efdeportes.com

A prática do futsal e suas implicações na postura corporal

em adolescentes oriundos de um projeto social 

na cidade de Novo Hamburgo

La práctica del futsal y sus implicancias en la postura corporal en adolescentes 

participantes de un proyecto social en la ciudad de Novo Hamburgo

 

*Professor do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Feevale

*Acadêmicos do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Feevale

(Brasil)

Jeferson Luciano Barossi* | Grasiele Martins Antunes**

Moisés Schabarum Dall Agnol** | Cláudia Inês Grams**

Driele Santos da Silva** | Suzana Oniesko**

Joelma Adriana Nunes**

barossi@feevale.br

 

 

 

Resumo

          O futsal surgiu oficialmente no início da década de 90, por meio da fusão entre o futebol de salão, praticado principalmente na América do Sul, com o futebol de cinco, praticado na Europa. Desde então, o número de praticantes de futsal tem aumentado rapidamente em todo mundo. Por ser um esporte de impacto, sua prática implica em grande risco de contusões e lesões articulares. Este estudo tem como objetivo analisar e relacionar as implicações na postura corporal de adolescentes oriundos de um projeto social com a prática do futsal. A amostra foi constituída por 21 adolescentes do sexo masculino, na faixa etária de 14 a 15 anos. Os procedimentos adotados foram aplicação de um questionário semi-estruturado, avaliação postural, análise da flexibilidade através do teste de sentar e alcançar, verificação do formato dos pés utilizando-se um pedígrafo. A apresentação dos resultados se deu através da estatística descritiva. Os resultados encontrados em relação à cintura escapular apontaram 76% de ombros elevados. Ao nível da cintura pélvica e lombar, 42,85% apresentaram espinhas ilíacas rotadas, ao passo que 28,57% apresentaram hiperlordose e 23,80% retificação lombar. Quanto às alterações nos pés 23,8% apresentaram alteração no formato dos pés, sendo 9,5% pés planos e 14,3% pés cavos. Quando perguntados, 47,6% dos atletas relataram já terem sofrido lesões durante a prática do futsal. Com a realização do trabalho concluímos que os adolescentes praticantes de futsal apresentaram várias alterações posturais, causadas na maioria das vezes por sobrecarga de treinamentos e déficit de flexibilidade da cadeia posterior da coxa.

          Unitermos: Futsal. Adolescentes. Alterações posturais

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 140 - Enero de 2010

1 / 1

Introdução

    O futsal surgiu oficialmente no início da década de 90, por meio da fusão entre o futebol de salão, praticado principalmente na América do Sul, com o futebol de cinco, praticado na Europa. Desde então, o número de praticantes de futsal tem aumentado rapidamente em todo mundo (SANTANA, 2006).

    Como conseqüência desse novo estilo de futebol, os choques são cada vez mais freqüentes, aumentando o risco de contusões e lesões articulares. No mesmo sentido, a exigência cada vez maior da capacidade física aumenta o risco de lesões musculares, seja pelo excesso de treinos e jogos, ou movimentos bruscos em curto intervalo de tempo (PASTRE et al., 2005).

    Quando o atleta sofre uma lesão, seja por traumatismo local direto seja por sobrecarga repetitiva, o padrão neuromuscular se altera profundamente, assim como as suas atividades proprioceptivas, que vão influenciar negativamente em todas as suas valências físicas, reduzindo a performance geral do competidor, principalmente pela presença da dor, edema, isquemias, tensão muscular, contratura muscular reflexa, dentre outras causas (SANDOVAL, 2005).

    Consoante Xavier et al (2005), o ser humano é único e não se devem generalizar suas ações, percepções e comportamentos, principalmente em relação à dor, sendo importante uma avaliação da condição dolorosa para obter uma assistência especializada, voltada para a manutenção da qualidade de vida do indivíduo. Além disso, em atletas o risco de contusões e lesões é bem freqüente, “sendo os comprometimentos traumáticos agudos do sistema locomotor o principal fator desencadeante de dor e limitação de movimento e, muitas vezes, incapacidade parcial ou total do atleta” (MEYER et al., 1993).

    Dessa forma, a reabilitação tem como objetivo fundamental restaurar a função neuromuscular normal, com inclusão da força, da coordenação e de propriocepção, e recuperar a capacidade cardiorrespiratória e a habilidade do desempenho esportivo. Apesar de ocasionarem traumas no sistema musculoesquelético, quando são tomadas precauções necessárias, como, por exemplo, treinamento adequado, repouso para recuperação e utilização de métodos preventivos, essas lesões podem ser minimizadas (SANDOVAL, 2005).

    Fatores importantes a serem considerados tanto na prevenção quanto na reabilitação de lesões, são as “capacidades físicas” do atleta, como flexibilidade e força muscular. Capacidades, estas, que estão diretamente relacionadas com o aumento do risco de lesões, à performance do atleta e sua postura corporal. A força dos membros inferiores, a velocidade de deslocamento e a agilidade são consideradas essenciais para um bom desempenho no futsal. Devido às regras atuais da competição, a modalidade caracteriza-se por deslocamentos rápidos, trocas de direção com grande velocidade e arranques explosivos. Uma das definições mais simples para “flexibilidade” é a amplitude de movimento disponível em uma articulação ou grupo de articulações, sendo limitada por ossos, músculos, tendões, ligamentos e cápsulas articulares (ALTER, 1999). A flexibilidade é uma capacidade individual, pois depende de fatores como: herança genética, sexo, idade, volume muscular e adiposo, além de fatores externos como treinamento, temperatura do ambiente, etc (SANDOVAL, 2002). Essa capacidade vai se perdendo com a idade, principalmente durante a adolescência e, acentuadamente, no sexo masculino. Acredita-se que até os 17 anos a flexibilidade possa ser recuperada e inclusive, incrementada por programas de treinamento adequados. Após essa idade, tanto para homens quanto para mulheres, essa capacidade tende a reduzir-se progressivamente (SANDOVAL, 2002).

    Outro ponto a ser considerado é a postura, a qual pode ser definida como a posição ou a atitude do corpo em disposição estática ou o arranjo harmônico das partes corporais a situações dinâmicas (LEHMKUHL e SMITH, 1997). Estudos descrevem que o alinhamento da postura corporal é estabelecido por estruturas músculo-esqueléticas que se interagem por toda vida de acordo com suas solicitações (TAKAHASHI et al., 1995).

    O desequilíbrio muscular, por sua vez, é definido como uma desordem do sistema músculo-esquelético; os movimentos corporais resultam de cadeias musculares e, quando há alterações posturais, o organismo se reorganiza em cadeias de compensação procurando uma resposta adaptativa a esta desarmonia (BIENFAIT, 1995).

    Um dos fatores que pode contribuir para este desequilíbrio é o esporte, que bem como programas de exercícios, também pode influenciar a postura, podendo causar adaptações que se tornam permanentes. Vários estudos na literatura associam o treinamento esportivo a alterações posturais apresentadas por atletas (RODRIGUES & BARBANTI, 1994).

    O pé é uma estrutura importante para a estrutura corporal, principalmente o sistema postural. Considerando-se que a planta dos pés é rica em receptores cutâneos, exteroceptivos e proprioceptivos e, em função disso, torna-se um captor ou adaptadora podal, alterações podais podem causar desequilíbrios posturais. Os pés são o suporte final do sistema postural e o meio de união com o solo; desta forma, têm que se adaptar às irregularidades do próprio corpo ou do meio externo (BRICOT, 2001; MAGEE, 2002).

    A atividade física tem sido cada vez mais indicada para promoção de saúde e melhora da qualidade de vida e aparenta bons efeitos nos níveis de saúde de crianças e adolescentes. Tratando-se desse tipo de público, a atividade física pode propiciar desenvolvimento da massa magra, reduzindo os depósitos de gordura, modificando assim os parâmetros da composição corporal (SILVA e MALINA, 2000; STRONG et al, 2005; TELEMA et al., 2005).

    Assim sendo, este estudo buscou verificar as implicações na postura corporal de adolescentes praticantes de futsal, bem como a prevalência de lesões e a presença de dor nestes atletas.

Metodologia

    O presente estudo apresentou delineamento de paradigma quantitativo e metodologia observacional descritiva. Foi realizado entre os meses de agosto e novembro de 2009 por acadêmicos do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Feevale / Brasil, sob orientação do professor responsável. Os dados coletados foram analisados e submetidos à análise estatística inferencial.

1. Amostra

    Fizeram parte deste estudo 21 atletas de futsal do sexo masculino, com idades entre 14 e 15 anos, pertencentes a um projeto social da cidade de Novo Hamburgo / RS – Brasil.

2. Instrumentos

    Os instrumentos utilizados foram um questionário semi-estruturado, avaliação postural, análise da flexibilidade através do teste de sentar e alcançar, verificação do formato dos pés utilizando-se um pedígrafo.

3. Procedimentos

    Para a tomada de peso e da estatura foi utilizada uma balança com estadiômetro da marca Filizola®.

    Foi aplicado um questionário semi-estruturado contendo questões abertas e fechadas para verificar, dentre outros, a prevalência de lesões na prática do futsal.

    A avaliação postural foi realizada com os adolescentes em posição ortostática, usando calção, de pés descalços e sem camisa. A avaliação se deu nas vistas frontal, lateral e posterior, de acordo com o descrito por Santos (2001).

    A análise de flexibilidade da cadeia posterior dos membros inferiores foi feita através do teste de Sentar e Alcançar (sit and reach) tendo como referência os valores da tabela do Canadian Association of Sport Sciences (1987).

    A verificação da impressão plantar foi feita utilizando-se um pedígrafo da marca Suavepie®, fabricado pela empresa do mesmo nome. Este instrumento apresenta uma superfície de látex, sendo colocada tinta em sua face oposta, onde o sujeito realiza a descarga do peso corporal. Foi solicitado que o atleta pisasse sobre a superfície de látex com o membro dominante. A impressão foi registrada no lado oposto da superfície de látex em uma folha de papel A4.

Análise e discussão dos resultados

Tabela 1. Caracterização da amostra 

Figura 1. Incidência de alterações ao nível da cintura escapular (n=21)

    A figura 1 representa as alterações posturais encontradas ao nível da cintura escapular. Observa-se que 76% (16) apresentaram ombros elevados, o que difere dos achados de Politano (2006), o qual realizou um estudo com escolares de 11 a 15 anos não praticantes de esportes de competição, verificando uma incidência de elevação de ombros igual a 21,8%.

    Quanto à elevação das escápulas, em estudo realizado por Folle, Brum e Pozzobon (2008) com 48 crianças entre 14 e 16 anos, observou-se que 35% delas apresentavam uma das escápulas elevada, sendo que estas crianças não praticavam esportes regularmente. Os adolescentes avaliados no presente estudo, por sua vez, apresentaram incidência de escápulas elevadas de 61,90% (13).

    Em relação aos ombros protusos, Detsch e Candotti (2001) em seu estudo para verificar a incidência de desvios posturais em escolares, observaram que 40% dos alunos apresentaram esta alteração, resultado este que difere do encontrado em nosso estudo, o qual apontou uma incidência de 66,67%. Neste mesmo estudo, 72% apresentaram escápulas abduzidas, resultado semelhante ao encontrado em nosso estudo, o qual apresentou um índice de 61,90% (13) de escápulas abduzidas.

Figura 2. Incidência de alterações a nível pélvico e lombar (n=21).

    A figura 2 aponta as alterações posturais ao nível da cintura pélvica e lombar. Constatou-se que 33,33% (7) da amostra apresentaram espinhas ilíacas elevadas, ao passo que 42,85% (9) apresentaram espinhas ilíacas rotadas. Quanto à coluna lombar, observou-se que 28,57% (6) apresentaram hiperlordose e 23,80% (5) retificação.

    Segundo Netto, Monteiro e Pastre (2004), a cintura pélvica caracteriza-se como uma complexa estrutura de sustentação do corpo humano, tanto para as atividades estáticas quanto para as dinâmicas. De modo geral, as alterações da cintura pélvica nunca são primárias e suas causas sempre estão associadas com mecanismos de compensação nos processos de estabilização da coluna lombar. Em relação à coluna lombar o resultado encontrado difere dos achados de Watson (1994) em seu estudo com jogadores de futebol, onde apenas 26,5%dos participantes apresentavam alinhamento preservado da coluna lombar e 51,9% apresentavam hiperlordose, ao passo que em nosso estudo encontramos 47,6% dos atletas com a coluna alinhada. 

Figura 3. Alteração postural ao nível dos pés (n=21)

    Através da impressão plantar constatamos que apenas 23,80% (5) dos atletas apresentam alterações posturais ao nível dos pés, sendo: 14,28% (3) com pés cavos e 9,52% (2) com pés planos.

    Com relação aos pés cavos, Volpon (1993) encontrou, através de um estudo realizado com 637 indivíduos, a incidência de 10% em indivíduos com 15 anos. A pequena diferença entre os valores encontrados no presente estudo e nos encontrados por Volpon pode ser resultante, consoante Razo et al. (1994), de lesões crônicas ou microtraumas em praticantes de esporte.

    Numa pesquisa proposta por Betolo, Mantovani e Bertolini (2004), com 400 indivíduos de diferentes faixas etárias da cidade de Maringá – PR verificou-se que 14,75% apresentavam pés planos, sendo que crianças de cinco a 12 anos apresentaram maior prevalência (22%) quando comparadas com indivíduos com idade acima da mencionada.

Figura 4. Alteração postural ao nível dos joelhos e lesões associadas (n=21)

    Quando questionados, 47,6% (10) dos atletas relataram já terem sofrido lesões durante a prática do futsal. Destas, 30% foram lesões articulares, 20% lesões músculo-tendíneas e 50% fraturas. Podemos associar estes achados com as alterações encontradas ao nível dos joelhos e dos pés. Conforme Gama et al. (2008), deformidades em valgo e varo de joelhos alteram a cinesiologia dos membros inferiores, predispondo a lesões de joelho. Assim como, de acordo com Brito & Jr. (2004), patela alta e lateralização excessiva são fatores predisponentes para síndromes femoropatelares. Outro aspecto importante a ser analisado é o número significativo de fraturas relatado pelos atletas, o que nos leva a pensar que estas podem ter sido causadas por sobrecarga. De acordo com Oeppen e Jaramillo (2003), se por um lado existem adaptações positivas do tecido ósseo relacionadas ao exercício físico quando realizado em intensidade adequada, podem, por outro lado, ocorrer reações com influência negativa quando do excesso de treinamentos. Fraturas por estresse geradas por sobrecarga repetida afetam comumente atletas adolescentes.

Figura 5. Atividades físicas realizadas em outro momento

    A freqüência de treinamento dos atletas, em média, foi de 3,4 vezes por semana com duração de 1,5 horas por treino. Desta forma, supõe-se que não houve sobrecarga de treinamentos. Entretanto, verificamos que 90,5% da amostra praticam atividades físico/esportivas em outro momento, tais como futebol/futsal (63,1%), corrida/ciclismo (10,52%), academia (10,52%), exercícios abdominais (5,26%), vôlei (5,26%) e educação física (5,26%). Assim sendo, supomos que este aspecto pode estar ligado à prevalência de lesões verificada em nosso estudo.

Figura 6. Presença e localização da dor

    Em relação à presença de dor ou desconforto pós-treino, encontramos que 33,3% têm alguma queixa álgica, sendo esta com duração média de 7,6 horas e freqüência de aproximadamente 5 vezes aos mês. Os principais locais de dor foram: pernas (50,0%), coxas (28,6%), coluna lombar (14,2%), pés (14,2%) e ombros (14,2%).

    Segundo Sward, Eriksson e Peterson (1990), acima de 75% dos jovens atletas sentem dor na coluna. Em estudo realizado por Gosling (2009) com 122 atletas jovens de voleibol verificou-se que 45,1% dos atletas tinham dor durante o treino, e que esta piorava em quase 80% deles após o treinamento. Assim como o futsal, o voleibol é uma modalidade esportiva de impacto e, mesmo não apresentando traumas diretos, apresenta dados relativos a lesões semelhantes ao futsal.

    Os atletas também foram abordados quanto à realização de aquecimento e de alongamentos (antes e depois dos treinos). Verificamos que, apesar de 100% da amostra realizar aquecimento e alongamento, este tem duração média de 11,90 segundos, ao passo que o aquecimento apresentou duração média de 12,14 minutos.

    Segundo Scarfó (2000) e Sward, Eriksson e Peterson (1990), esportes que requerem movimentos de alta velocidade e rápida aceleração como o futsal provocam distensões nos isquiotibiais, e estas lesões estão associadas, dentre outros fatores, ao aquecimento insuficiente e a pouca flexibilidade (vide tabela 2). Em outro estudo realizado por Tirloni et al. (2008) mostrou que quanto maior o tempo de sustentação do alongamento, maior será o ganho de flexibilidade. Assim, acreditamos que os relatos de dor e desconforto pós-treino, e até mesmo a prevalência de lesões durante a prática do futsal, nestes atletas podem estar relacionados ao curto período de aquecimento e de alongamento que eles realizam.

Tabela 2. Nível de flexibilidade dos atletas

    O nível médio de flexibilidade do grupo analisado ficou em 31 cm, estando os atletas dentro do nível esperado quando se observam os valores de referência. A tabela 2 aponta os valores relativos à flexibilidade do grupo estudado. Observa-se que dos 21 atletas analisados, 8 encontram-se com um nível abaixo da média ou ruim (38% da amostra). Num estudo realizado por Bicalho, Paula e Cotta (2007), envolvendo 28 atletas jogadores de futsal com faixa etária de 15 anos, do gênero masculino, observou-se que 75% dos atletas obtiveram valores condizentes à média ou acima desta, e 25% deles obtiveram resultados inferiores á média.

    Quando questionados quanto a realização de alongamentos, todos os atletas relataram executá-lo antes e após as atividades. No entanto, o tempo médio de execução de cada procedimento foi de 12 segundos. Existem poucos estudos que abordam a questão da “dose ideal” de alongamento. Bandi e Irion (1994) foram os únicos a comparar os efeitos de três tempos diferentes (15, 30 e 60s) de alongamento estático de musculatura isquiotibial ao longo de vários dias, encontrando o um ganho máximo de ADM com 30s.

    Outro aspecto importante foi a não associação entre o déficit de flexibilidade e a incidência de lesões. Apenas um atleta que apresentou a flexibilidade abaixo da média relatou lesão, ao passo que 3 atletas que apresentaram ótima flexibilidade também relataram a presença de lesões. Desta forma, imaginamos que a incidência de lesões esta associada a sobrecarga de treinamentos, visto que a flexibilidade encontra-se dentro da normalidade.

Conclusão

    De acordo com os resultados encontrados dentro das condições experimentais estudadas e para a amostra em questão, podemos concluir que os adolescentes praticantes de futsal apresentaram várias alterações posturais, dentre as quais podemos destacar a grande incidência de ombros elevados (76%); rotação das espinhas ilíacas (42,85%); pés cavos e planos (23,8%); patelas elevadas (52,38%) e joelhos valgos e varos (57,14%).

    Em relação a prática de atividades em outro momento, 90,5% relataram praticar outra atividade. Destes, 63,1% praticam futsal ou futebol em outros horários.

    Quanto à presença de dor ou desconforto, 33,3% relataram a presença. Destes 92,8%% relataram que esta dor ou desconforto é localizado nos membros inferiores.

    Dotal de 21 atletas analisados quanto a sua flexibilidade, 61,9% estavam dentro da média ou acima dela, ao passo que 38,1% encontravam-se abaixo da média.

    Em relação às lesões, alguns atletas apresentaram fraturas (23,8%), provavelmente associadas a traumas diretos, conforme relato dos mesmos.

    Sugerimos que novos estudos sejam realizados, a fim de que possamos trabalhar na prevenção destas alterações posturais, bem como na prevenção de lesões ocasionadas por sobrecarga de treinamentos.

Referências bibliográficas

  • ACHOUR, A.J. Bases para Exercícios de Alongamento Relacionado com a Saúde e no Desempenho Atlético. Paraná: Midiograf, 1996.

  • ACHOUR, A.J. Bases para os exercícios de alongamento. 2ª ed. São Paulo: Phorte Editora; 1999.

  • ALTER, M.J. Ciência da flexibilidade. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed Editora; 1999.

  • APPLETON, B. Streching and Flexibility – Table of contents. Chicago EUA 1997, http: www.enteract.com/~bradapp/. Acesso no dia 22/02/2002.

  • BAILEY, D.A.; MALINA, R.M. & MIRWALD, R.L. Physical activity and growth of the child. In: FALKNER, F. & TANNER, J.M. (eds.). Human growth: a comprehensive treatise. 2.ed. New York, Plenum Press, 1986. p.147-170.

  • BANDY, W.D.; IRION, J.M. The effect of time on static stretch on the flexibility of the hamstring muscles. Phys. Ther. 74: 845-852,1994

  • BARBANTI, V.J. Treinamento físico: bases científicas. 3º. ed, São Paulo: CLR Baeleiro,. 1996.

  • BELLO JR, N. A ciência do esporte aplicada ao futsal. Rio de Janeiro, Sprint, 1998.

  • BELOTO, A.B.; MANTOVANI, J.; BERTOLINI, S. M. M. G. Estudo da prevalência de Pé Plano em indivíduos de diferentes faixas etárias da cidade de Maringá-PR. Iniciação Científica CESUMAR, Vol. 06 n.02, PP 146-150. 2004.

  • BICALHO, ELC; PAULA, A; COTTA, DO. Estudo da diferençado perfil físico de jogadores de futsal por posicionamento em quadra que participaram do campeonato Ipatinguense. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires – Ano 11 – Nº 104. Janeiro de 2007. http://www.efdeportes.com/efd104/perfil-fisico-de-jogadores-de-futsal-por-posicionamento-em-quadra.htm

  • BIENFAIT, M. Os desequilíbrios estáticos: fisiologia, patologia e tratamento fisioterápico. São Paulo: Summus, 1995.

  • BRICOT, B. Posturologia. 2ª Ed. São Paulo: Ícone; 2001.

  • BRITO, W.E.; JR, W.M.A. Síndromes Femoropatelares. Disponível em: http://www.grupodojoelho.com.br/patelaw.htm. Acesso em 27 nov 2009.

  • CARNEIRO, R.L. & LIMA, F.V. Flexibilidade: Uma qualidade importante para a prevenção de lesões no esporte. Vol 1. Brasília: Publicações Indesp, 1999. Novos conceitos em treinamento esportivo. Instituto Nacional de Desenvolvimento do Desporto -INDESP- Ministério do esporte e turismo, 1999.

  • DANTAS, E.H.M. A prática da preparação física; 4ª ed, Rio de janeiro: Shape, 1998.

  • DETSCH, C.; CANDOTTI, C. T. A incidência de desvios posturais em meninas de 6 a 17 anos da cidade de Novo Hamburgo. Movimento, Porto Alegre; 2001. , n. 15, p.43-56.

  • FOLLE, A.; BRUM, C. F.; POZZOBON, M. E. Incidência de desvios posturais em escolares de 14 a 16 anos. Revista Digital, Buenos Aires, 2008, ano 13, Nº 123.

  • FONTANA, R.F. O papel da fisioterapia na performance do atleta. In: Simpósio Internacional de Fisioterapia, 4, 1999. Anais. Revista Fisioterapia Universidade São Paulo, v. 6, p. 24,1999. Suplemento especial.

  • GAMA, A.E.F.; LUCENA, L.C.; ANDRADE, M.M.; ALVES, S.B. Deformidades em valgo e varo de joelhos alteram a cinesiologia dos membros inferiores. X Encontro de Iniciação à docência, UFPB, 2008.

  • GOSLING, A.P. Análise das características de dor relacionadas ao treinamento de atletas jovens de voleibol. Revista Ciência & Saúde, Porto Alegre, n. especial, p. 5, nov. 2009

  • LEHMKUHL, L.D. & SMITH, L.K. Cinesiologia Clínica de Brunnstron. 5ª ed. São Paulo, Barueri: Manole; 1997.

  • MAGEE, D.J. Avaliação musculoesquelética. 3ª Ed. São Paulo: Manole; 2002.

  • McATEE, R.E., Alongamento Facilitado, São Paulo: Manole, 1998

  • MEYER, B.F.; SAMPAIO, G.C.; MIILLMAN, R.; MARCZYK, L.R. Incidência das lesões traumáticas agudas na escolinha de Futebol do Grêmio Futebol Portoalegrense. Revista Hospital das Clínicas de Porto Alegre e Faculdade Medicina da Universidade de Rio Grande do Sul, v.13, n.3, p.133-135, 1993.

  • NETO JUNIOR, J; PASTRE, C. M. e  MONTEIRO, H. L. Alterações posturais em atletas brasileiros do sexo masculino que participaram de provas de potência muscular em competições internacionais. Rev Bras Med Esporte [online]. 2004, vol.10, n.3, pp. 195-198. ISSN 1517-8692.

  • OEPPEN R.S., JARAMILLO D. Sports injuries in the young athlete. Top Magn Reson Imaging 2003;14:199-208.

  • PASTRE, C.M.; CARVALHO, F.G.; MONTEIRO, H.L.; NETTO J.J.; PADOVANI, C.R. Lesões desportivas na elite do atletismo brasileiro: estudo a partir de morbidade referida. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 11, n. 1, p.40-47, 2005.

  • POLITANO, R. C. Levantamento dos desvios posturais em adolescentes de 11 a 15 anos em escola estadual do município de Cacoal / RO. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) – Faculdade de Ciências da Saúde. Universidade de Brasília, Brasília, 2006.

  • RAZO, J. N.; CISNEROS, F. J. D.; CISNEROS, A. E. R. Evaluación músculo-esquelética em niños escolares que practican fútbol. Revista Mexicana de Ortopedia e Traumatologia, 8, p. 191-5, 1994.

  • RIBEIRO, C. Z. P.; AKASHI, P. M. H.; SACCO, I. C. N.; PEDRINELLI A. Relação entre alterações posturais e lesões do aparelho locomotor em atletas de futebol de salão. Rev Bras Med Esporte _ Vol. 9, Nº 2 – Mar/Abr, 2003.

  • RODRIGUES, R.L.; BARBANTI, V.J. Atividade esportiva e a criança. Principais lesões do aparelho locomotor. In: Conceição JAN. Saúde escolar: a criança, a vida e a escola. São Paulo: Sarvier; 1994. p.170-180.

  • SANDOVAL, A.E.P. Medicina del deporte y ciencias aplicadas al alto rendimiento y la salud. Caxias do Sul: EDUCS; 2002.  

  • SANDOVAL, A.E.P. Medicina do Esporte: princípios e prática. Porto Alegre: Artmed, 2005.

  • SANTANA, W.C. Contextualização histórica do futsal. Disponível em: http://www.pedagogiadofutsal.com.br Acesso em : 01/12/2009.

  • SANTOS, A. Diagnóstico Clínico Postural: um Guia Prático. São Paulo, SP. Editora Summus; 2001.

  • SCARFÓ, R.L. Lesiones musculares: distensiones de los Isquiotibiales. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires: 2000. nº 25. http://www.efdeportes.com/efd25/lesion.htm

  • SILVA, R.C.R.; MALINA, R.M. Level of physical activity in adolescents from Niterói, Rio de Janeiro, Brazil. Cadernos de Saúde Pública, v. 16, n. 4, p. 1091-1097, 2000.

  • SOUCHARD, P.H.E. O streching global ativo - A reeducação postural global a serviço do esporte. 1a ed. São Paulo: Manole, 1996.

  • STRONG, W.B.; MALINA, R.M.; BLIMKIE, C.J.R.; DANIELS, S.R.; DISHMAN, R.K.; ALBERT, B.G.C.; HERGENROEDER, A.M.; NIXON, P.A.; PIVARNIK, J.M.; ROWLAND, T.; TROST, S.; TRUDEAU, F. Evidence based physical activity for school-age youth. The Journal of Pediatrics, v. 146, p. 732-737, 2005.

  • SWARD, L.; ERIKSSON, B. & PETERSON, L. Anthropometric characteristics, passive hip flexion and spinal mobility in relation to back pain in athletes. Spine, 15(5): 376-382, 1990.

  • TAKAHASHI, K.; SUDA, M.; USUBA, M.; WASAI, Y.; TSUKAYAMA, H. Postural adjustment to the line of center of gravity. J Physical Ther Sci 1995;7:65-9.

  • TELAMA, R.; YANG, X.; VIIKARI, J.; VALIMAKI, I.; WANNE, O.; RAITAKARI, O. Physical Activity from childhood to adulthood. A 21-Year tracking study. AM J Prev Med, v. 28, n. 3, p. 267-73, 2005.

  • TIRLONI, A. T.; BELCHIOR, A.C.G.; CARVALHO, P.T.C.; REIS, F.A. Efeitos de diferentes tempos de alongamento na flexibilidade da musculatura posterior da coxa. Revista Fisioterapia e Pesquisa; 15(1): 47-52, jan.-mar. 2008.

  • VOLPON, J.B.. O pé em crescimento, segundo as impressões plantares. Revista Brasileira de Ortopedia - Vol. 28, Nº Abril, 1993.

  • WATSON AWS. Sports injury in footballers related to defects of posture and body mechanics. J Sports Med Phys Fitness 1995; 35:289-94.

  • XAVIER, T.T.; TORRES G.V.; ROCHA V.M. Dor pós-operatória: características quantiqualitativa relacionadas à toracotomia póstero-lateral e esternotomia. Acta Cirúrgica Brasileira, v. 20, suppl. 1, p. 63-67, 2005.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/

revista digital · Año 14 · N° 140 | Buenos Aires, Enero de 2010  
© 1997-2010 Derechos reservados