Avaliação do índice de sobrepeso e obesidade em escolares da rede pública e privada de ensino Evaluación del índice de sobrepeso y obesidad en escolares de la red pública y privada de enseñanza |
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*Graduado em Educação Física pela Universidade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC) Faculdade de Estudos Sociais de São Gonçalo do Rio Abaixo **Mestranda em Biologia Celular e Estrutural pela Universidade Federal de Viçosa *** Graduada em Educação Física pela Universidade Estadual de Montes Claros Mestre em Avaliação das Atividades Físicas e Desportivas pela Universidades de Trás-Os-Montes e Alto Douro - Vila Real - Portugal. Docente do Curso de Educação Física da UNIPAC |
Ramon Cardoso dos Santos* Eliziária Cardoso dos Santos** Giselle Divino Rocha*** (Brasil) |
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Resumo Sobrepeso e obesidade infantil apresentam prevalência elevada e caráter multifatorial. Este estudo explorou a correlação entre o sedentarismo, maus hábitos alimentares e condições sócio-econômicas com a prevalência de sobrepeso e obesidade infantil. Para tal, foram incluídas neste estudo 100 crianças, com idade entre sete a dez anos, sendo 50 crianças da rede pública e 50 crianças de rede privada, pertencentes a duas escolas da zona urbana dos municípios de Nova Era e João Monlevade, MG, respectivamente. Todas foram submetidas a um exame de índice de massa corporal (IMC) e à mensuração de dobras cutâneas. Em nosso estudo foi verificado, de modo geral, que não houve valores discrepantes em relação ao IMC e %G entre os escolares das duas redes de ensino. Entretanto, entre os alunos de escola privada houve uma maior tendência ao aumento dessas variáveis para ambos os gêneros. Observou-se ainda que o combate ao sobrepeso e obesidade infantil é possível desde que seja realizado um trabalho integrado entre profissionais da saúde, pais e educadores que envolvam pesquisas, debate e conscientização das crianças e responsáveis, uma vez que estes são pontos primordiais para a aquisição de uma vida mais saudável. Além disso, foi demonstrada a grande importância e necessidade da atuação do profissional de Educação Física na reeducação dos hábitos de vida dos escolares e seus responsáveis. Unitermos: Sobrepeso. Obesidade infantil
Abstract Children overweight and obesity have high prevalence and multifactor character. This study explored the relationship between the sedentary lifestyle, poor dietary habits and socio-economic conditions with high prevalence of overweight and obesity. Thus, included in this study were 100 children aged seven to ten years, and 50 children from public and private network of 50 children of the urban area, residents in the municipalities of Nova Era and João Monlevade, MG, respectively. All of them were subjected to an examination of body mass index (BMI) and measurement of skinfolds. In our study found, generally, that it was not very discrepant values in relation to BMI and %G between the two networks of school education. However, among students of private school there was a greater tendency to increase in these variables for both sex. It was also observed that the fight against overweight and obesity is possible since provided a integrated work between research, debate and awareness of children and responsible, since these are key points for the purchase of a healthier life. Moreover, it was also clearly demonstrated the importance and necessity of the action of Professional Physical Education in reeducation of living habits of schoolchildren and their parents. Keywords: Overweight. Childhood obesity |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 139 - Diciembre de 2009 |
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Introdução
Obesidade é definida como um excesso do conteúdo de gordura no tecido adiposo armazenado sob a forma de triglicerídeos, e o sobrepeso como uma proporção relativa de peso maior que o desejável para a estatura do indivíduo (WHO, 1998). Estas condições de obesidade e sobrepeso são de etiologia multifatorial, uma vez que o desenvolvimento destas morbidades sofre influências de complexas interações, dentre as quais aspectos genéticos, psicológicos, socioeconômicos, culturais, ambientais, desequilíbrio do balanço energético com maior ingestão calórica e menor dispêndio de energia, além da diminuição da prática de atividade física (EPSTEIN et al., 2000; KATCH & McARDLE, 1996; JEBB, 1997).
Essa questão da obesidade tem se tornado um problema de saúde pública, uma vez que traz inúmeras conseqüências negativas à saúde do indivíduo (EPSTEIN et al., 2000). Ela tem início na infância e fatalmente se estende à vida adulta, contribuindo desta forma, para o aparecimento de distúrbios metabólicos como diabetes, principalmente do tipo 2, hipertensão arterial sistêmica, aumento dos níveis sanguíneos de colesterol e triglicérides os quais contribuem para o desencadeamento de doença da artéria coronária e cerebrovascular (GUIMARÃES & BARROS, 2001; BALABAN, 2001; ANJOS & CASTRO, 2003)
Além desses fatores a obesidade pode ainda acarretar distúrbios do sistema osteomuscular, como afecções posturais, uma vez que em indivíduos obesos o padrão de eficiência biomecânica, o equilíbrio e coordenação neuromuscular se apresentam alterados, comprometendo desta forma, aspectos da biodinâmica corporal principalmente em relação à cinemática da marcha e alteração da postura que podem futuramente perturbar a capacidade funcional desses indivíduos (BANKOFF, 2004).
A prevalência da obesidade infantil tem aumentado rapidamente em todo o mundo e representa um dos principais desafios à saúde pública neste início de século (WHO, 1998). Inúmeras pesquisas epidemiológicas têm levantado esforços no combate à obesidade infantil e principalmente na importância da prevenção dessa morbidade (BALABAN, 2001; MOTTA & SILVA, 2001; GORTMAKER et al. 1993).
As contribuições mais recentes nesta área surgem de estudos realizados em diferentes localidades do país, principalmente de abrangência estadual e municipal. Estas têm apontado uma tendência ao aumento de crianças obesas, principalmente em classes sociais mais favorecidas (HILL & PETERS, 1998).
De acordo com dados do IBGE (2002/2003), cerca de 10% das crianças e adolescentes brasileiros estão acima do peso e 7,3% sofrem de obesidade. Pesquisa sobre obesidade realizada no estado de São Paulo - SP, detectou prevalência de 2,5% de crianças obesas menores de 10 anos de idade, entre as classes econômicas menos favorecidas, e de 10,6% no grupo mais favorecido (MONTEIRO & CONDE, 2000). Já em um estudo realizado em escola de classe média/alta no nordeste do Brasil, foram detectadas em crianças e adolescentes prevalências de 26,2% de sobrepeso e 8,5% de obesidade (LEÃO et al., 2003).
Estima-se que fatores genéticos possam responder em 24% a 40% na variação no índice de massa corpórea (IMC), por determinarem, por exemplo, diferenças na taxa de metabolismo basal e resposta à superalimentação (BOUCHARD, 1994; PRICE, 2002). Entretanto, quando se busca explicação para a epidemia global de obesidade infantil, os esforços devem se concentrar na identificação de fatores ambientais e principalmente hábitos de vida dessas crianças (GORTMAKER et al., 1993; HILL & PETERS, 1998; EPSTEIN et al., 2000).
Acredita-se que as mudanças de comportamento alimentar e hábitos de vida sedentários em conjunto com fatores genéticos, sejam os principais determinantes do aumento da obesidade em crianças de todo o mundo (PRICE, 2002; COLE, 2000).
Sabe-se que nos países ocidentais os hábitos alimentares das crianças são caracterizados por grande ingestão de alimentos com alta concentração energética. Aliado a esse fato, o crescente sedentarismo, a diminuição da prática de atividades físicas e incrementos de hábitos de vida diários com baixo gasto calórico, como assistir TV, uso de videogames e computadores, têm assumido papel primordial para o aumento do sobrepeso e obesidade infantil, principalmente em crianças que residem nos grandes centros urbanos (HILL & PETERS, 1998; BOUCHARD, 1994).
Além dos fatores citados, a ansiedade e alterações do estado psicológico influenciam seriamente na excessiva ingestão calórica (BATTISTONI, 1996). Tal fato contribui também para um grande círculo vicioso, em que o ganho de peso pode levar a um estado emocional negativo e baixa alto-estima, quer pela rejeição social e ou isolamento, induzindo, desta forma, ao consumo excessivo de alimentos e conseqüente aumento da taxa de gordura corporal (MONTEIRO, et al, 1995).
Os pais têm papel primordial no desenvolvimento da obesidade de seus filhos, uma vez que as preferências alimentares das crianças, assim como hábitos da prática de atividades físicas, são práticas influenciadas diretamente pelos hábitos dos pais, e freqüentemente persistem na fase adulta (YANOVSKI & YANOVSKI, 2002).
Os profissionais de saúde e principalmente os Educadores Físicos, tem levantado esforços contínuos em relação ao processo de prevenção e combate à obesidade infantil principalmente através da conscientização de pais e educadores nas redes de ensino Pública e Privada em todo o país (BALABAN, 2001). YANOVSKI et al., (2002), demonstraram em seu estudo um aumento considerável de crianças com ganho excessivo de peso com idade ente 5 a 9 anos, e esta prevalência foi consideravelmente maior entre crianças matriculadas na rede privada de ensino.
Neste contexto, há uma crescente preocupação, entre os profissionais de Educação Física e educadores, que lidam diariamente com as crianças em idade escolar, tanto em relação aos hábitos alimentares, quanto ao alto índice de sobrepeso e falta da prática de atividades. Estas contribuem para um maior gasto energético e conseqüentemente diminuição do sobrepeso e obesidade nessa fase inicial da vida (GUIMARÃES & BARROS, 2001).
Diante do exposto acredita-se que o melhor remédio ao combate da obesidade infantil é a prevenção. Para tal, é necessário, primeiramente, conscientizar pais e responsáveis pelas crianças em relação aos fatores de risco que o sobrepeso e a obesidade trás à saúde dos indivíduos. Este processo é importante uma vez que contribuirá para as pessoas a refletirem e a mudarem seus hábitos alimentares, além de incentivar a prática de atividades físicas que têm papel fundamental no combate da obesidade e na prevenção de distúrbios metabólicos e principalmente combate ao aparecimento de comorbidades na vida futura.
Neste sentido, considerando que as escolas são locais estratégicos para implementar programas de combate à obesidade. O presente estudo teve como objetivo avaliar a prevalência de sobrepeso e obesidade infantil utilizando o índice de massa corpórea (IMC) e percentual de gordura corporal (%G) de crianças regularmente matriculadas nas redes de ensino Públicas e Privadas no município de Nova Era - MG e João Monlevade - MG, respectivamente, com idade entre sete e dez anos. Conscientizar pais, crianças e educadores da importância da prática da atividade física e hábitos alimentares saudáveis no processo de prevenção ao combate ao sobrepeso e obesidade infantil.
Metodologia
Foi realizado um estudo de corte transversal de base populacional no qual foi avaliado o IMC e %G em estudantes da rede ensino Público e Privado de uma escola do município de Nova Era - MG, e outra de João Monlevade – MG, respectivamente.
A escolha das escolas foi realizada por meio de sorteio e em seguida foi submetido um comunicado aos diretores de ambas as redes de ensino a respeito dos objetivos do estudo e dos possíveis benefícios que este poderia acarretar às crianças matriculadas. Após esclarecimento da proposta de estudo e aprovação da mesma pelos diretores das escolas, foi assinado um termo de consentimento pelos diretores de ambas as redes de ensino, que autorizou a realização do estudo nas respectivas escolas.
Para a caracterização da amostra as crianças foram selecionadas de forma aleatória. A amostra foi constituída por 100 crianças de ambos os sexos, sendo 50 da rede pública e 50 da rede privada, regularmente matriculadas em uma das redes de ensino previamente citadas, no ano letivo de 2009, com idade entre sete e dez anos.
Antes de iniciar o estudo foi remetido aos pais das crianças, um termo de consentimento, conforme o disposto na Resolução n° 196/96 do Conselho Nacional de Saúde do Brasil, com esclarecimento da proposta de estudo. Após a assinatura dos pais das crianças iniciou-se a coleta de dados para a pesquisa.
O diagnóstico do sobrepeso e obesidade requer, além do conhecimento da massa total do indivíduo, informações sobre a composição corporal que foi avaliada através de medidas antropométricas. Desta forma, os indicadores antropométricos utilizados para o diagnóstico de sobrepeso e obesidade neste estudo foram o Índice de Massa Corporal (IMC), e Pregas Cutâneas, especificamente, Tricipital e Subescapular, tomando como base o Protocolo de (GUEDES 2002) o qual estabeleceu que as principais dobras cutâneas para crianças com idade entre 7 a 10 anos de idade são a Triciptal e subescapular, as quais refletem o percentual de gordura corpórea, expresso em % G.
Todas as medidas antropométricas foram realizadas pelo profissional de Educação Física nas referidas escolas no horário das aulas de Educação Física com auxílio dos professores responsáveis pelas aulas e tiveram a duração de dois meses, sendo que as coletas se procederam três vezes por semana.
Para a realização da coleta dos dados referentes à massa corpórea e altura em metros, utilizou-se uma balança digital de Vidro Temperado da marca - BAL150 - Prata - Techline com capacidade de até 130 kg para uso doméstico. Para a medida das pregas cutâneas tricipital e subescapular, foi utilizado um compasso de dobras da marca The Body Caliper, o qual permitiu uma leitura com precisão 1 mm.
Para a aferição do peso e altura cada criança foi orientada a se posicionar de pé e descalço com o mínimo de roupa possível virado de costas para a escala métrica da balança com ligeiro afastamento lateral dos pés, mantendo-se sobre o centro da plataforma da balança e com a cabeça ereta e desta forma foi aferido e anotado a massa corporal em Kg e a altura em metros. Para aferição das Pregas Cutâneas Tricipital e Subescapular respectivamente, as meninas foram avaliadas de top e os meninos sem camisa, e cada voluntário foi orientado a se posicionar com o corpo ereto e membros superiores e inferiores relaxados posicionado de costas para o avaliador, dessa forma foram realizadas as medidas e imediatamente anotadas na ficha individual de cada voluntário.
O cálculo do IMC foi realizado utilizando a fórmula Peso/Estatura2 expresso em kilogramas por metros quadrados. De acordo com KATCH & MCARDLE (1996), este método consiste em um dos mais adequados para a avaliação dessa variável e conseqüentemente para identificação do sobrepeso em crianças e adolescentes na rotina clínica. Os dados coletados foram tabulados utilizando o programa Microsoft Excel (2003), e assim foram confeccionados tabelas e gráficos para melhor compreensão dos resultados obtidos.
Valores de referência do índice de massa corporal obtidos por COLE (2000), representados na Tabela 1, foi utilizado para fins de comparação do IMC entre as crianças avaliadas no presente estudo. Em relação aos valores representativos da %G utilizou-se os parâmetros estabelecidos por PITANGA (2005). Para tal, considerou-se valores de até 18% do percentual de gordura para meninos e 15% para meninas com idade entre 7 a 10 anos estabelecidos como dentro da normalidade, e já acima deste estabeleceu-se sobrepeso.
Tabela I. Classificação de sobrepeso e obesidade em crianças de acordo com IMC
Análise dos dados
Os dados foram analisados através de estatística descritiva por meio de médias, desvio padrão e porcentagens.
Resultados
Em relação às características gerais da amostra investigada, foi encontrado para os voluntários matriculados na rede de ensino privada (n = 50) média de idade 8,57 ± 2,12 anos de idade, IMC 15,76 ± 0,37 Kg/m² e %G 12,82 ± 1.36 para ambos os sexos. Para o grupo de voluntários matriculados na rede pública de ensino (n =50) foi identificada média de idade de 8,48 ± 0,70 anos de idade, IMC de 16,10 ± 1,05 Kg/m² e %G 16,30 ± 7,77 para ambos os sexos.
No presente estudo, valores médios do índice de massa corporal (IMC) e percentual de gordura (%G) de crianças do sexo masculino de escolas particulares, estão representados no Gráfico 1. Os valores de massa corporal, mantém uma tendência de crescimento até os 9 anos de idade tanto em relação a porcentagem de gordura e ao IMC, porém a partir dos nove anos nota-se uma elevação permanente dos valores de %G e uma diminuição nos valores IMC . Talvez esse fato possa ser justificado pela baixa eficiência do método de mensuração do IMC em diferenciar o tecido gorduroso de massa isenta de gordura. A tabela 2 é representativa dos valores do desvio padrão da amostra em relação ao IMC e %G.
Gráfico 1. Valores médios do percentual do índice de massa corpórea (IMC) e de gordura corporal (% G)
de meninos com idade entre 7 e 10 anos de idade matriculados na rede Privada de Ensino
Tabela 2. Valores representativos do desvio padrão de %G e IMC de meninos da escola Privada
Idade |
7 anos |
8 anos |
9 anos |
10 anos |
IMC |
2,18 |
1,21 |
1,04 |
0,87 |
%G |
1,26 |
1,8 |
0,78 |
2,37 |
No Gráfico 2 estão representados valores equivalentes das medidas do IMC e % G que caracterizam a amostra feminina (7 a 10 anos). Na Tabela 3 estão valores representativos do desvio padrão.
Os valores do IMC para o sexo feminino mantêm a mesma tendência de crescimento observada em relação aos meninos, também até os nove anos de idade. Porém, esses valores são menores as crianças do gênero masculino e apresentam uma ligeira queda aos 10 anos de idade. Já em relação a %G houve um aumento linear dos 7 aos 10 anos de idade. Tal fato pode ser justificado, talvez, por um maior nível de atividade apresentada pelas meninas em relação aos meninos.
Gráfico 2. Valores médios do percentual do índice de massa corpórea (IMC) e de gordura corporal (% G)
de meninas com idade entre 7 e 10 anos de idade matriculadas na rede Privada de ensino
Tabela 3. Valores representativos do desvio padrão de %G e IMC em meninas de escola Particular
Idade |
7 anos |
8 anos |
9 anos |
10 anos |
IMC |
1,83 |
0,74 |
0,76 |
0,95 |
%G |
1,07 |
2,66 |
1,01 |
2,03 |
No Gráfico 3 estão apresentados variações dos resultados equivalentes ao IMC e % G que caracterizam a amostra masculina com idade entre 7 a 10 anos. E na Tabela 4 estão os valores equivalentes ao desvio padrão.
Verifica-se que o IMC e %G dos escolares de 7 anos se apresentam mais altos quando comparados com os escolares de 8 a 10 anos. Esses valores apresentam uma maior variação quando se compara aos escolares da rede particular de ensino, além desses valores serem menores. Esse fato pode representar talvez uma maior tendência dessas crianças da rede pública de ensino à prática de atividades física e conseqüentemente maior gasto energético entre essas crianças, justificando médias mais baixas.
Gráfico 3. Valores médios do percentual do índice de massa corpórea (IMC) e de gordura corporal (% G)
de meninos com idade entre 7 e 10 anos de idade matriculadas na rede Pública de ensino
A média da % G em crianças com idade de 7 anos apresentou valor maior quando comparado a crianças com idade entre 8 e 10 anos, fato que pode ser explicado por um menor grau de conscientização dessas em relação a importância na mudança de hábitos alimentares e dispêndio energético. Observa-se ainda que apesar da % G no grupo entre 8 e 10 anos de idade ser menor, ela apresenta uma tendência a aumentar de acordo com o aumento da idade dessas crianças, o que talvez demonstre um maior descaso dessas em relação ao dispêndio energético refletindo no maior sedentarismo.
Tabela 4. Valores representativos do desvio padrão de %G e IMC em meninos da rede Pública de ensino
Idade |
7 anos |
8 anos |
9 anos |
10 anos |
IMC |
3,43 |
0,93 |
2,3 |
1,88 |
%G |
6,78 |
1,96 |
4,85 |
2,17 |
O Gráfico 4 apresenta valores médios equivalentes ao IMC e % G de meninas da rede pública de ensino, com idade 7 e 10 anos. A Tabela 5 demonstra os valores do desvio padrão em relação a essas variáveis.
Gráfico 4. Valores médios do percentual do índice de massa corpórea (IMC) e de gordura corporal (% G)
de meninas com idade entre 7 e 10 anos de idade matriculadas na rede Pública de Ensino
Conforme observado no Gráfico 4, a % G das meninas apresenta uma variação irregular, uma vez que apresentou valores menores em crianças com 7 e 9 anos de idade, fato esse que pode caracterizar um aumento da práticas de atividade física ao contrário das crianças com 8 e 10 anos de idade que apresentaram esses valores mais elevados. Valores representativos da IMC apresenta quase que 50% mais alto em relação à %G nas crianças de 7 anos, e mantém valores similares quando se compara com as crianças com 8 e 10 anos de idade.
Tabela 5. Valores representativos do desvio padrão de %G e IMC em meninas da rede Pública de ensino
Idade |
7 anos |
8 anos |
9 anos |
10 anos |
IMC |
1,47 |
1,7 |
0,38 |
1,27 |
% G |
2,46 |
8,29 |
2,24 |
3,5 |
Valores globais entre as redes de ensino pública e privada
A investigação realizada demonstrou ainda valores médios de comparação entre as redes de ensino. Verifica-se que os valores médios obtidos em relação ao IMC foi maiores na rede particular de ensino quando comparada com a rede pública.
O maior valor observado em escolares da rede Particular de ensino pode ser justificada pelo maior acesso de tecnologia como computador, video-game e televisão que são considerados como principais responsáveis do sedentarismo e diminuição do dispêndio energético e consequente sobrepeso das crianças.Gráfico 5. Valores médios do percentual do índice de massa corpórea (IMC) e de gordura corporal de meninos
com idade entre 7 e 10 anos de idade matriculados nas redes de ensino Particular e Pública
Um fato curioso se deu em relação ao % G
em escolares da rede publica de ensino, uma vez que a média percentual foi maior em relação à rede privada, indicando menor percentual de gordura localizada na região subescapular e tricipital das crianças da rede privada. Na Tabela 5 estão representados valores indicativos de desvio padrão representativos do IMC e % G entre as crianças das redes de ensino Particular e Pública de ensino. A Tabela 6 representa as médias e desvio padrão dos valores comparativos do IMC e %G para o sexo feminino nas redes de ensino particular e pública.Tabela 6. Valores representativos do desvio padrão de %G e IMC meninos da escola Pública e Particular de ensino
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Particular |
Pública |
IMC |
1,94 |
2,41 |
%G |
2,41 |
4,58 |
Esses valores foram maiores, para ambas as variáveis, nas crianças da rede particular de ensino, o que pode ser justificado pelo maior sedentarismo destas crianças em relação às de escola pública.
Gráfico 6. Valores médios do percentual do índice de massa corpórea (IMC) e de gordura corporal de meninas
com idade entre 7 e 10 anos de idade matriculados nas redes de ensino Particular e Pública.
Tabela 7. Desvio Padrão de %G e IMC de meninas de escola Pública e Particular de ensino
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Particular |
Pública |
IMC |
1,4 |
1,7 |
%G |
2,4 |
4,8 |
Ao c
omparar os valores médios de ambas as variáveis entre os sexos das crianças das redes de ensino, verifica-se que os valores médios obtidos em relação ao sexo masculino foram maiores que os do sexo feminino, apontando um maior sedentarismo neste sexo.Discussão
A associação do sobrepeso e da obesidade infantil com variáveis biológicas, psicológicas, sociais e econômicas tem sido consistentemente investigada, porém os dados da literatura em relação à influência destes fatores ainda são conflitantes. Enquanto alguns autores os apontam como independentemente implicados no processo de ganho excessivo de peso, outros estudos relatam que há associação desses fatores (HILL & PETERS, 1998).
Essa diversidade nos achados epidemiológicos, muito provavelmente, ocorre devido à etiologia multifatorial do sobrepeso e obesidade, além do emprego de metodologias não padronizadas na caracterização das amostras em relação a essa morbidade em crianças e adolescentes, o que contribui para erros de interpretação e determinação de valores de referências na análise dessas variáveis nesse segmento etário (OLIVEIRA et al, 2003)
Nesse contexto, a classificação dos níveis de obesidade em crianças e adolescentes é um mecanismo bastante complexo, pois nessa fase da vida elas estão sujeitas a constante mudança na composição corporal, além do processo de maturação sexual muitas vezes ocorrer precocemente, fato que influencia bastante na distribuição de gordura corporal e conseqüentemente na interpretação dos dados referentes a essas variáveis (YANOVSKI S & YANOVSKI J, 2002).
Sabe-se que a população infantil é, do ponto de vista psicológico, sócio-econômico e cultural, dependente do ambiente onde vive, que na maioria das vezes é constituído pela família, sendo que suas atitudes são, frequentemente, reflexo deste ambiente. Quando desfavorável, o ambiente poderá propiciar condições que levem ao desenvolvimento de distúrbios alimentares que, uma vez instalados, poderão permanecer caso não aconteçam mudanças (SALANDRI et al, 1996)
A maioria das pesquisas demonstra ser a prevalência da obesidade infantil e adulta maior no gênero feminino quando comparado ao masculino, não havendo causas bem definidas para esta ocorrência (COUTINHO,1999; LEWIS et al., 2000). Porém de acordo com a WHO (1998) essa maior prevalência no gênero feminino se deve ao fato de que o excesso de energia é preferencialmente estocado, sob a forma de gordura no tecido adiposo, acumulado em regiões mais específicas do corpo, uma maior influência de ação hormonal e menor quantidade de massa magra em relação ao gênero masculino. De acordo com a caracterização geral da amostra do presente estudo, pode-se observar essa mesma tendência em relação à média do índice de massa corpórea para os alunos da rede de ensino privada, já em relação à rede de ensino pública houve uma maior prevalência dessa variável em relação aos meninos quando comparada com as meninas. Tal fato pode ser justificado por um maior sedentarismo entre os meninos e menor motivação em participar de atividade física propostas pelos educadores principalmente nas aulas de Educação Física, além de um maior interesse em jogos que eles possam realizar na postura sentada, com o mínimo de dispêndio energético.
Avaliações realizadas através de medidas de pregas cutâneas para identificação da % G de modo geral em alguns estudos revelaram que as meninas tendem a apresentar maior quantidade de tecido adiposo localizado em determinadas regiões do corpo quando comparado aos meninos, sendo a fase púbere o período de crítico do aumento gradativo de peso e que se perpetua durante a adolescência (CONSENSO LATINO-AMERICANO DE OBESIDADE, 2002). No presente estudo, o que se observou foi o contrário em relação ao desenvolvimento dessa condição, o que pode ser explicado pelas características hormonais da população estudada, em que os hormônios sexuais podem ainda não ter atingido uma faixa crítica capaz de influenciar de maneira efetiva na determinação de um maior acúmulo de gordura no tecido adiposo nas meninas e já em relação aos meninos talvez esteja havendo uma lentidão nos processos de modificações corporais o que justifica um maior acúmulo de gordura corpórea.
O IMC apresenta modificação considerável com o aumento da idade e este muitas vezes ocorre de modo constante, sendo identificados três períodos críticos que pode desencadear o início da ocorrência da obesidade: o primeiro corresponde ao primeiro ano de vida; o segundo ocorre entre os 5 - 7 anos de idade e o terceiro período na adolescência (CONSENSO LATINO-AMERICANO DE OBESIDADE, 2002; HALPERN, 1998). Essa fase é considerada pelos autores como sendo crítica para o aumento de gordura nos adipócitos. Além disso, alguns estudos concluem que, para ambos os sexos, quanto mais precoce o início do distúrbio do peso, maior é a susceptibilidade a sobrepeso na vida adulta, sendo a faixa entre 4 e 8 anos de idade a de maior ocorrência (WISEMANDLE et al., 2000). Tal fato foi constatado em um estudo realizado em escolares no Estado de São Paulo, no qual foi avaliado o índice de sobrepeso e obesidade de crianças, e eles observaram que a maioria delas encontrava-se na faixa etária de 8 a 11 anos e 11 meses (FISBERG, 1992). Nossos resultados estão de acordo com este estudo, uma vez que foi observada uma alta % de G e IMC em meninas e meninos com idade de 7 a 10 anos de ambas as redes de ensino. Muitas vezes a falta de associação positiva entre sobrepeso e obesidade infantil pode ser um indício da heterogeneidade de processos metodológicos empregadas.
As comodidades que o mundo moderno oferece, como, o uso da TV, telefones, vídeo-game e computadores, possivelmente mais acessíveis a determinadas classes sócio-econômicas, contribuem também para um estilo de vida mais sedentário. OLIVEIRA et al., (2003) em seu estudo, detectou uma associação significante entre horas despendidas com hábitos de assistir TV e aumento das prevalências de sobrepeso e obesidade. Outro estudo sugeriu que o início do sobrepeso muitas vezes, está associado, a um ciclo vicioso: obesidade - diminuição de atividade – ingestão de alimentos calóricos principalmente em crianças de classe média (SALANDRI, 1996). Foi relatado, em um estudo realizado no Estado de São Paulo, prevalência de 2,5% de obesidade em crianças menores de 10 anos, entre as classes econômicas menos favorecidas, e de 10,6% no grupo mais favorecidos (MONTEIRO et al., 1995). E em um estudo realizado em uma escola de classe média/alta no nordeste do Brasil, foram detectadas em crianças e adolescentes com prevalências de 26,2% de sobrepeso e 8,5% de obesidade (BALABAN et al., 2001).
Em nosso estudo foi verificado de modo geral, que não houve valores muito discrepantes em relação ao IMC e % G entre os escolares das diferentes redes de ensino, porém entre os alunos de escola privada em ambos os sexos houve uma maior tendência a elevação mais acentuada dessas variáveis. De acordo com OLIVEIRA et al., (2003) além dos fatores biológicos, psicológicos, e sócio-comportamentais o fator sócio-econômico tem forte relação com essa causa, e o fato das crianças estudarem em escola privada, viverem em um ambiente que ofereça facilidades em relação a realização de tarefas diárias e favoreçam menor dispêndio energético tem um forte fator preditivo na determinação do ganho excessivo de peso, dados que confirmam a influência do micro-ambiente familiar e do macro-ambiente escolar e social na gênese do sobrepeso e obesidade.
DIETZ & GORTMAKER (2005), estudando crianças, encontrou forte relação entre assistir televisão e obesidade sugerindo que, o resultado dessa associação se deve à diminuição do gasto energético pela redução da atividade física ou alteração na taxa de metabolismo. TUCKER & FRIEDMAN (1989) sugerem que a inatividade física constitui um dos fatores mais importantes para o desenvolvimento da obesidade. A atividade física espontânea, segundo WALDER & RAVUSIN (1998), é um traço familiar e quando tem seu nível reduzido associa-se ao subseqüente ganho de peso mais acentuado, principalmente no gênero masculino.
A Organização Mundial da Saúde preconiza que o ambiente em que as crianças vivem, somado aos hábitos alimentares e inatividade física dos pais são os principais determinantes do rápido crescimento da prevalência de obesidade dos filhos e oficialmente recomenda a determinação de medidas que visam mudanças no ambiente familiar e nas escolas, como mudanças nos hábitos alimentar e incentivo a brincadeiras que preconizem o dispêndio energético com intuito de prevenir o ganho de peso e obesidade entre as mesmas (MARGETTS, 2004). Neste contexto, é fundamental importância à ação conjunta dos pais, profissionais da saúde e principalmente do profissional de Educação Física no diagnóstico, controle e tratamento do sobrepeso e obesidade entre essas crianças, principalmente nas escolas, conforme demonstrado no presente estudo.
De acordo com os valores de referência de COLE (2000) para IMC, as crianças do presente estudo apresentam um padrão de normalidade dessa variável, porém deve-se considerar o fato das intervenções regionais na influência do ganho de peso e no baixo grau de atividade que as crianças apresentam atualmente, além das facilidades em relação ao consumo de alimentos de baixa qualidade nas escolas e a falta de interesse em relação a pratica de atividade física, os quais são fatores cruciais na determinação do aumento de peso observado em relação ao aumento da idade principalmente na rede de ensino privada.
Já em relação a %G, de acordo com os valores de referência de PITANGA (2005), que estabeleceu um índice de gordura corporal de 18% para meninos e 15% para meninas com idade entre 7 e 10 anos, nossos resultados apresentaram um aumento relativo limítrofe principalmente entre as crianças de 10 anos de idade de ambos os gêneros e redes de ensino. Esses dados estão de acordo com o estudo de MARGETTS, (2004), que diz que há uma maior tendência em relação ao percentual de gordura corporal entre as crianças com mais idade, pelo fato de serem mais autoritárias em relação às de menor idade.
Conclusão
Sendo assim, acredita-se que o conhecimento das influências familiares, ambientais e sociais no desenvolvimento da obesidade forneça subsídios para o desenvolvimento de programas que visam o controle, minimização e erradicação dessa problemática. Espera-se que este trabalho possa ser relevante para os estudos relacionados à obesidade e seus fatores de risco na infância, como ponto de discussão e enriquecimento do conhecimento dos escolares, no desenvolvimento de projetos que incluam hábitos saudáveis de alimentação e atividades dentro e fora do ambiente escolar, além de poder orientar pais sobre a atual condição de saúde física dos escolares e conscientizá-los sobre a importância de hábitos saudáveis, como por exemplo, a boa alimentação e a prática de exercícios físicos.
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