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Percepções da educação física no campo 

da saúde coletiva: limites e possibilidades

Percepciones de la Educación Física en el campo de la salud pública: límites y posibilidades

 

*Bolsista de iniciação científica ICB/UESC

**Bolsista de iniciação científica PIBIC/UESC

***Bolsista de iniciação científica FAPESB/UESC

Acadêmico/as do 8º semestre do curso de licenciatura em Educação Física

pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC/BA)

(Brasil)

Marcel Ivan dos Santos*

marcelivans@yahoo.com.br

Dirceu Santos Silva**

dirceu_09@yahoo.com.br

Kleidiana Cássia Silva Borges***

kleidicassia@yahoo.com.br

 

 

 

Resumo

          As discussões em torno da saúde coletiva no campo da Educação Física vêm ganhando um maior destaque por estudiosos e pesquisadores da área. Atualmente, a Educação Física está se inserindo no campo das políticas públicas de saúde, num contexto voltado para as práticas de atividade física com ênfase na melhoria da qualidade de vida. Este ensaio tem o objetivo de suscitar reflexões acerca do conceito de saúde, a relação entre saúde e educação física e as possibilidades de atuação do profissional no âmbito da saúde coletiva. Assim, trazer a tona discussões sobre o panorama do campo da Educação Física relacionada à saúde coletiva.

          Unitermos: Saúde. Educação Física. Saúde coletiva

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 136 - Septiembre de 2009

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Introdução

    A visão sobre saúde na Educação Física (EF) ao longo dos anos, tem permanecido praticamente reduzida à compreensão de se promover/prescrever práticas esportivas e de atividades físicas (AF) e de se analisar modificações corporais em decorrência delas.

    Este texto tem o intuito de suscitar reflexões a cerca da saúde. No primeiro momento apresenta-se um contexto específico do debate entre saúde coletiva, saúde pública e Educação Física. Busca-se ainda problematizar e instigar mais estudos e possibilidades de atuação do profissional de Educação Física, analisando de forma consistente as questões sócio-culturais, econômicas e políticas que interfere no processo de saúde.

    Aborda, ainda, a relação entre a atividade física e a saúde, os mitos que foram criados e a compreensão reduzida de promoção de saúde com base apenas na prescrição de exercícios físicos e atividades físicas.

Conceitos de Saúde

    Apesar dos avanços tecnológicos a partir da Revolução Industrial e das constantes produções de conhecimento que tem acontecido hoje de forma interdisciplinar, ainda continua preocupante a discussão sobre saúde em tempos atuais. A saúde se encontra em crise no que se refere à presença de diversas doenças e epidemias. Além disso, a saúde não pode ser vista de forma minimizada apenas do aspecto biológico, mas sim de forma ampliada, considerando as condições sócio-econômicas, culturais, comportamentais, ecológicas e políticas de cada população. Sendo assim, como pensar a saúde de um indivíduo, se ele não tem assistência social, acesso adequado e de qualidade à alimentação, habitação, educação, saneamento básico, lazer, trabalho, entre outros?

    Em 06 de março de 1997 no Brasil, a Educação Física, através da Resolução n° 218, foi inserida como uma das 13 profissões da área de Saúde (BRASIL, 1997). Em contrapartida, em sua atuação profissional tem-se percebido que conceitos simplistas e reduzidos são tomados como únicos no campo da saúde. Reduzido-a somente a fatores biológicos ligados a exercitação corporal.

    A análise crítica a priori, se baseia no conceito de saúde, apresentado pela Organização Mundial de Saúde no século XX, que entende a saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade” (ALMEIDA FILHO, 2000). Segundo Palma (2001), esse conceito de saúde apresenta análises reducionistas do estudo do ser humano, visto que, as doenças decorreriam de determinismos biológicos, o foco central seria o indivíduo; a ausência de doenças seria o marcador da saúde e existe a idéia ingênua de completude ou perfeição.

    Assim sendo, analisar e conceituar saúde a partir de tais aspectos e através da matematização dos dados é apresentá-la como uma concepção bastante precária, sem levar em considerações outros aspectos inerentes aos seres humanos. É necessário observar além dos aspectos biológicos, o contexto sócio-econômico, histórico, cultural e político do indivíduo.

    Se o processo saúde-doença fosse pautado pelo caráter biológico, caberia ao indivíduo gerenciar seus hábitos de saúde e estilos de vida, para alcançar o “completo bem-estar” físico e mental. Assim, surge a primeira problemática acerca do tema que recai sob a “culpabilização” do individuo frente ao aparecimento de doenças. Em outras palavras, seria de responsabilidade única do sujeito, manter-se saudável. (BAGRICHEVSKY et al. 2006). Considerando esses questionamentos e inquietações, tem-se à necessidade de refletir como a Educação Física se enquadra nesse contexto.

Educação Física e Saúde

    A Educação Física como âmbito de prática teve sua origem no movimento militarista de disciplinamento e controle biopolítico dos corpos, além do trabalho e funcionalidade servil. Posteriormente, no início do século XX, foi objetivado pelo movimento higienista a melhoria da raça humana. Tal movimento teve origem na medicina, que buscava as mudanças de hábitos de saúde e higiene da população, através da “promoção da saúde” (final do século XX), acredita-se que essas mudanças favoreciam a educação do corpo, tendo como meta a constituição de um organismo saudável e equilibrado, com menos chance de adquirir doenças (BAGRICHEVSKY e PALMA, 2004).

    Partindo deste pressuposto histórico, a Educação Física ficou restrita a “biologização” do movimento, isto é, através das práticas da atividade física relacionada à beleza corporal, aptidão física, equilíbrio funcional dos órgãos, dentre outros. A partir desse período as práticas da Educação Física eram voltadas para a promoção da saúde do individuo (AZEVEDO apud BAGRICHEVSKY e PALMA, 2004).

    Em 1980, nos Estados Unidos da América, a política econômica iniciava o processo de redução dos custos com saúde e enfatizava os movimentos voltados ao envolvimento na prática de atividade física. No Brasil, esse movimento ficou conhecido por ‘Movimento da Saúde’ e sua característica principal encontrava-se no perfil individual ao invés de enfatizar questões coletivas (BAGRICHEVSKY et al. 2006).

    Em 1984, houve o surgimento de discussões referentes à prática de atividades físicas no contexto da promoção da saúde. O marco inicial deste debate está relacionado à morte de James Fixx nesse mesmo ano, autor do livro “Guia completo de corridas” que se exercitava regularmente, estudava os efeitos benéficos do exercício físico e influenciava para que mais pessoas aderissem às práticas físicas. Neste período, a prática de exercícios físicos foi debatida, discutida e estudada por diversos autores. Dentre os principais autores, estava Henry Solomon, através da publicação do livro “Mito do Exercício”, abordando que os exercícios predominantemente aeróbicos não seriam suficientes por si só para garantir a proteção adicional contra as enfermidades cardíacas. Em contrapartida, um ano após a morte de Fixx, o estudioso Kenneth Cooper, publica o livro “Correndo sem medo” em 1984, como forma de desmistificar os efeitos nocivos da prática de atividade física e abordar as possíveis correlações com outros aspectos referentes à saúde (FRAGA, 2006).

    Em busca de um consenso sobre a prática de atividades físicas, em 1988, foi realizada no Canadá a “I Conferência Internacional de Consenso sobre Exercício Físico, Aptidão Física e Saúde”. Nesta conferência, foi definido o conceito de atividade física como “qualquer movimento produzido pelos músculos esqueléticos que resulte em energia física despendida” (BOUCHARD et al. apud FRAGA, 2006).

    A partir daí, organizações envolvidas com a saúde nos Estados Unidos da América – Center for Disease Control and Prevetion (CDC) e American College of Sports Medicine (ACSM), desenvolveram estudos sobre a dosagem dessa atividade física. Assim sendo, foi definido que o acúmulo de 30 minutos de atividade física de intensidade moderada ao longo do dia, podendo ser fracionada em três períodos de 10 minutos seria suficiente para promoção de saúde através das práticas de atividades físicas. Nesta perspectiva, fica evidente que não importa mais o tipo e a maneira de atividade física que é realizada, apenas a quantidade (o acúmulo). Não se restringiria a prática esportiva, as atividades laborais, as sessões de exercícios sistematizados, sem equipamentos específicos e/ou profissionais especializados, mais sim a importância do gasto energético produzido pela movimentação corporal diária, sendo responsabilidade de cada indivíduo (FRAGA, 2006).

    Para o CDC e o ACSM, a valorização (prática) de atividades físicas moderadas estão intimamente ligadas à ascensão do sedentarismo no conjunto de fatores de risco modificáveis, tais como: o álcool, o fumo, as drogas e a má-alimentação relacionados ao surgimento de doenças crônicas não-transmissíveis (FRAGA, 2006).

    No contexto da atividade física, as políticas públicas adotadas nos Estados Unidos da América e até mesmo no Brasil, apontam os interesses do Estado em se isentar da responsabilidade de propiciar a prática do movimento para toda a população. Impondo a responsabilidade a cada individuo e certos estilos de vida desejados, condenando outros considerados de risco, como o hábito de consumir bebidas alcoólicas, fumar, etc. (BAGRICHEVSKY e PALMA, 2004).

    A busca de novas discussões e constantes produções de conhecimentos nas diversas áreas de forma interdisciplinar, fez surgir novas concepções de Saúde e Saúde Coletiva que se constitui da crítica sistemática do universalismo do saber médico, negando os discursos essencialmente biológicos (monopólio da saúde) e reestruturando a saúde pública, que antes impunha ao Estado, a responsabilidade e poder hegemônico para a regulação da vida e da morte na sociedade (BIRMAN, 2005).

    É no descentramento das ações do Estado sob o indivíduo e na revitalização do seu poder que a saúde coletiva ganha corpo. Mais especificamente, a partir dos movimentos sociais latino-americanos na segunda metade do século XIX, que estabeleceu um dialogo crítico, com identificação de contradições e acordos com a saúde pública. A partir de 1920, as referências das Ciências Humanas começaram a serem utilizadas no campo da saúde e de um modo cada vez mais enfático, passando a problematizar categorias como normal, anormal, patológico.

    Nesta perspectiva, a Saúde Coletiva refere-se a um campo científico como âmbito prático, que produz conhecimentos de natureza interdisciplinar sobre saúde e operam diversas disciplinas, tais como: epidemiologia, ciências sociais, administração de saúde, estatística, demografia, geografia, genética etc. (PAIM e ALMEIDA FILHO, 1998).

    A concepção de saúde apresentada no relatório final da VIII Conferência Nacional de Saúde acentua preceitos normativos que se aproximam dos ideais expostos por Teixeira e Paim (2007) na delimitação do que seria de responsabilidade investigativa e da prática em Saúde Coletiva. Nesta conferência ficou estabelecido que: "saúde é o resultante das condições de alimentação, habitação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso aos serviços de saúde. É, assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização social da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida” (MINAYO, apud PALMA, 2001).

    Portanto, a saúde passou a ser compreendida como uma multiplicidade de processos biológicos, ambientais, sociais, político e econômico. O foco de analise compreende o coletivo, superando a visão individual do sujeito, no qual as desigualdades são evidenciadas pelo olhar amplo da sociedade.

    Assim como a saúde, as desigualdades constituem-se pela inter-relação da biologia, ambiente e comportamento no qual se dispõem, habitam e relacionam grupos sociais. As desigualdades se apresentam nas múltiplas ações sociais e características do indivíduo, assim convencionou categorizá-las em Desigualdades sociais e Desigualdades Biológicas. Sabe-se que o acesso as práticas de atividades físicas estão restritas as pessoas com o poder aquisitivo alto, pois os espaços não são democratizados e não garantem o acesso a toda população (WAISSMANN, 2003).

    Atualmente, parte da Educação Física vem questionando o conceito de saúde restrito a prática de atividade física. Segundo Mira apud Bagrichevsky et al. (2006) esta visão otimista de que as práticas de atividade física proporcionariam saúde ao indivíduo ainda são discutidas na atualidade, visto que as questões pertinentes da relação binômio exercício físico – saúde está vinculada a indivíduos que possuem certo aporte nutricional e financeiro. Acrescenta-se ainda, que essas práticas possuam alcance limitado e específico amplamente divulgado nos meios midiáticos e valorativos do capitalismo, o verdadeiro mercado do corpo.

    Nesta perspectiva, esses questionamentos dentro do campo da Educação Física se relacionam intimamente com as propostas da saúde coletiva, no sentido mais amplo de promover discussões críticas em relação à promoção da saúde no âmbito multidisciplinar e interdisciplinar.

    Segundo Bagrichevsky et al. (2006), a interdisciplinaridade teórico-metodológico entre a Educação Física e saúde coletiva, busca aproximar as dimensões sócio-culturais e econômicas, e as de caráter individual e biológico nas pesquisas da área. Além disso, ressalta as relações com a equidade social sem perder sua especificidade e legitimidade frente às questões do movimento.

Possibilidades de atuação da Educação Física no campo da Saúde

    Hoje o educador físico, ainda busca sua inserção no campo da saúde coletiva, através das possibilidades propostas pelas portarias ministeriais, que dizem respeito ao Sistema Único de Saúde (SUS), com atuação voltada para as parcelas com baixo poder aquisitivo, a exemplo das Vivências e Realidades no Sistema Único de Saúde (VER – SUS), a partir de ações nos Postos de Saúde da Família e o Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF).

    No entanto, ainda se percebe uma falta de qualificação na formação do Educador Físico para trabalhar de forma interdisciplinar nestes espaços. Além disso, os currículos ainda estão restritos numa concepção de saúde voltada para a promoção de saúde através da atividade física. Neste sentido, precisamos pensar a prática de uma forma mais ampla, buscando novos mecanismos e estratégias curriculares para consolidar a Educação Física no âmbito da Saúde Coletiva.

    Contudo, essa prática está restrita e condicionada a outros aspectos da vida social, e deve ser pensada no campo das possibilidades, da análise com outros campos de saber, mais especificamente com aqueles que discutem a questão das desigualdades sociais. Neste sentido que as políticas públicas efetivas e articuladas com diversos setores da sociedade e áreas de conhecimento constituem-se a nova concepção da saúde, que carece ainda, uma maior articulação entre a comunidade e o poder público, a fim de desenvolver o bem estar da população.

Considerações finais

    Longe de tentar chegar a conclusões, visto que, a intenção exposta inicialmente foi apresentar reflexões acerca do conceito de saúde. Identificou-se que no âmbito da Educação Física, mesmo que ainda hoje, tenha permanecido uma visão reduzida sobre saúde, com foco numa concepção simplória de se promover/prescrever práticas esportivas, de Atividade Física e de se analisar modificações corporais em decorrência delas.

    Percebe-se que têm surgido questionamentos referentes à abordagem dada à saúde. A qual, passou a ser entendida de forma complexa, envolvendo uma multiplicidade de processos biológicos, ambientais, sociais, político e econômico. Recaindo sobre o coletivo o foco de análise, minimizando a visão individual do sujeito, e observando as desigualdades de acordo com o direcionamento da população.

    Sugere-se uma aproximação interdisciplinar, teórico-metodológica, entre as áreas de Educação Física e Saúde Coletiva, sem excluir os conceitos fisiológicos inerentes ao processo saúde-doença. Haja vista que a Educação Física vem se firmando como campo científico e de intervenção. Porém, é necessária uma reflexão em torno do conceito ampliado de saúde, que está vinculada e condicionada aos aspectos da vida social. É pertinente ressaltar que tal atitude a ser defendida na Educação Física não descaracteriza a área em sua especificidade e legitimidade frente às questões do movimento humano e constitui um espaço de possibilidades na atuação profissional do educador físico.

Referências

  • ALMEIDA FILHO, N. O conceito de saúde: ponto-cego da epidemiologia? Revista Brasileira de Epidemiologia. v. 3, n 1-3, 2000.

  • Bagrichevsky, M.; PALMA, A. Questionamentos e incertezas acerca do estatuto científico da saúde: um debate necessário na educação física. Revista da Educação Física da UEM, v. 15, n. 2, p. 57-66, 2004.

  • BAGRICHEVSKY, M.; ESTEVÃO, A; PALMA, A. Saúde Coletiva e Educação Física: aproximando campos, garimpando sentidos. In: BAGRICHEVSKY, M.; PALMA, A.;

  • ESTEVÃO, A.; DA ROS, M. A saúde em debate na Educação Física – v. 2. Blumenau: Nova Letra, 2006. 45-66.

  • BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Resolução CNS nº. 218, de 6 de março de 1997. Reconhece as categorias profissionais consideradas como profissionais de saúde de nível superior. Diário Oficial da União. 5 maio 1997. Disponível em: http://sna.saude.gov.br/legisla/legisla/exerc_p/RES_CNS218_97exerc_p.doc, Acesso em: 19 de set. 2008.

  • BIRMAN, J. A Physis da Saúde Coletiva Physis: Rev. Saúde Coletiva, v. 15 (supl.), p. 11–16, 2005.

  • FRAGA, A. Promoção da vida ativa: nova ordem físico-sanitária na educação dos corpos contemporâneos. In: BAGRICHEVSKY, M.; PALMA, A.; ESTEVÃO, A.; DA ROS, M. A saúde em debate na Educação Física – v. 2. Blumenau: Nova Letra, 2006. 105-118.

  • PAIM, J. S. e ALMEIDA FILHO, N. Saúde coletiva: uma “nova saúde pública” ou campo aberto a novos paradigmas? Revista de Saúde Pública, 32 (4): 299-316, 1998.

  • PALMA, A. Educação Física, ciência e saúde: outras perspectivas. In: Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte, XII., Caxambu, MG. Anais...[CD-Rom]. 2001.

  • WAISSMANN, W. Desigualdade social e atividade física. In: BAGRICHEVSKY, M.; PALMA, A.; ESTEVÃO, A. A saúde em debate na Educação Física. Blumenau: Edibes, 2003. p. 15-31.

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