Atuações dos atletas e países na prova de 200 m rasos do Campeonato Mundial de Atletismo desde 1983 até 2009 Actuación de los atletas y países en la prueba de 200 metros llanos del Campeonato Mundial de Atletismo desde 1983 hasta 2009 |
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Universidade Federal do Paraná (UFPR) Departamento de Educação Física Jardim Botânico – Curitiba, PR (Brasil) |
Dr. Vidal Palacios Calderón Lic. Gisele Maria Alves |
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Resumo O presente trabalho teve como objetivo principal analisar a atuação dos atletas e países por áreas continentais, nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo, na prova de 200m rasos, nos sexos masculino e feminino. Para o processamento dos dados foi utilizada a estatística descritiva, permitindo realizar uma análise comparativa nos resultados dos oito finalistas de todas as edições. A análise estatística permitiu corroborar que os Estados Unidos foi o país com maior número de títulos nas doze edições, de forma geral, sendo que as áreas da América do Norte e Central dominaram a prova nos dois sexos. Por outro lado, constatou-se que a atuação dos homens foi superior à das mulheres, pois conseguiu quebrar, por uma, vez o recorde do mundo nestas edições, conquistar o maior número de medalhas e realizar uma melhor atuação de forma individual. Unitermos: Atletismo. Velocidade. Prova de 200m rasos. Áreas continentais. Campeonato Mundial de Atletismo |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 140 - Enero de 2010 |
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Introdução
A Associação Internacional de Federações de Atletismo, (IAAF)(2004) define essa modalidade de esporte, como um conjunto de atividades, constituídos pelas seguintes modalidade: provas de pista (corridas), de campo (saltos e lançamentos), provas combinadas, como decatlo e heptatlo (que reúnem provas de pista e de campo), o pedestrianismo (corridas de rua, como a maratona), corridas em campo (cross country), corridas em montanha e marcha atlética.
As práticas corporais que envolvem o atletismo, como as capacidades de correr, saltar e lançar, sempre fizeram parte do dia a dia na história do homem, mesmo em seus tempos de selvageria, em que eram utilizadas muito mais do que nos tempos modernos, pois a busca pela sobrevivência dependia grandemente dessas capacidades físicas.
Analisando historicamente a importância do Atletismo para a cultura esportiva do homem, especificamente as corridas de velocidade, que foram as primeiras formas de competição organizadas de que se tem relato, devemos levar em consideração o que elas significam culturalmente, pois a história do homem com essa atividade física já vem desde a antiguidade, também em nível de competição.
Os recordes mundiais também já existem de longas datas, sendo que os primeiros relatos sobre os mesmos surgiram na segunda metade do século XIX, na Inglaterra. O Atletismo sistematizado, enquanto federação, possuindo regras oficiais definidas para a sua prática em qualquer parte do mundo, surgiu apenas mais tarde. Segundo o website oficial da IAAF, a “The International Amateur Athletics Federations” foi fundada em 1912, por 17 nações que possuíam federações de Atletismo, que viram a necessidade da criação de uma autoridade governante, para um programa atlético definido e para a padronização de equipamentos técnicos e recordes mundiais.
Porém, foi só em 1982 que a IAAF começou a abandonar o seu conceito tradicional de amadorismo, onde começaria a mudar o nome de The International Amateur Athletics Federations, para ir se tornando The International Association of Athletics Federations, e foi ganhando forças, até que, em 1985, ela criou fundos fiduciários para os atletas, abrindo um caminho para o esporte de alto desempenho a vários grupos de atletas altamente talentosos. Aconteceram mudanças históricas, onde os atletas passaram de amadores, como eram chamados, para atletas financeiramente motivados, seguros, de alto nível, e esse desenvolvimento continuou até a introdução dos prêmios pela IAAF em 1997, que ofereceu prêmios em dinheiro para atletas de sucesso, pela primeira vez na história das competições pela federação internacional.
O desenvolvimento de ciências aplicadas no esporte, equipamentos melhorados e novos tipos de treino e técnicas de competição, trouxeram ainda mais mudanças ao esporte. Lamentavelmente, drogas ergogênicas, usadas para a busca por um maior rendimento, também começaram a ser mais proeminentes nesta época, comprometendo a fábrica moral do esporte, assim como a saúde e a vida de pessoas jovens. A IAAF, subsequentemente, liderou movimentos esportivos mundialmente no desenvolvimento e aplicação de programas antidoping extensivos, envolvendo testes na entrada e saída da competição.
A análise da bibliografia científica, especificamente sobre a corrida de 200m rasos para homens e mulheres, permitiu constatar a falta de uma estatística sobre as atuações dos atletas e países por áreas continentais nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo, desde 1983 até 2009. Levando em conta a importância desta análise para um tratamento metodológico dos conteúdos de Atletismo, desde uma perspectiva histórica, isto é, desde sua gênese, de maneira que seja possível, através deste estudo um salto qualitativo no conhecimento científico para sua integração aos conteúdos que serão transmitidos aos alunos, consideramos de grande relevância social a temática tratada neste artigo. Portanto, a ausência de uma análise estatística, detalhada das atuações dos atletas e países por áreas continentais, nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo, desde 1983 até 2009, dificulta a atualização, sistematização e integração dos conteúdos de Atletismo aos programas de ensino.
Por tanto, o objetivo deste artigo é analisar as atuações dos atletas e países por áreas continentais, nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo na prova de velocidade de 200m rasos, no período compreendido entre 1983 e 2009.
Material e métodos
O trabalho é de caráter descritivo, baseado na análise histórica das atuações dos oito atletas, primeiros colocados nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo, no sexo feminino e masculino, na prova de 200m rasos. Neste sentido, a análise dos documentos permitiu fazer a coleta de dados dos resultados desses atletas, no período desde 1983 até o ano 2009. Foram utilizados métodos da estatística descritiva para o processamento dos resultados. No geral foram analisados estatisticamente 92 resultados no sexo masculino de um total de 96 que representam 95,8% e 96 resultados para o sexo feminino, representando 100 %. O processamento estatístico utilizado permitiu determinar os valores médios, valores mínimos e máximos e o desvio padrão dos doze vencedores e dos oito primeiros colocados, em cada edição do Campeonato Mundial de Atletismo. Por outro lado, precisou-se determinar a porcentagem para comparar algumas das atuações dos países e atletas.
Atuações dos atletas e países por áreas continentais em todas as edições do Campeonato Mundial de Atletismo, Desde 1983 até 2009 nos 200 metros rasos masculino
Na tabela 1, mostramos a relação dos vencedores na prova de 200m rasos nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo.
Observa-se, nesta tabela, que o resultado médio dos doze finalistas foi de
=19,93 segundos. A oscilação dos resultados dos oito vencedores nestas edições foi de S=0.28. O valor mínimo alcançado foi de 19,19 segundos e o valor máximo de 20,30 segundosAo analisarmos a atuação dos doze finalistas nesta tabela, observamos que, a apenas em cinco das doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo, ou seja, 41.66%, isto é, na quarta, quinta, sétima, décima primeira e décima segunda os atletas puderam correr na casa dos 19,0 segundos. Neste sentido, salienta-se que três desses resultados abaixo de 20.0 segundos, pertenceram aos atletas norte-americanos.
Tabela 1. Atletas vencedores na prova de 200m rasos, nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo.
Quanto à atuação dos países que conquistaram títulos nestas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo, ainda nesta tabela, nota-se que os Estados Unidos foi o país que mais títulos conquistou na prova, de 200m rasos, com oito, ou seja, em 66,6% dos doze títulos disputados. Por outro lado, os atletas norte-americanos conseguiram dominar esta prova em três edições consecutivas por duas vezes. Neste sentido, Smith e Johnson conquistaram a primeira, segunda e terceira edições, enquanto Capela, Gatlin e Gay foram os donos da décima, décima primeira e décima segunda edições.
Se analisarmos a atuação individual dos primeiros colocados nestas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo, verifica-se que apenas os atletas norte-americanos, Smith e Johnson, conquistaram dois títulos. O primeiro deles na primeira e segunda edição e, o segundo, na terceira e quinta edições.
Por outro lado, entre os doze finalistas nestas edições, dez atletas pertencem à área de América do Norte e Central, um atleta a área de África, e outro, à área de Europa.
Outro aspecto relevante quanto à atuação dos Estados Unidos é o fato de ter conseguido a primeira e segunda posições em duas das doze edições, isto é, na primeira edição do Campeonato Mundial de Atletismo, disputado na cidade de Helsinke, na Finlândia, entre 7 e 14 de agosto, por meio de Smith e Quow e, na nona edição do Campeonato Mundial de Atletismo, disputado na cidade de Paris, França, entre 23 e 31 de agosto por meio de Capel e Patton.
É importante ressaltar que na décima edição do Campeonato Mundial de Atletismo, disputado na cidade de Helsinki, Finlândia, entre 6 e 14 de agosto, os Estados Unidos ficou nas primeiras quatro posições por meio dos velocistas Gatlin, Spearmon, Capel e Gay.
Um fato importante a lembrar quanto à atuação dos atletas norte-americanos nas doze edições é, que na sexta edição do Campeonato Mundial de Atletismo, disputado na cidade de Atenas, Grécia, entre 1 e 10 de agosto de 1997, os atletas norte-americanos, pela primeira vez, ficaram sem medalhas, conseguindo apenas uma sétima posição entre os oito finalistas. Porém, salienta-se que foi nesta edição do Campeonato Mundial de Atletismo junto com a quarta edição, disputada na cidade de Tóquio, Japão, entre 23 de agosto e 01 de setembro de 1991, em que somente os Estados Unidos conseguiu colocar um atleta entre os oito finalistas. Nas restantes outras dez edições, pelo menos dois ou três atletas norte-americanos sempre estiveram na relação dos oito finalistas.
Finalmente, nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo apenas foi quebrado um recorde do mundo por meio do jamaicano Bolt, na décima segunda e última edição, disputada na cidade de Berlim, Alemanha, entre 15 e 23 de agosto de 2009. O impressionante 19,19 segundos do jamaicano assombraram o mundo e deu maiores esperanças aos competidores desta prova, na área internacional.
No gráfico 1, mostramos a dinâmica dos oito primeiros colocados na prova de 200m nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo.
Observa-se ainda, neste gráfico, que o pior resultado médio dos oito primeiros colocados nas doze edições se alcançou na décima edição com = 21,12 segundos. Neste sentido, vemos que nesta edição o valor máximo dos resultados foi de 26,27 segundos. Incrivelmente, o jamaicano Usain Bolt, atual recordista do mundo nesta prova, ficou na oitava posição com esse tempo. Por outro lado, o tempo de Bolt fez com que o desvio padrão dos oito finalistas nesta edição, fosse o maior de todos, com S= 2.07. Por outro lado, salienta-se que foi a única edição onde o resultado médio dos oito primeiros colocados ficou na casa dos 21,0 segundos. No entanto, nota-se neste gráfico que na décima segunda edição, o recorde do jamaicano Bolt deu o melhor resultado médio de todas as edições com = 20,05 segundos, com a maior diferença entre os valores mínimos e máximos das doze edições 1,49 segundos, isto é, a única diferença acima de 1.0 segundo em todas as edições.
Um dos fatores que determinou que nas onze das doze edições os resultados médios estivessem na casa dos 20,0 segundos, foi o número de atletas nestas edições, com resultados na casa dos 19,0 segundos e 20,0 segundos respectivamente. Por exemplo, na Tabela 2, mostramos o número de atletas em cada edição que conseguiram as marcas antes citadas. Nota-se, que somente na quarta, quinta, sétima, décima primeira e décima segunda edições do Campeonato Mundial de Atletismo, pelo menos um dos oito primeiros colocados conseguiu correr na casa dos 19,0 segundos.
Tabela 2. Atletas finalistas com resultados na casa dos 19,0 e 20,0 segundos, na prova de 200m
rasos para homens, nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo
Neste sentido, Frankie Fredericks de Namíbia foi o primeiro atleta nestas edições em correr na casa dos 19,0 segundos, na quarta edição do Campeonato Mundial de Atletismo, disputado na cidade de Stuttgart, Alemanha, entre 13 e 22 de agosto de 1993, com um tempo de 19,85 segundos. Nesta mesma edição cita outros dois atletas que conseguiram baixar também dos 20,0 segundos. Devemos ressaltar que essa foi a edição do Campeonato Mundial de Atletismo na qual mais atletas dentre, os oito primeiros colocados conseguiram correr na casa dos 19, 0 segundo, perdendo somente para a décima segunda e última edição em que cinco, dos oito finalistas 62,5% conseguiram correr abaixo dos 20,0 segundos, incluindo o recorde, no mundo, do atleta da Jamaica, Bolt, com 19,19 segundos.
No gráfico 2, mostramos a atuação dos países que conquistaram medalhas de ouro nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo, na prova de 200m rasos para homens. Observa-se que nesta prova de velocidade, as doze medalhas de ouro disputadas foram repartidas entre quatro países: Estados Unidos, com nove medalhas, 75%, Namíbia, Trinidad e Tobago e Grécia com uma medalha cada, 8.3%. Evidentemente, os Estados Unidos foi o país que dominou a prova com oito medalhas de ouro, três de prata e seis de bronze, conquistando em total dezessete medalhas.
Se analisarmos a atuação das áreas continentais segundo a divisão por número de países, realizada pela IAAF (2004), podemos perceber que a área de América do Norte e Central foi a que dominou esta prova nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo. Por exemplo, no gráfico 2, três dos cinco países que conquistaram medalhas de ouro nas doze edições pertencem a esta área: Estados Unidos, Jamaica e Trinidad e Tobago. Estes três países totalizaram dez medalhas de ouro dos doze títulos disputados, isto é, 83,3%, enquanto, a Grécia como o único país que subiu ao pódio nestas edições representando a Europa apenas conquistou uma medalha de ouro, ou seja, 8.3% a Namíbia representando a área da África também conquistou uma medalha de ouro isto é 8,3%.
Resumindo a atuação dos países e atletas, na prova de 200m rasos para homens, podemos dizer que:
Os norte-americanos, Smith e Johnson, foram os únicos atletas com dois títulos nas doze edições do Campeonato do Mundial de Atletismo;
Os Estados Unidos foi o país com mais títulos nestas edições na prova de 200m rasos para homens, conquistando oito medalhas de ouro;
Três foram as áreas que conquistaram medalhas de ouro nas edições do Campeonato Mundial de Atletismo nesta prova. Porém, a área de América do Norte e Central dominou esta prova de Atletismo, colocando três países, dos quatro com medalha de ouro, na tabela final de medalhas.
Nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo apenas foi quebrado um recorde do mundo por meio do jamaicano Bolt, na décima segunda e última edição, disputada na cidade de Berlim, Alemanha, entre 15 e 23 de agosto de 2009.
Atuações das atletas e países por áreas continentais em todas as edições do Campeonato Mundial de Atletismo, desde 1983 até 2009 nos 200 metros rasos feminino
Na tabela 3 mostramos a relação de atletas vencedoras na prova de 200m rasos nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo. O resultado médio das ocupantes da primeira posição foi de =22,08 segundos com um desvio padrão de 0,24 segundos. Os valores mínimos e máximos das doze primeiras colocadas foram de 21,74 segundos e de 22,52 segundos, respectivamente.
Podemos perceber nesta tabela que, somente em quatro das doze edições, 33,3%, as vencedoras da prova conseguiram correr na casa dos 21,0 segundos, isto é, na segunda, quarta, sétima e décima primeira edições do Campeonato Mundial de Atletismo. Por outro lado, nas restantes oito edições, 66,6%, os resultados estiveram na casa dos 22,0 segundos.
Percebe-se ainda nesta tabela, que os Estados Unidos foi o país que mais títulos conquistou. As atletas norte-americanas conquistaram quatro das doze edições 33,3%, porém, de forma consecutiva subiu ao pódio na décima, décima primeira e décima segunda edições. Por outro lado, a Alemanha, com dois títulos, ficou na segunda posição nesta tabela.
Tabela 3. Atletas vencedoras na prova de 200m rasos, nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo
Quanto à atuação individual vemos que a atleta norte americana Allyson Felix com três títulos consecutivos, isto é, nas três últimas edições foi a de melhor atuação entre as finalistas das doze edições. Nota-se também que as atletas norte-americanas estiveram ausentes do pódio durante as seis primeiras edições nesta prova e, somente na décima edição do Campeonato do Mundo, os Estados Unidos conseguiu colocar dois atletas nas duas primeiras posições. Por outro lado, verifica-se que as atletas norte-americanas ficaram sem medalhas na primeira, quinta e sexta edições.
Observa-se que os países da área de América do Norte e Central conquistaram maior número de títulos nas doze edições, com três países na tabela geral de medalhas, isto é, os Estados Unidos, Jamaica e Bahamas. No entanto, a Europa, com só cinco títulos, também foi representada por três países: Alemanha, Ucrânia e Rússia.
Podemos ainda nesta tabela perceber que nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo na prova de 200m rasos para mulheres nunca foi quebrado um recorde do mundo.
No Gráfico 3, mostramos a dinâmica dos resultados das oito primeiras colocadas nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo, na prova de 200m rasos. O resultado médio nas doze edições foi de 22,52 segundos. Os valores mínimos e máximos foram de 22,08 e 22,94 segundos, respectivamente.
Nota-se que todos os resultados das oito primeiras colocadas estiveram na casa dos 22,0 segundos, embora, em quatro das edições, as atletas que subiram ao pódio conseguiram correr na casa dos 21,0 segundos. Aqui, neste gráfico, podemos perceber que o melhor resultado médio das oito primeiras colocadas foi de 22,24 segundos na segunda edição. Por outro lado, a pior atuação das oito finalistas nestas edições correspondeu à oitava edição com 22,98 segundos.
A tabela 4 mostra o número de atletas com resultados na casa dos 21,0 e 22,0 segundos, respectivamente.
Se fizermos uma análise desta tabela, podemos perceber que apenas cinco atletas em quatro das edições, conseguiram correr na casa dos 21,0 segundos. Por exemplo, na segunda edição do Campeonato Mundial de Atletismo, disputado na cidade de Roma, Itália, entre 28 de agosto e 06 de dezembro, o mérito correspondeu à alemã Silke Gladisch com 21,74 segundos e à norte-americana Florence Griffith com 21,96. Por segunda ocasião, as atletas conseguiram baixar dos 22,0 segundos na quarta edição do Campeonato Mundial, disputado na cidade de Stuttgart, Alemanha, entre 13 e 22 de agosto de 1993, por meio da Jamaicana Marlene Ottey, que conquistou a medalha de ouro com 21,98 segundos. Por terceira ocasião na sétima edição do Campeonato Mundial, disputado na cidade de Sevilha, Espanha, entre 20 e 29 de agosto de 1999, a norte americana Inger Miller conseguiu um tempo de 21,77 segundos, e finalmente, na décima primeira edição do Campeonato Mundial, disputado na cidade de Osaka, Japão, entre 24 de agosto e 02 de setembro de 2007, a também norte-americana, Allyson Felix, fechou a lista das atletas que correram na casa dos 21 segundos nesta edições, com 21,81 segundos.
Tabela 4. Atletas finalistas com resultados na casa dos 21,0 e 22,0 segundos, na prova de 200m
rasos para mulheres nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo
Se analisarmos a atuação das áreas continentais, podemos perceber que, tanto a área de América do Norte e Central como da Europa, cada uma com três países com medalhas de ouro nas doze edições, dominaram a prova de 200m rasos do Campeonato Mundial de Atletismo. Por exemplo, no gráfico 4, percebe-se que os três dos seis países da área de América do Norte e Central, isto é, Estados Unidos, Jamaica e Bahamas, totalizaram sete medalhas de ouro, 58,3%, dos doze títulos disputados.
Resumindo a atuação dos países e atletas, na prova de 200m rasos para mulheres, podemos dizer que:
Os Estados Unidos foi o país com mais títulos nestas edições na prova de 200m rasos para homens, conquistando quatro medalhas de ouro;
Duas foram as áreas que conquistaram medalhas de ouro nas edições do Campeonato Mundial de Atletismo nesta prova. Porém, a área de América do Norte e Central dominou esta prova de Atletismo, conquistando sete dos doze títulos disputados.
Nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo nunca foi quebrado um recorde do mundo na prova de 200 rasos para mulheres.
Análise comparativa das atuações dos atletas e países por áreas continentais, nas edições do Campeonato Mundial de Atletismo, na prova de 200m rasos para os atletas do sexo feminino e masculino
Ao compararmos a atuação dos atletas do sexo masculino e feminino na prova de 200m, rasos nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo, resolvemos analisar os seguintes indicadores:
Países que dominaram a prova de 200m nas doze edições;
Atuações individuais dos atletas nas doze edições e recordes mundiais quebrados;
Atuação das áreas continentais segundo a divisão feita pela IAAF.
Países que dominaram a prova de 200m nas doze edições
Se analisarmos este indicador na prova de 200m rasos, nas doze edições dos Campeonato Mundial de Atletismo, podemos perceber que tanto, no sexo masculino quanto no feminino, os Estados Unidos dominou esta prova. Porém, os homens conquistaram maior número de títulos quando comparado com as mulheres. Eles chegaram ao pódio em oito ocasiões nas doze edições, 66,6%, enquanto as mulheres apenas em quatro ocasiões puderam chegar ao pódio, 33,3%. Portanto, com as atuações dos atletas norte-americanos nesta prova, no sexo feminino e masculino, se confirma a supremacia dos Estados Unidos de forma geral. Por outro lado, verifica-se que as atletas norte-americanas ficaram sem medalhas na primeira, quinta e sexta edições, enquanto os homens, somente não conquistaram medalhas na sexta edição.
Neste sentido, enquanto as mulheres, somente na décima edição do Campeonato Mundial, conseguiram colocar dois atletas nas duas primeiras posições, os homens puderam fazer isto na primeira e nona edições do Campeonato Mundial de Atletismo. Ainda, os homens na décima edição conquistaram as três medalhas disputadas na final desta prova.
Atuações individuais dos atletas nas doze edições e recordes mundiais quebrados
Quanto à atuação individual dos atletas, na prova de 200m rasos para os sexos masculino e feminino, podemos ver que, nas doze edições, dois dos atletas finalistas conseguiram dois títulos, isto é, Smith, na primeira e segunda edições, e Johnson, na terceira e quinta edições. No entanto, as atuações das mulheres, como a da atleta da Jamaica, Marlene Ottey, com dois títulos na quarta e quinta edições e, a de Allyson Felix, com três títulos nas últimas três edições do Campeonato Mundial de Atletismo, superaram a atuação dos homens (Ver Tabela 5).
Tabela 5. Atletas com mais títulos conquistados na prova de 200m rasos nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo
Por outro lado, enquanto os homens, nas doze edições, conseguiram correr cinco vezes na casa dos 19,0 segundos (41,66%), as mulheres, apenas em quatro das doze edições, puderam correr na casa dos 21,0 segundos (33,3%).
Somente observa-se que, nestas edições, foi quebrado um recorde no mundo na prova de 200m rasos para o sexo masculino por meio do atleta da Jamaica Bolt. As mulheres nunca quebraram o recorde do mundo.
Atuação das áreas continentais, segundo a divisão feita Pela IAAF
Se compararmos a atuação dos atletas do sexo masculino e feminino quanto á dominância das áreas continentais, na prova de 200m, podemos ver que, no sexo masculino as áreas que dominaram foram três: a América do Norte e Central, a Europa e África com Estados Unidos, Namíbia, Trinidad e Tobago, Jamaica e Grécia. Neste sentido, aponta-se que a área da América do Norte e Central conquistou o maior número de medalhas de ouro com dez. Por outro lado, no sexo feminino somente duas áreas conquistaram medalhas de ouro: América do Norte e Central e Europa. Salienta-se que a área de América do Norte e Central conquistou mais títulos com sete, superando à Europa com cinco títulos. Enfim, os atletas dos países que representaram à área de América da Norte e Central conquistaram nestas edições mais títulos do que as mulheres.
Conclusões
Os Estados Unidos foi o país que mais títulos conquistou na prova de 200m rasos nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo, tanto no masculino como no feminino, sendo que os atletas do sexo masculino conquistaram maior número de medalhas.
De forma individual destaca-se a atuação dos atletas norte-americanos Smith e Johnson com dois títulos cada nestas edições, enquanto que no sexo feminino, este mérito correspondeu à também norte-americana Allyson Felix, com três títulos e à jamaicana Marlene Ottey com dois títulos.
Constatou-se que, somente os atletas do sexo masculino quebraram uma vez o recorde do mundo nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo, por meio do atleta da Jamaica, Bolt, na décima segunda edição.
As áreas continentais que dominaram a prova de 200m rasos nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo, foram a América do Norte e Central e a Europa. No entanto, a América do Norte e Central dominou esta prova, de forma geral nas doze edições.
Quando comparados os atletas do sexo masculino aos do feminino segundo os indicadores, analisados constatou-se a supremacia dos atletas do sexo masculino, embora a norte-americana Allyson Felix, foi a que mais títulos conquistou.
Referências bibliográficas
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CBAT: Confederação Brasileira de Atletismo: Regras Oficiais 2010/2011 – Edição oficial para o Brasil. Disponível em: http://www.cbat.org.br/regras/regras_oficiais_2010_2011.pdf. Acesso em: 09 de outubro de 2009.
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