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DORT/LER: um olhar conscientizador e prevencionista

DORT/LER: una mirada concientizadora y preventiva

 

*Universidade Estadual do Pará (UEPA)

**Programa de Pós Graduação Strictu Sensu em

Avaliação das Atividades Físicas e Desportivas – UTAD, Portugal

***Laboratório de Avaliação Motora da Universidade Federal de Juiz de Fora – MG

(Brasil)

Francisco Renée Campos de Araújo*

Dihogo Gama de Matos** ***

Leonardo Coelho Pertence***

Mauro Lúcio Mazini Filho**

André Luiz Zanella**

zanellasc@hotmail.com

 

 

 

Resumo

          Lesões por esforços repetitivos sempre foram negligenciados por trabalhadores e patrões, tendo como fator determinante à não conscientização de ambos os envolvidos. Assim este é um estudo da relação existente entre a LER/DORT e a prevenção bem como a conscientização das pessoas envolvidas com a prática do labor para uma conseqüente redução dos casos passíveis de instalação da doença. Através do pesquisado, desenvolveu-se uma abordagem dos termos LER/DORT, para que se chegasse às conseqüências dessa patologia que, afetam milhares de trabalhadores pelo mundo através da repetição de seus serviços, dando origem às Doenças Ocupacionais. O estudo se deu através de uma revisão bibliográfica, no qual por intermédio das revisões de artigos literários foram considerados diversos resultados de pesquisas, para o construto deste trabalho. Dada a relevância do estudo para empresas e trabalhadores podemos constatar a relação entre a LER/DORT e a qualidade de vida no trabalho, bem como identificar as formas e procedimentos mais eficazes na prevenção da patologia. Diante do exposto neste trabalho mostra-se importantíssimo a divulgação e exposição direta aos envolvidos, a forma e os benefícios da prevenção desta patologia no que se refere aos seus benefícios, para que assim seja possível reduzir o número de afastamentos do trabalho devido ao surgimento da doença e para que conseqüentemente seja possível estimular uma melhor qualidade de vida ao trabalhador evitando o surgimento ou até mesmo o agravamento da doença.

          Unitermos: Lesões. Doenças ocupacionais. Qualidade de vida

 

Abstract

          Lesions along efforts repetitious always are neglect along labors and bosses, have as factor determinant a no conscience of both them involved. So east do exist a study of the relation among the LER/DORT and at bias asset consume the conscience of the peoples involved with the observance of the working one couple consequence reduction affairs factories of installation of the disease. Across the chase down, advance-whether an meting many have LER/DORT, so that whether arrive difference consequences of that pathology that, affect thousand’s of industrious coat world across the recurrence of your service, give origin a Diseases in Work. The study whether give across a checkup books, no which through literary the checkups of articles be consider sundry arise from opinion polls, for the working play up. Give the relevance of the study for businesses and mean at work be able to find the relation come in the LER/DORT and at grade life in working, asset as detect the more figures and courses more efficiency in the bias of the pathology. Before the exposed in this all-important exhibit-whether job and pertinent extensive a within the section business man, at display blunt involved a, at figure asset consume the benefits of the bias of this pathology no that whether record in your benefits, asset consume of the baking financial that the businesses go get take care of his biggest inheritance that be your official.

          Keywords: Lesions. Diseases in work. Grade life

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 138 - Noviembre de 2009

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Introdução

    Entre todos os aspectos que envolvem as Lesões por Esforços Repetitivos / Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT), destaca-se a discussão das medidas de enfrentamento da problemática. Mais do que a atuação sobre os fatores de risco ou a ênfase sobre a manifestação somática, considera-se que as medidas e atitudes preventivas devem guiar as principais ações nesta área. Nesse sentido, os esforços para a compreensão do homem no trabalho e do contexto onde está inserida sua atividade são essenciais. A valorização do pensamento e atitudes preventivas em todas as esferas dos setores produtivos, envolvendo quem projeta, fiscaliza, gere e executa o trabalho, ganham significado principalmente quando mergulhadas na cultura da valorização da doença. Assim, a noção de saúde como “ausência de doença”, parece uma visão simplista, principalmente relativa a saúde do trabalhador, onde as doenças ocupacionais não são súbitas e na maioria das vezes previsíveis.

    Sobre isso SILVA FILHO & JARMI (1997), inclui entre outros fatores, além da ausência de doença, o perfeito bem-estar e ajustamento social. A grande diversidade de aspectos envolvidos na compreensão das LER/DORT, tem sido objeto de atenção há alguns anos no Brasil e no mundo. Frente à complexidade dos fatores contributivos envolvidos na gênese deste fenômeno, a sociedade busca soluções e adequações de toda a sorte, que passam por diversos ramos de atividade e do conhecimento (LIMA, 1997). A luta pela compreensão aprofundada sobre as queixas dos trabalhadores e suas conseqüências, inicialmente foco da atenção apenas de profissionais da segurança e da saúde do trabalho, no decorrer da evolução histórica, passa a ser preocupação também de sindicatos, empresários, governo, ONG’s, pesquisadores, associações de trabalhadores lesados, poder judiciário, entre outros (U.S.D.H.H.S., 2003).

    Sobre um prisma sistêmico, o fenômeno LER/DORT tem aspectos sociais amplos, que ultrapassam os limites da doença e suas conseqüências e manifestações. (SATO, 1993), com base em um estudo de caso de um trabalhador acometido, acompanha o movimento da consciência do mesmo.

    Conclui o autor, que a autoconsciência desse trabalhador sofre um processo de transformação ao encontrar interlocutores que o reconheçam como pessoa e dêem espaço para refletir sobre sua condição de trabalho e de vida, dando novo significado à sua estória. WHITEHEAD (1992) & COLE (2005), focalizam o processo de construção social da militância de trabalhadores vitimados, através do caso de uma associação de portadores das lesões. Em ambos os estudos está presente a constatação de que a vivência como portador de LER/DORT e a interação em ambientes sociais confirmadores dessa percepção são situações facilitadoras para a emergência de sujeitos com a potencialidade para transformar os contextos de vida e os scripts socialmente definidos. Para SHERMAN (2002), são essas relações interpessoais e sociais compreensivas e solidárias que possibilitam criar um substrato para práticas coletivas e individuais que questionem os papéis sociais.

Materiais e métodos

    Trata-se de um estudo descritivo com análise qualitativa da DORT/LER bem como das formas de prevenir e conscientizar os sujeitos envolvidos. Consiste em uma pesquisa em duas bases de dados para revisão bibliográfica: LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde), consultada por meio do site da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), da Biblioteca Regional de Medicina (BIREME), SCIELO (Literatura Internacional em Ciências da Saúde), além de diversos livros - textos consagrados e artigos com variados graus de recomendação e evidência. A busca foi realizada entre junho e agosto de 2009, sem limites de idiomas e ano de publicação. Dentre as publicações foram selecionados para revisão somente os estudos de língua portuguesa e inglesa publicados no período de 1987 a 2009 que abordaram sobre a prevalência, incidência, fatores de risco, conseqüências das lesões e suas patologias e aqueles de títulos mais relevantes. A busca pela comprovação e garantia de eficácia nas intervenções pesquisadas foi realizada a partir de uma organização hierárquica das informações existentes, classificando os artigos pesquisados por uma ordem de princípios que os ordena de acordo com a importância, a validade e a aplicabilidade dos diversos tipos de estudo.

1.     O Corpo e a LER-DORT

    Segundo Shain (2004), o homem sempre precisou do seu corpo para conseguir sobreviver, principalmente no período pré-histórico, onde ele utilizava muito dos seus movimentos naturais, como longas caminhadas em busca de moradia, sendo que ao longo dessas caminhadas, eles lutavam, corriam, saltavam e nadavam. Longen (2003), colabora ao afirmar que as atividades físicas manifestavam-se como utilitária, ou seja, indispensável à vida, pois o homem dependia de sua força, resistência e velocidade, portanto, sobreviviam aqueles que apresentassem um melhor porte físico.

    As transformações ocorridas com os movimentos utilizados pelo o homem foram variadas, e de tempo em tempo mudava-se a maneira de lidar com seu próprio corpo (SPINKS, 2002; W.H.O., 2000).

    De acordo com Morken (2005), antes da revolução, os homens trabalhavam de forma livre integrando-se com suas ferramentas, como os teares e o tecer em ritmo natural, podendo-se parar, conversar, rir e recomeçar.

    Com o passar dos anos e com o aparecimento da industrialização às pessoas, antes vistas por inteiro “mente, corpo e espírito”, perdem seu centro e ficam nas mãos manipuladoras do poder. O seu poder era dado pelo ritmo das máquinas e pela produtividade (ALVERSON, 1999).

    Os resultados humanos da Revolução Industrial foram catastróficos, pois a burguesia preocupava-se com a produtividade, com o progresso e com a acumulação, encantando-se com o desenvolvimento econômico, enquanto os corpos responsáveis pelo trabalho duro dessa industrialização, eram tratados como reservatórios de energia, como os das máquinas, capazes de serem domados e disciplinados à produção (STRAZENWSKI, 2003).

    Para HUMAN citado por (MICHIE, 2002), no passado achavam que o corpo era uma máquina capaz de trabalhar sem pausas, bastava alimentar-se e descansar um pouco. Descartava-se a lei da entropia: que é quando a energia se esgota a cada vez que se usa. Na França e Alemanha a fadiga e a neurastenia (exaustão do sistema nervoso) tornaram-se uma epidemia, pois a resistência às inovações foi maior ainda.

    Confirma o U.S.D.L (2003), “que o corpo é deslocado para deixar de pertencer a si mesmo e servir como uma máquina de produção”.

    Finalizando Vickers (1999), diz que o corpo é o principal instrumento para sobrevivência e identidade do homem, onde os seus comportamentos e modos de agir estão diretamente ligados à sociedade e cultura em que ele está inserido. Cada corpo é diferente um do outro, apresentando uma história que marca seus valores. Podemos observar também, que o corpo pode se comportar de várias maneiras e modos dentro de uma sociedade, isto vai depender exclusivamente do ambiente em que ele se encontra.

2.     Definição e classificação da DORT/LER

    Segundo Viljanen (2003), LER é a sigla para lesão por trauma cumulativo ou ainda pode ser chamada de DORT, que seria o distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho. Szeto et al (2005), nos fala que a DORT/LER trata-se de um problema de saúde que atinge principalmente os membros superiores e é causado pela prática de tarefas com movimentos repetitivos ou posturas inadequadas, atacando músculos, nervos e tendões, provocando irritação e inflamação.

    Bruto (1999), concorda com Viljanen (2003), ao afirmar que a DORT/LER é um distúrbio osteomuscular e que esta relacionado diretamente com o trabalho, tratando-se de um problema que atinge grande parte dos trabalhadores da indústria, causada pela repetição cumulativa de movimentos.

    Nieman (1998), por sua vez nos informa que a DORT/LER é o principal fator das faltas do trabalho representando 70% dos casos de afastamento no mundo. Ele ainda nos fala que os membros superiores são mais acometidos 90%, pela patologia pois seriam eles os responsáveis pela manipulação e produção de todo tipo de produto consumido pelos seres humanos.

    Adams et al (1995), finaliza dizendo que a LER ou DORT, pode ser considerada como uma doença ocasionada pelo labor e que atrapalha as funções osteomusculares atingindo também as articulações, provocando fortes dores na região afetada impedindo a continuação da atividade do labor.

    A W.C.A. (2001), contribui e nos fala que a doença leva um certo tempo para se manifestar no sujeito e que a patologia pode ser dividida em estágios, conforme os sintomas específicos. Ele classifica a DORT/LER em:

  • Estágio 1 – Dor e cansaço nos membros superiores durante o turno de trabalho com melhora aos finais de semana. O portador deste estágio pode referir ainda, desconforto no membro afetado, dor espontânea localizada nos membros superiores ou cintura escapular, ás vezes com pontadas que aparecem esporadicamente durante a jornada de trabalho.

  • Estágio 2 – Dores constantes, sensações de cansaço persistente e distúrbios do sono com a incapacidade para certas funções simples do trabalho. Segundo o autor neste estágio, a mais persistente e contínua mesmo após o labor. Aparecendo durante a jornada de trabalho de forma intermitente, sendo tolerável e permitindo o desempenho de suas funções laborais porém com redução de sua produtividade. A dor neste estágio seria acompanhada de parestesia e calor, além de leves distúrbios de sensibilidade na região afetada.

  • Estágio 3 – Dores, fadiga e fraqueza persistentes. Distúrbios do sono e presença de sinais em exames físicos. O repouso segundo o autor só aumentaria a intensidade da dor. Neste estágio ocorrem a perda da força muscular e parestesias. Existe grande queda de produtividade acompanhada dos sinais clínicos como edema constante e hipertonia muscular constante.

  • Estágio 4 – Dores intensas, contínuas e insuportáveis. Neste último estágio existe a perda de força muscular conjugada com a perda dos movimentos. As atrofias dos dedos seriam as primeiras evidencias do estágio, sendo que são comuns ainda neste estágio, as alterações psicológicas seguidas de quadros de depressão, ansiedade e angústia.

    Assim sendo vamos apresentar a seguir alguns dos aspectos da patologia prevenção e tratamento da doença.

3.     Agentes Causadores da DORT/LER

    Segundo a P.H.I. (2005), as causas da DORT/LER seriam originadas por movimentos repetitivos e contínuos. Ele fala também que o esforço excessivo, má postura, estresse e más condições de trabalho contribuem para o aparecimento das DORT/LER. Para o autor em casos mais extremados pode ainda causar sérios danos aos tendões, dores na região afetada e conseqüente perda de movimentos.

    Strazenwski (2003), concorda com o autor supracitado e acresce afirmando que as principais causas da DORT/LER seriam:

  • Ambiente de trabalho desconfortável;

  • Atividades que exigem força excessiva com as mãos;

  • Posturas incorretas;

  • Repetições de movimentos;

  • Atividades esportivas que exigem grande esforço dos membros superiores;

  • Ritmo intenso de trabalho;

  • Jornada de trabalho prolongada ou dupla jornada.

    Para o autor todos estes fatores seriam responsáveis por desencadear um processo evolutivo da doença até chegar ao ponto, onde o indivíduo não suportaria mais as dores, tendo que se afastar do serviço.

4.     Tipos de DORT/LER

    Segundo Szeto et al (2005), a DOR/LER deve ser encarada como sendo uma patologia relacionada ao trabalho repetitivo sem distinção de gênero, idade ou raça, atacando todas as pessoas que de alguma forma agridem o corpo em sua atividade laborativa (trabalho), ou até mesmo em casa ao sentar-se durante horas em frente à tv ou passar muito tempo no computador para digitar ou jogar, adotando uma postura incorreta.

    Shain (2004), estudou os benefícios e efeitos percebidos por trabalhadores logo após a prática de ginástica laboral e identificou os tipos de DORT/LER mais freqüentes nos trabalhadores. Segundo ele seriam descritas em ordem de importância desta forma:

  • BURSITE – Seria a inflamação das bursas (pequenas bolsas de paredes muito finas encontradas entre os ossos e os tendões das articulações dos ombros);

  • CISTOS SINOVIAIS – São tumefações esféricas, únicas, macias, indolores e flutuantes que ocorrem devido ao alto grau de degeneração mixóide do tecido sinovial periarticular ou peritendíneo. São encontrados com maior frequência na face extensora do carpo. Seu aparecimento é ocasionado por trabalhos manuais que exijam muita força.

  • DEDO EM GATILHO ou também conhecido como (Tenossinovite Estenosante) – Ela é causadora da impossibilidade de se estender o dedo devido estreitamento da passagem dos tendões flexores aumentando o atrito destes, provocando inflamação local.

  • DISTROFIAS SIMPÁTICOS – REFLEXAS: São dores intermitentes provocando atrofia muscular da região. Promovem a restrição articular, porosidade óssea e impotência de funcionamento do sistema muscular, quando não tratada a tempo.

  • DOR ÁLGICA MIOFACIAL – Esta é caracterizada pela contração prolongada dolorosa dos músculos, pela prática de atividade extenuante ou stress emocional.

  • EPICONDILITE – É encontrada no cotovelo provocando a inflamação das estruturas do mesmo. É caracterizada por ruptura ou estiramento das membranas interósseas, ocasionando uma inflamação capaz de atingir tendões e músculos. Acontece ao nível dos epicôndilos laterais, também conhecidas como “tennis elbow”, que significa cotovelo de tênis, comum em fisiculturistas que carregam muito peso, e até mesmo em trabalhadores artesanais ou donas de casa.

  • SÍNDROME CÉRVICO-BRAQUIAL – É a compressão do nervo braquial ou tensão muscular da coluna cervical.

  • SÍNDROME DO DESFILADEIRO TORÁCICO – Neste caso seria a compressão do feixe do vásculo-nervoso num estreito triângulo formado pelos músculos escaleno anterior e médio juntamente com a primeira costela. Ocorre em trabalhadores que mantêm os braços elevados por períodos prolongados ou que comprimem o ombro contra algum objeto. Podemos citar como exemplo, o uso prolongado e diário de telefone apoiado entre a orelha e o ombro.

  • SÍNDROME DO PRONADOR REDONDO – É a compressão do nervo mediano, abaixo da junção do cotovelo, entre os dois ramos do músculo pronador redondo ou dos tecidos que revestem o bíceps ou na arcada dos flexores dos dedos.

  • TENDINITE – Seria a inflamação aguda ou crônica dos tendões. Encontrada com maior freqüência nos músculos flexores dos dedos pela movimentação freqüente e período de repouso insuficiente da musculatura envolvida. Manifesta-se, através da dor na região que é agravada por movimentos voluntários, apresentando edema e crepitação na região, sendo ele de dois tipos: Tendinite Bicipital e Tendinite do Supra-Espinhoso.

  • TENDINITE BICIPITAL – É a inflamação do tendão do bíceps, provocada por atividades repetitivas, exercícios musculares intensos ou de trauma dos ombros.

  • TENDINITE DO SUPRA ESPINHOSO – É a inflamação do tendão do músculo supra espinhoso em torno da articulação do ombro pela atividade repetida do braço.

  • TENOSSINOVITE – Esta seria a inflamação aguda ou crônica das bainhas dos tendões. Assim como a tendinite os dois principais fatores causadores da lesão são: movimentação freqüente e período de repouso insuficiente.

  • SÍNDROME DE QUERVAIN – É o fechamento doloroso da bainha comum dos tendões do longo abdutor do polegar e do extensor curto do polegar. Estes tendões correm dentro da mesma bainha; quando friccionados, costumam inflamar-se. O principal sintoma é a dor muito forte, no dorso do polegar.

  • SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO (STC) – Seria a compressão do nervo mediano no túnel do carpo. As causas mais comuns deste tipo de lesão são a exigência de flexão do punho, a extensão do punho e a tenossinovite ao nível do tendão dos flexores.

  • SÍNDROME DO CANAL DE GUYON – É a compressão do nervo ulnar ao nível do chamado canal de Guyon no punho, causando distúrbio de sensibilidade no quarto e quinto dedos e ocasionando distúrbios motores na face palmar.

    Ainda segundo Sato (1993), a DOR/LER seria um processo de degradação cumulativa ao decorrer de dias, meses e até anos para se manifestar, onde seria indicado a inclusão de alguma ginástica laborativa bem como a observação da ergonomia, para evitar alguma das patologias acima citadas.

5.     Diagnóstico da doença

    Michie (2002), nos fala que baseado no tipo de serviço prestado pela pessoa juntamente com seu quadro clínico é possível diagnosticar o grau e o tipo de DORT/LER acometida no sujeito. Ele fala também que seria necessário, uma avaliação periódica através de exames físicos e complementares, assim como uma avaliação direta das condições de trabalho para se prevenir esta patologia.

    Longen (2003), contribui com o afirmado anteriormente, acrescendo que o diagnóstico, deve ser individualizado e também deve ser informado por segmento corporal, pois o erro no diagnóstico da patologia poderia agravar ainda mais a situação do trabalhador.

    Segundo (Morken, 2005), quanto antes feito o diagnóstico da patologia mais cedo o trabalhador pode ser tratado evitando o processo evolutivo da doença. Para Lima (1997), o diagnóstico é prejudicado pela confusão causada no momento de se realizar exames. Segundo ele alguns médicos acabam por ignorar a atividade laborativa o que causaria o agravamento da doença já que o mesmo não é afastado de suas atividades.

    Cole (2005), vai mais além na questão defendendo que, em decorrência do acúmulo de estímulos, os tecidos nervosos dos membros superiores tornam-se sensíveis ao grau de amplitude músculo-esquelético, ao limiar de excitabilidade mais baixo, fazendo com que seja enviado sinais mesmo na ausência de estímulos. (WHITEHEAD, 1992), concorda com o autor e afirma que mesmo no momento do repouso, caso a patologia já este neste grau, a pessoa continuará a sentir as dores na região afetada.

    Adams et al (1995), colabora ao afirmar que existem sintomas parestésicos que podem indicar compressão nervosa com necessidade de avaliação através de eletroneuromiografia, mesmo sendo essa ainda inconclusiva para possibilitar o diagnóstico da DORT/LER.

    Bruton (1999), defende que bastaria o médico ter um domínio anatômico das regiões do pescoço e membros superiores, para indicar o local da compressão e assim fechar o diagnóstico clínico.

6.     Prevenção da DORT/LER

    Adams et al (1995), sugere que a identificação, o tratamento e a prevenção dos riscos a que são submetidos os trabalhadores, dentro e fora do trabalho, devem fazer parte, como principal fator, de um programa de prevenção das lesões por esforços repetitivos. O (U.S.D.H.H.S., 2003), estabelece que é de competência do empregador a realização da análise ergonômica do trabalho para avaliar a adaptação das condições laborais às características psicofisiológicas do trabalhador.

    COLE (2005), acrescenta ainda que a atividade física através de exercícios de alongamento deveriam ser adotados como forma de prevenção no decorrer das atividades. Segundo ele a preferência deveria ser dada para o momento que antecede o início do trabalho, onde o trabalhador deveria relaxar o corpo e iniciar os exercícios lentamente com um menor número de repetições e tempo, devendo-se aumentar gradativamente para um máximo de 05 (cinco) repetições de 20 (vinte) segundos cada, onde a pessoa deveria ser instruída a realizar movimentos inspiratórios e expiratórios profundos, realizando os exercícios sem sentir dor e caso ocorra à dor, procurar orientação médica imediatamente.

    Lima (1997), porém, em seu estudo, não concorda totalmente com o autor acima citado e sugere outras formas de prevenção da patologia, onde a pessoa deve começar os exercícios devagar e lentamente, salientando, que caso a pessoa não tenha o hábito de se exercitar ela deve começar pelas séries com apenas 3 repetições de 10 segundos cada e conforme ela for se acostumando poderá aumentar gradualmente até chegar a 5 repetições de 20 segundos cada. Além disso a pessoa deverá se exercitar pelo menos duas vezes durante a jornada de trabalho não prendendo a respiração e mantendo o corpo relaxado.

    Whitehead (1992), por sua vez nos sugere uma bateria de exercícios para ajudar na prevenção da DORT/LER, salientando que as atividades propostas por ela não podem provocar dores nos executantes. No caso de aparecerem formigamentos, fraquezas, cansaços, dores ou desconfortos, ela nos sugere parar o exercício e procurar um médico. A bateria de exercícios propostos por ela seria a seguinte:

  • Exercício 1 – Sentada com as coxas apoiadas no assento da cadeira, as mãos sobre as coxas e os pés encostados no chão. Inspire pelo nariz e deixe cair os ombros expirando pela boca. Permaneça assim por 20 segundos, puxando o ar pelo nariz e soltando-o pela boca, lentamente.

  • Exercício 2 – Coloque as mãos atrás da cabeça. Fique com os cotovelos bem abertos e tronco ereto. Puxe os cotovelos para trás permanecendo assim por 20 segundos. Repetindo 5 vezes.

  • Exercício 3 – Incline a cabeça para frente, lentamente, e volte à posição inicial. Ao fazer este movimento, mantenha a coluna bem apoiada no encosto da cadeira, e não leve a cabeça para trás. Repetindo 5 vezes.

  • Exercício 4 – Coloque as duas mãos atrás da cabeça, forçando o queixo na direção do tórax (solte o ar pela boca enquanto realiza o esforço, empurrando a barriga para fora). Permaneça assim por 20 segundos. Repetindo 5 vezes.

  • Exercício 5 – Incline a cabeça para o lado direito, e tente aproximar a orelha do ombro, volte à posição inicial. Faça o mesmo para o lado esquerdo. Repetindo 5 vezes para cada lado.

  • Exercício 6 – Incline a cabeça para o lado direito e tente aproximar a orelha do ombro, empurrando com a mão direita por 20 segundos, volte à posição inicial. Faça o mesmo para o outro lado. Repetindo 5 vezes para cada lado.

  • Exercício 7 – Eleve o ombro direito, girando-o para trás e depois para frente. Faça o mesmo com o ombro esquerdo. Repetindo 5 vezes cada movimento.

  • Exercício 8 – Eleve os ombros, enchendo o peito de ar (puxe o ar pelo nariz) em seguida solte os ombros e expire (solte o ar pela boca). Repetindo 5 vezes.

  • Exercício 9 – Coloque a mão direita sobre o ombro esquerdo, e com a mão esquerda empurre o cotovelo direito para trás, na direção das costas. Mantendo esta posição por 20 segundos. A seguir, inverta a posição das mãos. Repetindo 5 vezes para cada lado.

  • Exercício 10 – Coloque os braços para trás da cadeira, entrelace as mãos e empurre os braços para cima com os cotovelos esticados, contraindo simultaneamente os músculos abdominais. Mantendo o alongamento por 20 segundos. Repetindo 5 vezes.

    Segundo o autor, esta bateria de exercícios somente teria êxito se juntamente com os exercícios fossem adotadas medidas como a mudança ergonômica dos locais de trabalho, possibilitando uma maior eficácia da bateria proposta.

7.     Tratamento da DORT/LER

    Segundo Michie (2002), a eficácia do tratamento depende da identificação da estrutura anatômica comprometida, caracterizando-se assim, um diagnóstico correto seguido de tratamento adequado.

    Shain (2004), fala em relação ao tratamento que o prognóstico é favorável, principalmente, quando é feito um diagnóstico preciso e precoce, evitando o agravamento das lesões. De modo geral a (W.H.O, 2000), diz que não se deve permitir a dissociação entre trabalhador e os profissionais de saúde, pois alguns tratamentos são demorados. As orientações para o trabalhador devem ser periódicas, para possibilitar uma readequação de novas condutas em relação ao tratamento (SHERMAN, 2002).

    Na visão de Morken (2005), o tratamento medicamentoso feito através de antiinflamatórios e analgésicos, não é eficaz para controlar a dor crônica. (SZETO et al, 2005), afirma que para isso acontecer se faz necessário à associação com drogas, antidepressivos, triciclicos e fenotiazínicos, aumentando, assim, a auto-estima do “doente” levando-o à sensação de alívio da dor e melhora do humor.

    Vickers (1999), no entanto não concorda com os autores anteriormente citados e afirma que a intervenção física seria o método mais eficaz na resolução da dor. Concordando com Szeto et al (2005), Morken (2005), destaca dentre as outras formas não medicamentosas a: cinesioterapia, termoterapia, massoterapia, eletroterapia, injeção transcutânea de drogas farmacológicas por iontorese, ultra-som, acumputura.

    E mais recentemente, o uso de spiral taping, que consiste na colagem de fitas adesivas sobre a pele, proporcionando uma melhora imediata nas dores, contraturas, distensões e os processos inflamatórios.

    Cole (2005), alerta que tais condutas físicas, com finalidade analgésica em dissociação às condutas globais, não levam a melhoria da dor, e que as mesmas deveriam ser associadas a medicamentos e exercícios de relaxamento das estruturas comprometidas, incluindo exercícios de fortalecimento musculares isométricos ativos livres e de atividades programadas e terapia ocupacional, levaremos o indivíduo a uma melhora da inflamação, do edema, das condições circulatórias, acelerando o processo cicatricial, reduzindo a dor e a limitação funcional estimulando ainda o sistema analgésico intrínseco que levará a uma liberação de endorfinas e monoaminas ao nível das sinapses, permitindo, assim, a melhora mais cedo e até mesmo a redução da dosagem de analgésicos em uso pelo paciente.

    Ainda segundo Sato (1993), procedimentos imobilizatórios às vezes são úteis e necessários, desde que não sejam por períodos prolongados, pois assim, poderiam surgir atrofias, diminuindo a amplitude articular e fazendo com que retroações musculares, tendinosas, ligamentares e até alteração do sistema simpático-reflexo deixem de funcionar, caracterizando assim, as chamadas síndromes da imobilização.

    Para Silva Filho & Jarmi (1997), imobilização correta é aquela feita com material que permita a fácil retirada para fins de medidas fisioterápicas. Ainda segundo Morken (2005), a resolução dos casos de DORT/LER é de 100% quando diagnosticada com prematuridade, sendo que somente nos casos mais graves a resolução dependerá da relação, tratamento físico, medicamentoso, condição psicológica do doente e de condutas de mudança de hábito e afastamento das atividades laborais.

    No caso de uma intervenção cirúrgica a (U.S.D.L. 2003), fala que só deveria ser permitida quando o diagnóstico já estiver confirmado, ainda assim deveria ser feita por profissionais especializados e com experiência em lidar com pacientes portadores de DORT/LER. O autor finaliza dizendo que o tratamento clínico sempre deve ser o de eleição, optando-se para o cirúrgico nos casos falíveis, pois as expectativas positivas em casos cirúrgicos são reduzidas.

8.     Considerações finais

    Diante da revisão realizada neste trabalho é possível concluir que a prevenção da DORT/LER se torna muito importante na medida que o trabalhador, independente da atividade exercida esteja sempre sujeito a doenças independendo de sua atividade.

    A prevenção sem dúvidas vem se tornando a melhor e mais barata alternativa do setor empresarial para minimizar ou até mesmo evitar a doença, fazendo com que estes empresários melhorem o ambiente laborativo através de medidas de segurança, ergonômicas e principalmente melhorando a qualidade de vida no trabalho.

    Desta forma com a inclusão de medidas conscientizadoras, acreditamos que os gastos com indenizações por invalidez, afastamento do trabalho, ou substituições de funcionários tendem a diminuir muito, além é claro de auxiliar na diminuição do absenteísmo e dos acidentes laborais, o que poderia levar a um aumento gradual da produtividade nas empresas.

    Quando falamos de prevenção não devemos apenas pensar em incluir um programa de atividades físicas para os funcionários, mas sim tentar evitar a doença de todas as formas, e que para isso seria imprescindível que fosse realizada uma análise ergonômica dos postos de trabalho, seguida da adequação destes locais de trabalho em função de cada pessoa.

    Também podemos observar que é praticamente uma unanimidade entre os autores consultados de que a diminuição dos índices de doenças ocupacionais possuem relação direta com o condicionamento físico do funcionário, onde se melhorado, acontecerá à inexistência ou a diminuição do aparecimento de doenças decorrentes do labor.

    O que nos faz crer que a DORT/LER, é uma conseqüência natural do processo de trabalho, que provoca uma agressão muito grande no corpo e que faz com que o trabalhador adquira lesões relacionadas ao labor e que em muitos casos, estas lesões se tornam irreversíveis.

    Quando a DORT/LER se torna inevitável ou seu quadro clínico já esta confirmado, a melhor alternativa passa então a ser o tratamento que pode ser medicamentoso ou então feito através de atividades físicas. Porém o que nos pareceu ser a melhor alternativa seria a conjugação de ambos para primeiramente evitar a intervenção cirúrgica e posteriormente recuperar o trabalhador da forma mais rápida possível.

    Com esta visão do que seria a DORT/LER, como ela pode ser adquirida, como ela pode ser evitada e principalmente como podemos tratar e reverter à doença, é de fundamental importância que as empresas adotem programas que busquem proporcionar uma melhor qualidade de vida para seus funcionários evitando assim a geração da patologia que acomete milhares de trabalhadores pelo mundo.

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