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Esportes coletivos na perpectiva da cultura

corporal: uma proposta pedagógica

Los deportes colectivos en la mirada de la cultura corporal: una propuesta pedagógica

 

*Discente do curso de Educação Física

**Docente do curso de Educação Física

(Brasil)

Anderson André Alexandre*

Anderson Luiz Coppi Kofahl*

Bruno Emanuel Santana**

ande@univali.br

 

 

 

Resumo

          Este trabalho teve como objetivo principal propor alternativas de superação do trabalho pedagógico no trato com os esportes coletivos, utilizando a abordagem critica-superadora, baseado no livro metodologia do ensino da educação física de autoria do coletivo de autores; Utilizar as capacidades físicas básicas e o conhecimento das estruturas corporais dos educandos, e desenvolver controle de movimentos adaptados às circunstâncias e as condições de cada situação na escola municipal Elias Adaime, para tanto se fez um trabalho utilizando a abordagem qualitativa/interventiva e pesquisas bibliográficas, relatórios de observação e planos de aula. Assim a partir das observações e intervenções na realidade escolar foi desenvolvido e construído uma prática pedagógica voltada para a formação critica do aluno, onde se valorizou a sociedade e os interesses sociais destes alunos, diferenciando as indiferenças e através desta realidade desenvolvemos um ensino que se assemelhasse à abordagem critica-superadora de ensino dialogando com alunos e construindo uma reflexão sobre a realidade a qual esta norteada a escola esta qual defendida pelo coletivo de autores, e assim atuando ativamente no seu processo de ensino-aprendizagem com autonomia, beneficiando a construção reflexiva de formas mais elaborada de conhecimento. Verificamos que através das estratégias utilizadas os alunos aprenderam a gostar e interagir dinamicamente na construção de uma pratica pedagógica e sendo assim nos mostrou a importância de acreditar na possibilidade de mudança da realidade das aulas de educação física. O presente trabalho foi realizado com o intuito de buscar o conhecimento dos alunos e identificar as questões culturais, acreditando nisso fez com que poderíamos motivar os alunos a buscarem estratégias e idéias na criação de novas atividades.

          Unitermos: Critica-superadora. Prática pedagógica. Coletivo de autores

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 137 - Octubre de 2009

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1.     Introdução

    A partir da observação e aula diagnóstica realizadas na escola municipal Elias Adaime, localizado no bairro cidade nova, na cidade de Itajaí. Foi identificado um dos maiores problemas relacionados nas aulas de educação física. Este problema relaciona-se principalmente a falta de disciplina dos alunos e as dificuldades motoras e destrezas motoras apresentadas pelos alunos, podem relacionar este problema a diversos fatores como às idades cronológicas, e relações psicológicas dos alunos, mais principalmente a questão social onde esta situada à escola, e isto acabam revelando uma dificuldade enorme nas aulas de educação física.

    Vários fatores podem ser indicados ainda, diante desta temática procuramos desenvolver as aulas mais dinâmicas e interativas, buscando o conhecimento dos alunos e desta forma criamos um plano de ensino voltado mais à cultura corporal onde a mesma passa a ser favor de uma necessária evolução, procurando transcender os aspectos meramente físicos das pessoas para os afetivos, os cognitivos e os sócios culturais, buscando a valorização do individuo, como isso buscando a realidade destes alunos para o conhecimento pratico nas aulas de educação física.

    Em geral podemos deduzir que as aulas apresentadas durante as intervenções passaram de satisfatórias para ótimas, isto se da ao fato da interação com os alunos e o convívio com os mesmos na elaboração das atividades, neste sentido tornou-se os professores naqueles momentos também fazer parte da sociedade que para os alunos é tão diferente e ao mesmo tempo valorizada.

    O presente trabalho foi realizado com o intuito de buscar o conhecimento dos alunos e identificar as questões culturais, acreditando nisso fez com que poderíamos motivar os alunos a buscarem estratégias e idéias na criação de novas atividades. Além disso, a questão da indisciplina dos mesmos inspirou certos cuidados e maneiras de conduta de aula. Desta forma optou-se pelo tema de estágio com o titulo: esportes coletivos na perspectiva da cultura corporal: uma proposta pedagógica.

    E tendo como questão problema para esse estudo, Como desenvolver a interação entre aluno-professor numa perspectiva critica-superadora?

    Os objetivos deste estudo foram:

  • Utilizar as capacidades físicas básicas e o conhecimento das estruturas corporais no controle de movimentos adaptados às circunstâncias e as condições de cada situação;

  • Desenvolver atividades que valorizem a cultura corporal, desenvolvendo o conhecimento no qual possam sentir-se bem consigo mesmo e com os outros;

  • Estabelecer com os alunos problemas que exijam o domínio das aptidões e destrezas motoras;

  • Fazer com que os alunos controlem e dosem seus esforços, chegando à um nível correspondente as suas possibilidades reais de movimento, valorizando a participação e o esforço durante a realização das atividades e não o resultado obtido.

  • Oportunizar condições para que o aluno tenha respeito a si e aos demais, assim como respeitar as regras e as normas das atividades.

3.     Justificativa

    O tema desse estágio desenvolveu-se através da busca de valores, desta forma entendemos que a educação física, enquanto área de conhecimento tem como uma das especificidades tratarem de temas da cultura corporal, dentre os quais se encontram os jogos, desta forma propiciando aos alunos a possibilidade de re-laborar novos conhecimentos, um ensino da Educação Física que busque instigar a criatividade e o senso crítico na formação do individuo, com define Martins (2002).

    A abordagem metodológica, além de definir a educação física em outras bases (filosófica, ético político, pedagógica), articulou com a função social da escola no que havia de mais avançado: a formação do individuo enquanto sujeitos históricos, visando uma transformação social compromissada com os interesses e necessidades da classe trabalhadora.

    É essencial desenvolver nos alunos o censo critico, num sentido de entender e desenvolver as formas e assim respeitando sua própria opinião, possibilitando os mesmos a usarem de seu próprio conhecimento. O tema cultura corporal tem esse associação com a Educação Física na busca para desenvolver os conhecimentos e assim associando os conhecimentos cognitivos, afetivos e culturais. Como defendido por Medina (1990).

    Qualquer técnica corporal que se apresente apenas como modelo, tende à alienação, pois deixa de lado o manancial crítico da práxis, fator fundamental do desenvolvimento humano e igualmente importante a criticidade necessária à formação de uma sociedade livre e desreprimida.

    Juntando isso com o tema do estagio criou-se um elo de ligação entre o conhecimento, as questões corporais, conteúdos específicos no caso os esportes coletivos e a sociedade que norteia a escola. A principal proposta foi de trabalhar com o aluno a realidade vivida pelos mesmos na sociedade, e nela buscar extrair conceitos, curiosidades e experiências próprias destes alunos e isso servindo com a construção de conhecimento e troca de informações. Como descrito no gráfico 1 à especialidade e a proposta da abordagem critica-superadora, desenvolvido pelos acadêmicos do curso de Educação Física e através da proposta apresentada e entendida pelo livro coletivo de autores (1992) elaborou esse mapa conceitual.

Gráfico 1

    É importante que fique esclarecido que não tratamos de uma abordagem que se deduzam com concepções de aulas abertas, mais sim interacionalistas defendida pelos coletivos de autores, diante disto à concepção critica-superadora é aquela que permite o diálogo com os alunos, porém, permitindo ao aluno uma participação efetiva desde a construção do plano de aula do professor. Desta forma para analisar melhor sobre os fatores que interferem na participação efetiva dos alunos nas aulas de educação física buscamos a cada aula alternativas onde poderíamos investir para fazer com que os alunos cooperassem e participassem das aulas, além de fazer com que os mesmos reconhecessem o valor das mesmas, descobrindo assim as atividades de seus interesses e os objetivos ao realizá-las. Segundo o coletivo de autores (1992):

    A expectativa da educação física escolar, que tem como objeto a reflexão sobre a cultura corporal, contribui para a afirmação dos interesses de classe das camadas populares, na medida em que desenvolve uma reflexão pedagógica sobre valores como solidariedade substituindo individualismo, cooperação confrontando a disputa, distribuição em confronto com apropriação, sobretudo enfatizando a liberdade de expressão dos movimentos -a emancipação -, negando a dominação e submissão do homem pelo homem.

    Ainda de acordo com o coletivo de autores (1992). Na escola, é preciso resgatar os valores que privilegiam o coletivo sobre o individual, defende o compromisso da solidariedade e respeito humano, a compreensão de que jogo se faz “a dois”, e de que é diferente jogar “com” o companheiro e jogar “contra” o adversário.

    A cultura corporal enquanto fenômeno educativo vai relacionar os valores e finalidades que se visualizam na Educação Física, onde os objetivos dela se orientarão não diretamente para o corpo, mas indiretamente, por meio da ação sobre a personalidade (os motivos, as atitudes, o comportamento, intelecto, vontade e emoção). Assim formaremos cidadãos mais críticos que vão usufruir, partilhar, produzir, reproduzir e transformar as formas culturais da atividade física.

    Concordamos com Vago (1997) apud Silveira (2001), temos desenvolvido duas possibilidades na produção de nossa cultura corporal escolar. Na primeira, conhecer e problematizar, junto com os alunos, as práticas esportivas que os seres humanos produziam ao longo de sua história cultural: vivenciar, conhecer, criticar e transformar as práticas corporais já produzidas.

    A segunda possibilidade explorada nas aulas foi de criar novas atividades voltadas aos esportes coletivos, muitas vezes tivemos que utilizar de uma abordagem voltada à concepção tecnicista, a qual esta visa, mas as questões de esportes de rendimento e técnica dos alunos como defendida por Aranha, (1996).

    “Utilizada para atingir o interesse imediato e produzir indivíduos competentes para o mercado capitalista esta abordagem tem como premissa a eficiência, a rigidez dos conteúdos e a competitividade”.

2.     Metodologia

    Este trabalho constitui-se em um método de investigação qualitativa, no qual se enfatizaram os significados da cultura corporal para os alunos, onde observamos e descrevemos os esportes coletivos na cultura corporal uma proposta pedagógica, e diante disto desenvolvemos nas aulas de Educação Física o método da abordagem critica-superadora.

    A pesquisa foi realizada na Escola Municipal Elias Adaime, os sujeitos desta pesquisa foram alunos das 5ª e 6ª série do ensino fundamental, professores de Educação Física e equipe pedagógica.

    A pesquisa qualitativa se caracteriza por ter o ambiente natural como fonte direta de dados, fazendo com que o investigador seja o principal instrumento, além de ser descritiva.

    Os investigadores qualitativos se caracterizam por ter seus interesses nos “processos” e não simplesmente nos resultados, tendendo a analisar seus dados de forma indutiva, ou seja, sendo assim Bogdan e Biklen, (2004). Descrevem:

    “Não recolhem dados ou provas com o objetivo de confirmar ou infirmar hipóteses construídas previamente, ao invés disso, as abstrações são construídas a medida que os dados particulares que foram recolhidos se vão agrupando”

    E sendo assim o que mais importa na abordagem qualitativa é o seu significado, a coleta e análise de dados se deram qualitativamente, iniciaram-se pela observação das aulas, planos de ação e relatórios de aula, desenvolvidos durante a pesquisa, para esta pesquisa foram desenvolvidas dez aulas, sendo que nove aulas realizadas conforme plano de ensino (em Anexo), e outra aula, através de aula diagnóstica a qual a mesma serviu para o conhecimento dos alunos e o delineamento do estudo, totalizando dez aulas, e em cada dia eram desenvolvidas uma aula e analisadas duas aulas com outros professores.

    Segue abaixo o quadro com os cronogramas das intervenções e o delineamento das aulas.

Data

Conteúdos e objetivos

Atividades

Observações

Aula diagnóstica

02/04/2009

Conhecer as habilidades individuais dos alunos, no desenvolvimento dos fundamentos básicos do Handebol.

Passes;

Recepção;

Arremesso;

Condução.

Falta de coordenação motora;

Falta de vestimento adequado para a prática de educação física;

1ª Aula

16/04/2009

Desenvolver atividades, utilizando-se de idéias dos alunos e interação dos mesmos.

Diálogo;

Passes;

Recepção;

Arremesso

Percebeu-se uma dificuldade grande nos fundamentos da modalidade;

Dificuldade dos alunos em criar novas atividades;

2ª Aula

23/04/2009

Desenvolver o conhecimento para realização de atividades relacionadas ao desporto.

Dialogo;

Passes;

Arremesso;

Recepção;

Condução;

Reconhecemos as dificuldades de cada aluno;

Percebeu-se a interação dos alunos pela modalidade do Handebol;

3ª Aula

30/04/2009

Vivenciar atividades, utilizando-se de idéias dos alunos e interação dos mesmos.

Dialogo;

Passes;

Arremesso;

Recepção;

Condução;

Observou-se que os alunos já tinham idéias de criar novas atividades.

4ª Aula

07/05/2009

Conhecer as habilidades individuais dos alunos no desenvolvimento dos fundamentos básicos do futsal.

Dialogo;

Passes;

Chute;

Recepção;

Condução;

Percebeu-se a socialização entre o grupo;

Dificuldade dos alunos nos fundamentos da modalidade;

5ª Aula

14/05/2009

Conhecer habilidades dos alunos nos passes e deslocamento.

Dialogo;

Passes;

Chute;

Recepção;

Condução;

Percebeu-se a indisciplinas deles na aula pratica, fazendo que os mesmo auto-refleti-sem sobre ocorrido na aula;

6ª Aula

21/05/2009

Produzir com os alunos atividades que desenvolvessem as habilidades básicas da modalidade.

Dialogo;

Passes;

Chute;

Recepção;

Condução;

Enfatizamos mais os fundamentos da disciplina;

Percebemos que o processo pedagógico transcorreu com eficiência e a nossa aula teve uma grande evolução didático-pedagógica em relação aula passada;

7ª Aula

28/05/2009

Conhecer as habilidades individuais dos alunos no desenvolvimento dos fundamentos básicos do Basquete.

Dialogo;

Passes;

Arremesso;

Recepção;

Condução;

Percebeu-se a interação dos alunos pela modalidade;

Observou-se que os alunos divididos por sexo nas atividades, os mesmo realizam as atividades com mais satisfação e respeitam melhor os fundamentos básicos da modalidade;

8ª Aula

04/06/2009

Desenvolver atividades, utilizando-se de idéias dos alunos e interação dos mesmos.

Dialogo;

Passes;

Arremesso;

Recepção;

Condução;

Perceberam-se as habilidades dos alunos nos passes e deslocamentos;

9ª Aula

18/06/2009

Desenvolver atividades, utilizando-se de idéias dos alunos e interação dos mesmos

Dialogo;

Passes;

Arremesso;

Recepção;

Condução; Atividades com jogos.

Percebeu-se uma familiarização dos alunos em relação aos professores, não havendo dificuldades no transcorrer da aula.

Contextualização do estudo

    Considera-se importante adoção pedagógica dos professores de assumirem um novo papel frente à estrutura educacional, procuramos adotar em nossas aulas, não mais uma visão de exclusividade da prática desportiva, mas, fundamentalmente, alcançarem metas em termos de promoção da saúde, através da seleção, organização e desenvolvimento de experiências que possam propiciar aos educandos, não apenas situações que os tornem crianças e jovens mais ativos fisicamente, mas, sobretudo, que os conduzam a optarem por um estilo de vida ativo também quando adultos e valorizando o que o coletivo de autores prega como “expressão corporal”, Com isso criou-se um plano de ensino voltado à abordagem critica-superadora e a mesma sendo utilizada nas aulas de educação física auxiliaria a potencializar esse entendimento. De acordo com o Coletivo de Autores (1992)

    Ecologia, papéis sexuais, saúde publica, relações de trabalho, preconceitos sociais, raciais, da deficiência, da velhice, distribuição do solo urbano, distribuição de renda, divida externa e outros. A reflexão sobre esses problemas é necessária se existe pretensão de possibilitar ao aluno da escola pública entender a realidade social.

    Diante deste tema e metodologia de trabalho, buscamos a proposta e o entendimento da abordagem critica-superadora. Encontramos dificuldades na realidade da escola como pouco material e indisciplina, no inicio buscamos desenvolver uma aula mais interativa, e se aproximando mais de uma abordagem tecnicista, até porque notamos que outros professores de educação física, efetivos da escola utilizavam desse método e visavam o ensino dos fundamentos técnicos das modalidades esportivas, onde a questão principal é o aprender a fazer, e não possibilitando a interação com o aluno.

    E ao trazer uma pratica pedagógica nova observou-se rejeição por parte de alunos e que muitos se tornavam agressivos com os próprios os professores e colegas. As dificuldades nas habilidades motoras também eram muito evidentes por parte dos alunos, diante disso procuramos o fazer algumas correções para tentar diminuir essas dificuldades, em certos momentos também procurando dar incentivo para os alunos, com elogios: “muito bem...”

    Buscamos nos aproximar dos alunos conhecendo um pouco da cultura deles, e assim eles foram sugerindo atividades que com nosso auxilio foram desenvolvidas com uma participação de quase total da sala.

3.     Analise e discussão dos dados

    No Inicio das nossas aulas, procuramos descrever as atividades dentro da própria sala de aula, assim permitindo que os próprios alunos se disciplinassem, as atividades eram discutidas e elaboradas em conjunto com eles. Salientamos que no inicio das intervenções estávamos encontrando problemas referentes às atividades da abordagem critica-superadora, e assim nos permitindo que em cada aula usássemos de outras abordagens assim fazendo que percebêssemos o conhecimento e as questões sociais de casa aluno, e em cada aula trazíamos um pouco da abordagem critica-superadora, fazendo que os próprios alunos em conjunto com os professores discutissem relações sociais e a mesma em relação à aula aplicada.

    Percebeu-se que muitas das vezes em nossas aulas, as atividades que exigiam trabalho em equipe, geralmente se tornavam competitivas o que trazia resultados insatisfatórios, assim como as equipes que pensavam em ganhar, e assim realizando as atividades com rapidez e desrespeitando as regras que eram discutidas em sala de aula antes de ir para a quadra. Com isso percebemos que muitas vezes não atingimos os objetivos da aula, pois as questões das relações de vitória e derrota eram muito evidentes nos alunos, mudamos em certa forma o planejamento das aulas fazendo que procurássemos dinamizar mais as atividades a modo que os alunos se interagissem mais.

    Outro fator que ficou transparente em nossas aulas foi quanto a divisão das turmas, procuramos dividir as atividades entre meninos e meninas, utilizando dessa forma, não houve rejeição por parte deles em participar das aulas, e assim teve-se um aproveitamento maior dos alunos em questão de participação.

    Por outro lado, tivemos resultados satisfatórios em relação ao incentivo dos alunos para realizarem as atividades. Segundo Libâneo (1994):

    “O incentivo à aprendizagem é o conjunto de estímulos que despertam nos alunos a sua motivação para aprender, de forma que suas necessidades, interesses, desejos, sejam canalizados para a tarefa de estudo”.

    É de grande relevância a questão dos limites de disciplina dos alunos, após a aula diagnóstica pode observar a falta de tolerância, o desrespeito, a desorganização deles, e a indisciplina dentro da sala. Diante disto fez que para apresentarmos a eles nossa proposta, teríamos que impor algumas condições a eles.

  • 1º a aula só inicia dentro da sala de aula com silêncio absoluto, resultado disso os próprios alunos policiam-se e cobravam silencio dos colegas, mais mesmo assim demorava uns 5 minutos.

  • 2º As atividades eram desenvolvidas com os alunos dentro da sala de aula, com interação deles, mais sempre surgia mudança na quadra, quando se observa uma dispersão.

  • 3º Ao chegar na quadra os alunos tinham que sentar na arquibancada, para organização do espaço de aula. (pois só tínhamos meia quadra).

  • 4º Também era explicado em sala de aula o aluno que não fizesse educação física, teria que ao final da aula nos entregar um relatório das atividades desenvolvidas na aula.

  • 5º Eram explicados aos alunos estes acordos, e, além disso, se na quadra houve tumulto e indisciplina, nos voltaríamos para a sala copiar matéria teórica.

    Procuramos na literatura e achamos TIBA (1996) que descreve a atitude do professor mediante uma indisciplina.

    Por isso é importante que os professores adotem um padrão básico de atitudes perante as indisciplinas mais comuns, como se todos vestissem o mesmo uniforme comportamental. Esse uniforme protege a individualidade do professor. Quando um aluno ultrapassa os limites, não está simplesmente desrespeitando um professor em particular, mas as normas da escola.

    Com isso fez com que o desenvolvimento das atividades e o respeito entre eles crescem e assim buscamos uma valorização entre eles. Sobre o item 4º foi o mais importante ele nos trouxe uma participação em aula de 99%, e assim acabamos recebendo elogios da direção e do corpo docente de educação física. Sendo assim para Freitas (2005)

    “O professor no âmbito de sua atuação pedagógica recorre à punição como maneira de motivar os alunos a realizarem as tarefas escolares e manter o controle da turma. Essas condições acabam sendo impostas pela própria forma de organização do trabalho pedagógico”

    Mais vale ressaltar que durante as atividades na quadra alguns alunos ainda mostravam-se indisciplinados mostrando um comportamento natural, como se aquilo fosse algo comum e que eles mesmos estavam habituados a esse comportamento.

    Segue abaixo um quadro avaliativo do aproveitamento pedagógico e disciplinar em nossas aulas, este artifício serviu para que ao final de cada intervenção, buscássemos estratégias compensadoras para utilizarmos nas aulas decorrentes. Ao final nos deu um aproveitamento satisfatório de 7,25, mais mesmo assim considerou-se um aproveitamento bem acima do esperado.

Gráfico 2

Considerações provisórias finais

    Em nossas intervenções, procuramos atingir o objetivo de conhecer como se organiza e executa o trabalho pratico pedagógico e o trato com os esportes coletivos na cultura corporal na escola Elias Adaime, bem como propor uma abordagem critica-superadora para o ensino na escola, possibilitando a formação dos sujeitos sociais, capazes de refletirem sobre a realidade e buscar transformá-la.

    Entretanto, pensamos que a importância do nosso trabalho contribuiu para a nossa formação, isso fazendo com que podemos desenvolver uma temática diferente em relação as que são adotadas nas escolas do município de Itajaí. E, além disso, na nossa pesquisa buscamos reflexões para a superação do ensino e adotamos a interação para formação do aluno, tirando o ensino unilateral e possibilitando aos mesmos tornassem cidadãos críticos.

    Desta forma acreditamos que este estudo colabora de uma forma significativa com os esclarecimentos sobre as praticas pedagógicas nas aulas de educação física, e assim beneficiando uma reflexão a respeito das concepções utilizadas nas aulas de educação física.

    Entendemos que a escola é campo de conhecimento e que dentro dela deve ter organização e estruturação, mais mesmo assim as influências externas sofridas acabam refletindo no processo de ensino-aprendizagem dos alunos, para isso devemos conhecer os alunos e entender que os mesmos são seres capazes de trazer a sociedade algo que possa ser proveitoso e valorizado.

    A partir das nossas intervenções que realizamos um total de dez aulas para a sexta série, pôde-se confirmar que com as aulas de educação física com esta temática de ensino os alunos tiveram uma melhor apreensão do conteúdo, de forma que estes, fazendo parte de seu processo de ensino-aprendizagem conseguiram avançar criticamente, expor suas opiniões e discutir alguns assuntos que estavam diretamente relacionados à sua realidade.

Referencias

  • ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da educação. 2ed. São Paulo: Moderna, 1998. 254p. 3ex.  

  • BOGDAN, R.; S. BLIKEN. Investigação Qualitativa em Educação. Uma Introdução à Teoria e aos Métodos. Porto: Porto Editora. 2000.

  • COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da educação física. São Paulo; ed. Cortez, 1992.

  • FREITAS, Luiz Carlos de. Crítica da organização do trabalho pedagógico e da didática. 7. ed. Campinas-SP: Papirus, 2005.

  • LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994 – Coleção magistério. 2ºGrau. Série formação do professor.

  • MARTINS, André Silva. Educação Física escolar: novas tendências. Revista Mineira de Educação Física, Viçosa, v.10, n.1, p 169-192, 2002.

  • MEDINA, João Paulo. O Brasileiro e Seu Corpo: Educação e Política do Corpo. 2. ed. Campinas, SP: Papirus Editora.., 1990.

  • SILVEIRA, Guilherme Carvalho Franco da. Educação Física na perspectiva da cultura corporal: uma proposta pedagógica. Rev. Brás. Cienc. Esporte, V.22, n. 3, Pg. 137-150; 2001.

  • TIBA, Içami; Disciplina, limite na medida certa; São Paulo: Editora Gente, 1996 1a ed. Pág 117

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