Contribuição da prática de natação no desenvolvimento cognitivo de crianças na terceira infância |
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*Especialista em Educação Física Escolar pela Universidade Nove de Julho Docente em escolas publicas do Estado de São Paulo **Mestre em Biodinâmica do movimento Humano pela USP Docente na Universidade Nove de Julho e Centro universitário Ítalo brasileiro |
Prof. Ronaldo da Silva Pereira* Prof. Ms. Caio Graco Simoni da Silva** (Brasil) |
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Resumo Os esportes e todas as suas modalidades, como o futebol, o vôlei, atletismo, a natação são um fenômeno totalmente inserido na vida social e cultural das pessoas, sabe-se que hoje em dia no Brasil e no mundo se pratica algum tipo de esporte competitivo, recreativo, envolvendo crianças, adolescentes e adultos. E por meio da natação se pode construir uma criança, com respeito, educação e valores morais, para que possam ter uma vida mais tranqüila em sociedade. E o desenvolvimento da inteligência é definido e conceituado como a eficácia progressivamente da maior interação da criança com o meio ambiente, ou seja, ação de uma pessoa sobre o ambiente, transformando, experimentando o desequilíbrio e assimilação, e acomodação dos acontecimentos. Já as Inteligências Múltiplas, pluraliza o conceito tradicional. Uma inteligência implica na capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos que são importantes num determinado ambiente ou comunidade cultural. Segundo os autores citados neste trabalho, utilizando de seus métodos e programas de natação, os mesmos estão preocupados com o desenvolvimento das crianças, respeitando a capacidade e individualidade de cada uma. Sendo assim, através de uma revisão de literatura, pudemos observar que na prática a teoria é outra. A grande maioria dos profissionais ao realizarem seus trabalhos utilizam-se de respostas prontas para a maioria de nossas crianças, ou seja, não a fazem pensarem enquanto movimento. O único objetivo dessas propostas é o de mecanizar e/ou “robotizar” as mesmas. Com isso obtivemos resultados positivos e grandes conhecimentos sobre como reagem e acontece o desenvolvimento tanto motor quanto cognitivo das crianças que praticam a natação. Cabendo assim ao profissional que for trabalhar na área em específico a natação, que leve em consideração aspectos da prática e resgate a teoria utilizada em sala de aula pelas professoras de outras disciplinas para estimular assim as inteligências múltiplas durante as suas aulas. Não queremos exímios nadadores e sim, futuros pensadores em nossas aulas. Esse projeto tem como objetivo levantar a tona discussões sobre o tema descrito e não fechar o assunto propriamente dito. Unitermos: Natação. Inteligências múltiplas. Desenvolvimento cognitivo |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 135 - Agosto de 2009 |
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Introdução
Os esportes e todas as suas modalidades, como o futebol, o vôlei, atletismo, a natação são um fenômeno totalmente inserido na vida social e cultural das pessoas, sabe-se que hoje em dia no Brasil e no mundo se pratica algum tipo de esporte competitivo, recreativo, envolvendo crianças, adolescentes e adultos. Essa popularização vem crescendo onde os esportes deixaram de ser praticados somente pelas classes sociais mais altas e passou a ser praticado também pelas classes sociais mais pobres. As crianças de classes sociais mais pobres têm um pouco mais de tempo de lazer livre, no seu dia-dia, aumentando assim suas práticas esportivas, mas não são todas que podem vivenciar de um ambiente aquático.
Por meio da natação se pode construir uma criança, com respeito, educação e valores morais, para que possam ter uma vida mais tranqüila em sociedade. A criança constrói sua própria realidade baseada no que o mundo representa para ela e através de experiência sensorial, visual, auditiva, motora e cinestésica, a criança desenvolve esquemas abstratos que representam à realidade.
De acordo com Piaget (1975), o desenvolvimento da inteligência é definido e conceituado como resultado da eficácia progressivamente maior interação da criança com o meio ambiente, ou seja, ação de uma pessoa sobre o ambiente, transformando, experimentando o desequilíbrio e assimilação, e acomodação dos acontecimentos.
A Inteligência Emocional tem como característica o estado em que à criança ou adulto se encontra nas suas atividades esportivas, no trabalho, no ambiente familiar e na sociedade em geral. A maneira de tratar as pessoas com agressividade, com carinho ou desprezo, fazem parte dessas relações diárias.
As inteligências múltiplas em uma visão tradicional, são definidas operacionalmente como a capacidade de responder a itens de um teste de inteligência, a partir dos resultados de testes de alguma capacidade subjacente são apoiadas por técnicas estatísticas que comparam respostas de sujeitos em diferentes idades, ela é uma qualidade ou meio de fazer que nasça com o indivíduo Gardner (2000).
A teoria das Inteligências Múltiplas, por outro lado, pluraliza o conceito tradicional. Uma inteligência implica na capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos que são importantes num determinado ambiente ou comunidade cultural.
As características das crianças nos seus aspectos motores e físicos. O desenvolvimento motor é através da seqüência de progressão de capacidade de movimento durante toda a vida. De acordo com a seqüência, as crianças na terceira infância se encontram na fase dos movimentos relacionados aos esportes Smole (2004).
O desenvolvimento motor também é o processo pelo qual uma criança adquire padrões de movimento e habilidades. É caracterizado pela modificação contínua baseada na interação entre, o processo de maturação neuromuscular que é provavelmente regulado geneticamente, as características de crescimento e maturação da criança (por exemplo, tamanho e composição corporal). Os efeitos residuais de experiências motoras anteriores; e as novas experiências motoras (ROBERT, BOUCHARD, 2002 apud SILVA, 2005).
Para o desenvolvimento da criança na natação, será fundamental visualizar as características da faixa etária em questão no quesito desenvolvimento, para uma melhor organização e delimitação de procedimentos, com o objetivo de auxiliar na formulação de aulas mais adequadas na busca do desenvolvimento cognitivo.
Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi investigar se o desenvolvimento cognitivo é influenciado pela pratica de natação em crianças na terceira infância.
Metodologia
Este trabalho caracteriza-se por um método de pesquisa bibliográfica, que é uma forma de analisar o tema proposto sob diferentes enfoques ou abordagens.
Para tanto, foi realizado extensa revisão literária abrangendo livros, pesquisa em sites e artigos no período de janeiro a setembro 2007. A metodologia adotada foi baseada em outras bibliografias de especialistas na área de metodologia do trabalho científico, seguindo os padrões da Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT) (2007).
Desenvolvimento cognitivo
O desenvolvimento cognitivo da criança na terceira infância é a sua atividade, sua ação sobre objetos, acontecimentos e outras pessoas, pois ela constrói sua própria realidade baseada no que o mundo representa para ela e, através de experiência sensorial, visual, auditiva, motora e cinestésica a criança desenvolve esquemas abstratos que representam à realidade (PIAGET, 1967).
A criança quando entra na fase da terceira infância torna-se mais tranqüila, onde já superou uma boa parte de suas ansiedades devido as suas vivências édipicas, onde o ambiente familiar se torna mais tranqüilo, o seu progenitor deixa de ser um rival poderoso e passa a ser visto como um exemplo a ser seguido. É freqüente as crianças anunciar que seguiram as mesma profissões dos pais, através do processo de identificação, ou mesmo de imitação dos pais (RAPPAPORT, 1982).
É nessa fase que a criança torna-se consciente de suas atitudes e suas maneiras de pensar, a importância de atitudes de seus pais e professores para seu comportamento disciplinar, direcionando suas atitudes para que não se torne motivo de chacotas ou brincadeiras de mau gosto. Esses tipos de atitudes levam a criança ao desenvolvimento de um sentimento de incapacidade e incompetência escolar no momento e mais tarde no ambiente de trabalho.
Enfim pode-se dizer que, à medida que a criança se desenvolve há uma tendência para a atuação no real, para um distanciamento da fantasia, para um maior equilíbrio entre a assimilação e a acomodação. Neste sentido Piaget apud Rappaport (1982), explica que a criança encontrará tantos estímulos para seu desenvolvimento intelectual na vida cotidiana, que não mais necessitará refugiar-se na fantasia, abandonando paulatinamente o jogo simbólico,
O que constitui uma inteligência
Em uma visão tradicional, a inteligência é definida operacionalmente como a capacidade de responder a itens de um teste de inteligência, A conclusão, a partir dos resultados de testes de alguma capacidade subjacente é apoiada por técnicas estatísticas que comparam respostas de sujeitos em diferentes idades; a aparente correlação desses resultados de testes através das idades e através de diferentes testes corrobora a noção de que a faculdade geral da inteligência, não muda muito com a idade ou com treinamento, inteligência ou experiência. Ela é uma qualidade ou meio de fazer que, nasce com o indivíduo. A teoria das inteligências múltiplas (IM), por outro lado, pluraliza o conceito tradicional. Uma inteligência implica na capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos que são importantes num determinado ambiente ou comunidade cultural. A capacidade de resolver problemas permite à pessoa abordar uma situação em que um objetivo deve ser atingido e localizar a rota adequada para esse objetivo. A criação de um produto cultural é crucial nessa função, na medida em que captura e transmite o conhecimento ou expressa as opiniões ou sentimentos da pessoa. Os problemas a serem resolvidos variam desde teorias cientificas até composições musicais para campanhas políticas de sucesso (GARDNER, 2000).
Cada inteligência deve ter uma operação nuclear ou um conjunto de operações indicáveis, como um sistema organizado com base neural, a inteligência é ativada ou “desencadeada” por algum tipo de informação externa ou internamente apresentada. Por exemplo, um dos núcleos de inteligência musical é a sensibilidade de determinar relações, ao passo que um dos núcleos da inteligência lingüística é a sensibilidade aos aspectos fonológicos. Essa inteligência deve ser capaz de ser codificada num sistema de símbolo – um sistema culturalmente criado e ter significado, que possa capturar e transmitir formas importantes de informações (GARDNER, 2000).
Caracterização da faixa etária
A faixa etária envolvida neste trabalho envolveu crianças da terceira infância, se preocupando com o processo de aprendizagem, que pretende levar ao encontro o objetivo traçado com a característica do desenvolvimento cognitivo e de inteligências e afetivo social, respeitando ao máximo a individualidade de cada criança Fernandes (2005).
De modo, que para á natação, é fundamental visualizar as características dessa fase de desenvolvimento, até por questão de organização e delimitação de procedimentos, com o objetivo de auxiliar na formulação de aulas mais adequado às necessidades das crianças.
Vale ressaltar que o desmembramento do organismo humano facilita a compreensão do seu processo como sendo único e que cada parte do mesmo (motor, cognitivo, afetivo e social) é importante para seu funcionamento moral. Essa faixa etária abordada é caracterizada por aumentos lentos, porém estáveis, na altura e no peso, e por um processo em direção a maior organização dos sistemas sensorial e motor Galahue, (2001).
Concepções da pedagogia da natação
Segundo, Catteau e Garoff (1990), para compreendermos a diversidade das concepções pedagógicas, o nascimento e a evolução de cada uma delas, a incoerência da situação atual, bem como para um comprometimento com a ação pedagógica, segundo os autores citados neste trabalho é indispensável conhecer os princípios e as idéias dos métodos e concepções pedagógicas, que são esses três grupos, a concepção global, concepção analítica e concepção moderna.
Qual a ordem que os quatros nados devem ser ensinados?
Segundo Mansoldo (1996), seria o crawl o primeiro nado, o segundo nado abordado deve ser o nado costas, pois no seu processo pedagógico podem ser utilizadas muitas conquistas alcançadas no nado crawl muitas posições aprendidas no ensino do nado crawl são aproveitadas total ou parcialmente para ensinar o nado costas, muitas das vezes fazendo apenas pequenas adaptações referentes principalmente à mudança de decúbito (da posição de barriga para baixo para a posição de costas propriamente dita). Cientificamente, esse fenômeno de aproveitamento de movimento já aprendido é denominado TRANSFERENCIA DE APRENDIZAGEM.
Quanto ao terceiro nado, seria o nado borboleta, porque não só possui respiração técnica com fase submersa, como também é um nado de grande momento de força, exige do praticante grande empenho e potência, alem de um grande intervalo inercial, o que compromete a continuidade propulsiva, notadamente das braçadas. Em sua técnica de movimentação de braços e pernas, a uma grande semelhança com o nado crawl, única diferença é que no nado borboleta a braçada e pernada são simultâneas, que no nado crawl elas são alternadas.
O nado de peito, dessa maneira, fica sendo o ultimo a ser ensinado, tendo como pressuposto básico a sua alta complexidade de movimento e coordenação devido essas dificuldades do nado peito ser maior que as dos outros nados, e é passado para o aluno quando ele já possui um razoável desenvolvimento físico, motor e até cognitivo, fruto do aprendizado dos outros nados Mansoldo (1996).
Referências bibliográficas
CATTEAU, R. GAROFF, G. O Ensino da Natação 3º edição. São Paulo. Manole. 1990.
FERNANDES, V. S. Motivação para a Prática da Natação Mirim e Possíveis Razões para o Abandono na Fase Petiz. Trabalho de Conclusão de Curso. Centro Universitário Nove de Julho. São Paulo, 2005.
GARDNER. H, Inteligência Múltiplas; Porto Alegre: ArtMed, 2000.
MAGLISCHO, E. W. Nadando Ainda Mais Rápido. São Paulo. Manole. 1999.
MAKARENKO, L. P. Natação; Seleção de Talentos e Iniciação Desportiva. Porto alegre. ArtMed. 2001.
MANSOLDO, A.C. A iniciação dos quatro nados. São Paulo. Ícone, 1996.
Piletti, N. Psicologia Educacional; São Paulo, Atica, 1995.
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