Teste de caminhada de seis minutos: passos para realizá-lo Test de caminata de seis minutos: pasos para realizarlo |
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*Especialista em Fisioterapia Cardiorrespiratória pela Cesumar Inspirar **Especialista em Fisioterapia em Geriatria pela Cesumar Inspirar ***Especialista em fisiologia do Exercício pela Gama Filho (Brasil) |
Vanessa Schveitzer* Renato Claudino** Mayra Ternes*** |
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Resumo O teste de caminhada de seis minutos é um teste reprodutível, de fácil realização e de baixo custo, que pode ser utilizado para a avaliação de pacientes com doenças pulmonares, cardiopatas, análise de marcha entre outros. Este estudo tem como objetivo descrever as etapas de como realizar o teste bem como suas indicações e contra-indicações. Unitermos: Teste de caminhada de seis minutos. Doenças pulmonares. Doenças cárdicas
Abstract Keywords: Test of six-minute walk. Lung diseases. Heart disease |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 137 - Octubre de 2009 |
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Introdução
O teste de caminhada de seis minutos (TC6M) foi adaptado do teste de corrida de 12 minutos, descrito originalmente por Cooper em 1968, para avaliar pessoas saudáveis. O indivíduo era estimulado há correr 12 minutos para que fosse determinada a relação entre aptidão física e VO2máx (Enright et al., 2003; SOARES et al., 2004). Esse teste foi sendo adaptado para ser aplicado em pessoas portadoras de doença, e vem sendo muito utilizado como uma alternativa para avaliar a capacidade física de pacientes com patologias cardíacas e pulmonares, bem como para avaliar a capacidade submáxima de exercício (Enright et al., 2003). Trata-se de uma intervenção simples, segura, bem tolerada pelos pacientes, mesmo por aqueles com idades mais avançadas, além de representar melhor as atividades diárias (Rodrigues; Mendes; Viegas; 2004).
A instrução desse teste é caminhar o mais rápido possível durante os seis minutos e o avaliado é quem determina a velocidade de caminhada. Portanto, este teste é submáximo, a não ser que o avaliado não consiga caminhar por seis minutos. Como a maioria das atividades de vida diária é realizada em nível submáximo de exercício, acredita-se que a distancia percorrida em seis minutos reflete melhor as atividades físicas diárias do que testes de exercício máximo (SOLWAY et al., 2001). Esse teste ainda tem a vantagem de avaliar os indivíduos por uma forma comum de exercício que é a caminhada em uma superfície plana, já que muitas pessoas não conseguem realizar adequadamente um teste na esteira ou cicloergômetro por não estarem acostumadas a esta forma de exercício (SWERTS; MOSTERT; WOUTERS, 1990).
Como realizar o teste
O corredor mais utilizado para realização do TC6M deve ter uma temperatura confortável, podendo ser um ambiente fechado ou ao ar livre, desde que o mesmo tenha piso nivelado em toda extensão, superfície resistente e raramente percorrida para que não haja interrupções durante a caminhada pelas pessoas que transitam naquele local. Geralmente utiliza-se um corredor de 30 metros de comprimento, demarcados de 3 em 3 metros sem obstáculos onde o momento de fazer uma curva deve ser marcado com um cone. O objetivo do teste é caminhar em ritmo próprio sozinho o mais longe possível durante os seis minutos, orientar e esclarecer as possíveis alterações cardiorrespiratórias que podem surgir, sendo permitido andar devagar, parar, relaxar quando necessário retornando à caminhada quando sentir-se apto a reassumir a caminhada. Deve caminhar sem falar com as pessoas que estão ao seu redor até os cones e fará a volta rapidamente em torno deles continuando assim a caminhada sem hesitação. O caminho deve ser demonstrado ao paciente pelo examinador e pode iniciar a caminhada (ATS, 2005).
Durante o teste o paciente deve usar roupas confortáveis, calçados apropriados para caminhada, devem ter feito uma alimentação leve previamente, não devem ter se exercitado vigorosamente duas horas antes do início do teste e caminhar sozinho para não haver alteração dos seus passos, pois estudos mostram que pacientes que caminham em grupo mostram aumento da distância percorrida em seis minutos e caminham em ritmo de competição, o que altera os resultados do teste. Quanto aos pacientes que necessitam de Oxigênio (O2) durante a caminhada, devem empurrar o suporte de O2 sozinhos, como fariam se estivessem em casa (ENRIGHT, 2003).
Antes de iniciar o teste são aferidos: frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR), pressão arterial (PA), saturação periférica de oxigênio (SpO2) e a escala de esforço percebido de Borg modificada. A cada minuto em que o paciente caminha pela pista, são aferidas, através do oxímetro de pulso, a FC e a SpO2, e é feita a marcação de quantos metros o paciente percorreu. Ao final dos seis minutos são aferidos os mesmos parâmetros iniciais e verificam-se quantos metros o paciente percorreu neste tempo. Após dez minutos de repouso, é feita uma nova verificação dos sinais para averiguar a recuperação do paciente ao exercício (RODRIGUES, VIEGAS e LIMA, 2002).
Segundo Moreira, Moraes e Tannus (2001) e Enright e Sherril (1998) as seguintes equações determinam o nível de distância caminhada prevista para cada teste realizado para o paciente: Homens: distância TC6M (m) = (7,57 x altura cm) – (5,02 x idade) – (1,76 x peso Kg) – 309m e Mulheres: distância TC6M (m) = (2,11 x altura cm) – (2,29 x peso Kg) – (5,78 x idade) + 667.
Segundo Enright e Sherrill (1998) os fatores como sexo, idade, peso, altura, índice de massa corpórea, presença de patologias musculoesqueléticas como artrite, bem como outras patologias limitantes e o encorajamento não padronizado são variáveis independentes que quando associadas podem influenciar o resultado do TC6M.
Preconiza-se a realização do teste motivando o paciente com a utilização de frases padronizadas como: “você está indo bem”, continue com o bom trabalho”, “mantenha o bom trabalho”, “Você está indo bem. Você está na metade do percurso”, “Mantenha o bom trabalho. Você tem somente dois minutos”, não devendo ser usado outras expressões ou linguagem corporal para acelerar o ritmo do paciente. Caso perceba-se que o paciente precisa descansar pode ser dito: “Você pode encostar-se na parede se quiser, continue a caminhada quando se sentir capaz”, mas nesse instante da parada o relógio continua marcando os seis minutos (ATS, 2005; ENRIGHT; SHERRILL, 1998).
Se o paciente se recusa a continuar o teste coloque-o sentado. Portanto, o tempo da caminhada, a causa da interrupção, bem como a distância caminhada deve ser registrada na ficha de avaliação. Quando estiver próximo aos seis minutos pode-se falar “. Em alguns instantes estarei dizendo para você parar. Quando eu falar, pare imediatamente e eu irei até você”. Quando completar os seis minutos fala-se: “Pare!”, depois se pede para o mesmo relatar se sentiu algum desconforto e como está sentindo-se. Essas frases utilizadas durante o teste devem funcionar como incentivo para o paciente, não devendo ser utilizadas frases que instruem os mesmos a caminharem o mais rápido possível, porque caminhando mais rápido do que deveriam fadigam mais rápido e apresentar sinais e sintomas que impossibilitam a continuidade do teste (ATS, 2005).
Indicações e contra-indicações
O TC6M é cada vez mais popular. Entretanto, em pacientes que sabidamente possuem doença pulmonar ou cardiovascular, o ideal seria a realização da Ergoespirometria prévia, devido aos poucos parâmetros de monitorização do paciente no teste de caminhada (PERECIN, et al., 2003).
As indicações mais importantes para o TC6M, onde a principal delas é avaliar a capacidade funcional e o prognóstico clínico de pacientes com moderada à severa doença pulmonar e/ou cardiovascular, incluindo Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) (BRUNNETO, et al., 2003). Entre as várias indicações podemos citar também como: comparar a eficácia de tratamentos clínicos e cirúrgicos, em reabilitação pulmonar e cardíaca, transplantes e ressecção do parênquima pulmonar, hipertensão Pulmonar, prognosticar hospitalização em doenças cardíacas e pulmonares, avaliar a indicação de oxigenioterapia domiciliar entre outras (Enrigth; SHERRIL, 1998).
As contra-indicações são numerosas, incluindo às de característica absolutas que incluem a presença de Angina instável, Hipertensão Arterial Sistêmica sem controle, Embolia pulmonar recente e Ataque cardíaco ocorrido no mês prévio da realização do exame, e as relativas, que relacionam-se à Hipoxemia ao repouso e em ar ambiente, pressão diastólica em repouso maior que 110mmHg e pressão sistólica em repouso maior que 200mmHg, Anemia severa, oximetria com medida instável, e taquicardia em repouso maior que 120 batimentos por minutos (LAUER, et al., 1999) .
Conclusão
Apesar deste teste ser de fácil aplicação esperamos que este resumo esclareça algumas dúvidas quanto a realização do mesmo em pesquisas futuras.
Referências
ATS - AMERICAN THORACIC SOCYET. ATS Statement: Guidelines For The Six-Minute Walk Test. Amj Respir Care Med. v. 166. p. 111-117.
BRUNNETO, A. F. et al. Influência da saturação de O2 na velocidade percorrida em seis minutos, em pacientes com DPOC grave. Revista Brasileira de Fisioterapia, v.7, n. 2, p. 123-129, 2003.
Enright, P. L. The six-minute walk test. Respir Care, v. 48, n. 8, p. 783-785, 2003.
Enright, P. L. et al. The 6-min walk test: a quick measure of functional status in elderly adults. Chest, v. 123, n. 2, p. 387-398, 2003.
ENRIGHT, P. L.; SHERRILL, D. L. Reference equations for six-minutes walk test in healthy adults. Am J Respir Crit Care Med, v. 158, n. 5, p. 1384-1387, 1999.
LAUER, M. S. et al. Impaired chronotropic response to exercise stress testing as a predictor of mortality. JAMA, v. 281, s.n., p. 524-529, 1999.
MOREIRA, M. A. C.; MORAES, M. R. de; TANNUS, R. Teste da Caminhada de Seis Minutos em Pacientes com DPOC durante Programa de Reabilitação. Jornal de Pneumologia, v. 27, n. 6, p. 295-300, 2001.
PERECIN, J. C. et. al. Teste de Caminhada de Seis Minutos em Adultos Eutróficos e Obesos. Revista Brasileira de Fisioterapia, v.7, n. 3, p. 245-251, 2003.
RODRIGUES, S. L.; VIEGAS, C. A. A.; LIMA, T. Efetividade da Reabilitação Pulmonar como Tratamento Coadjuvante da Doença Pulmonar. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 28, n. 2, p. 66-70, 2002.
Rodrigues, S. L.; Mendes, H. F.; Viegas, C. A. A. Teste de caminhada de seis minutos: estudo do efeito do aprendizado em portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v.30, n. 2, p. 121-125, 2004.
Soares, C. P. S. et al. Avaliação da aplicabilidade da equação de referência para estimativa de performance no Teste de Caminhada de 6 minutos. Revista da Sociedade de Cardiologia São Paulo, v. 14, n. 2, supl. A, 2004.
SOLWAY, S. et al. A qualitative systematic overview of the measurement properties of functional walk tests used SILVA, B. M. et al. Caracterização da intensidade de exercício do teste da distância percorrida em 6 minutos em idosos fisicamente ativos in the cardiorespiratory domain. Chest, Chicago, v. 119, n. 1, p. 256-270, Jan. 2001.
SWERTS, P. M. J.; MOSTERT, R.; WOUTERS, E. F. M. Comparison of corridor and treadmill walking in patients with severe chronic obstructive pulmonary disease. Physical Therapy, Alexandria, v. 70, n.7, p. 439-442, Jul. 1990.
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