Fatores associados ao comportamento bullying no ambiente escolar Factores vinculados al comportamiento bullying en el ámbito escolar |
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*Docente do Departamento de Educação Física da Faculdade de Educação Ciências e Letras de Paranavaí, FAFIPA Mestre em Ciência do Movimento Humano, CEFID/UDESC **Docente o Mestrado em Ciência do Movimento Humano, CEFID/UDESC. Doutor em Sexualidade Humana, IASHS |
Gustavo Levandoski* Fernando Luiz Cardoso** (Brasil) |
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Resumo Este trabalho resume em tópicos os conteúdos abordados pelo autor em sua dissertação foi defendida no ano de 2009 na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Florianópolis, tendo como objeto de estudo averiguar se as variáveis cineantropométricas, auto-imagem corporal e status social são diferentes entre os alunos com característica de vítimas, agressores/vítimas e agressores de bullying, a partir da indicação dos colegas de classe, questionário e observação do pesquisador. O bullying é um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente, adotado por um ou mais alunos contra um ou outros, causando sofrimento a vítima e gerando como conseqüência, problemas psicológicos (NOGUEIRA, 2007; LOPES NETO 2005; LYZNICKI, MCCAFFREE & ROBINOWITZ, 2004). Entende o autor, a tese de que as principais hipóteses, giram em torno de acreditar que existem características físicas e pessoais que predispõem as “crianças bullying” a atuar como agressoras e vítimas desta violência sistemática no ambiente escolar. Por isso, a idéia de verificar se os fatores associados presentes como objetivo deste trabalho evidenciam diferença entre os alunos envolvidos, a fim de oferecer subsídios em ações preventivas que poderão contribuir para redução dos índices deste comportamento agressivo. Unitermos: Bullying. Ambiente escolar. Auto-imagem |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 139 - Diciembre de 2009 |
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Capítulo 1
Em sua introdução, são utilizados autores evolucionistas que direcionam um embasamento teórico retratando a semelhança existente entre humanos e animais primatas na perspectiva de comportamentos racional e irracional, ou seja, embora sejamos racionais, em alguns momentos utilizamos uma maneira primitiva para solucionar os conflitos.
Entre animais as relações de disputa de poder são marcadas principalmente para estabelecer, conquistar e marcar de seu espaço neste nicho social. Desta forma, conseguimos muito embora abstratamente notar a semelhança como homens e primatas estabelecem a luta por seus status.
No ambiente escolar parece que o “pouco” status social, influencia entre os demais colegas determinando assim um lugar na posição hierárquica. De mesma forma, o tamanho corporal é uma característica física determinante construção hierarquias, onde crianças que possuem um nível mais ou menos elevado de popularidade estão sujeitos a retaliações que agridem a reputação destes sujeitos. A utilização destes fatores de forma repetitiva ao longo do ciclo escolar evidenciam ações indiretas do fenômeno bullying.
Capítulo 2
Em sua revisão de literatura o autor constatou que o bullying é um dos importantes problemas de saúde psicológica para a vítima, e que afeta principalmente os jovens de idade escolar, justamente no período em que estão construindo de sua identidade que auxilia no processo da formação de cidadãos.
Os estudos variam muito de acordo com a idade, mas existem relatos de que os agressores podem ter seu acesso facilitado no caminho para a criminalidade, iniciado com a utilização destas práticas. Haja vista que a criminalidade existe devido a “sensação” de falta de impunidade para o agressor, que se acostuma com a falta de punição. E em relação às vítimas, a partir de certo momento que a vitimização se consolida, dificilmente haverá secção destas ações.
Por fim existente descrições, que detalham e explicam o porquê da utilização de cada fator associado contido nos objetivos.
Capítulo 3
Realizou-se um estudo descritivo-comparativo causal não probabilístico, onde participaram inicialmente 337 alunos de ambos os sexos, da 6ª série do ensino fundamental de uma escola de ensino público localizada na região da Grande Florianópolis- SC.
Com o intuito de verificar os alunos com características bullying foram utilizados o Questionário para o Estudo da Violência entre Pares de Freire et. al. (2006), um exame sócio-métrico e a observação informal (em sala de aula, recreio, nos corredores durante os intervalos de aula, nas aulas de educação física e na saída das aulas). Para a avaliação cineantropométrica foram utilizados o Somatótipo (modelo antropométrico) de Carter e Health (1990) e outras variáveis antropométricas para controle. Para avaliar a aptidão física e o desempenho motor foi utilizada a bateria de teste do Projeto Esporte Brasil (PROESP-BR). Para avaliar a satisfação corporal foram utilizadas a Escala da Silhueta Corporal de Stunkard et. al. (1983) e a Escala de Percepção Corporal, formulada pelo autor desta pesquisa. Para avaliar o nível das relações de poder e status, foi utilizada a Escala Subjetiva de Poder e Status em Sala de Aula, também formulada pelo autor desta pesquisa.
A avaliação foi administrada em três momentos na forma “duplo-cega”, no primeiro com a aplicação das escalas de silhueta, percepção da imagem corporal e status social. Em segundo a avaliação cineantropométrica, e em terceiro, aplicação das técnicas para diagnóstico do fenômeno bullying, através do questionário da violência entre pares de Freire et. al (2006), a escala sócio- métrica criada pelo autor deste estudo, e a observação do pesquisador que foi adotada durante todas as fases. O levantamento dos dados foi antecedido de um teste-piloto junto a 25 alunos de outra institição de ensino de mesma série e faixa etária, com o objetivo de realizar um treinamento dos procedimentos de coleta de dados e aplicabilidade por parte dos avaliadores e verificar a adequação ao contexto (local e tempo gasto) da coleta de dados.
No diagnóstico obtido para determinar os alunos envolvidos em problemas de bullying, foram adotados simultaneamente como critério de inclusão, a triangulação de três aspectos: 1- indicação dos colegas através de um teste sócio-métrico (avaliação pelos pares); 2- entrevista utilizando o questionário (auto-avaliação); 3- observação informal (avaliação do pesquisador). A análise estatística foi realizada utilizando os testes de Análise de Variância com Post-Hoc de Tukey, Qui-quadrado, Kruskal-Wallis para indicar a diferença entre os alunos com envolvimento bullying e correlações com coeficiente Pearson e Spearman sempre adotando um p= 0,05.
Capítulo 4 e 5
Os resultados foram apresentados de acordo com cada objetivo específico. Primeiramente, fez-se uma apresentação da maneira como se chegou aos dados que identificaram os possíveis atores que estariam envolvidos no fenômeno bullying. Em segundo lugar, informou o processo utilizado para inclusão e exclusão de alguns alunos classificados como envolvidos ou não no fenômeno. Por fim, discutiram-se as possíveis associações das características cineantropométricas e psicossociais dos alunos (vítimas, agressores/vítima e agressores) em relação ao bullying escolar.
A incidência foi de 28,3% de alunos do sexo masculino envolvidos neste fenômeno, sendo que 14,1; 4,3 e 9,8 por cento destes eram vítimas, agressores/vítimas e agressores respectivamente. Não foi possível obter um diagnóstico entre os estudantes do sexo feminino porque através da triangulação dos três aspectos para confirmar o diagnóstico não se conseguiu evidencias para apontar um claro envolvimento entre as alunas.
Através da avaliação dos fatores associados, constatou-se que os envolvidos diferenciaram-se estatisticamente em termos morfológicos, motores e na posição de status no grupo escolar. Não houve diferença entre os envolvidos em relação à auto-imagem percebida e a ideal, mas encontramos que tanto as vítimas quanto os agressores/vítimas, gostariam de serem maiores fisicamente, e que em média os agressores estão mais satisfeitos com sua imagem corporal.
Constatou uma correlação (r= 0,354; p= 0,010) entre estar envolvido em bullying e atitudes de mau comportamento e baixo desempenho escolar. Em algumas disciplinas do currículo escolar as notas que medem o desempenho acadêmico indicaram valores mais satisfatórios para as vítimas (F= 4,645; p= 0,014).
Por fim o perfil apresentado foi de que as vítimas possuem uma massa corporal total, massa corporal magra, estatura, envergadura, aptidão física principalmente nos testes que avaliam a força física, e nas relações que medem o status no meio social com valores e níveis inferiores em relação aos agressores.
Capítulo 6
A conclusão da pesquisa vem, portanto, confirmar a suposição do autor de que existam diferenças significativas entre vítimas e agressores envolvidos com bullying no ambiente escolar nos aspectos cineantropométricos e status social.
Os resultados deste estudo embora não probabilístico, vêm contribuir nas pesquisas nacionais com valores de incidência no envolvimento bullying no ambiente escolar. E nas pesquisas internacionais, contribuindo com novas hipóteses para averiguação deste fenômeno em diferentes etnias, bem como buscar estratégias que auxiliem a compreensão de melhores ações de prevenção já que são escassos os estudos com temas da área da Educação Física.
Agradecimentos
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo apoio e investimento financeiro.
Referencia
LEVANDOSKI, Gustavo. Análise de fatores associados ao comportamento bullying no ambiente escolar: características cineantropométricas e psicossociais. Dissertação de Mestrado em Ciências do Movimento Humano – UDESC, Florianópolis, 2009.
LOPES NETO, Aramis A. Bullying: comportamento agressivo entre estudantes. J Pediatr (Rio J). 81(5 Supl) 164- 172. 2005.
LYZNICKI, James M.; MCCAFFREE Mary Anne; ROBINOWITZ, Carolyn B. Childhood Bullying: Implications for Physicians. American Family Physician. Volume 70, Number 9. November 1, 2004.
NOGUEIRA, Rosana M. C. del P. de A. Violência nas escolas e juventude: um estudo sobre o bullying escolar. Tese de Doutorado em Educação, PUC-SP. São Paulo, 2007.
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revista
digital · Año 14 · N° 139 | Buenos Aires,
Diciembre de 2009 |