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Efeitos de um programa de dança 

terapêutica sobre a memória de idosos

Efectos de un programa de bailoterapia sobre la memoria de las personas mayores

Effects of a program of dance therapy on the memory of the elderly

 

Faculdade de Educação Física – FEF

Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Atividade Física para Idosos – GEPAFI

Universidade de Brasília – UnB, Brasília-DF

(Brasil)

Edvânia Pereira de Almeida

Márcio de Moura Pereira

Marisete Peralta Safons

vaniapalmeida@gmail.com

 

 

 

Resumo

          Introdução: O Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) é um instrumento psicométrico usado mundialmente para avaliar estados demenciais em pessoas idosas, tanto normais como portadoras de quadros demenciais, como a Doença de Alzheimer (DA). Objetivo: Avaliar os efeitos de um programa de dança terapêutica sobre a memória de idosos com vistas a determinar a eficácia do MEEM como instrumento de rastreio de possíveis déficits de memória em idosos presumivelmente saudáveis, vivendo em comunidade familiar e extra-familiar, matriculados em programas de atividades físicas para idosos. Material e métodos: Estudo realizado na Faculdade de Educação física da Universidade de Brasília. Os idosos selecionados participam de um programa de dança terapêutica do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Atividades físicas para idosos – GEPAFI. Pesquisa descritiva, de caráter transversal - amostra aleatória com 11 idosos (idade = 68,09 ± 8,96 anos) de ambos os gêneros, praticantes regulares de dança terapêutica do segundo semestre de 2009. O comprometimento cognitivo foi avaliado através do Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) e os dados foram comparados por meio da estatística descritiva (média e desvio-padrão). Resultados: 18,2% dos idosos avaliados obtiveram escores entre 10 e 19 no MEEM (15,50 ± 0,71) sendo classificados como portadores de déficit cognitivo moderado. Os demais 81,8% apresentaram escores indicativos de nenhum déficit cognitivo (28,33 ± 2,06) e nenhum destes apresentou diagnóstico médico para Doença de Alzheimer. Todos os indivíduos sem comprometimento cognitivo apresentaram escores entre 24 e 30, independente da escolaridade ser de nível fundamental ou superior. Nos portadores de déficit cognitivo os escores apresentaram comportamento semelhante, situando-se entre 10 e 19, tanto para indivíduos com escolaridade de nível fundamental quanto superior. Conclusão: O MEEM foi eficaz em detectar déficit cognitivo em população de alunos idosos praticantes de dança terapêutica. Não foi verificada relação entre os escores obtidos e o número de anos de escolaridade. Utilizado como instrumento de rastreio, sugere-se que indivíduos com escores no MEEM indicativos de déficit cognitivo sejam encaminhados para avaliação médica mais detalhada com vistas ao diagnóstico de Doença de Alzheimer, bem como sejam submetidos à avaliação física mais rigorosa visando detectar precocemente as eventuais perdas funcionais relacionadas à DA.

          Unitermos: Cognição. Idosos. Dança terapêutica

 

Abstract

          Introduction: The Mini-Mental State Examination (MMSE) is a psychometric instrument used worldwide to assess states of dementia in the elderly, as normal as having dementia, like Alzheimer's disease (DA). Objective: To evaluate the effects of a dance therapy program on the memory of elderly in order to determine the effectiveness of the MMSE as a screening instrument for possible memory deficits in elderly presumably healthy, community living in family and non-family enrolled in physical activity programs for seniors. Material and methods: The study at the Faculty of Physical Education at the University of Brasilia. The selected subjects participating in a program of dance therapy Group Study and Research on Physical Activities for the elderly - GEPAFI. Descriptive, of a cross - a random sample of 11 subjects (age = 68.09 ± 8.96 years) of both genders, regular practitioners of dance therapy in the second half of 2009. The cognitive impairment was assessed by the Mini-Mental State Examination (MMSE) and the data were compared using descriptive statistics (mean and standard deviation). Results: 18.2% of the sample obtained scores between 10 and 19 on the MMSE (15.50 ± 0.71) were classified as having mild cognitive impairment. The remaining 81.8% had scores indicating no cognitive impairment (28.33 ± 2.06) and none of these had a medical diagnosis for Alzheimer's disease. All individuals without cognitive impairment had scores between 24 and 30, regardless of schooling be fundamental level or higher. In patients with cognitive scores were similar, ranging between 10 and 19, both for individuals with elementary education and higher education. Conclusion: The MMSE was effective in detecting cognitive impairment in elderly population of students practicing dance therapy. There was no relationship between the scores and the number of years of schooling. Used as a screening instrument, it is suggested that individuals with MMSE scores indicative of cognitive impairment are referred for further medical evaluation with a view to the diagnosis of Alzheimer's disease, and are subject to more rigorous physical evaluation to detect any early losses functional related to the DA.
         
Keywords
: Cognition. Elderly. Dance therapy

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 139 - Diciembre de 2009

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1.     Introdução

    O envelhecimento populacional tem sido uma preocupação constante dos órgãos de saúde pública dos países desenvolvidos e em desenvolvimento (WHO, 2007). A população mundial de idosos também aumenta e cresceu na alta taxa de 2,4% por ano durante a última década, particularmente o grupo com 85 ou mais anos de idade. O crescimento dessa população vem ocorrendo de forma acelerada e em condições sócio-econômicas e culturais desfavoráveis e que trazem impactos negativos para a qualidade de vida do indivíduo idoso, para a família e para o Sistema Único de Saúde (SUS). As estimativas para a população idosa brasileira apontam que o país, em duas décadas, terá 32 milhões de pessoas com idade superior a 60 anos, sendo o sexto país com o maior contingente de idosos no mundo (LAUTENSCHLAGER, 2007).

Dança terapêutica
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    Além das alterações motoras na velhice, as de origem neuropsicológicas envolvidas no processo cognitivo, tais como o aprendizado e memória, constituem um dos principais alvos de pesquisas realizadas sobre senescência, já que estas alterações podem comprometer o bem estar biopsicossocial do idoso impedindo a continuidade da sua vida social de forma participativa, interagindo com os familiares em particular e com a sociedade no geral.

    Dentre os diversos transtornos que afetam os idosos, a saúde mental merece especial atenção. Depressão e demência têm incapacitado idosos em todo o mundo por levarem à perda da independência e quase inevitavelmente, da autonomia. As desordens mentais comprometem 20% da população idosa, entre as quais se destacam a demência e a depressão como prevalentes. No Brasil, aproximadamente 10 milhões de idosos sofrem de depressão (BENEDETTI et. al, 2008). A disfuncionalidade cognitiva constitui uma das maiores reclamações por parte dos idosos. Ela promove diminuição da adaptabilidade social, dependência, e perda da autonomia; sendo por isso um fator determinante no comportamento dessa população, por ser um agente causador de um desempenho menos eficiente (COUTINHO FILHO, 2008).

    Novas estratégias têm sido utilizadas para avaliação do desempenho cognitivo de idosos com o intuito de diagnosticar precocemente as demências ou retardar os sintomas de uma possível alteração neurológica. Esses estudos têm procurado elementos de rastreio que permitam identificar na comunidade casos leves de demência (BUSTAMENTE et al., 2003). A avaliação do estado mental de idosos é importante para elaboração de planos de reabilitação e de políticas de prevenção de saúde mental (MALLOY-DINIZ e CARVALHO, 2001). Além disso, facilitam o estabelecimento de perfil cognitivo basal antes, durante e depois de tratamentos, bem como colaboram para o diagnóstico diferencial em condições que envolvam prejuízo cognitivo. As baterias neuropsicológicas constituem-se em sequências de testes que avaliam comportamento e cognição.

    O Mini-exame do Estado Mental (MEEM) segundo Farinatti - 2008 é um instrumento psicométrico usado mundialmente para avaliar estados demenciais em pessoas idosas, tanto normais como portadoras de quadros demenciais, como a doença de Alzheimer. O MEEM foi escolhido a partir de estudos realizados por Bertollucci et. al. (1994) e Almeida (1998).

    O MEEM possui diversas questões tipicamente agrupadas em sete categorias, cada uma delas planejada com o objetivo de avaliar funções cognitivas específicas: orientação de tempo (5 pontos), orientação para local (5 pontos), registro de três palavras (3 pontos), atenção e cálculo (5 pontos), lembrança de três palavras (3 pontos), linguagem (8 pontos) e capacidade construtiva visual (1 ponto).

    O escore do MEEM pode variar de um mínimo de 0 até um total máximo de 30 pontos. Sofre influência significativa da idade e da escolaridade do indivíduo, sugerindo a necessidade de se utilizar pontos de corte diferenciados. De acordo com Bertolucci et al. (1994) a ausência de transtorno cognitivo é dada pelos seguintes valores de corte: 13 para analfabetos; 18 para indivíduos com 1 a 7 anos de escolaridade e 26 para 8 anos ou mais de escolaridade (OLIVEIRA et al., 2006).

    O Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) foi projetado para ser uma avaliação clinica pratica de mudança do estado cognitivo em pacientes geriátricos (FOLSTEIN, FOLSTEIN, MCHUGH, 1975). Examina orientação temporal e espacial, memória de curto prazo (imediata ou atenção) e evocação, cálculo, praxia e habilidades de linguagem e viso -espaciais. Pode ser usado como teste de rastreio para perda cognitiva ou como avaliação cognitiva de beira de leito. Não pode ser usado para diagnosticar demência (FOLSTEIN, 1998).

    Exceto pelos itens de linguagem e praxias, o conteúdo do MEEM foi derivado de instrumentos que já existiam. Foi denominado “mini” porque concentra apenas os aspectos cognitivos da função mental e exclui humor e funções mentais anormais que são cobertas, por exemplo, pela Escala de Demência de Blessed (1975). Pode ser aplicado por clínico, profissionais de outras áreas ou pessoa leiga após rápido treinamento e demanda em torno de 5-10 minutos para ser completado.

    BORGES et al., (2007) observaram que a escala tem boa consistência interna e confiabilidade teste-reteste (0,80 a 0,95). Eles também demonstraram que o ponto de corte 23/24 tem boa a excelente sensibilidade (54% a 100%) e especificidade (62% a 100%) para o diagnóstico de demência.

    É notável que muitos idosos se entreguem a inatividade funcional participativa e integradora na sociedade, após a aposentadoria e reforçados por fatores preconceituosos impostos pelo meio em que vivem o que pode representar um prejuízo à saúde mental e física desse individuo, além de constituir-se um fator de risco para o declínio cognitivo e para demência. Isso talvez explique o excelente desempenho cognitivo e intelectual apresentados por muitos idosos ativos que apesar da aposentadoria não deixaram de aprimorar seus conhecimentos, através da leitura, exercício do raciocínio e da lógica e aquisição de novas informações (SOUZA e CHAVES, 2005).

    O sedentarismo na velhice é fator preocupante, pois se percebe que idosos que não têm estilo de vida ativo enfrentam problemas patológicos relacionados à inatividade física e à exclusão social (HALLAGE, 2008 e BRACH et. al., 2004). Vários estudos vêm sendo realizados no intuito de desenvolver mecanismos eficazes no combate as perdas cognitivas. Nessa perspectiva exercício físico atrai muita atenção, por melhorar a condição cardiorrespiratória, diminuir o risco de doenças crônico-degenerativas, além de promover uma série de alterações nos sistemas orgânicos. Essas alterações possuem um potencial efeito protetor, no sentido de reduzir o ritmo desse processo evolutivo de perdas cognitivas (COUTINHO FILHO, 2008). A atividade física é reconhecida por evidências científicas como fator importante no aprimoramento da saúde, no controle, prevenção e tratamento de doenças, além de proporcionar diversos benefícios psicológicos e sociais. Para a Organização Mundial de Saúde - OMS (2002) a participação em atividades físicas leves e moderadas pode retardar os declínios funcionais devidos ao envelhecimento. Assim, uma vida ativa melhora tanto a saúde física, quanto mental e contribui para o controle de desordens como a depressão e a demência. Existe evidência de que idosos fisicamente ativos apresentam menor prevalência de doenças mentais do que os não-ativos. KATH & MCARDLE (1996) preconizam a prática de exercícios físicos regulares como fator determinante no aumento da expectativa de vida das pessoas e uma melhoria significante da qualidade de vida.

    A dança é considerada uma atividade coadjuvante da terapêutica de várias doenças, além disso, também proporciona condicionamento físico, integração social e lazer a indivíduos idosos, com inúmeros benefícios psicológicos já descritos. As pesquisas são unânimes quanto à importância da dança de salão como exercício físico e como coadjuvante terapêutico, auxiliando no bem-estar mental, emocional e físico do idoso (ALLEN, 2003; HOUSTON, 2005; BORSTEL, 2006; ZAMONER, 2007).

    Com relação à doença mental em idosos, a dança de salão é citada por VERGHESE et al. (2003) observando que a dança de salão auxilia na diminuição do risco de demência, sugerindo que os aspectos mentalmente complexos da dança, como mover-se no ritmo da música e combinar passos, possam ser os responsáveis por essa melhora. Apesar disso, há carência de relatos científicos sobre os efeitos da dança de salão sobre as perdas cognitivas e a autonomia em idosos (SEBASTIÃO et al., 2008).

    Portanto, é de grande importância a prática de atividade física habitual, isto é, exercício físico, para indivíduos de todas as idades e principalmente os idosos. realçando que essa prática leva ao aumento da oxigenação cerebral o que contribui para melhoria das funções cognitivas, como também, diminui e/ou retarda o ritmo dos distúrbios que ocorrem nos processos cognitivos nessa etapa da vida.

2.     Objetivo

    Avaliar os efeitos de um programa de dança terapêutica sobre a memória de idosos.

3.     Método

3.1.     População e amostra

Material e métodos

    Participaram deste estudo 11 idosos (idade = 68,09 ± 8,96 anos) praticantes regulares de dança terapêutica do GEPAFI – UnB.

    Pesquisa descritiva, de caráter transversal - amostra aleatória com 11 idosos (idade = 68,09 ± 8,96 anos) de ambos os gêneros, praticantes regulares de dança terapêutica do segundo semestre de 2009. O comprometimento cognitivo foi avaliado através do Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) e os dados foram comparados por meio da estatística descritiva (média e desvio-padrão).

    Os critérios de inclusão para os alunos foram: idade superior a 60 anos, ser capaz de ouvir, ter capacidade cognitiva para entender o suficiente para participar do estudo e não estar em uso de medicamentos que comprometam o raciocínio.

3.2.     Procedimentos

3.2.1.     Instrumentos e testes

    O instrumento utilizado para a realização do estudo foi o Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), usado para avaliar a memória dos participantes.

    O Mini-exame do Estado Mental (MEEM) foi escolhido a partir de estudos realizados por Bertollucci et al. (1994) e Almeida (1998). Os dados foram comparados por meio da estatística descritiva (média e desvio-padrão).

    As pessoas convidadas a participar da pesquisa foram devidamente esclarecidas quanto às finalidades da mesma, protocolos de intervenção e de avaliações, bem como sobre possíveis riscos e benefícios do estudo e solicitadas a registrar sua livre aceitação de participação por escrito, em documento específico para tal fim (termo de consentimento livre e esclarecido), em conformidade com a Resolução nº 196/96, do Conselho Nacional de Saúde, que regulamenta a investigação científica com seres humanos.

3.2.2.     Intervenção: Aula de dança terapêutica

    As aulas aconteceram em sala específica para prática de danças (arejada, ampla, nivelada) e coordenada por um profissional de educação física formado e especializado em dança terapêutica para idosos juntamente com uma monitora.

    Os exercícios foram desenvolvidos de maneira a dar segurança e motivação aos praticantes, com base em metodologia própria de aulas com idosos e de acordo com a Percepção Subjetiva do Esforço (PSE) segundo protocolo proposto por PEREIRA e SAFONS (2004).

    As atividades foram distribuídas em fases.

Fases da aula

Disposição dos alunos

Ritmos

PSE

Intensidade

Aquecimento

Soltos

ou

Individuais

Tango, bolero, samba gafieira

 

2 a 3

Fraco a moderado

Aula Propriamente Dita

Individual

e

Duplas

Forró, Pagode, Baião, Marchas, Cirandas, Salsa, Merengue, Quadrilha.

3 a 4

e

5 a 6

Moderado a pouco forte

e

Forte

Volta à calma

Individual

e

Duplas

Valsa, Slow fox

 

2

Fraco

3.3.     Tratamento estatístico

    Este trabalho caracteriza-se como pesquisa descritiva e de caráter transversal, feito a partir de uma amostra não-probabilística (GIL, 1991; COSTA NETO, 1999), no qual os voluntários foram avaliados para o desempenho cognitivo através do Mini-exame do Estado Mental. Na estatística utilizou-se análise descritiva.

    Segundo GIL “a pesquisa descritiva têm como objetivo principal a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis” (GIL, 1991). Pesquisa transversal é o fenômeno é observado apenas num determinado momento do tempo, assim as variáveis preditora (intervenção/causa) e de desfecho (efeito/manifestação) são mensuradas no mesmo momento.

4.     Resultados

    18,2% dos idosos avaliados obtiveram escores entre 10 e 19 no MEEM (15,50 ± 0,71) sendo classificados como portadores de déficit cognitivo moderado. Os demais 81,8% apresentaram escores indicativos de nenhum déficit cognitivo (28,33 ± 2,06) e nenhum destes apresentou diagnóstico médico para Doença de Alzheimer. Todos os indivíduos sem comprometimento cognitivo apresentaram escores entre 24 e 30, independente da escolaridade ser de nível fundamental ou superior. Nos portadores de déficit cognitivo os escores apresentaram comportamento semelhante, situando-se entre 10 e 19, tanto para indivíduos com escolaridade de nível fundamental quanto superior. O escore médio para este instrumento foi de 10 pontos (Tabela 1), confirmando os resultados obtidos.

    Todos os indivíduos sem déficit cognitivo apresentaram escores entre 24 e 30, independente da escolaridade ser de nível fundamental ou superior. Nos portadores de déficit cognitivo os escores apresentaram comportamento semelhante, situando-se entre 10 e 19, tanto para indivíduos com escolaridade de nível fundamental quanto superior.

Tabela 1. Escores do mini-mental

Escore

Cognição

24 – 30

Nenhum déficit cognitivo

20 – 23

Déficit cognitivo leve

10 – 19

Déficit cognitivo moderado

0 – 9

Déficit cognitivo severo

5.     Conclusão

    O MEEM foi eficaz em detectar déficit cognitivo em população de alunos idosos praticantes de dança terapêutica. Não foi verificada relação entre os escores obtidos e o número de anos de escolaridade. Utilizado como instrumento de rastreio, sugere-se que indivíduos com escores no MEEM indicativos de déficit cognitivo sejam encaminhados para avaliação médica mais detalhada com vistas ao diagnóstico de Doença de Alzheimer, bem como sejam submetidos à avaliação física mais rigorosa visando detectar precocemente as eventuais perdas funcionais relacionadas à DA.

    Porém, a maioria dos estudos feitos demonstram as influências do exercício físico para idosos de forma generalizada. A área de funções cognitivas ainda carece de pesquisas específicas para os idosos. Não se sabe qual o tipo de exercício tem efeitos mais significativos, qual a intensidade, a duração etc.

    Então muitas perguntas ainda estão sem respostas. Mas os trabalhos realizados sobre as alterações causadas pela prática de atividade física nas funções cerebrais (memória, atenção, etc.) apontam em direção positiva, comprovando sua eficácia.

Referências

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