A relação entre as artes marciais e lutas das academias e as disciplinas de lutas dos cursos de graduação em Educação Física La relación entre las artes marciales y las luchas de los gimnasios y las disciplinas de lucha de los cursos de graduación en Educación Física The relationship between the martial arts in academies and the disciplines of figth in the graduate courses in Physical Education |
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Graduado em educação física pelo Centro Universitário da Cidade Pós-graduado em ensino superior pela Universidade Gama Filho Mestre em educação física pela Universidade Gama Filho Docente do curso de graduação em Educação Física do Centro Universitário da Cidade Professor de Educação Física da Rede Municipal de Educação de Niterói |
Marcelo Moreira Antunes (Brasil) |
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Resumo O presente estudo tem por objetivo verificar a adequação do conteúdo das disciplinas lutas do curso de educação física do Município do Rio de Janeiro frente aos conceitos praticados na práxis diárias dessas lutas. O estudo justifica-se uma vez que as lutas e as artes marciais estão cada vez mais presentes em nossa sociedade e que já permeiam o universo educacional com a inclusão das disciplinas de lutas na graduação em educação física. Para a realização do estudo foram avaliados os conteúdos das referidas disciplinas nas instituições de ensino superior e confrontados com o conteúdo e prática adotados nas academias de lutas. O universo pesquisado foi o Município do Rio de Janeiro, onde foram identificadas seis instituições de ensino superior que possuem disciplinas de lutas em suas graduações em educação física. As lutas identificadas nessas disciplinas foram Judô, Jiujitsu, Karatê, Capoeira, Boxe e Esgrima. Além das lutas específicas foram identificadas disciplinas que enfocavam várias lutas simultaneamente o que caracterizou um movimento inovador do paradigma das lutas na esfera educacional. Observou-se também a inconsistência conceitual dos termos luta e arte marcial, podendo-se destacar outras denominações tais como Defesa Pessoal e Esportes de Combate. Este conflito conceitual se manifestou entre os coordenadores de curso, que se questionavam sobre a atuação na luta, arte marcial ou esporte. O estudo concluiu que a abordagem das disciplinas de lutas e artes marciais nos cursos de Educação Física do Município do Rio de Janeiro diferem dos conteúdos abordados pelas academias de artes marciais para a formação de professores. Unitermos: Lutas. Arte Marcial. Formação de professores
Abstract This study aims to assess the suitability of the content of the disciplines of fight in the physical education course of the Rio de Janeiro City compared to the concepts applied in the praxis daily of martial arts. The study is justified because the fights and martial arts are increasingly present in our society and that already permeate the educacional universe with the inclusion of the disciplines of fighting in the physical education course. For the study were evaluated the content of these disciplines in universities and compared with the content and practice used in the academies of fight. The group studied was the city of Rio de Janeiro, where they identified six institutions that have disciplines about martial arts in their course in physical education. The fight identified in these courses were Judo, jiujitsu, Karate, Capoeira, Boxing and Fencing. Were also identified the disciplines that focus on different fight simultaneously, this is an innovative feature in the paradigm of the fight in the educational sphere. There was also inconsistency in conceptual terms of fighting and martial art, it may highlight other names such as Personal Defense and Combat Sports. This conceptual conflict occurred between the coordinators of the course, which is questioned about the activities in the fight, in the martial arts or in the sports. The study concluded that the approach of the discipline of fighting and martial arts in Physical Education courses of the City of Rio de Janeiro differ from those used by the martial arts academies for teacher training. Keywords: Fights. Martial Arts. Teacher training |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 139 - Diciembre de 2009 |
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Introdução
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (BRASIL,1997), a educação física na prática escolar tem por objetivos gerais a socialização, a eliminação da discriminação, a construção do respeito pelo próximo, a dignidade, a solidariedade, a eliminação da violência, o conhecimento sobre a cultura do Brasil e do Mundo de forma que possibilite o estreitamento de relações entre pessoas e grupos diferentes, a busca de hábitos saudáveis para o indivíduo e conseqüentemente para a coletividade, o conhecimento do próprio corpo e de suas potencialidades e limitações.
Segundo os PCNs (1997) da educação física esses objetivos, visando o desenvolvimento integral do indivíduo, devem ser trabalhados dentro do universo escolar utilizando-se das atividades corporais como veículo para alcançá-los. Das diversas atividades corporais disponíveis para essa tarefas as lutas são uma possibilidade real e também previstas neste documento. Baseadas nessa possibilidade algumas instituições de ensino superior que formam professores de educação física no Município do Rio de Janeiro, introduziram em seus currículos, disciplinas que tratam das lutas e artes marciais, oferecendo ao corpo discentes a possibilidade de trabalhar as lutas e artes marciais como ferramentas educacionais e de iniciação esportiva.
Em contrapartida existem academias que já formam professores de lutas há muitos anos e que possuem enfoques e conteúdos diversos. Essa situação de dupla possibilidade de formação despertou a curiosidade sobre a coerência entre o que é ensinado nas instituições de ensino superior que graduam os professores de educação física e os conteúdos praticados e ensinados aos alunos e professores nas escolas de lutas.
Para a realização deste estudo foram selecionadas instituições de ensino superior e Federações ou academias de lutas situadas neste Município. O conteúdo das grades curriculares dos cursos de Educação Física foi confrontado com informações obtidas através de questionário a fim de se avaliar a adequação do conteúdo das disciplinas lutas do curso de educação física do Município do Rio de Janeiro frente aos conceitos praticados na práxis diárias dessas lutas.
Luta e arte marcial
Na atual educação brasileira, como é direcionada pelos PCNs (BRASIL, 1997), há a busca pela formação do homem integral utilizando-se para isso as várias disciplinas do currículo escolar. Essas disciplinas devem ter seus conteúdos selecionados a partir de critérios específicos e ligados aos objetivos educacionais. Esses critérios observam as seguintes características: relevância social, características do aluno e características da própria área.
A relevância social enfoca as práticas da cultura corporal que se encontram mais presentes na sociedade brasileira e que, quando aprendidas e praticadas promovem a interação sócio-cultural, o lazer, a saúde pessoal e coletiva.
As características do aluno enfocam o respeito à diversidade da população brasileira, observando as regiões, cidades e localidades e suas respectivas populações, além de levar em consideração o aumento das possibilidades de aprendizagem dos indivíduos em fase escolar.
As características da própria área denotam a abrangência que a educação física tem sobre as diversas manifestações das culturas corporais em todo território nacional.
Os conteúdos selecionados a partir das características acima descritas foram organizados da seguinte forma: Conhecimento sobre o corpo; esportes, jogos, lutas e ginásticas; e ainda atividades rítmicas e expressivas.
O conhecimento sobre o corpo apesar de ser tratado como um bloco distinto permeia os outros dois, pois é fator determinante para a plenitude do desenvolvimento das atividades corporais e conseqüentemente sócio-culturais.
No bloco esportes, jogos, lutas e ginásticas está o foco importante, pois possui em seu corpo a modalidade lutas que se constitui objeto do presente estudo e por tanto se estabelece a necessidade de se definir e conceituar a modalidade e suas implicações e relevâncias no contexto educacional.
Os PCNs definem luta como:
[...] disputas em que o(s) oponente(s) deve(m) ser subjugado(s), mediante técnicas e estratégias de desequilíbrio, contusão, imobilização ou exclusão de um determinado espaço na combinação de ações de ataque e defesa. Caracterizam-se por uma regulamentação específica, a fim de punir atitudes de violência e de deslealdade. Podem ser citados como exemplo de lutas desde as brincadeiras de cabo-de-guerra e braço-de-ferro até as práticas da capoeira, do judô e do caratê (BRASIL, 1997, p.49).
Pode-se notar que nesta definição de luta existem apenas três artes marciais citadas como métodos a serem utilizados nas atividades de educação física escolar, porém, é de conhecimento público que existem muitas outras artes marciais que são praticadas em nossa sociedade.
Na língua portuguesa a palavra luta tem o sentido direto de combate, disputa, briga, conflito e resistência. Segundo o Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa, (AULETE, 1968, p. 2434), luta refere-se ao:
Combate corpo a corpo; Combate em que dois indivíduos travando-se dos braços procuram derribar-se por terra; pugna, guerra: as lutas civis. conflito, debate, controvérsia, resistência: a luta dos russos para impedir a queda de Moscou durante a segunda grande guerra.
Para este autor, Lutar é definido como “Travar-se braço a braço, corpo a corpo com outrem para o deitar ao chão; exercitar-se na luta; combater; pelejar; resistir; a ação em si”.
E ainda, segundo o Novo Aurélio Século XXI (FERREIRA,1999, p.1242), luta é definida como: “Combate corpo a corpo, sem armas, entre dois atletas que, observando certas regras, procuram derrubar um ao outro. Ex. luta livre, luta de boxe. Qualquer tipo de combate corpo a corpo. Ex. luta armada. Peleja; batalha; guerra”.
Analisando os conceitos de luta de Aulete (1968) e de Ferreira (1999) verifica-se que o caráter defensivo e social das lutas, definidos pelos PCNs (BRASIL, 1997), não é identificado por estes autores como esporte. A luta defensiva é a forma de luta mais elementar observada desde o início da civilização humana, utilizada para a defesa própria, contra animais, contra outros humanos ou grupos rivais, reagindo instintivamente a um ataque. A luta também era usada em disputas por alimento, território, pela liderança de um grupo específico ou entre grupos. O aspecto social da luta é caracterizado pelos objetivos de grupos sociais distintos, no sentido de fazer valer a vontade e os anseios deste grupo. Combater, desigualdades e discriminações sociais também faz parte da luta no seu caráter social. As lutas sociais ou de classes tem na construção de uma ideologia comum o seu fator motivador. Outra modalidade de luta é a esportiva tem por objetivo claro a competição entre dois indivíduos que buscam a vitória, determinada segundo regras pré-estabelecidas e aceitas de comum acordo. Para o competidor a vitória tem o caráter de aceitação e reconhecimento social pelo seu esforço. No contexto social a luta esportiva tem o enfoque de entretenimento.
Com base na análise da descrição padrão da palavra luta apresentada por Aulete (1968) e Ferreira (1999) e comparando-a com a conceituação feita nos PCNs (BRASIL, 1997) para luta, é notório que o último vai além do conceito lingüístico brasileiro padrão, pois se refere a idéias tais como, estratégias e combinações de ações e ainda referencia aos objetivos gerais da construção de valores morais e de sociabilidade.
Pode-se então referenciar conceitos de luta oriundos do oriente, já que artes como o judô e o caratê são citados nos Parâmetros Curriculares Nacionais. No capítulo sobre a preparação dos planos, Sun Tzu (1999, p.17) define que:
A arte da guerra é governada por cinco fatores constantes, que devem ser levados em conta. São eles: a Lei Moral, o Céu, a Terra, o Chefe, o Método e a Disciplina. A Lei Moral faz com que o povo fique de completo acordo com seu governante, levando-o a seguí-lo sem se importar com a vida, sem temer perigos. O Céu significa a noite e o dia, o frio e o calor, o tempo e as estações. A Terra compreende as distâncias, grandes e pequenas, perigo e segurança, campo aberto e desfiladeiros, oportunidades de vida e morte. O Chefe representa as virtudes da sabedoria, sinceridade, benevolência, coragem e retidão. O Método e a Disciplina são a disposição do exercito em subdivisões adequadas, as graduações de postos entre os oficiais e o controle dos gastos militares.
Na abordagem deste autor as características a serem observadas nas artes marciais, que se estabelecem antes mesmo de existir o confronto, levam a um conceito muito mais amplo de luta, considerando um aspecto sócio-politico-cultural onde toda a sociedade esta envolvida e comprometida.
A Moral leva a sociedade a trabalhar na mesma direção e conviver harmonicamente em prol do bem comum. Segundo Durkheim (1978, apud MEKSENAS, 2002, p.36), “moral é tudo quanto constitui fonte de solidariedade, tudo aquilo que ademais obriga o indivíduo a levar em conta seu próximo, a ordenar seus sentimentos tendo como base algo diverso dos impulsos do seu egoísmo”. Para Sun Tzu (1999), a moral leva o povo a permanecer de acordo com seu governante, levando-o a segui-lo em qualquer direção que ele determine. Nos PCNs (BRASIL, 1997) é identificada a lei moral quando é tratado o tema sobre a relevância social considerando a importância da seleção dos conteúdos observando a popularidade das práticas corporais que possibilitem a interação sociocultural, desta forma mantendo-se o povo em uma só direção.
O Céu e a Terra apresentado por Sun Tzu, demonstram a importância do conhecimento sobre a natureza, sobre o ambiente circundante e o quanto à integração com ele é necessária para se realizar as coisas da humanidade com sucesso. Nos PCNs (BRASIL, 1997) isso é identificado no tópico sobre as características do aluno, onde são consideradas as diferenças entre as regiões, cidades e localidades brasileiras e suas respectivas populações.
O Chefe para Sun Tzu, é simplesmente a representação e a efetivação das virtudes sociais, o exemplo a ser seguido, pois aquele que deseja um determinado comportamento dos outros em primeiro lugar deve realizar estes comportamentos em si mesmo. O Chefe é aquele que mais trabalha para o bem estar dos outros. Desta forma os PCNs (BRASIL, 1997), denotam grande importância para o trabalho do professor, que deve ser aprimorado para levar a cabo o processo de ensino aprendizagem com o objetivo de conduzir seus alunos ao mais alto nível no desenvolvimento de suas potencialidades e para isso a atualização, o planejamento e o empenho com responsabilidade deve ser buscado. A consideração por todos os aspectos da aprendizagem, psicomotor, cognitivo e afetivo, não pode ser deixado de lado.
O Método e a Disciplina apresentado por Sun Tzu representam a organização da vida, a distribuição de tarefas por competência, a administração de recursos. Em fim é a responsabilidade com as coisas materiais. Do ponto de observação dos PCNs (BRASIL, 1997) o método e a disciplina são os próprios PCNs que foram elaborados com o objetivo de organizar, normatizar, direcionar orientar os trabalhos executados pelos professores propondo métodos de comportamento educacional e organizacional com o objetivo de extrair o máximo dos alunos. O estabelecimento da filosofia e da política educacional a ser seguida por todos os docentes é em si o método e a disciplina preconizada por pelo autor.
Quanto à eliminação da violência, é discutida por Sun Tzu (1999, p.25) no capítulo sobre a Espada Embainhada, onde o autor é bem claro sobre o tema: “Lutar e vencer todas as batalhas não é a glória suprema. A glória suprema consiste em quebrar a resistência do inimigo sem lutar”. Este trecho demonstra a preocupação de se evitar a batalha até que se esgotem todas as possibilidades de vitória sem luta. E enfatizando a não violência pode-se citar um provérbio shaolin que diz: “Aprenda antes a preservar que destruir. É melhor evitar que enfrentar, enfrentar que machucar, machucar que mutilar, mutilar que matar, pois a vida é preciosa demais e nenhuma pode ser substituída” (CHOW; SPANGLER, 1982, p.9).
Este conjunto de pensamentos e comportamentos explicita o conceito oriental de luta, que é apenas um elemento de um processo educacional voltado para a convivência em sociedade, chamado arte marcial. Desse modo se estabelece o conceito de arte marcial que passa a ter sentido mais adequado para o processo educacional ao invés da utilização do termo luta simplesmente. Em termos lingüísticos, arte marcial é uma palavra composta que é determinada por arte e marcial, onde segundo Aulete (1968, p.399) arte é o:
Conjunto de preceitos e regras para fazer qualquer coisa. Aplicação dos conhecimentos humanos à execução de um pensamento. Atividade criadora do espírito humano. O saber, a habilidade, a perícia em empregar os meios necessários para conseguir um resultado.
E marcial segundo Aulete (1968, p.2515) é: “Adjetivo. Bélico, belicoso: guerreiro, militar. Que tem aparência destemida: fisionomia marcial”.
Tais definições podem ser acrescidas das definições de Ferreira (1999, p.204, 1284) que descreve arte: como “Capacidade que tem o ser humano de por em prática uma idéia, valendo-se da faculdade de dominar a matéria. A utilização de tal capacidade, com vistas a um resultado que pode ser obtido por meios diferentes: A arte militar”. E, para este autor, Marcial, significa “respeitante à, ou próprio da guerra, bélico. Belicoso, aguerrido. Relativo a militares ou guerreiros”.
A partir do exposto acima a arte marcial é um método composto por um conjunto de técnicas que, aprendidas e treinadas, podem levar o indivíduo a um nível de desenvolvimento das aptidões física, mental e espiritual, propiciando-lhe condição de superar ou adaptar-se com sucesso a situações e fatos adversos ou inesperados, utilizando-as simultaneamente com criatividade, seja de maneira premeditada ou espontânea, objetivando o bem comum.
Metodologia
Para esse estudos se procedeu uma coleta de dados em duas fases. A primeira se identificou as instituições de ensino superior que possuem cursos de graduação em educação física no Município do Rio de Janeiro. A partir dessa identificação, verificou-se a existência das disciplinas que abordem as artes marciais e as lutas, além de suas manifestações mais modernas. Após a verificação da existência de tais disciplinas se procedeu a análise das ementas dessas disciplinas para avaliar seus objetivos educacionais e seus conteúdos. A segunda fase foi realizada através da aplicação de um questionário, composto por 10 questões fechadas, a professores de artes marciais e lutas identificadas nas disciplinas dos cursos de graduação em educação física.
Foram selecionadas lutas e artes marciais abordadas nos cursos de Educação Física das instituições de ensino superior do Município do Rio de Janeiro. Desta forma foram selecionadas o Boxe, a esgrima, o judô, o karatê, o jiujitsu e a capoeira.
Os professores selecionados para o estudo deveriam ter experiência no mercado de pelo menos dez anos de prática no ensino de sua modalidade, e ainda ter experiência com aulas para crianças de 10 à 13 anos de idade. Os professores selecionados não deveriam ter vínculos com a educação física acadêmica diretamente, ou seja, não deveriam ser graduados por instituição de ensino superior. Foram aplicados questionários em um professor por modalidade.
A formação do professor de lutas e artes marciais no enfoque das instituições de ensino superior
Com o intuito de discutir a formação do professor de lutas e artes marciais, no enfoque das instituições de ensino superior, foram avaliadas as grades curriculares das seis instituições que oferecem disciplinas de lutas no curso de Educação Física, situadas no Município do Rio de Janeiro, que foram identificadas, neste estudo, da seguinte maneira:
Instituição A – Universidade pública estadual
Instituição B – Universidade particular
Instituição C – Universidade particular
Instituição D – Universidade pública federal
Instituição E – Universidade particular
Instituição F – Universidade particular
Da grande variedade de artes marciais e lutas que são encontradas pelo Mundo e também no Brasil, apenas seis foram identificadas pelo presente estudo, pois foram as únicas que apresentaram representatividade nas instituições pesquisadas. Das modalidades encontradas como disciplinas na graduação de Educação Física das instituições pesquisadas, três foram classificadas como artes marciais, são elas: Judô, Karatê e Capoeira e duas como lutas, que são: Boxe e Esgrima. Essa classificação baseia-se na discussão conceitual apresentada anteriormente.
Em algumas delas a disciplina lutas é apenas uma apresentação de algum tipo de luta ou arte marcial. As modalidades identificadas foram o boxe, a esgrima, o judô, o karatê, o jiujitsu e a capoeira, sendo que, o jiujitsu aparece dentro da disciplina Lutas da Instituição B, como conteúdo de uma unidade. Dessas seis instituições, três delas mantém uma postura técnica com relação aos conteúdos das mesmas, isto é, o ensino de regulamentos e técnicas predominantemente, com caráter esportivo da modalidade. Quanto a isso afirma Alves Junior (2006) que o principal foco das lutas nos cursos de graduação em educação física é a ênfase nas técnicas e na competição, estreitando as possibilidades de utilização das lutas como instrumento educacional.
Em duas instituições pode-se verificar uma mudança de paradigma no que diz respeito às artes marciais e sua prática pedagógica. Disciplinas tais como Lutas e Esportes de Combate começam a serem implementadas demonstrando uma nova possibilidade na sua abordagem. Por outro lado a instituição F, possui a disciplina Lutas em sua grade curricular, mas, no entanto, não possuía uma ementa definida, no momento da coleta dos dados, para o seu inicio nos próximos semestres, já que o curso de educação física tinha sido recentemente implantado.
A arte marcial que mostrou mais presente como disciplina na graduação de educação física foi o Judô, com 44% de ocorrência, em segundo lugar vem a Capoeira, com 14% de representatividade. As disciplinas que propõem um novo paradigma na abordagem das lutas e artes marciais se encontram em destaque, a disciplina com o nome de Lutas apresenta 14% de ocorrência junto com a capoeira e a disciplina denominada Esportes de Combates apresentam 7% de ocorrência, junto com a Esgrima, o Boxe e o Karatê.
Analisando as ementas reunidas das disciplinas de lutas pode-se fazer um diagnóstico da ênfase dada por elas em sua prática docente e que tipo de formação possibilita a sua aplicação aos futuros professores de educação física.
Pôde-se verificar que, nas ementas das disciplinas que abordam as lutas e artes marciais, há uma ênfase maior aos aspectos técnicos e práticos, que englobam: os fundamentos técnicos, termos técnicos, uniformes, materiais, regras, arbitragem, organização de campeonatos, procedimentos do professor e formação prática. Já nos aspectos teóricos as ementas se detêm em: metodologia de ensinos (das técnicas), avaliação da aprendizagem técnica, fisiologia, psicomotricidade, didática, prevenção de acidentes, mercado de trabalho, história e aspectos sócio-educativos. Os temas como valor cultural, a influência da cultura oriental na formação do aluno, conceituação do que é luta e arte marcial, integração das lutas à educação física escolar, a influência da filosofia oriental na formação sócio-cultural e ética esportiva, são muito pouco abordados nas ementas das disciplinas analisadas. Os aspectos pedagógicos pertinentes à utilização das lutas como conteúdo da educação física escolar nem são citados como possibilidade nas ementas analisadas.
Desta forma, as disciplinas que abordam as lutas e artes marciais, tratam principalmente dos aspectos técnicos, deixando de lado as diversas possibilidades educacionais que as lutas e artes marciais podem proporcionar. Fica assim caracterizada uma formação tecnicista, baseada em conteúdos excessivamente técnicos e práticos, voltados para aspectos esportivos e de alto rendimento.
Outra questão observada é a abordagem de certos temas, tais como: didática, avaliação, metodologia de ensino, análise dos sistemas escolares, fisiologia e biomecânica. Esses temas, em um currículo de educação física, possuem suas próprias disciplinas e neles são tratados com profundidade em cargas horárias que podem chegar às 120 horas / aula por semestre letivo. Desta forma, o retorno desses temas como destaque nas disciplinas de lutas, pode demonstrar a inexistência de comunicação entre as disciplinas e conseqüentemente a ausência de interdisciplinaridade. As disciplinas de lutas, portanto, são tratadas como estanques, modulares e desvinculadas da formação integral do futuro professor.
A conceituação das lutas e artes marciais tem demonstrado a sua necessidade quando se observa a nomenclatura utilizada nas ementas das disciplinas sobre lutas. É possível identificar em uma mesma ementa a utilização de vários nomes para se referir ao mesmo tema. Nomes como Lutas, Artes Marciais, Defesa Pessoal e Esportes de Combates são, freqüentemente, usados como sinônimos, sem a preocupação com a definição do que são em suas concepções etimológicas. Há a percepção que em alguns estudos essa preocupação se mostra aparente, tais como em Tojal (2004) que separa Lutas, Artes Marciais e Capoeira, Nunes (2006) que categoria artes marciais e lutas e Silva, Lourenço e Teixeira (2009) que apontam a necessidade de se diferenciar lutas e artes marciais. Esse é o caso da ementa da instituição C, que apesar de apresentar uma proposta nova, esbarra no conflito conceitual.
No movimento presente nas disciplinas que tratam das lutas de forma mais genérica, pode-se notar através das ementas apresentadas, a vontade de se mudar a abordagem sobre as lutas e artes marciais, mas para que isso ocorra, há a necessidade de se discutir mais sobre a conceituação das lutas e artes marciais. Essa discussão deve objetivar a delimitação da amplitude de ação de cada uma delas, baseado nos conceitos estabelecidos em consenso.
Nas ementas das citadas disciplinas há ainda a questão da incoerência entre objetivos e conteúdos. Segundo Haidt (2001, p.113) “objetivos educacionais são os resultados desejados e previstos para a ação educativa. São os resultados que o educador espera alcançar com a atividade pedagógica”. E esses objetivos nascem de um planejamento educacional racional. A partir dos objetivos educacionais bem estruturados baseados na realidade, é que se selecionam os conteúdos a serem utilizados para que se alcancem os objetivos pré-estabelecidos. Portanto, os conteúdos selecionados devem possibilitar ao docente alcançar os objetivos propostos.
No caso das ementas citadas, essa incoerência apontada entre objetivos e conteúdos pode não ser identificada em alguns casos. Por exemplo, o caso da instituição D que apresenta o texto: “Vivência orientada e estudo reflexivo das metodologias para a prática educativa do(a) (modalidade)”, como ementa das 5 disciplinas que oferece. Neste caso não apresenta nem objetivos e nem conteúdos para a proposta das ementas. Outro exemplo é a instituição A que apresenta como objetivos ‘a aquisição de honestidade na avaliação, assiduidade, pontualidade, higiene, disciplina e participação nas aulas, além de executar rolamentos, imobilizações e projeções’. Para isso a instituição propõe como conteúdos, ‘rolamentos, imobilizações, projeções, fases da aprendizagem, procedimento do professor, regras e arbitragem’. Para o aprendizado de execução de rolamentos, imobilizações e projeções há conteúdos pertinentes, mas para honestidade, assiduidade, pontualidade, higiene e disciplina, não é identificado conteúdo correlato. Já na instituição E é proposto, entre outros, o objetivo de estudar a África, situação social da capoeira, porém nos conteúdos não se identifica nenhum material que fale sobre a África, nem da capoeira praticada neste continente, somente as técnicas e filosofia da Abadá capoeira, que foi desenvolvida aqui no Brasil.
Haidt (2001, p.129) trata da relação entre objetivos e conteúdo quando descreve os critérios de seleção de conteúdos e um deles é:
Validade – Deve haver uma relação clara entre os objetivos a serem atingidos com o ensino e os conteúdos trabalhados. Isso quer dizer que os conteúdos devem estar adequados e vinculados aos objetivos estabelecidos para o processo de ensino e aprendizagem. Portanto, em primeiro lugar, os conteúdos são válidos quando estão inter-relacionados com os objetivos educacionais propostos.
Desta forma a coerência entre os objetivos e conteúdos das disciplinas que tratam das artes marciais e das lutas também deve existir, para que a sua utilização na formação integral do futuro docente tenha significado e relevância.
A formação do professor de lutas e artes marciais no enfoque das respectivas federações
Cada uma das modalidades pesquisadas pelo estudo apresentou características próprias na formação de seus professores, que estariam aptos a ministrar aulas de suas modalidades, referendados pelas suas entidades de organização como federações e confederações.
Com base nas informações obtidas através dos questionários, pode-se identificar um ponto em comum na formação de professores / técnicos, do boxe e da esgrima, ambos possuem cursos específicos para a sua formação. Desta forma nem todos os praticantes se tornam professores, podendo praticar a vida inteira sem a responsabilidade de transmitir nenhum conhecimento ou técnica. Apenas aqueles que realmente se propuserem a isso, freqüentam os cursos específicos para a formação desejada.
Nas artes marciais identificadas no estudo, o tempo necessário para se formar um professor varia entre 5 a 10 anos, já nas lutas identificadas o tempo fica entre dez semanas para o boxe e um ano para a esgrima. No boxe as dez semanas de curso na Federação são apenas a primeira parte da formação, pois ela continua com a freqüência do aluno em lutas oficiais como segundo técnico, desta forma o técnico iniciante ganha experiência prática para assumir como primeiro técnico depois de alguns anos. Por tanto nas escolas onde se pratica as lutas e artes marciais, a condição para se formar um professor é um longo e árduo caminho a ser trilhado, em horas extensas de treinamentos e estudos que não se limitam às questões técnicas.
Quanto aos conteúdos dessas formações, tanto as lutas como as artes marciais possuem um vasto conteúdo técnico a ser aprendido, além da parte teórica disponível em bibliografia específica das modalidades e ematividades direcionadas como ofinicas e workshops. Para o boxe os conteúdos se baseiam apenas nas técnicas. Para a esgrima são: parte técnica, pedagogia da esgrima, teoria, informática, administração da Sala D’ Armas e história.
No jiujitsu houve a identificação de que não há um consenso sobre os conteúdos a serem desenvolvidos para a formação do professor, a Federação em conjunto com a Confederação Brasileira estão discutindo, atualmente, o conteúdo mais adequado. Porém o que se verifica na fala dos professores é um total desacordo quanto aos conteúdos e tempo necessário para se formar um faixa-preta da modalidade.
Já no caso do karatê pode-se verificar que os conteúdos são compostos de Kihon (bases, socos, chutes e defesas), Katas (Coreografias de ataques e defesas), Kumitê (técnicas de combate), história do karatê e filosofia (Dojo-kun). Desta forma o Karatê cria um corpo prático-teórico muito consistente e de certa forma bastante uniforme.
A Capoeira demonstrou que as técnicas são importantes para a formação, porém os ritmos, a música, os instrumentos, a história e os costumes também são fundamentais. Deve-se ressaltar que há a possibilidade de variação dos conteúdos da Capoeira, já que existem variadas escolas e tendências tais como a capoeira Regional e de Angola.
No judô o conteúdo para a formação de professores se apresenta muito claro e organizado e é composto de Nage-waza (Projeções), Katame-waza (domínio no solo), história, filosofia e costumes.
No que diz respeito às características que um professor deve ter, cada informante relacionou uma variedade distinta, o que demonstra o tipo de professor objetivado por cada uma e seu enfoque predominante. Na esgrima essas características devem ser: Paciência, organização, Conhecimento de informática, disciplina e estudo continuado. Para o boxe os atributos que um bom técnico deve possuir são: Amor ao esporte, cavalheirismo e disciplina. No jiujitsu são destacados: o caráter do professor, a boa índole e a formação de valores como sendo de grande importância, além de ser exemplo dentro e fora da classe. Segundo a Federação estadual de Karatê os atributos do professor devem ser paciência, humildade, perseverança, disciplina, caráter pacífico e senso de justiça. Já a capoeira foca os atributos do professor em sua atuação junto aos alunos no que tange a formação de cidadãos participativos socialmente. O judô determina que o professor deve ter atributos tais como: Disciplina, educação, higiene, conhecimentos da filosofia do judô, humildade, formação continuada, participação social, bom caráter e senso de justiça.
Todas as modalidades foram concordantes em relação ao ensino e importância dos valores éticos e morais, hierarquia, tradições e histórias para professores e alunos. Com exceção da esgrima que no item história e tradições não acha ser relevante o seu ensino para os alunos, mas sim, apenas para os professores a se formar.
Na questão sobre o que é ensinado aos alunos iniciantes, em ordem de importância, o boxe destaca as técnicas, disciplina e a hierarquia. A esgrima privilegia apenas as técnicas de deslocamento, empunhadura e guarda. O jiujitsu valoriza a amizade entre os alunos e o respeito à hierarquia. Para o karatê o ensino do Dojo-kun (Esforçar-se para a formação do caráter; criar o intuito do esforço; respeitar acima de tudo; conter o espírito de agressão e fidelidade para com o verdadeiro caminho da razão) tem especial importância. Na capoeira a amizade, os ritmos, as técnicas e a cultura do nosso país são os pontos mais importantes a serem ensinados. O judô enfatiza a educação, a disciplina, a história do judô e o aprendizado da queda (aprender a cair).
Considerações finais
Com base na pesquisa documental e no levantamento realizado através de questionário pode-se aceitar a hipótese de que as disciplinas que abordam as lutas e artes marciais nos cursos de Educação Física das Instituições de Ensino Superior do Município do Rio de Janeiro não possuem conteúdos concordantes com os que são ensinados pelas academias e Federações que, tradicionalmente, formam professores dessas modalidades.
A analise das ementas dos Cursos de Educação Física revelou que os conteúdos são enfaticamente técnicos, caracterizando uma educação física eminentemente tecnicista. Mesmo nas disciplinas que investem em um novo paradigma para a utilização das lutas como instrumento educacional, incorre no não estabelecimento de um conceito claro do que é arte marcial, luta ou esportes de combate, o que, provavelmente, pode ser fator na seleção de conteúdos que se relacionam com os objetivos educacionais propostos ainda atrelados a conceitos esportivizados. Na abordagem conceitual de luta e arte marcial, exposto na parte preliminar do presente estudo, demonstra que luta é apenas o confronto, o ato do combate ou a disputa, já as artes marciais são um conjunto de técnicas e conceitos treinados para se alcançar um objetivo individual ou coletivo de forma que o bem comum seja sempre preservado. Desta forma a luta é apenas uma parcela de um todo maior que entendemos como arte marcial.
A ênfase nas questões técnicas, nos regulamentos, na arbitragem, nas técnicas de avaliação de comportamentos motores observáveis e ainda nas metodologias de ensino das técnicas, coloca a formação dos professores de educação física distantes do universo real das artes marciais inseridas no contexto social. Com o objetivo de se proporcionar iniciação esportiva para alunos do ensino fundamental e médio, a formação do professor não passa de uma transmissão de técnicas, sem considerar as questões filosóficas, éticas e disciplinares que são foco de estudo na prática diária das lutas e artes marciais nas Academias. O estudo das questões dos valores morais e éticos são, para os orientais, os alicerces para a compreensão das artes marciais como meio de educar o homem social, possibilitando, conseqüentemente, a abordagem dos temas agressão e violência de forma que se construa um entendimento onde o respeito e a harmonia entre os homens se estabeleça como fundamento primordial.
No universo das federações de lutas e artes marciais, cada modalidade tem suas próprias características organizacional, mas em todas elas pode-se achar pontos convergentes. Temas como disciplina, hierarquia, amizade, formação de valores, ética, cultura, história e tradições sempre se mostram presentes nas práticas das lutas e das artes marciais. Segundo Finn (1988) o componente filosófico que embasa as arte marciais é, obviamente o que possibilita a construção de uma correta conduta moral do praticante. As técnicas desenvolvidas e do aprimoramento físico que permeiam todas elas podem levar o estudante a conhecer os temas acima citados. Nas palavras de Funakoshi (1975) a prática verdadeira pode levar o praticante a se conhecer profundamente e a estabelecer para si mesmo uma ética para a vida.
Deste modo, observa-se que, com todos esses recursos técnicos e teóricos, as lutas e as artes marciais propiciam uma relação social construtiva através da formação do caráter e de valores sociais, características que somente são viáveis se o aluno for exposto a alguns anos de prática sob a orientação de um professor adequadamente formado, situação que não é possível em um curso de graduação dem educação física, pois a carga horária é incompatível com a necessidade da formação apresentada pelas principais lutas e artes marciais.
Porém, já se vislumbram iniciativas de mudança no paradigma da abordagem das lutas e artes marciais como possibilidade educativa, mesmo que ainda muito modestas. Já se demonstram interesse e atenção sobre o tema Luta tão destacados nos PCNs (BRASIL, 1997) como ferramentas que possibilitam o processo educacional. A utilização das lutas e das artes marciais como meio de formação do homem integral, que respeita, constrói, participa e transforma sua realidade de modo a possibilitar um convívio harmonioso no seu contexto social.
Entretanto as lutas e artes marciais são temas que ainda carecem de estudos e aprofundamentos teóricos que permitam um entendimento amplo sobre as possibilidades de uso como conteúdo pedagógico na educação física escolar. Por certo podemos afirmar que esses conteúdos são explorados de forma sub-valorizadas no sentido de contribuir para a formação do homem integral em nossa sociedade. Cabe aos professores de educação física explorar esses conteúdos, a exemplo dos demais desportos, de forma a integrá-los como um forte instrumento educacional que auxilia na práxis educacional da educação física.
Referências bibliográficas
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digital · Año 14 · N° 139 | Buenos Aires,
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