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Resposta de mulheres idosas praticantes de dança 

de salão ao Mini Exame de Estado Mental (MEEM)

Respuesta de mujeres mayores practicantes de danza de salón al Mini Examen de Estado Mental (MEEM)

Response of older women practitioners dance hall of the Mini Mental State Examination (MMSE)

 

Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Atividade Física para Idosos – GEPAFI

Universidade de Brasília – UnB, Brasília-DF

(Brasil)

Edvânia Pereira de Almeida

Márcio de Moura Pereira

Marisete Peralta Safons

vaniapalmeida@gmail.com

 

 

 

Resumo

          Introdução: Além das alterações motoras na velhice, as de origem neuropsicológicas envolvidas no processo cognitivo, tais como o aprendizado e memória, constituem um dos principais alvos de pesquisas realizadas sobre senescência, já que estas alterações podem comprometer o bem estar biopsicossocial do idoso impedindo a continuidade da sua vida social de forma participativa, interagindo com os familiares em particular e com a sociedade no geral. Objetivo: Avaliar a resposta de mulheres idosas praticantes de dança de salão ao Mini Exame de Estado Mental (MEEM). Material e métodos: Este estudo caracterizou-se como pesquisa descritiva, de caráter transversal e foi realizado na UnB-GEPAFI. A amostra aleatória contou com 8 idosas (idade = 69,75 ± 7,25 anos) praticantes regulares de dança de salão, matriculadas na atividade no primeiro semestre de 2009 do GEPAFI. A amostra foi avaliada através do Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), estatística descritiva (média e desvio-padrão). Resultados: Das idosas avaliadas 75% apresentaram nível de escolaridade superior, 12,5% nível fundamental e 12,5% cursou apenas o primário. Não foi verificada relação entre os escores obtidos e o número de anos de escolaridade. Indivíduos sem comprometimento cognitivo apresentaram escores entre 24 e 30, 87,5%, tanto para indivíduos com escolaridade de nível fundamental quanto superior. Para o caso da portadora de déficit cognitivo (comprometimento cognitivo moderado) o escore ficou entre 10 e 19, 12,5%, sendo que este indivíduo possuía menos que 8 anos de escolaridade. Conclusão: O MEEM foi eficaz em rastrear possíveis portadores de demências na população de mulheres idosas que praticam dança de salão regularmente.

          Unitermos: Cognição. Idosos. Dança

 

Abstract

          Introduction: In addition to motor abnormalities in aging, the origin of neuropsychological involved in cognitive processes, such as learning and memory, are a major target of the studies about senescence, as these changes may compromise the psychosocial well-being of the elderly by preventing the continuity of social life in a participatory manner, interacting with the family in particular and society in general. Objective: To evaluate the response of elderly women practicing ballroom dancing to the Mini Mental State Examination (MMSE). Methods: This study characterized as descriptive, crosscutting and was held at UnB-GEPAFI. The random sample was attended by 8 women (age = 69.75 ± 7.25 years) practicing regular ballroom dancing, enrolled in activity in the first half of 2009 the GEPAFI. The sample was assessed using the Mini-Mental State Examination (MMSE), descriptive statistics (mean and standard deviation). Results: Among elderly women 75% had higher education level, 12.5% primary level and 12.5% attended only primary school. There was no relationship between the scores and the number of years of schooling. Individuals with no cognitive impairment had scores between 24 and 30, 87.5%, both for individuals with elementary education and higher education. In the case of carrier of cognitive impairment (mild cognitive impairment) the score was between 10 and 19, 12.5%, and this individual had less than 8 years of schooling. Conclusion: The MMSE was effective in tracking possible carriers of dementia in the population of elderly women who practice ballroom dancing regularly.

          Keywords: Cognition. Elderly. Dance

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 138 - Noviembre de 2009

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1.     Introdução

    Nas últimas décadas, ocorreu no Brasil um grande e rápido crescimento da população de idosos. O envelhecimento populacional tem sido uma preocupação constante dos órgãos de saúde pública dos países desenvolvidos e em desenvolvimento (WHO, 2007).

    O Brasil tem aproximadamente 15 milhões de pessoas com 60 anos ou mais (8,6% da população brasileira). Nos próximos 20 anos a população idosa do Brasil poderá ultrapassar os 30 milhões de pessoas e deverá representar quase 13% da população ao final deste período, no mundo, em 2050, um quinto da população será de idosos (IBGE, 2002).

    A população mundial de idosos também aumenta e cresceu na alta taxa de 2,4% por ano durante a última década, particularmente o grupo com 85 ou mais anos de idade. O crescimento dessa população vem ocorrendo de forma acelerada e em condições sócio-econômicas e culturais desfavoráveis e que trazem impactos negativos para a qualidade de vida do indivíduo idoso, para a família e para o Sistema Único de Saúde (SUS). As estimativas para a população idosa brasileira apontam que o país, em duas décadas, terá 32 milhões de pessoas com idade superior a 60 anos, sendo o sexto país com o maior contingente de idosos no mundo (LAUTENSCHLAGER, 2007).

    Além das alterações motoras na velhice, as de origem neuropsicológicas envolvidas no processo cognitivo, tais como o aprendizado e memória, constituem um dos principais alvos de pesquisas realizadas sobre senescência, já que estas alterações podem comprometer o bem estar biopsicossocial do idoso impedindo a continuidade da sua vida social de forma participativa, interagindo com os familiares em particular e com a sociedade no geral.

    Novas estratégias têm sido utilizadas para avaliação do desempenho cognitivo de idosos com o intuito de diagnosticar precocemente as demências ou retardar os sintomas de uma possível alteração neurológica (BUSTAMENTE et al., 2003). A avaliação do estado mental de idosos é importante para elaboração de planos de reabilitação e de políticas de prevenção de saúde mental (MALLOY-DINIZ e CARVALHO, 2001).

    A avaliação geriátrica associa as informações obtidas na história clínica e no exame físico tradicionais com aquelas produzidas por um conjunto de instrumentos específicos. Eles permitem detectar incapacidades, planejar cuidados prolongados, avaliar a gravidade da doença e avaliar o progresso do paciente.

    Entre os instrumentos de avaliação geriátrica, destacam-se aqueles que avaliam o idoso do ponto de vista cognitivo, necessários tanto em ambientes especializados, quanto como parte da atividade semiótica em ambientes menos especializados de atenção à saúde.

    O Mini-exame do Estado Mental (MEEM) segundo Farinatti (2008) é um instrumento psicométrico usado mundialmente para avaliar estados demenciais em pessoas idosas. O MEEM foi escolhido a partir de estudos realizados por Bertollucci et. al. (1994) e Almeida (1998).

    É provavelmente o instrumento mais utilizado mundialmente, possuindo versões em diversas línguas e países. Já foi validado para a população brasileira. Pode ser usado como teste de rastreio para perda cognitiva ou como avaliação cognitiva de beira de leito. Não pode ser usado para diagnosticar demência (FOLSTEIN, 1998).

    Como instrumento clínico, pode ser utilizado na detecção de perdas cognitivas, no seguimento evolutivo de doenças e no monitoramento de resposta ao tratamento ministrado. Como instrumento de pesquisa, tem sido largamente empregado em estudos epidemiológicos populacionais, fazendo parte integrante de várias baterias neuropsicológicas, tais como as do CERAD (Consortium to Establish a Registry for Alzheimer´s Disease) (MORRIS JC, HEYMAN A, MOHS RC, et al., 1989), CAMDEX (Cambridge Mental Disorders of the Elderly Examination) (ROTH M, TYM BK, MOUNTJOY CQ, et al., 1986) e SIDAM (Structured Interview for the Diagnosis of Dementia of Alzheimer´s type, Multiinfarct Dementia) (ZAUDIG M, MITTELHAMMER J, HILLER W, et al., 1991) entre outras pesquisas clássicas.

    O MEEM possui diversas questões tipicamente agrupadas em sete categorias, cada uma delas planejada com o objetivo de avaliar funções cognitivas específicas: orientação de tempo (5 pontos), orientação para local (5 pontos), registro de três palavras (3 pontos), atenção e cálculo (5 pontos), lembrança de três palavras (3 pontos), linguagem (8 pontos) e capacidade construtiva visual (1 ponto).

    O escore do MEEM pode variar de um mínimo de 0 até um total máximo de 30 pontos. Sofre influência significativa da idade e da escolaridade do indivíduo, sugerindo a necessidade de se utilizar pontos de corte diferenciados. De acordo com Bertolucci et al. (1994) a ausência de transtorno cognitivo é dada pelos seguintes valores de corte: 13 para analfabetos; 18 para indivíduos com 1 a 7 anos de escolaridade e 26 para 8 anos ou mais de escolaridade (OLIVEIRA et al., 2006).

    A escolaridade e a idade são variáveis de muita influência na pontuação do MEEM. Vários estudos em diferentes países demonstraram que, mesmo em pessoas que não apresentavam evidências de déficit cognitivo, quanto menor a escolaridade e maior a idade, menor era a pontuação no MEEM (JAQMIN-GADDA et al., 1997; CALLAHAN et al., 1996; GRIGOLLETO et al., 1999; BERTOLLUCCI et al., 1994).

    Em países desenvolvidos, onde a média de escolaridade dos idosos é elevada, ultrapassando geralmente 12 anos de escolaridade formal (correspondente aos ensinos fundamental e médio em nosso país), o ponto de corte mais comumente usado em estudos clínicos e epidemiológicos para demência é de 24 pontos (AEVARSSON e SKOOG, 2000; FRATIGLIONI et al., 1993).

    No Brasil, em virtude do grande número de indivíduos analfabetos e com baixa escolaridade, a estratificação dos pontos de corte de acordo com a escolaridade assume grande importância, já que diminui a possibilidade de classificar erroneamente idosos que apresentam performance cognitiva compatível com a sua escolaridade como portadores de déficit cognitivo.

    BORGES et al., (2007) observaram que a escala tem boa consistência interna e confiabilidade teste-reteste (0,80 a 0,95). Eles também demonstraram que o ponto de corte 23/24 tem boa a excelente sensibilidade (54% a 100%) e especificidade (62% a 100%) para o diagnóstico de demência.

    A expectativa de vida na terceira idade aumenta de acordo com a melhoria da qualidade de vida desses, ou seja, com o controle das doenças infecto-contagiosas. Esse controle está associado ao modo de vida que estes apresentam durante toda a vida: a prática regular de exercícios físicos e os bons hábitos alimentares.

    O envelhecimento vem acompanhado de uma série de efeitos nos diferentes sistemas do organismo que, de certa forma, diminuem a aptidão e a performance física. No entanto, muitos destes efeitos deletérios são secundários à falta de atividade física. Por esta razão a prática do exercício físico regular torna-se fundamental nesta época da vida.

    A atividade física regular na terceira idade proporciona múltiplos efeitos benéficos a nível antropométrico, neuromuscular, metabólico e psicológico, o que além de servir na prevenção e tratamento das doenças próprias desta idade (Hipertensão arterial, enfermidade coronariana, osteoporose, etc.), melhora significativamente a qualidade de vida do indivíduo e sua independência.

    O sedentarismo na velhice é fator preocupante, pois se percebe que idosos que não têm estilo de vida ativo enfrentam problemas patológicos relacionados à inatividade física e à exclusão social (HALLAGE, 2008 e BRACH et. al., 2004).

    Nessa perspectiva exercício físico atrai muita atenção, por melhorar a condição cardiorrespiratória, diminuir o risco de doenças crônico-degenerativas, além de promover uma série de alterações nos sistemas orgânicos. Essas alterações possuem um potencial efeito protetor, no sentido de reduzir o ritmo desse processo evolutivo de perdas cognitivas (COUTINHO FILHO, 2008).

    Para a Organização Mundial de Saúde - OMS (2002) a participação em atividades físicas leves e moderadas pode retardar os declínios funcionais devidos ao envelhecimento. Assim, uma vida ativa melhora tanto a saúde física, quanto mental e contribui para o controle de desordens como a depressão e a demência. Existe evidência de que idosos fisicamente ativos apresentam menor prevalência de doenças mentais do que os não-ativos.

    A participação em atividade física regular (exercícios aeróbicos e de força) fornecem um número de respostas favoráveis que contribuem para o envelhecimento saudável. Muito tem sido aprendido recentemente em relação a adaptabilidade dos vários sistemas biológicos, assim como os meios em que o exercício regular pode influenciá-los. A participação em um programa de exercício regular é uma modalidade de intervenção efetiva para reduzir/prevenir um número de declínios funcionais associados ao envelhecimento.

    A dança é considerada uma atividade coadjuvante da terapêutica de várias doenças. Além disso, também proporciona condicionamento físico, integração social e lazer a indivíduos idosos, com inúmeros benefícios psicológicos já descritos (ALMEIDA, PEREIRA e SAFONS, 2009). Para esses autores dança de salão pode ser definida como uma modalidade de dança na qual os pares de dançarinos sincronizam passos e figuras ao som da música, mantendo-se dentro de normas sociais em relação ao contato entre eles e com os outros pares no salão.

    Segundo Pinto et. al. (2008) a dança no enfoque do idoso surge como uma atividade física de características variadas que proporciona o cuidado com o corpo, mente e também com as relações sociais, pois na maioria dos casos essa atividade é realizada em grupo. Para esses autores a dança é uma atividade física recreativa identificada como uma das intervenções de saúde mais significativas na vida das pessoas de idade mais avançada.

    Leal e Haas (2006) relatam que a dança pode ter seis funções - auto-expressão, comunicação, diversão e prazer, espiritualidade, identificação cultural, ruptura e revitalização da sociedade. Eles complementam citando que a dança tem um forte caráter sociabilizador e motivador, seja em par ou sozinho, seja idoso ou criança, seja homem ou mulher, ao dançar todos se sentem bem.

    A dança tem surgido como instrumento potencializador para melhoria da qualidade de vida em idosos, mesmo com a grande gana de limitações que surgem com o passar dos anos. Seus benefícios gerados são inúmeros, contudo deve haver um conhecimento especifico do professor das limitações de cada aluno presente, pois a terceira idade é considerada um grupo de risco onde se deve trabalhar com extrema segurança.

     A dança é a melhor opção para indivíduos da terceira idade, pois é uma atividade realizada em grupo facilitando a integração e fortalecimento das amizades, com superação de limites físicos, diminuindo assim as angustias e incertezas que os cercam este grupo durante a vida cotidiana e contribui para retardar déficit cognitivo, demências e depressão.

    Devido à divulgação da dança como meio de promoção de saúde e sendo uma atividade muito praticada por grupos de idade avançada, esta é considerada uma das mais completas formas de atividade na visão de vários autores, pois trabalha o físico, o psicológico e também o social que nessa fase da vida são afetados por vários fatores relacionados ao tempo.

    Apesar destes achados, há carência na literatura científica de publicações que visem esclarecer os efeitos da dança de salão sobre o desempenho cognitivo de idosos praticantes de atividades físicas regulares.

2.     Objetivo

    Avaliar a resposta de mulheres idosas praticantes de dança de salão ao Mini Exame de Estado Mental (MEEM).

3.     Método

3.1.     População e amostra

    Participaram deste estudo uma amostra aleatória com 8 idosas (idade = 69,75 ± 7,25 anos) praticantes regulares de dança de salão, matriculados no Programa de Atividades Físicas para Pessoas com Diagnóstico de Doenças Crônico-degenerativas do GEPAFI, no primeiro semestre de 2009, e desenvolvido na Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília – UnB.

    Os critérios de inclusão para os pacientes foram: idade superior a 60 anos, ser capaz de ouvir, capacidade cognitiva para entender o questionário do MEEM e não estar em uso de medicamentos que comprometam o raciocínio.

3.2.     Procedimentos

3.2.1.     Instrumentos e testes

    O instrumento utilizado para a realização do estudo foi o Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), usado para avaliar o desempenho cognitivo das participantes.

    O Mini-exame do Estado Mental (MEEM) foi escolhido a partir de estudos realizados por Bertollucci et al. (1994) e Almeida (1998). Os dados foram comparados por meio da estatística descritiva (média e desvio-padrão).

    As pessoas convidadas a participar da pesquisa foram devidamente esclarecidas quanto às finalidades da mesma, protocolos de intervenção e de avaliações, bem como sobre possíveis riscos e benefícios do estudo e solicitadas a registrar sua livre aceitação de participação por escrito, em documento específico para tal fim (termo de consentimento livre e esclarecido), em conformidade com a Resolução nº 196/96, do Conselho Nacional de Saúde, que regulamenta a investigação científica com seres humanos.

3.2.2.     Intervenção: Aula de dança de salão

    As aulas aconteceram no Centro Olímpico da UnB em sala específica para prática (arejada, ampla, nivelada) e coordenada por profissionais de educação física graduados e especializados em dança terapêutica para idosos.

    Os exercícios foram desenvolvidos de maneira a dar segurança e motivação aos praticantes, com base em metodologia de Dança de Salão específica para idosos, na qual os diversos ritmos foram organizados dentro da aula padrão de condicionamento físico de acordo com a Percepção Subjetiva do Esforço (PSE) segundo protocolo proposto por PEREIRA e SAFONS (2004).

    As atividades foram distribuídas da seguinte maneira:

3.3.     Tratamento estatístico

    Este trabalho caracteriza-se como pesquisa descritiva e de caráter transversal, no qual as voluntárias foram avaliadas para o desempenho cognitivo através do Mini-exame do Estado Mental. Na estatística utilizou-se análise descritiva.

4.     Resultados

    Das idosas avaliadas 75% apresentaram nível de escolaridade superior, 12,5% nível fundamental e 12,5% cursou apenas o primário. Não foi verificada relação entre os escores obtidos e o número de anos de escolaridade.

    Indivíduos sem comprometimento cognitivo apresentaram escores entre 24 e 30, 87,5%, tanto para indivíduos com escolaridade de nível fundamental quanto superior (tabela 1).

    Para o caso da portadora de déficit cognitivo (comprometimento cognitivo moderado) o escore ficou entre 10 e 19, 12,5%, sendo que este indivíduo possuía menos que 8 anos de escolaridade.

    O MEEM foi eficaz em detectar portadores de comprometimento cognitivo na população de mulheres idosas matriculadas para o exercício.

Tabela 1. Escores do mini-mental

Escore

Cognição

24 – 30

Nenhum comprometimento cognitivo

20 – 23

Comprometimento cognitivo leve

10 – 19

Comprometimento cognitivo moderado

0 – 9

Comprometimento cognitivo severo

5.     Conclusão

    O MEEM foi eficaz em rastrear possíveis portadores de demências na população de mulheres idosas que praticam dança de salão regularmente. Não foi verificada relação entre os escores obtidos e o número de anos de escolaridade. Utilizado como instrumento de rastreio, sugere-se que indivíduos com escores no MEEM indicativos de comprometimento cognitivo sejam encaminhados para avaliação médica mais detalhada com vistas ao diagnóstico de demências como a Doença de Alzheimer (DA), bem como sejam submetidos a avaliação física mais rigorosa visando detectar precocemente as eventuais perdas funcionais relacionadas à DA.

    A dança, diante desse contexto, vem de modo a contribuir para um melhor envelhecimento e através dos benefícios proporcionados por essa pratica é possível envelhecer melhor e com mais disposição.

    Sugere-se que novos estudos sejam feitos para montagem de metodologias de atividade física e dança de salão a serem aplicadas em idosos com e sem perda cognitiva.

Referências

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