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Análise do perfil antropométrico de 

idosas participantes do VII Acampavida

Análisis del perfil antropométrico de mujeres mayores participantes del VII Acampavida

 

*Graduação em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Maria – UFSM

**Especialista em Atividade Física, Desempenho Motor e Saúde pela UFSM

***Especializandos em Atividade Física, Desempenho Motor e Saúde pela UFSM

(Brasil)

Estela Aita Monego* **

Lauriano Cecchin Warth* ***

Andréia Machado Cardoso* ***

estelaufsm@gmail.com

 

 

 

Resumo

          A população idosa no Brasil vem crescendo gradativamente com o passar dos anos. Este estudo teve por objetivo verificar o perfil das idosas participantes do VII Acampavida. A amostra foi de 58 idosas com idades entre 40 e 80 anos. Foram verificadas a massa corporal, a estatura corporal e aplicado um questionário. Conclui-se que, a maioria das idosas são viúvas e concluíram apenas o Ensino Fundamental. Além disso, a maioria da amostra passou a freqüentar os Grupos de Terceira Idade por motivos de saúde e uma pequena parte da amostra pratica atividade física fora dos grupos. A maioria da amostra encontra-se com sobrepeso e com relação cintura-quadril considerada de alto risco.

          Unitermos: Acampavida. Idosas. Perfil

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 137 - Octubre de 2009

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Introdução

    A população idosa no Brasil vem crescendo gradativamente com o passar dos anos (MAZO et al, 2004). A Organização Mundial da Saúde – OMS considera idoso todo indivíduo a partir de 65 anos de idade que resida nos países desenvolvidos e acima de 60 anos os residentes em países em desenvolvimento. Logo, percebe-se que essa definição está diretamente ligada à qualidade de vida proporcionada pelo país aos seus cidadãos (MAZO et al, 2003).

    O aumento da expectativa de vida somente se tornou possível a partir de melhores condições sanitárias, profilaxia de doenças, desenvolvimento da indústria farmacêutica e planejamento familiar (PASCHOAL, 1996). No entanto, ao aumentar a expectativa de vida torna-se mais freqüente o aparecimento de doenças crônico-degenerativas, aumentando os custos de saúde (MAZO et al, 2003).

    O estilo de vida sedentário na terceira idade pode induzir a maiores desgastes no organismo do que o estilo de vida fisicamente ativo (MEIRELLES, 1999). O treinamento físico pode produzir uma melhora das funções essenciais para a aptidão física do idoso, exercendo um papel muito importante em relação aos idosos, nos aspectos de saúde, sociabilidade e vitalidade, contribuindo de forma significativa, para uma melhor qualidade de vida (LEITE, 1990).

    Percebe-se um aumento de grupos de terceira idade, sendo que muitos destes contam com o apoio de instituições como prefeituras e universidades. A Universidade Federal de Santa Maria – UFSM se destaca no estudo do envelhecimento humano através do Núcleo Integrado de Estudos e Apoio a Terceira Idade – NIEATI que oferece programas de atividades físicas e presta acessoria aos grupos de terceira idade de Santa Maria e região (TEIXEIRA et al, 2003), realizando eventos que reúnem idosos de diversas localidades. Entre os eventos realizados pelo NIEATI, o Acampavida se destaca por ser um evento que proporciona aos adultos de ambos os sexos, com idade a partir de 55 anos, uma oportunidade de convivência dentro da Universidade. Devido ao número de participantes do evento e sua abrangência de localidade, este é considerado um dos maiores eventos do estado (TEIXEIRA et al, 2003).

    Neste contexto, o objetivo deste estudo foi verificar o perfil dos idosos participantes do VII Acampavida.

Métodos

    A amostra deste estudo foi de 58 idosas com idades entre 40 e 80 anos e participantes do VII Acampavida. Todas as idosas freqüentavam algum Grupo de Terceira Idade de Santa Maria-RS regularmente, ou seja, eram fisicamente ativas.

    Primeiramente, foi realizada uma breve explicação à respeito dos procedimentos do estudo e os sujeitos assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido - TCLE. Logo, foi verificada a estatura, a massa corporal e a circunferência da cintura e do quadril de cada sujeito para que, posteriormente, fosse calculado o IMC e a RCQ de cada um deles. Posteriormente, foi realizada a entrevista, a qual era composta por perguntas relacionadas ao nível sócio-econômico e nível de atividade física.

    A massa corporal, a estatura corporal e as circunferências de cintura e quadril foram verificadas de acordo com os métodos de Alvarez; Pavan (2003). A massa corporal foi medida com uma balança antropométrica da marca arja com precisão de 100 gramas e a estatura foi verificada com um estadiômetro fixado na parede. Para as circunferências de cintura e quadril, utilizou-se uma fita métrica flexível.

    Realizou-se uma estatística descritiva com média e desvio padrão dos dados e uma análise de percentual.

Resultados

    A amostra deste estudo foi de 58 idosas com idades entre 40 e 80 anos, sendo que 38% eram casadas, 44% viúvas, 10% separadas e, apenas 8% solteiras.

    A maioria das participantes (85%) concluíram apenas o Ensino Fundamental enquanto que 8% o Ensino Médio, 5% o Superior e 2% eram analfabetos. As profissões mais citadas foram: secretária doméstica (15%), costureira (5%), dona-de-casa (31%) e 45% eram aposentadas. Em relação ao nível sócio-econômico, a renda mensal de 1 salário mínimo foi citada por 4% das entrevistadas, 4% 7-8 salários mínimos, 15% 5-6 salários mínimos e 77% 2-4 salários mínimos.

    Quando questionadas sobre o motivo que levou-as a freqüentar o grupo de terceira idade, 5% das idosas disseram ser por estética, 14% por indicação médica, 9% por lazer, 27% para aumentar seu convívio social e 45% por motivos de saúde. Uma grande parte da amostra (35%) pratica atividades físicas há mais de 1 ano, 39% há mais de 5 anos, 20% há mais de 10 anos e somente 6% sempre praticou atividades físicas.

    Entre as atividades físicas mais praticadas pela amostra fora do grupo de terceira idade, 31% citou praticar caminhada e/ou alongamento, 40% ginástica localizada e/ ou postural e apenas 3% musculação. A freqüência semanal de 1x/semana da prática de atividades físicas foi citada por 19%; 31% citou praticar 2x/ semana, 9% 3x/ semana e 3% 6x/ semana.

    Pela classificação do IMC conforme a OMS apud Mazo et al (2003), 22% da amostra está na faixa de IMC considerada como normal, 57% em sobrepeso e 19% com obesidade. A RCQ 42% das mulheres que participaram da amostra se encontram com uma RCQ na faixa de risco baixo e 58% na faixa considerada de risco alto.

Conclusões

    A maioria da amostra era viúva, com faixa etária entre 61 e 70 anos, demonstrando assim que os indivíduos da terceira idade podem se manter ativos e participantes da sociedade. Neste sentido, percebeu-se que mesmo o Acampavida sendo um evento voltado ao público com faixa etária superior a 55 anos, há participantes com idade inferior a esta faixa etária.

    Percebeu-se que uma grande parte da amostra começou a freqüentar os Grupos de Terceira Idade por motivos de saúde e praticavam ginástica localizada ou ginástica postural fora dos Grupos de Terceira Idade há mais de 5 anos. No entanto, a análise do IMC demonstrou que mais da metade da amostra está em sobrepeso e um quase um quinto dela se encontra com obesidade. A RCQ também foi um fator preocupante, pois mais da metade da amostra teve RCQ considerada de alto risco para desenvolvimento de doenças. Sugere-se que os idosos venham a aumentar sua freqüência semanal de prática de atividades físicas e que sempre sejam acompanhados/orientados por profissionais da área, buscando praticar atividades adequadas aos seus objetivos e condições físicas.

Referências bibliográficas

  • ALVAREZ, BR; PAVAN, AL. Alturas e Comprimentos: In: Petroski, EL. Antropometria, técnicas e padronização. Pallotti, 2003.

  • ARANTES; LM et al. Avaliação da aptidão física e capacidade funcional praticantes de Ginástica do Projeto AFRID. Publicação: Qualidade de Vida e Estilo Ativo no Envelhecimento. Org.: Andréa Krüger Gonçalves e Rosa Maria Freitas Groenwald. Porto Alegre: Evangraf, 2005.

  • MARINS, JCB; GIANNICHI, RS. Avaliação e Prescrição de atividade física: guia prático. 3ª ed. Rio de Janeiro: Shape, 2003.

  • MATSUDO, SMM. Avaliação do Idoso: Física & Funcional. 2° ed. Londrina- PR: Midiograf, 2004.

  • MAZO, GZ; LOPES, MA; BENEDETTI, TB. Atividade Física e o Idoso: Concepção Gerontológica. 2° ed. Porto Alegre: Sulina, 2004.

  • MEIRELLES, MEA. Atividade física na terceira idade. Rio de Janeiro: Sprint, 1997.

  • MORROW Jr, JR. Medida e avaliação do desempenho humano. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.

  • OKUMA, SS. O Idoso e a Atividade Física: Fundamentos e Pesquisa. Campinas: Papirus, 1998.

  • PAPALIA, DE; OLDS, SW. Desenvolvimento Humano. Porto Alegre: Artmed, 2000.

  • PASCHOAL, SMP. Epidemiologia do envelhecimento. In: NETTO, M. P. Gerontologia. São Paulo: Atheneu, 1996.

  • TEIXEIRA, CS; PEREIRA, EF; ACOSTA, MA. Quem são os participantes do 4° ACAMPAVIDA? Caderno ADULTO / Universidade Federal de Santa Maria. Centro de Educação Física e Desportos. Núcleo Integrado de Estudos e Apoio à Terceira Idade. N°1 (1997). Santa Maria: UFSM, CEFD, NIEATI, 1997.

  • TRITSCHLER, K A. Medida e Avaliação em Educação Física e Esportes de Barrow e McGee - Barueri, SP: Manole, 2003.

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