efdeportes.com

Rope Skipping: analisando a adesão e a desistência na prática desta

modalidade no projeto de extensão da Faculdade de Educação 

Física da Universidade Estadual de Campinas - Unicamp

 

*Bacharel e Licenciado em Educação Física pela

Universidade Estadual de Campinas- UNICAMP

**Bacharel e Licenciada em Educação Física pela UNICAMP

Especialista em Atividade Motora Adaptada

Mestre em Atividade Física, Adaptação e Saúde, pela UNICAMP

Professora de Educação Básica II (PEB II) da

Rede Estadual de Educação de São Paulo na disciplina de Educação Física Escolar

***Bacharel e Licenciado em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Mestre e Estudante de Doutorado da Faculdade de Educação Física da Unicamp/ FEF-Unicamp.

Docente das Faculdades Metropolitanas de Campinas (Metrocamp-IBTA),

UniAnchieta (Jundiaí) e Universidade Adventista de São Paulo (UNASP)

Luís Otávio Mendes*

branco25@ig.com.br

Marina Brasiliano Salerno**

marinafef@yahoo.com.br

Rubens Venditti Júnior***

rubensjrv@yahoo.com

(Brasil)

 

 

 

Resumo

          O Rope Skipping é uma nova modalidade esportiva com utilização de corda que surge nos EUA ao final da década de 1970. Desde 2002 há na UNICAMP um projeto de extensão oferecido semestralmente para promoção desta atividade. Durante esses anos a queda da freqüência de alunos ao longo das aulas tem sido uma constante. Realizamos uma pesquisa através de três questionários: um realizado a todos no início das aulas e dois ao final do semestre (um aos que permaneceram e outro aos que abandonaram), investigando o motivo da procura, desistência e permanência no rope skipping. O acúmulo de atividades acadêmicas foi determinante ao abandono e a atividade diferenciada à permanência.

          Unitermos: Rope Skipping. Corda. Abandono

 

Abstract

          Rope Skipping is a new sport practiced with ropes, appeared in the USA in the end of the decade of 1970. Since 2002 it has been offered at UNICAMP a project that intends to divulge it. We observe in elapsing of the semesters the abandonment of some pupils. We carry through, then, a research containing three questionnaires, one carried through to all in beginning and two at the end of the semester (one to those that had remained and another to those that had abandoned), searching the reason of the search, desistance and permanence of them in rope skipping practices. The accumulation of academic activities was determinative to the abandonment and the activity differentiated to the permanence.

          Keywords: Rope Skipping. Rope. Abandonment

 

Resumen

          El Rope Skipping es una nueva modalidad deportiva con el uso de cuerdas y surgió en los EE.UU., en el final de la década de 1970. Desde 2002 existe en la Facultad de Educación Física de la Universidad Estatal de Campinas (Unicamp) un proyecto de extensión que se ofrece con la intención de divulgarla. Sin embargo, al transcurrir de estos años, la caída de la frecuencia del alumnos a lo largo de las clases en cada período del semestre tiene sido una constante en el proyecto referido. En la actual investigación indagamos las razones de la ocurrencia de este hecho. Se aplican los cuestionarios a los alumnos participantes al inicio y el final del semestre. Se realizó la investigación a través de tres cuestionarios, uno a todos lo participantes antes de comenzar y dos al final del semestre (uno a los que habían permanecido y otro a los que habían abandonado), buscar la razón de la búsqueda, abandono y permanencia iguales en saltar de la cuerda. La acumulación de actividades académicas fue determinante en el abandono y la actividad distinguida a la permanencia.

          Palabras clave: Rope Skipping. Cuerda. Abandono

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 137 - Octubre de 2009

1 / 1

Apresentação

    O Rope Skipping é uma nova modalidade esportiva (SATO, 2002), cuja prática consiste basicamente em pular corda de diversas maneiras. Além de benefícios fisiológicos, essa atividade também é capaz de proporcionar um ambiente social favorável à interação entre aqueles que aderem à sua pratica. Consideramos isto como sendo algo significativo para o bem estar e a qualidade de vida do indivíduo e, portanto, digno de investigação. Na FEF-Unicamp, desde 2002, existe um projeto de extensão destinado à prática dessa nova modalidade, oferecido semestralmente à comunidade.

    Contudo, observamos no decorrer de cada semestre a queda na freqüência ou a desistência de alguns alunos. No presente trabalho, buscamos compreender melhor a ocorrência desse fato: o motivo pelo qual realizamos esta pesquisa foi verificar, como professores, que fatores levavam os alunos a deixarem de freqüentar as aulas. Assim, poderíamos ter uma avaliação do nosso trabalho e perceber a realidade da atividade física que em alguns casos é a primeira a ser abandonada quando algo acontece no cotidiano das pessoas.

    Para tanto, aplicamos a esses alunos um questionário com questões abertas e fechadas (MENDES, SALERNO E VENDITTI JR, 2005b), que visavam caracterizar o grupo e observar suas intenções com relação ao projeto. Através de suas respostas pudemos perceber o contexto com o qual estávamos trabalhando: principalmente alunos de diversos cursos da Unicamp que não tinham conhecimento sobre a modalidade Rope Skipping.

    Essas pessoas se inscreveram principalmente pela isenção de taxa no referido semestre, sendo o objetivo mais apontado por eles a busca pela melhora no condicionamento físico. Durante a segunda metade do período de aulas, constatamos o início do processo de desistência. Nesse momento, aplicamos 4 (quatro) questionários: 3 (três) àqueles que permaneceram no projeto, porém faltavam com alguma freqüência; e outros dois aos que haviam abandonado a prática, através de e-mail deixado no primeiro questionário.

    Todos com o objetivo de saber qual(is) o(s) motivo(s) da ausência ou desistência. O motivo principal citado pelos dois grupos foi o acúmulo de atividades acadêmicas. Pudemos constatar, então, que o público de nossa pesquisa era predominantemente de estudantes da própria universidade. Muitos deles procuraram essa modalidade em virtude de sua gratuidade e com o objetivo da melhora no condicionamento físico. A maioria dos alunos atribuiu a ausência ou desistência ao fator “acúmulo de afazeres acadêmicos”, mesmo considerando o Rope Skipping como uma atividade motivante e atraente. Podemos nesse caso, então, inferir que a qualidade de vida das pessoas vai além da possibilidade de participação, e sim passa pela organização das atividades profissionais, que geralmente são prioridade, haja visto que o abandono se dava principalmente no período final do semestre, momento no qual há acúmulo de trabalhos e provas finais.

Figura 01. Corda para prática de rope skkiping

1.     Introdução

    A brincadeira de pular corda sempre fez parte do universo lúdico infantil. Há muito tempo as crianças se divertem por meio de vários jogos desafiantes com a corda. Desde a década de 1960, essa prática vem sendo sistematizada e as diferentes maneiras de pular corda deram origem a um novo esporte que começou a ser difundido no Brasil em 2000 com um grupo Belga que veio ministrar aulas sobre tal atividade (MENDES, 2004).

    O Rope Skipping (ERSO, 2009; FISAC, 2009) – “pular corda”, em inglês – é uma nova modalidade esportiva competitiva e/ou demonstrativa que consiste em pular corda das formas mais variadas possíveis (MENDES, 2004). Sua prática caracteriza-se pela realização de acrobacias, giros, saltos, e outros movimentos de difícil execução, tudo isso conciliado com saltos à corda. Os saltos e as manobras são realizados numa seqüência escolhida pelo praticante e na maior velocidade que se conseguir. São utilizadas tanto cordas pequenas (individuais) quanto cordas grandes (práticas em grupo).

    Mesmo sendo recente ainda no país, desde 2002 há na Faculdade de Educação Física da Unicamp (FEF/Unicamp) um projeto de extensão de Rope Skipping, criado com a finalidade de divulgar a referida modalidade. Desde então, tem sido oferecida em todos os semestres de forma gratuita, abrindo oportunidades à comunidade local em conhecer e aprender um pouco sobre essa novidade do mundo dos esportes. O projeto funciona na própria FEF/Unicamp com duração de uma hora cada aula e freqüência de duas aulas por semana (MENDES, SALERNO E VENDITTI JR, 2005a; 2005b).

    Todavia, temos percebido no decorrer desses anos que a queda da freqüência de alunos ao longo das aulas em cada semestre letivo tem sido uma constante no referido projeto de extensão. Ou seja, a cada semestre era muito comum verificarmos um determinado número de pessoas iniciando a participação no projeto e um outro número, razoavelmente menor que o primeiro, dando continuidade e finalizando as atividades oferecidas no mesmo projeto.

    Intrigados com a ocorrência desse fato, decidiu-se investigar no segundo semestre de 2004 quais as possíveis razões disso acontecer continuamente nesse espaço. Para tanto, realizamos a presente pesquisa buscando saber, por meio de questionário aplicado aos alunos no primeiro dia de aula, quais eram os motivos que levaram os alunos a aderirem ao projeto de extensão de Rope Skipping da Unicamp. Em seguida, mais ao final do mesmo semestre, aplicamos outros dois questionários: um para aqueles que permaneceram participando do projeto e outro àqueles que já haviam desistido do mesmo.

    Nosso intuito, com isso, foi verificar, sob o ponto de vista do professor de Educação Física, quais os motivos levam os alunos a abandonarem ou deixarem de freqüentar as aulas de Rope Skipping no projeto de extensão da FEF/Unicamp. Pretendemos também, além de identificar, discutir esses motivos a fim de que possamos fazer uma avaliação do trabalho desenvolvido com a atividade em questão nesse projeto.

Figura 02. Pessoas praticando rope skipping em conjunto. Corda single.

Fonte: mutengo.co.za (acesso em 03/09/2009)

2.     Método

    Para a realização do trabalho, realizamos a caracterização do grupo com o qual trabalhamos no primeiro dia de aula do semestre, com a aplicação de um questionário que continha perguntas para observarmos qual o objetivo da pessoa em relação ao rope skipping; qual o conhecimento dela sobre o mesmo; e o que a levou a fazer a matricula em uma atividade que ela pouco ou nada conhecia (MENDES, SALERNO E VENDITTI JR, 2005a).

    Ao final do semestre, aplicamos outros dois questionários, um àquelas pessoas que haviam permanecido no grupo; e outro para aquelas que haviam abandonado o projeto de extensão (MENDES, SALERNO E VENDITTI JR, 2005b).

    Para o primeiro grupo, aplicamos um dia na aula, e para o segundo, enviamos duas questões por e-mail. O fato de escolhermos enviar apenas duas questões foi para que as pessoas não tivessem muitos problemas em respondê-las. Após a coleta dos dados, dispusemos os mesmos em tabelas para a melhor visualização dos resultados, que serão vistos a seguir, no decorrer do texto.

2.1.     Sujeitos e instrumentos

    Os sujeitos participantes dessa pesquisa são 25 alunos que iniciaram as atividades no primeiro dia de aula no projeto de extensão de Rope Skipping da FEF/Unicamp, no segundo semestre de 2004.

    Para a realização dessa pesquisa optamos por utilizar 02 (dois) questionários com questões fechadas e abertas que foram aplicados aos 02 grupos de alunos acima mencionados.

    Perguntamos no questionário se eles já conheciam o Rope Skipping e o resultado que obtivemos foi próximo do que já imaginávamos: 23 (vinte e três) pessoas não conheciam e apenas duas disseram saber do que se tratava por terem visto anteriormente pela internet. Entretanto, muitos participantes afirmaram que, após terem efetuado a inscrição no projeto, se interessaram pelo assunto e buscaram mais informações sobre o Rope Skipping também via internet.

Participantes

    No que se refere à faixa etária do grupo, dezoito pessoas possuíam entre 18 e 21 anos, e sete estavam entre 22 e 26 anos de idade. Esses jovens são quase todos (vinte e quatro) estudantes dos mais variados cursos oferecidos pela própria UNICAMP. Justamente por esse motivo é que a maioria dos participantes, dezoito, reside dentro do distrito de Barão Geraldo, enquanto que os demais moram ou fora de Barão Geraldo (seis pessoas), ou fora da cidade de Campinas (apenas uma).

Questionários

2.1.1.     Primeiro questionário: questionário inicial

    Este primeiro questionário foi respondido por todos os alunos participantes logo no primeiro dia de aula e tinha como objetivo conhecer melhor os alunos. Entre outros, foi-lhes perguntado qual era o vínculo deles com a Unicamp; se já conheciam a modalidade esportiva Rope Skipping e o projeto de extensão da FEF/Unicamp; por qual motivo eles fizeram a inscrição no projeto; e qual seria a pretensão dos mesmos com relação ao rope skipping.

    Quando indagamos aos participantes sobre o motivo que de fato levou-os a fazer a inscrição para esse projeto chegamos ao seguinte resultado:

  • 16 (dezesseis) participantes o fizeram pela isenção de pagamento da taxa de inscrição;

  • 05 (cinco) deles, por convite de algum amigo;

  • 03 (três), por interesse em conhecer ou saber mais sobre o Rope Skipping; e, finalmente;

  • 01 (um), para sair do sedentarismo.

    Por fim, perguntamos qual seria a pretensão dos participantes em relação ao projeto. A maioria (vinte e uma pessoas) informou ter vindo ao projeto para melhorar o seu condicionamento físico, enquanto que outras três vieram para praticar uma nova modalidade esportiva, e apenas uma para fazer novas amizades.

2.1.2.     Segundo questionário: aos que continuaram no projeto

    Para o grupo de alunos que permaneceu no projeto de extensão, aplicamos um questionário pessoalmente com apenas uma questão aberta a respeito dos motivos de permanência no grupo, não perdendo o interesse. As questões elaboradas com alternativas nos possibilitaram perguntar se houve algum momento no qual pensaram em desistir de participar do projeto e os motivos pelos quais em alguns momentos se ausentaram.

    Responderam ao questionário 10 alunos sendo que explicitaremos apenas a questão relacionada aos motivos pelas ausências periódicas e trechos da resposta à questão aberta. Isso se deve ao fato de termos obtido a unanimidade quando ao fato de nenhum de nossos alunos ter pensado em desistir das aulas durante o semestre (quadro 01).

Quadro 01. Motivos de ausência periódica respondida pelos participantes

do projeto de extensão de Rope Skipping da FEF/Unicamp.

2.1.3.     Segundo questionário: aos que Não continuaram no projeto

    Conforme explicitado, o questionário continha apenas uma questão e foi aplicado ao final do semestre. Teve como alvo aquelas pessoas que deram início às atividades, mas que já não participavam mais: haviam desistido/abandonado o projeto durante o semestre.

    Apresentamos a estas pessoas algumas alternativas e perguntamos a elas qual teria sido o determinante para que tivessem deixado de participar do projeto de extensão de Rope Skipping da FEF/Unicamp. Por ser o único meio viável, aplicamos este questionário e coletamos as respostas via e-mail dos ex-participantes.

    Para a questão aberta, pedimos que os alunos apontassem alguns motivos que impediram a idéia de desistência. A seguir apresentaremos trecho de respostas obtidas:

  • “...atividade é muito gostosa e diferente das que eu costumo fazer”;

  • “...as aulas são bem descontraídas, dinâmicas e também mantenho a constância em exercícios/atividades físicas”;

  • “...acho o projeto muito interessante e motivante. Toda aula sempre tem algo novo para aprendermos e isso é bom, pois nos incentiva a ficar tentando até conseguir, além do que perdemos umas gordurinhas”;

  • “...gosto de fazer algum exercício físico e as pessoas que freqüentam e são aula são bem legais”;

  • “...meu interesse é basicamente justificado pela dinâmica das aulas (divertimento...). também pelo fato de ao fazer exercício físico, relaxo e não tenho problemas”;

  • “...me interessei pelo projeto e pretendo continuar mesmo com algumas ausências”;

  • “...gosto das atividades e das pessoas”;

  • “...meu interesse é por se tratar de uma atividade física, pela descontração da modalidade”;

  • “...gosto das aulas, são interessantes e divertidas, e por ser uma atividade física”;

  • “...gostei do esporte e das pessoas que conheci”.

2.1.4.     Questionário complementar: aos que finalizaram o semestre

    Aplicamos esse questionário na mesma época que o segundo, àqueles que ainda participavam das atividades ministradas junto ao projeto. Elaboramos duas questões – uma fechada e uma aberta – que julgamos pertinentes saber desses indivíduos: qual motivo melhor justificaria as ausências que tiveram até aquela data no projeto de extensão; e, por último (questão aberta), pedimos que os mesmos descrevessem o motivo que justificava o interesse deles pelo projeto de extensão.

    Para essa fase da pesquisa, utilizamos o recurso montado no início do semestre, um grupo de e-mail dos alunos participantes, assim sendo, enviamos a questão para que nos respondessem. Aumentamos a possibilidade de obtenção de respostas no momento em que mandamos o e-mail com a explicação do objetivo do trabalho em andamento e apenas uma questão a ser respondida, sendo ela com alternativas que a pessoa escolheria a respeito do motivo pelo qual deixou de participar do grupo de rope skipping. Cada aluno poderia responder mais de uma alternativa.

3.     Resultados e discussão

    Ao indagarmos aos participantes dessa pesquisa no primeiro questionário sobre qual seria o vínculo deles com a Unicamp, a maioria (24) afirmou ser estudante dos mais variados cursos de graduação e pós-graduação desta universidade. Há, portanto, uma tendência do grupo quanto a esse quesito: o perfil de nosso público é em sua maioria de estudantes universitários.

    No que se refere ao conhecimento dos indivíduos iniciantes com relação ao Rope Skipping, muitos deles (23) disseram não saber do que se tratava. Ao procurar saber como os participantes tomaram conhecimento do projeto de extensão da FEF/Unicamp, verificamos que para 18 a fonte de informação foi o próprio site da Codesp – Coordenadoria de Desenvolvimento de Eventos e Esportes, local onde eram realizadas as inscrições. O restante, 07 pessoas, tomou conhecimento por meio de amigos que já haviam participado anteriormente do projeto (Quadro 02).

Como tomou conhecimento do Projeto de Extensão de Rope Skipping da FEF/Unicamp?

18

Pelo site da Codesp

07

Por um amigo ex-participante

0

Outro (qual?)

Quadro 02. Fontes de informações dos alunos sobre o projeto de extensão de Rope Skipping da FEF/Unicamp.

    Quando indagamos aos participantes sobre o motivo que de fato os levou a fazer a inscrição para esse projeto chegamos ao resultado explicitado a seguir, no Quadro 03. A única pessoa que respondeu “outro” justificou sua inscrição dizendo que gostaria de deixar de ser sedentário.

Qual motivo levou você de fato a fazer a inscrição para esse projeto?

16

Pela isenção da taxa de inscrição

3

Pelo interesse em conhecer ou saber mais sobre o Rope Skipping

5

Por convite de alguém

1

Outro (qual?)

Quadro 03. Motivos pelos quais os alunos se inscreveram no projeto de extensão de Rope Skipping da FEF/Unicamp.

    Ao final do primeiro questionário ainda perguntamos qual seria a pretensão dos participantes em relação ao projeto. As respostas obtidas foram as apresentadas no Quadro 04.

Aponte a alternativa (apenas uma) que melhor represente sua pretensão com relação a esse projeto:

03

Vim para praticar uma nova modalidade esportiva

21

Vim para melhorar meu condicionamento físico

01

Vim para fazer novas amizades

0

Vim para satisfazer uma curiosidade com relação ao Rope Skipping

0

Não sei

0

Outro (qual?)

Quadro 04. Pretensão/ interesses dos alunos com relação ao projeto de extensão de Rope Skipping da FEF/Unicamp.

    A análise dos dados obtidos pela aplicação do primeiro questionário permitiu-nos perceber que os participantes dessa pesquisa apresentam muitas características em comum. Pelo que pudemos verificar, trata-se, normalmente, de alunos da própria Unicamp que não conhecem o Rope Skipping, acabaram inscrevendo-se no projeto por não cobrar nenhuma taxa financeira e procuraram-no com a intenção de melhorarem a sua condição física.

    Com relação ao último questionário (aos que haviam abandonado a atividade e o projeto de extensão), conseguimos coletar um número muito reduzido de respostas: 05 (cinco), em virtude do modo de aplicação do mesmo (via e-mail) não ter sido tão direto quanto o modo de aplicação dos outro questionários (pessoalmente).  A questão feita a estes alunos que já não freqüentavam mais as aulas do projeto e suas respostas estão apresentadas no quadro 05. Por possibilitarmos assinalar mais de uma alternativa, houve dois ex-alunos que apontaram duas opções.

Qual motivo, dos abaixo relacionados, foi mais determinante para a sua desistência do projeto de Rope Skipping? (Pode haver mais de uma alternativa)

4

Acúmulo de atividades acadêmicas

0

Desinteresse pela atividade em si

0

Preguiça

3

Assumi outro compromisso no mesmo horário

0

Não me senti bem com as pessoas que lá freqüentavam

0

Dificuldade de realização dos exercícios

0

Insatisfação com a conduta dos professores

0

Outros

Quadro 05. Principais determinantes de desistência dos alunos no projeto de extensão de Rope Skipping da FEF/Unicamp.

    Para o grupo de alunos que permaneceu participando do projeto de extensão até o final do semestre e puderam contribuir com nossa pesquisa, perguntamos qual motivo melhor explicaria as ausências que eles tiveram até aquela data nas aulas do projeto. As opções assinaladas se distribuíram do seguinte modo, de acordo com o quadro 06:

Justificativas a respeito das faltas nas aulas de Rope Skipping

05

Acúmulo de afazeres acadêmicos

0

Desinteresse pela atividade em si

0

Preguiça

01

Assumi outro compromisso no mesmo horário

04

Outro. (Qual?)

Quadro 06. Justificativa das ausências (faltas) dos alunos nas aulas do projeto de extensão de Rope Skipping da FEF/Unicamp.

    As pessoas que assinalaram a opção “Outros” justificaram as ausências em virtude principalmente de viagens realizadas nas vésperas de feriados prolongados, tendo que se ausentar das atividades do campus universitário.

    Ainda junto a esse mesmo grupo, quando investigamos de maneira aberta quais seriam os motivos capazes de fazer com que esses indivíduos permanecessem freqüentando o projeto de extensão, obtivemos algumas respostas semelhantes e outras nem tanto. Houve quem deixasse claro que sentia interesse pelo projeto porque, freqüentando-o, faria algum tipo de atividade física. Outros disseram sentirem-se atraídos pelo projeto em virtude das aulas serem ministradas de forma descontraída e o ambiente social ser agradável. Verificamos também em algumas frases a complementação que ocorrer entre realizar uma atividade física e estar em um ambiente agradável.

    Como pudemos observar, a maioria das questões relacionadas à ausência, seja ela permanente ou esporádica está relacionada ao fato de acúmulos acadêmicos, coerente com o público que freqüenta as aulas de rope skipping do projeto de extensão da FEF – UNICAMP.

    Podemos pensar que a atividade física é sempre o primeiro item a ser cortado quando relacionado às prioridades de um indivíduo, seja ela de ordem financeira, social ou de trabalho. Um exemplo que pode ser citado é o fato de academias de ginástica demonstrarem uma alta rotatividade de seus alunos, sendo poucos os que permanecem durante todo o ano. A grande maioria procura tais locais quando se aproxima o verão e começa a busca pelo corpo perfeito, após isso ela é abandonada talvez por não oferecer o prazer e divertimento que estão altamente relacionados à motivação de uma pessoa.

    Como pudemos observar nos trechos das respostas à questão aberta, os alunos permaneceram pelo fato de ser uma aula divertida, na qual há a possibilidade de interação entre os alunos fazendo com que eles se conheçam e aumente a chance de haver a amizade.

    O fato de sempre se aprender algo diferente nos leva a pensar nos desafios propostos com tal atividade que deveria ser quebrado por cada indivíduo e muitas vezes com a ajuda do outro, ou até mesmo com um dependendo do outro durante as atividades em duplas, trios ou grandes grupos.

 

Figura 03. Montagem de figuras. Corda/ Pessoa praticando rope skipping.

(Arquivo pessoal)

4.     Considerações finais

    A metodologia diferenciada atraiu alunos para essa atividade, mesmo sem que eles a conhecessem desde o início das participações dos mesmos. Provocando o aluno com exercícios que o desafiem e proporcionando um clima de prazer e amizade nas aulas, podemos fazer com que os alunos se interessem e permaneçam nas aulas.

    Em alguns momentos será difícil manter o aluno dentro das aulas pois há outras atividades que devem ser cumpridas, porém podemos discutir que é necessário um tempo para cuidar de si próprio.

    Para estimular nossos alunos a continuarem dentro das aulas podemos aplicar questionários ou realizar conversas durante determinados momentos para observarmos se o foco do aluno mudou. Sua motivação nem sempre permanece a mesma, podendo iniciar no grupo com a intenção de aprender e terminar determinado a competir; enfim, infinitas possibilidades que só podem ser descobertas conversando com os alunos.

    Dificilmente teremos um grupo homogêneo de alunos, assim sendo, cada um terá características diferentes, então podemos possibilitar que todos dêem um pouco de si para as aulas, para que todos experimentem de tudo, um dia de competição, um dia de brincadeiras infantis, um momento no qual os alunos poderão levar a família para participar, outro no qual deverão ensinar um outro grupo de pessoas.

    Enfim, podemos proporcionar inúmeros momentos para que os alunos se sintam motivados. Ouvindo-os eles saberão que são agentes dentro do grupo e não apenas alunos recebedores de um novo movimento que será copiado do professor.

    Os resultados obtidos na presente pesquisa, devido ao número reduzido de sujeitos analisados, são demasiadamente limitados para levantarmos proposições muito audaciosas com relação à adesão e a desistência na prática do Rope Skipping de um modo em geral. Também devemos levar em conta que estamos lidando com aspectos extremamente complexos e dinâmicos. Contudo, ainda assim, a nossa pesquisa foi capaz de oferecer-nos subsídios importantes para reflexões sobre aquilo que nos propusemos a investigar, que são os motivos que levam os alunos a abandonarem ou deixarem de freqüentar as aulas de Rope Skipping no projeto da FEF/Unicamp.

    Também gostaríamos ainda de mencionar que, tendo verificado o quão desconhecido ainda é para o público a existência do Rope Skipping como modalidade esportiva, convém desenvolvermos meios e estratégias de divulgação da mesma para que ela se torne mais acessível à população em geral. Trata-se de uma modalidade que não necessita de muito investimento financeiro por parte do praticante e, por isso, seria interessante torná-la de conhecimento de um número maior de pessoas.

    Notamos que o fato de o nosso projeto não cobrar nenhuma taxa financeira na época foi considerado como um forte atrativo para que os participantes se inscrevessem no mesmo. No entanto, é possível, no nosso caso, que a isenção de taxa tenha se confundido com isenção de responsabilidade por parte do participante com relação ao projeto, daí a possibilidade de compreensão do grande número de evasões ao longo do semestre.

    Conforme pudemos verificar, a maioria das questões relacionadas à ausência dos indivíduos interrogados, seja ela permanente ou esporádica, tem forte relação com o acúmulo de afazeres acadêmicos, o que é coerente com os nossos sujeitos pesquisados (estudantes universitários). Todavia, permite-nos pensar sobre como é comum acontecer de a atividade física ser sempre um dos primeiros itens de desistência quando colocada em concorrência com outros afazeres de ordem profissional ou social.

    Percebemos que a geração de um ambiente social agradável foi significativa para a permanência dos alunos no projeto. Pode parecer ser óbvia essa nossa colocação, mesmo assim vale ressaltar que, além dos cuidados para com o processo de ensino-aprendizagem, também é função do professor zelar pela geração desse ambiente social agradável, seja ele no ensino do Rope Skipping ou qualquer outra modalidade.

Referências bibliográficas

  • ERSO - EUROPEAN ROPE SKIPPING ORGANIZATION (ERSO). Organização Européia de Rope Skipping. Disponível em: http://www.erso.org. Acesso em: 26/07/09.

  • FISAC - FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE ROPE SKIPPING. Disponível em: http:/www.fisac.org. Acesso em: 30/07/09.

  • MENDES, L. O. A Iniciação Esportiva ao Rope Skipping: uma avaliação da proposta desenvolvida junto ao projeto de extensão da FEF/Unicamp. 2004. 94 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Educação Física) Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2004.

  • MENDES, L.O; SALERNO, M. B.; VENDITTI JR, R. A adesão na prática do rope skipping relacionada à qualidade de vida. In: I Congresso de Ciência do Desporto, 2005a, Campinas. Anais do I Congresso de Ciência do Desporto. Campinas : FEF/ UNICAMP, 2005a. v. 1.

  • MENDES, L.O; SALERNO, M. B; VENDITTI JR, R. Rope skipping: analisando a adesão e a desistência na prática dessa modalidade no projeto de extensão da FEF - Unicamp. In: III Fórum Internacional de Ginástica Geral, 2005b, Campinas. Anais III Fórum Internacional de Ginástica Geral, 2005b. v. 3. p. 217-221.

  • SATO, A. P. B. Rope Skipping: uma nova modalidade esportiva. 2002. 30 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Educação Física) Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2002.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/

revista digital · Año 14 · N° 137 | Buenos Aires, Octubre de 2009  
© 1997-2009 Derechos reservados