas à quimioterapia possuem uma boa relação com as pessoas que estão ao seu redor. Na faceta suporte (apoio) social o percentual foi de 44,44% estão satisfeitos com o apoio que recebem e que se sentem aprovados pela família e pelos amigos. Em relação à atividade sexual 33,33% estão satisfeitos com a vida sexual.
3.2.2. Meio Ambiente
O domínio meio ambiente que é composto pelas facetas segurança física e proteção, ambiente no lar, recursos financeiros, cuidados de saúde e sociais: disponibilidade e qualidade, oportunidades de adquirir novas informações e habilidades, participação em, e oportunidades de recreação/lazer, ambiente físico: (poluição/ruído/trânsito/clima). A que mais se destacou foi à faceta relacionada aos recursos financeiros, onde 66,67% definiram como sendo médio as possibilidades e impossibilidades financeiras que as mesmas têm. Quanto ao ambiente físico 33,33% consideram mais ou menos pelas mulheres submetidas à quimioterapia, já o ambiente no lar 66,67% delas mostram-se satisfeitas com o lugar em que vivem e com a qualidade do mesmo. Na faceta segurança física e proteção 33,33% se sentem bastante protegidas e seguras de qualquer fonte de opressão, se sentem a salvas podemos dizer. Na oportunidade de adquirir novas informações e habilidades 33,33% disseram que conseguem obter as informações de forma média, ou seja, nem sempre que precisam conseguem atingir as expectativas. No que diz respeito à participação e oportunidade de lazer, 66,67% também se referem como médio o que faz percebemos que nem sempre elas conseguem participar de uma atividade de recreação ou de lazer, isso pode ao longo dos anos prejudicar o desempenho no trabalho e em casa, pois o individuo precisa de um tempo livre para relaxar. As mulheres estão satisfeitas com a saúde e transporte, 66,67% delas tem acesso aos meios de saúde e avaliam a qualidade e o nível desses serviços e quanto ao transporte, elas confirmaram que os meios de transportes estão sempre disponíveis quando precisam e estão satisfeitas com a liberdade de escolha na realização de suas atividades.
4. Considerações finais
O presente estudo foi realizado no município de Lontras localizado no Alto Vale do Itajaí em Santa Catarina, com 09 mulheres sendo submetida a tratamento com à quimioterapia.
O mundo feminino é constituído por vários tipos de mulheres, podemos encontrar: as que trabalham, as que estudam, as mães, esposas, amigas, filhas, namoradas, em fim, uma pluralidade de mulheres. Muitas exercem a dupla jornada, outras se preocupam menos com as tarefas do dia-a-dia, mas todas buscam seus ideais e objetivos. Acabam ficando sem tempo para se preocupar com a saúde física, mental e o bem estar associado com o lazer e o cuidado com sigo mesmas. A qualidade de vida está associada a diversos fatores e conceitos, ela é relativa, pois tem várias vertentes, que compreende desde o conceito popular até o cientifico. Independente dos conceitos a QV está sempre voltada para satisfação e o bem-estar do individuo.
Com base nas análises dos domínios, observou-se que para as mulheres submetidas à quimioterapia no que se refere ao domínio físico, o que mais se destacou foi às facetas: energia e fadiga e mobilidade, quanto à energia e fadiga, elas estão satisfeitas com sua capacidade de realização de suas atividades e essa satisfação reflete também em sua capacidade no trabalho e de enfrentar o tratamento, as mesmas conseguem desenvolver suas tarefas, e se mostram satisfeitas com o trabalho que fazem e com a vida que levam. Esses dados refletem de forma direta na qualidade de vida.
No domínio psicológico, a faceta que mais se destacou foi imagem pessoal, sendo demonstrado otimismo pela fase que estão enfrentado, outro item que se destaco foi crenças pessoais e espiritualidade e religião, os sentimentos positivos e os sentimentos negativos, apesar de que segundo elas, costumam ter bastante sentimentos positivos. Mas esse dado pode ser considerado bom, pois disseram que sentem algumas vezes, então os sentimentos negativos como, por exemplo, o desanimo, tristeza e a ansiedade, não estão presentes constantemente na vida das mulheres submetidas à quimioterapia, o que nos leva a crer que os sentimentos positivos são maiores que os negativos.
Nas relações sociais a faceta que mais foi destacou foi a que se refere às relações pessoais e suporte (apoio) social. Elas se mostram satisfeitas com suas relações pessoais e o apoio que recebem, pois no que diz respeito as suas relações amorosas, seja elas, a de amizade, casamento, família, em fim, é a capacidade que as pessoas têm em amar e serem amadas, este dado é muito positivo, pois mesmo diante do avanço tecnológico e as mudanças que ocorrem no dia-a-dia, conseguem ter tempo para se relacionar com as pessoas, sem deixar de lado o aspecto físico, como abraçar, tocar. Com certeza com isso conseguem ter uma vida com qualidade e de forma harmoniosa.
E no último domínio o que se destacou foi as facetas que representa os recursos financeiros, as oportunidades de lazer e transporte, onde as mulheres submetidas a quimioterapia afirmaram que consideram média sua satisfação em relação às possibilidades financeiras para ter uma vida confortável, o que leva a crer que não estão satisfeitas com a renda que ganham.
Por meio da análise dos quatro domínios, pode-se dizer que de forma geral as mulheres submetidas à quimioterapia possuem uma qualidade de vida considerada boa.
A pesquisadora ao observar os dados percebeu que no domínio psicológico, um aspecto muito importante, que é o de pensar, aprender, memória e concentração, é considerado por elas como mais ou menos, ou seja, possui dificuldades no aprendizado, memória, na hora de tomar decisões e velocidade e clareza nos pensamentos. Este estudo também propiciou a constatação dos pontos que merecem atenção no que diz respeito à qualidade de vida dessas mulheres.
Referências
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DANTAS, Rosana Aparecida Spadoti; SAWADA, Namie Okino; MALERBO, Maria Bernadete. Pesquisa sobre qualidade de vida: Revisão da produção científica das universidades públicas do estado de São Paulo. Revista latino-americana de enfermagem, São Paulo, v. 11, n. 4, p. 532-538, jul./ago. 2003.
FLECK, Marcelo Pio de Almeida et al. Aplicação da versão em português do instrumento abreviado de avaliação da qualidade de vida “WHOQOL-bref”. Revista de Saúde Pública, [S.l.], v.34, n.2, p.178-183, 2000.
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_________________ Desenvolvimento do WHOQOL, módulo espiritualidade, religiosidade e crenças pessoais. Rev. Saúde Pública vol.37 n.4 São Paulo 2003
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Síntese de indicadores social 2005. Disponível em: www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=580&id_pagina=1, acessado em: 11 de Mar, 2008.
IBGE, (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Estudo especial sobre mulher. 2008. Disponível em: http://www.ibge.gov.br.home/presidência/noticia/noticia visualiza.php?id noticia=1099&id pagina =1>acesso em 20 de abril 2008.
Instituto Nacional de Câncer (Brasil). Recomendação básica para o controle do câncer do útero no Brasil: normas e recomendação do Inca. Revista Brasileira Cancerologia, Rio de Janeiro 2000.
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