Atividade física habitual x perfil lipídico de idosos na cidade de Victor Graeff, RS La actividad física habitual x perfil lipídico de las personas mayores en la ciudad de Victor Graeff, RS |
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*Profissional de Educação Física **Mestre em Educação ULBRA Carazinho (Brasil) |
Janice Kunz Schimitz* Patricia Carlesso Marcelino Siqueira** |
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Resumo O presente trabalho buscou investigar os benefícios do exercício de força muscular em pessoas idosas que apresentam alterações lipêmicas. Caracterizou-se por ser uma pesquisa de campo e bibliográfica, utilizando o pensar de diferentes autores para caracterizar os principais conceitos relacionados ao problema proposto. A amostra estudada teve a participação de quinze pessoas idosas voluntárias do município de Victor Graeff/RS, de ambos os sexos, sendo deste setenta e três por cento do sexo feminino e vinte e sete por cento do sexo masculino, num período de avaliação de sessenta dias. Observou-se que a participação destes idosos no programa proposto, teve como objetivo a melhora nos testes lipídicos, contribuindo para a manutenção e melhoria da saúde e qualidade de vida. Unitermos:Exercício físico. Idoso. Dislepidemias. Saúde
Resumen Este estudio tuvo como objetivo investigar los beneficios del ejercicio de la fuerza muscular en las personas mayores que presenta alteraciones de hiperlipidemia. Se caracteriza por una investigación de campo y bibliográfica, utilizando los aportes de distintos autores para caracterizar los principales conceptos relacionados con el problema propuesto. La muestra contó con la participación de quince personas mayores voluntarios de la Ciudad de Victor Graeff, RS y de ambos sexos. El setenta y tres por ciento fueron mujeres y el veintisiete por ciento hombres, durante un periodo de evaluación de sesenta días. Se observó que la participación de estas personas mayores en el programa propuesto, tuvo como objetivo la mejora en los tests lipídicos, contribuyendo al mantenimiento y la mejora la salud y la calidad de vida. Palabras clave: Ejercicio físico.Idoso. Dislepidemias. Salud |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 135 - Agosto de 2009 |
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1. Introduçâo
Nos últimos anos, na maioria das sociedades, tem havido um aumento na expectativa de vida, repercutindo num incremento do número de pessoas pertencentes a terceira idade. O envelhecimento populacional foi o fenômeno que marcou o final do século XX e que com o crescimento da população idosa e a expansão da longevidade, a qualidade de vida na velhice passa a ser tema de grande relevância. Falar em qualidade de vida pressupõe considerar não só fatores biológicos, mas também fatores psicológicos, sociais e suas inter-relações, (FIGUEIREDO, 2001).
No Brasil, a previsão é de que até 2025 (IBGE, Censo 2000), teremos mais de 32 milhões de pessoas com mais de 60 anos. O país poderá ser a 6ª maior população idosa do mundo, assim é necessário que o país se prepare para de diferentes formas enfrentar essa situação e possibilitar condições favoráveis para que essas pessoas vivam com qualidade.
Portanto, não se pode somente atribuir toda a responsabilidade ao indivíduo idoso pela boa ou má qualidade da sua vida, deve ser considerado o meio social e a sua interação com o mesmo. Com isso, tem sido amplamente divulgada o exercício físico associado a qualidade de vida, repercutindo no comportamento dos idosos. Hoje é comum encontrar idosos em parques e academias, caminhando ou exercitando-se, em trajes desportivos (WEINECK, 2003). Todos, independentes da idade, são estimulados a fazer exercícios físicos seja por meio de propagandas, recomendação médica ou simplesmente por prazer.
Nesse sentido, parece ser de extrema importância a contribuição do exercício físico para a vida do sujeito idoso, bem, como para todas as pessoas em diferentes idades. Com o avançar da idade o sujeito idoso tende a perder o estímulo para algumas atividades, contudo, é possível perceber que o exercício físico pode melhorar as atividades da vida do indivíduo. O exercício influi em aspectos funcionais internos e visa o aumento da força, da flexibilidade, do equilíbrio, da função cardiovascular, da auto-imagem, da auto-estima e da sensação de bem estar.
O processo de envelhecimento envolve alterações em todos os sistemas do organismo humano. Há um declínio em quase todas as funções, porém, muitos fatores como estilo de vida, genética, doenças crônicas-degenerativas podem interferir no início destas alterações. (ROBERGS, 2002).
O reconhecimento das vantagens da prática regular de exercício físico, poderá influenciar no processo de envelhecimento com impacto sobre a qualidade da saúde dos idosos, melhorando as funções orgânicas, garantindo maior independência pessoal e controle, tratamento e prevenção das dislipidemias.
Conservar a juventude a vitalidade sempre foi o maior desejo do ser humano. Os indivíduos idosos, que praticam exercício físico, além de ser benéfico para a saúde, pode constituir em uma fonte de prazer.
Diante disso, pretendeu-se identificar, nesse estudo: De que forma pode-se verificar as evidências fisiológicas conclusivas de que o exercício físico é eficaz na redução de colesterol total, triglicerídios, HDL colesterol e o LDL colesterol, maximizando a independência e melhorando a qualidade de vida, durante um período de 60 dias (agosto a outubro de 2007), nos indivíduos da terceira idade, no Município de Victor Graeff/RS.
2. Revisão de literatura
2.1. Envelhecimento humano
Segundo Robergs (2002), o envelhecimento não é simplesmente o passo do tempo, mas as manifestações de eventos biológicos que ocorrem ao longo de um período. Não há uma perfeita definição de envelhecimento. O envelhecimento não deve ser visto como uma doença, mas como um processo natural. O período de vida é a duração máxima que um membro da espécie humana pode alcançar em condições ótimas. Como a morte precoce foi reduzida neste século, uma proporção maior da população tem sobrevivido ao seu período natural de vida.
A partir da aceitação dos fatos de que a proporção de pessoas idosas aumentará na maioria dos países nos próximos 50 anos, é necessário considerar as conseqüências de tal tendência em termos de política sanitária, economia e alteração social (SCHEPHARD, 2003). Grande parte do decréscimo na atividade habitual, como também o desenvolvimento da incapacidade e da dependência, é em razão de uma perda progressiva da função biológica com a idade, e não ao desenvolvimento de qualquer posição patológica específica. Entretanto, as restrições adicionais, tanto na atividade física habitual quanto na qualidade de vida, são impostas por alterações patológicas, doenças e enfermidades. Além disso, tais problemas tornam-se progressivamente mais predominantes nos segmentos mais velhos da população.
Freqüentemente, é difícil distinguir limitações funcionais de restrições impostas por doenças (em um processo patológico) ou por enfermidades (a reação do indivíduo ao processo patológico). Por exemplo, a pressão arterial sistêmica aumenta progressivamente com o envelhecimento. Isto é, em grande parte, uma conseqüência de alterações biológicas na estrutura das paredes arteriais. Todavia, quando a pressão sistólica ou diastólica excede um certo valor limiar, a condição clínica da hipertensão é diagnosticada e isso pode predispor a uma variedade de perturbações subjetivas, tais como fortes dores de cabeça. Similarmente, todos os adultos demonstram uma redução progressiva no conteúdo mineral ósseo com o envelhecimento (SCHEPHARD, 2003).
É difícil determinar a causa patológica da incapacidade nos idosos, visto que muitas condições coexistem; no início da velhice e no estágio intermediário da velhice, doenças crônicas, limitações da mobilidade e limitação substancial que consiste na limitação motivada pela deterioração do intelecto e dos sentidos especiais, causando cegueira ou falha de visão, artrite, enfartes, problemas neurológicos, pulmonares, circulatórios, fraqueza muscular.
O envelhecimento da população contribuíra, sem dúvida para aumentar os custos futuros de cuidados médicos (FRIES, 1980 apud SCHEPHARD, 2003). O tipo de tratamento necessário também se modificará, com uma necessidade crescente de serviços preventivos e reabilitação que possam conter a carga de doenças crônicas. Os padrões de doenças nos anos finais da vida se modificam, enquanto a pneumonia, em outros tempos, levava a uma morte relativamente rápida, os tratamentos modernos de doenças terminais através de repetidas diálises renais ou transfusões sangüíneas permitem períodos bastante longos de sobrevivência de moribundos. Para Fries (1980 apud SCHEPHARD, 2003), surgem questões éticas difíceis com respeito aos custos de tratamento avançado de suporte vital, a qualidade dos últimos anos de vida e idades máximas, além da qual é indesejado o prolongamento da vida através de medidas heróicas.
O processo de envelhecimento inclui muitas conseqüências sociais, algumas das quais possuem particular relevância para os programas de exercício e condicionamento físico.
Para Schephard (2003) muitas pessoas idosas levam vidas muito solitárias. Em média, os idosos tendem a serem mais conservadores do que pessoas mais jovens. Entre os muitos argumentos para o encorajamento da manutenção de um estilo de vida ativo durante a velhice, o praticante de exercício regular pode contar com um aumento de contatos sociais, melhora da saúde física e emocional, um risco reduzido de doenças crônicas e a manutenção de suas funções. Esses ganhos não somente melhoram a saúde do idoso (pela redução da necessidade de cuidados médicos e apoio institucional), também fazem muito para conter os custos sociais de uma sociedade em envelhecimento.
O exercício físico tem um efeito estimulante imediato, de modo que a saúde do participante é usualmente melhorada: o praticante de exercícios sente-se melhor. Isso tende a diminuir a ansiedade, a insônia e a depressão moderada que constituem uma carga para muitos idosos, (SCHEPHARD, 2003). O apetite aumenta, aumentando a ingestão de minerais e vitaminas chave e a função intestinal é aumentada. A melhora da saúde global é acompanhada por uma melhora da função imunológica, possivelmente aumentando a resistência a infecções agudas e a pessoas ativa possui uma reserva de energia que melhora o prognóstico caso uma cirurgia seja necessária (YOUNG, 1988 apud ROBERGS,2002).
Talvez o fato mais importante seja de que o exercício físico regular assegura que a função em qualquer idade é cerca de 20% mais alta do que uma pessoa sedentária. Embora o ritmo inerente do envelhecimento tenha se modificado muito pouco, a pessoa ativa tem um nível de função suficiente para reduzir a idade biológica entre 10 e 20 anos relativamente à idade de um indivíduo sedentário. (SHEPHARD, 2003).
A função residual permanece moderada, sem cansaço extremo, carregar uma sacola de gênero alimentícios, abrir um pote, erguer uma cadeira, um assento sanitário e movimentar as principais articulações através de uma escala de movimentos suficientes para vestir-se sem auxílio – as muitas habilidades que em conjunto, tornam um idos capaz de ter uma vida de boa qualidade e independente (PITANGA, 2004).
A atividade física habitual da população em geral diminui com o envelhecimento e mesmo que o indivíduo idoso continue a participar de algum esporte, é provável que as sessões de treinamento tornem-se mais curtas e menos intensas do que quando era mais jovem. Um decréscimo na força muscular ou na capacidade aeróbia relacionada à idade é, usualmente, atribuível a um decréscimo na atividade física habitual, e não a uma manifestação inerente do processo de envelhecimento. A maioria das pessoas também acumula de 05 a 10kg de gordura corporal ao longo da vida adulta reduzindo a força muscular quando os dados são avaliados por unidade de massa corporal. As avaliações de um número de variáveis-chave, como, por exemplo, volumes pulmonares são usualmente interpretadas em altura (SHEPHARD, 2003). A altura ereta diminui de 30 a 50mm durante o final da vida adulta, por causa de uma crescente curvatura da coluna vertebral (cifose), uma compressão dos discos intervertebrais e (no período de velhice extrema) há um colapso osteoporótico de uma ou mais vértebras.
Alterações no processo de envelhecimento são classificadas de maneira onde a idade cronológica é dividida em idade jovem, média e avançada. Para Figueiredo (2001) A idade biológica é avaliada por parâmetros como captação máxima de oxigênio, força muscular ou flexibilidade. Assim, uma pessoa de 65 anos de idade pode ter uma idade biológica de 45 anos baseada em sua aptidão física e do estado de saúde. Nada melhor do que a associação de idade cronológica versus idade biológica para enfatizar a importância do exercício regular e incentivo à saúde. A idade biológica pode ser alterada com a manutenção de um programa regular de condicionamento físico.
2.2. Testes físicos para terceira idade
Embora a prescrição de exercícios para idosos seja igual aos demais grupos. Para a maioria desses pacientes são recomendados exercícios de baixo impacto. Os programas de exercícios devem ser elaborados sob medida para combinar a resistência e força muscular e mobilidade da articulação durante a sessão de exercício. As pessoas da terceira idade devem ser incentivadas a serem mais ativas fisicamente nas suas tarefas diárias (uso da escada, andar até a loja, etc). Elas devem ser incentivadas a se curvar, mover e alongar, a fim de manter as articulações flexíveis (WEINECK, 2003).
Antes de iniciar um programa de exercícios, os idosos devem primeiro consultar seu médico. Diz Weineck (2003), embora vários dos princípios de prescrição de exercícios para idoso sejam os mesmos dos demais grupos, deve-se ter um cuidado especial ao estabelecer um programa de condicionamento físico para participantes mais idosos. Uma avaliação antes do exercício pode envolver um histórico médico completo, testes físicos e de esteira.
2.3. Treinamento de musculação
Treinamento muscular para manutenção e o aumento da capacidade psicofísica de rendimento e da capacidade de suportar esforços. Muitas atividades diárias e de lazer só são passíveis com um mínimo de força. Não só na infância e na adolescência a força tem grande significado, mas também na idade adulta e terceira idade.
Para Campos (2002), a falta de força conduz, principalmente em idades mais avançadas, a uma crescente limitação mobilidade. À vontade de viver de pessoas mais idosas se baseia em grande parte também na força quase ilimitada e na autoconfiança ligada a isso. Quem não tem força não se atreve a muitas coisas e desiste, por motivos de segurança, das respectivas tarefas em que é exigida. O fato de que o ser humano em faixas etárias mais avançadas se torna doente e devido, por um lado, a um número variado de diferentes problemas da idade e, por outro lado, ao déficit de força.
Treinamento muscular e manutenção da autonomia em idades avançadas tem aumentado progressivamente. No início do século 20, eram ainda aproximadamente cinco por cento, atualmente são vinte e seis por cento, no ano de 2030 serão aproximadamente de trinta e oito a quarenta e quatro por cento. Atualmente, somente um jovem em doze atinge a idade de 75 anos, há 100 anos, esse número era quase um jovem por oitenta, (IBGE, 2000).
Weineck (2003) ressalta que esse tipo de desenvolvimento populacional em direção ao envelhecimento irá exigir muito dos Educadores físicos, entre outras coisas, a necessidade de uma responsabilidade maior com respeito à manutenção da própria independência.
Devem ser treinados, principalmente os músculos de grande importância para a realização de tarefas diárias, ou seja, os membros inferiores como meio de transporte, a musculatura do tronco como fator de sustentação e os membros superiores com aqueles que tudo fazem. Campos (2002) afirma que um único treinamento de força coloca a musculatura trabalhada até 48 horas sob tensão aumentada e pode elevar com isso a pressão arterial. Além de um tônus muscular elevado, um treinamento de força tem ainda a vantagem de aumentar a disposição e atuar de forma anti-depressiva.
No esporte a capacidade física força é, geralmente subdividida em força máxima, força rápida e resistência de força. Essa subdivisão contém as formas de manifestação que aparecem no dia a dia do esporte e se mostra útil também para as atividades cotidianas normais (WEINECK, 2003).
Quando abrimos um vidro girando a tampa com as nossas últimas forças, utilizamos a força máxima; quando nós, ao tropeçarmos, estendemos rapidamente os braços para amortecer uma queda, nos serve a força rápida e quando subimos as escadas até o quinto andar, então é a resistência de força que ajudar a musculatura dos membros inferiores. Com isso já percebemos que precisamos, na nossa vida diária, de diferentes formas de capacidade física força para conseguir a nossa autonomia cotidiana.
Fatores determinantes da força depende de uma variedade de fatores psicofísicos completamente diferentes (Weineck, 2003; Robergs, 2002). Não só a idade, o sexo, a hora do dia, a motivação, o estado de alimentação e saúde, o corte transversal do músculo e a reserva de energia muscular representam um importante papel, mas também os aspectos coordenativos.
Para Weineck (2003) ganho rápido de força muscular é sempre devido a uma melhora coordenativa. Em caso de um aumento de força através da melhora coordenativa intramuscular, o músculo aprende, possivelmente, a mobilizar durante a contração muitas fibras musculares ao mesmo tempo. Enquanto uma pessoa não treinada pode contrair sincronicamente, de acordo com o estado de treinamento, apenas, de 50 (cinqüenta) até 80 (oitenta) por cento das suas fibras musculares disponíveis, uma pessoa treinada está em condições de esgotar o seu potencial atual de força até 95 (noventa e cinco) por cento.
No caso de aumento de força através da melhora coordenativa intermuscular, a cooperação entre todos os músculos envolvidos no movimento, ou seja, tanto os agonistas como também os antagonistas, é otimizado e possibilita conseguir grandes desempenhos com esforços mais reduzidos, (CAMPOS, 2002). Somente um treinamento regular for realizado, ocorrerá um aumento da espessura do músculo, caracterizando um aumento da força do ponto de vista morfológico, ou seja, externamente visível, já que a força depende da capacidade coordenativa e, sobretudo da secção transversal do músculo. A falta de força conduz, principalmente em idades mais avançadas, a uma crescente limitação da mobilidade, subir escadas ônibus com degraus altos etc. as pessoas preferem desistir de qualquer compromisso e restringem, com isso não só suas atividades que mantém o nível de força, mas também seus contatos sociais.
Falta de aptidão física na forma de força muscular insuficiente, esta freqüentemente no início de um isolamento social crescente e, com isso, de uma solidão futura mais acentuada. Para muitas pessoas mais velhas e simples o ato de levantar de um sofá ou de uma cadeira significa, um esforço de força máxima: o nível geral de força muscular dos membros inferiores estão reduzidos. O fato de que o ser humano em faixas etárias mais avançadas se torna mais doente é devido, por um lado, a um número variado de diferentes problemas da idade e, por outro lado, ao déficit de força, que poderia ser vencida através de um treinamento de força objetivo, diário, adaptado individualmente.
Por outro lado, sabe-se que quem esta satisfeito com seu corpo, esta satisfeito também consigo mesmo (WEINECK, 2003). De acordo com isso, está mais ou menos em nossas mãos fazer alguma coisa para que nosso corpo tenha a forma que desejamos dentro do que é possível ser feito e sem ambições patológicas em situações utópicas.
Entretanto, se nós alimentarmos durante décadas uma barriga caída e a pele do braço, por falta de estrutura muscular, esta pendurada, então, não podemos esperar que tudo isso que adquirimos “com simples esforço” por não fazermos nada por um longo período de tempo, seja desfeito com métodos rápidos. Melhor seria, naturalmente, prevenir a tempo! Mas então deve-se ter paciência e cuidar da forma aos poucos. Junto à redução de peso, um treinamento adequado de força.
O treinamento de força muscular não diminui somente um ponto percentual de perda anual de força para uma população normal inativa acima de 30 (trinta) anos, mas também tonifica grupos musculares, os quais tendem para o enfraquecimento, como por exemplo, a musculatura abdominal.
O benefício de treinamento de força refere-se a qualquer tipo de exercício no qual os músculos fazem força contra algum tipo de resistência (TORTORA, 2002). O treinamento com pesos, por exemplo, usa pesos livres ou máquinas para aplicar resistência. Tais benefícios vão muito além da aquisição do poder muscular. Em nossa sociedade sedentária, muitos problemas ortopédicos são resultados de fraqueza e falta de flexibilidade, que são freqüentemente atribuídos ao processo natural de envelhecimento.
2.4. Exercício aeróbio
Estudos têm demonstrado que a capacidade aeróbia diminui cerca de 8(oito) a 10% (dez) por década, porém em indivíduos moderadamente ativos essa taxa é de 4(quatro) a 5%(cinco) e em treinados o índice chega a 2% (dois) ou menos. (SHARKEY, 1998 apud FIGUEIREDO, 2001). A prática regular de exercício físico aeróbio por idosos pode lhes proporcionar níveis de aptidão física semelhante aos das pessoas não treinadas e muito mais jovens do que eles. Além de influênciar outros fatores relacionados à saúde.
Os exercícios aeróbios também contribuem para prevenção e tratamento de doenças crônicas que podem surgir com o envelhecimento.
Para Figueiredo (2001), a prática de exercício aeróbio como andar, pedalar e nadar podem trazer grandes benefícios para os indivíduos, com risco de doenças cardiovasculares, como hipertensão e o nível de lipídeos sangüíneos. Atividades aeróbias com maior ou menor intensidade, demonstraram efeitos sobre a pressão arterial, verificando-se um aumento do bom colesterol (HDL-C) e diminuição dos triglicerídios.
Melhoras significativas podem ser obtidas na força muscular e na capacidade aeróbia através de programas de intensidade leve realizados pelo menos três vezes por semana, afirma Ward, 1994 apud Figueiredo, 2001.
2.5. Lipídios
O conhecimento da estrutura e do metabolismo das lipoproteínas é importante para o entendimento do mecanismo de aterogênese, do qual participam as várias frações lipídicas.
Dentre os fatores de risco no desenvolvimento de doenças cardiovasculares, um dos mais importantes é o nível plasmático das frações lipídicas, principalmente altas concentrações de colesterol sérico. A associação entre o nível elevado de colesterol e doença coroniana já está bem estabelecida (PITANGA, 2004), sendo que a redução na sua concentração sérica pode retardar ou impedir a ocorrência de eventos coronianos. Os lipídios circulam sob a forma de lipoproteínas, as quais são complexas hidrossolúveis de alto peso molecular formado por lipídios e proteínas específicas denominados de apolipoproteínas.
2.5.1. Colesterol
O colesterol é um produto do metabolismo animal e ocorre, portanto nos alimentos de origem animal como: carne, fígado, cérebro e gema de ovo. A maior parte do colesterol do organismo origina-se da síntese (1g/dia), enquanto que apenas cerca de 0,3 g/dia são fornecidos pela dieta. Os tecidos que são capazes de sintetizar colesterol incluem os do fígado do córtex adrenal, da pele, dos intestinos, dos testículos e da aorta. O colesterol da dieta é absorvido no intestino e em companhia de outros lipídios. No homem, o colesterol total do plasma é cerca de 200mg/dl, elevando-se com a idade. A maior parte é encontrada sob forma especificada, sendo transportada como lipoproteína no plasma, principalmente pela LDL-C. (HARPERD, 1968 apud PITANGA, 2004).
Além disso, o colesterol está presente na dieta de todos os indivíduos e pode ser absorvido lentamente do trato intestinal para a linfa intestinal. É altamente solúvel em lipídios, mais pouco solúvel em água, sendo capaz de formar ésteres com ácidos graxos. Além do colesterol absorvido diariamente do trato gastrointestinal que é chamado colesterol exógeno, grande quantidade de colesterol endógeno, forma-se nas células do organismo. Essencialmente todo colesterol endógeno que circula nas lipoproteínas do plasma é formado no fígado, mas todas as outras células do organismo formam pelo menos algum colesterol.
Elevados níveis de colesterol plasmático aumentam o risco de desenvolvimento prematuro de doenças cardíaca coronariana (PITANGA, 2004); contudo, parece existir alta prevalência dessa doença em pacientes com menores níveis de colesterol total, bem como baixos níveis de lipoproteína de alta densidade (HDL-C). A relação colesterol total HDL colesterol pode ser importante preditor de doenças cardíacas.
2.5.2. Triglicerídios
Os triglicerídios são ésteres do álcool glicerol com três moléculas de ácidos graxos. Os triglicerídios são os componentes principais do armazenamento de gorduras nas células dos animais, e são insolúveis em água. Os triglicerídios sofrem hidrólise quando aquecidos com ácidos ou bases e quando atacados enzimaticamente pela enzimalipase, secretada no intestino delgado ou pâncreas (LEHRINGER, 1986 apud PITANGA, 2004).
Os triglicerídios são usados no organismo principalmente para prover de energia os diferentes processos metabólicos; eles compartilham essa função quase igualmente com os glicídios, em média 30 a 50% dos glicídios ingeridos converte-se em triglicerídios, que é armazenado e posteriormente usado como energia. Sempre que uma grande quantidade de glicídios entra no organismo, eles podem ser usados imediatamente para energia ou armazenados na forma de glicogênio; o excesso é rapidamente convertido em triglicerídios, e então armazenado dessa forma no tecido adiposo e nos músculos. A maior parte da síntese ocorre no fígado, mas pequenas quantidades são também sintetizadas no tecido adiposo. Os triglicerídios que se formam no fígado são estão transportados, principalmente pelas lipoproteínas, ao tecido adiposo até que se tornem necessárias para energia.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2001), os valores desejados para níveis de triglicerídios plasmáticos, em pessoas acima de vinte anos, são de até 150mg/dl.
Os exercícios físicos tendem a provocar reduções nas concentrações de triglicerídios e essa redução pode ser atribuída ao aumento da atividade da lipoproteína lipase na musculatura esquelética e/ou no tecido adiposo. Exercícios físicos de baixa intensidade, os músculos tiram energia principalmente dos ácidos graxos livres circulantes e dos triglicerídios estocados. Como resultado, os estoques de triglicerídios musculares são depletados e restaurados durante a recuperação, por aumento na atividade da liproteína lipase nos músculos (PITANGA, 2004).
2.5.3. Lipoproteínas plasmáticas
As lipoproteínas plasmáticas são veículos transportadores de lipídios na circulação. São complexos macromoleculares discretamente solúveis em água, contendo colesterol, triglicerídios, fosfolipídios e proteínas (HASKELL, 1993 apud PITANGA, 2004).
A lipotreína lipase é uma enzima que está localizada nas paredes dos capilares sangüíneos, sendo que os triglicerídios das lipoproteínas não podem ser captados intactos pelos tecidos, pois precisam sofrer primeiramente hidrólise por ação da lipoproteína lipase, para só então ocorrer captação dos ácidos graxos pelos tecidos.
O LDL-C é a partícula transportadora do colesterol na circulação. Algumas partículas podem ser formadas por secreção direta ou por catabolismo de quilomicrons no fígado.
A função metabólica do HDL-C é transportar colesterol dos tecidos periféricos para a excreção no fígado. O HDL-C pode ser sintetizado no fígado e nas células epiteliais do intestino. A meia-vida do HDL-C no plasma humano é de aproximadamente cinco dias, o maior das liproteínas. Elevados níveis plasmáticos de HDL-C promovem proteção contra a aterosclerose.
A lipoproteína de baixa intensidade (LDL-C), favorece a formação de placas de gorduras nas paredes internas das artérias, provocando obstrução do fluxo sangüíneo, enquanto a lipoproteína de alta densidade (HDL-C) tem função de remoção dos depósitos lipídicos. Os baixos níveis de HDL-C estão associados ao aumento no risco de doença arterial coroniana, enquanto níveis elevados de HDL-C podem exercer efeito de proteção contra essa doença.
O efeito do exercício físico sobre o metabolismo lipídico, pode provocar reduções nas concentrações de triglicerídios, contribuindo para elevação de HDL-C e redução do LDL-C em resposta ao esforço físico (PITANGA, 2004).
2.5.4. Dislipidemias
As dislipidemias são classificadas em primárias e secundárias. As dislipidemias primárias são de origem genética e a adotam a classificação de fredrickson ou da Organização Mundial de Saúde (OMS). A classificação de Fredrickson possui seis tipos e foi feita de acordo com o aspecto do soro após refrigeração e as concentrações de colesterol, triglicerídios e eletroforese.
As dislipidemias secundarias estão associadas a outras patologias e a dislipidemia é uma manifestação desta doença. Doenças como diabete mulittus, alcoolismo, falha renalcrônica, hipotiróidismo, síndrome nefrótica, cirrose biliar ou drogas como hormônios esteróides, diuréticos, beta bloqueadores podem causar dislipidemias. A obesidade, dieta incorreta e ainda inatividade pode provocar um aumento de lipoproteínas.
O risco da DAC (doença arterial coronariana) pode aumentar significativamente e progressivamente a partir de valores limítrofes de colesterol total e LDL-C, relação ao HDL-C, o risco aumenta na medida que seus valores diminuem. A hipertrigliceridemia aumenta o risco de DAC somente quando associada a HDL-C diminuído e/ou LDL-C aumentado. (KELLER, 1992).
3. Metodologia
3.1. Caracterização da investigação
O presente estudo trata-se de uma pesquisa investigativa de campo através da qual buscou-se verificar os efeitos ocorridos com a prática de um programa de musculação em indivíduos entre 50 e 80 anos com alterações lipídicas, maximizando a independência e melhorando a qualidade de vida, durante um período pré-determinado, na terceira idade na cidade de Victor Graeff/RS.A população do presente estudo se caracterizou por indivíduos entre 50 e 80 anos de idade, de ambos os sexos residentes no município de Victor Graeff.O Município de Victor Graeff/RS possui uma população total de 3.138 (IBGE, Censo 2000) .A amostra foi composta por 15 indivíduos de ambos os sexos, sendo 4 masculino e 11 feminino, com idades entre 50 e 80 anos do município de Victor Graeff-RS.
3.2. Instrumentos e materiais
Para verificar os efeitos ocorridos com a prática de musculação em indivíduos entre 50 e 80 anos no Município de Victor Graeff/RS, foi elaborado um questionário semi-estruturado que será aplicado antes do inicio do programa e um depois do programa de 60 (sessenta) dias voltadas ao assunto. Foram realizados exames de laboratório de colesterol total, triglicerídios, HDL colesterol e o LDL colesterol, no início e após 60 (sessenta dias, para observar os resultados). Também foi realizado um trabalho de musculação e exercício aeróbio durante 60 (sessenta) dias. Os materiais utilizados são: folhas de oficio (A4), caneta, prancheta, exames de laboratório.
3.3. Plano de coleta de dados
Foram realizados contatos com as pessoas que estão na faixa etária de 50 a 80 anos, para verificar a possibilidade dos mesmos realizar o questionário semi-estruturado, os exames laboratoriais e participarem de um programa de musculação e exercícios aeróbios, onde foram trabalhados no exercício aeróbio de 30 a 45 minutos de esteira e 35 a 45 minutos de bicicleta ergométrica, e ainda no programa de musculação de 3 x 8 repetições, trabalhando membros superiores e membros inferiores, durante um período de 60 (sessenta) dias . Após foi marcado uma data para maiores esclarecimentos, assinatura do termo de consentimento lovre e esclarecido, de acordo com o comit~e de ética e pesquisa (ULBRA) e a CNS 196/96, e, posteriormente a aplicação do questionário semi-estruturado, realização dos exames e inicio do programa.
Na data marcada o próprio pesquisador explicou o procedimento para respondê-lo aplicou o mesmo, também explicou como iria ser o procedimento para a realização dos exames que deveria ser agendado no laboratório indicado pelo pesquisador e como iria acontecer o programa de musculação que será realizado três vezes por semana. Após será realizada a avaliação dos mesmos. Os testes de laboratórios foram agendados com o laboratório para a realização dos mesmos. Os indivíduos foram orientados para não mudarem seus hábitos alimentares e nem suas rotinas diárias e de atividades físicas.
3.4. Tratamento estatístico
Os dados foram processados e submetidos a análise, utilizando-se a estatística descritiva que tem por função a ordenação e a descrição dos dados coletados.
4. Discussão dos resultados
O questionário respondido por 15 pessoas com idade entre 50 e 80 anos, considerando a população idosa em 929 pessoas, destes 482 homens e 447 mulheres, segundo dados FEE/RS (2006) esse número corresponde a 1,6% dessa população, sendo que a população total está estimada em 3.324 pessoas, segundo dados do IBGE (2006), demonstrando que o município possui um número maior de homens idosos de que de mulheres idosas.
Sexo |
Percentual |
Feminino Masculino |
73% 27% |
Tabela 01. Em relação ao sexo dos participantes da idosos do Município de Victor Graeff/RS, que se submeteram a pesquisa
A tabela 01 demonstra que do total de entrevistados 73% são do sexo feminino e 27% do sexo masculino.
Nestes dados pode ser observado que do total de idosos pesquisados os do sexo feminino são maioria, poderia-se dizer que demonstram uma maior preocupação com a saúde e o condicionamento físico. Os índices apresentados na pesquisa inicial mostram que estes idosos estão fora do mercado de trabalho, apresentam médio grau de escolaridade e na sua maioria são casados.
4.1. Pré-teste
Limitaçoes |
Percentual |
Sim |
00 |
Não |
100% |
Tabela 02. Em relação ao grupo de idosos pesquisados do Município de Victor Graeff/RS,
com relação as limitações físicas ou não para desempenhar suas atividades diárias
A tabela 02 demonstra que dos indivíduos da pesquisa nenhum apresenta limitações para desempenhar suas atividades diárias.
Exercícios físicos |
Percentual |
Praticava |
40% |
Não praticava |
60% |
Frequencia semanal (2 Vezes Por Semana) |
100% |
Tabela 03. Em relação a prática do exercícios físicos quando jovem/adulto e freqüência semanal dos idosos pesquisados
A tabela nos mostra que 40% praticavam e 60% não praticavam exercícios físicos com freqüência quando jovem/adultos e sua freqüência semanal era de 2 vezes por semana.
Participaçao |
Percentual |
Participação do programa |
100% |
Benefício a saúde e qualidade de vida |
87% |
Força muscular, reduzir disfunção lipêmicas |
13% |
Tabela 04. Em relação a participação dos voluntários idosos em um programa de treinamento de muscular e de exercício aeróbio em relação a sua saúde
A tabela nos mostra que 100% dos indivíduos participaria de um programa de exercício físico sendo que: 87% para beneficio a saúde e qualidade de vida e 13% para restaurar a força muscular, reduzir disfunções lipêmicas.
Escolaridade |
Percentual |
Ensino fundamental |
80% |
Ensino médio |
13% |
Graduação |
7% |
Tabela 05. Em relação ao grau de escolaridade dos participantes idosos pesquisados
Em relação nos mostra que 80% dos indivíduos que participaram da pesquisa fizeram o Ensino Fundamental; 13% o Ensino Médio e 7% a Graduação. Isto nos mostra que possuíam dificuldades em estudar, pois precisavam ajudar seus familiares no trabalho do campo.
Estado civil |
Percentual |
Casado |
73% |
Solteiro |
7% |
Viúvo |
20% |
Tabela 06. Mostra percentuais dos idosos pesquisados em relação ao estado civil
A tabela demonstra que dos indivíduos que participaram da pesquisa, 73% estão casados; 7% estão solteiros e 20% estão viúvos.
Classificação |
Número idosos |
Percentual |
Colesterol total alterado ≥200mg/dt |
9 |
60% |
Colesterol HDL abaixo ≤ 50 mg/dt |
11 |
73 % |
Colesterol LDL alterado ≥ 140 mg/dt |
8 |
53% |
Triglicerídios alterado ≥ 200 mg/dt |
6 |
40% |
Tabela 07. Relaciona problemas de saúde com distribuição das disfunções lipêmicas, antes do inicio do programa de
treinamento de musculação e exercício aeróbio. Classificação: Sociedade Brasileira Cardiologia, 2001 apud Pitanga, 2004.
A tabela mostra que os idosos pesquisados apresentam disfunção lipêmica, com médias de colesterol total, triglicerídios, HDL colesterol e LDL colesterol, analisados segundo o consenso sobre dislipedemias, valores de colesterol total e triglicerídios acima de 200 mg/dt e colesterol HDC abaixo de 50 mg/dt, colesterol LDL acima de 140 mg/dt, considerando como fator de risco para desenvolvimento de doença cardíaca coroniana.
4.2. Pós-teste: Respostas a um Programa de Treinamento de Musculação e Exercício Aeróbio X Testes Lipídicos
Após a realização do programa de treinamento de musculação foi realizado outro questionamento nos indivíduos participantes que constatou.
Participantes |
Percentual |
Sentiram fadiga |
55% |
Não sentiram fadiga |
45% |
Total |
100% |
Tabela 01. Em relação a sentir-se fadigado após as aulas
A tabela nos mostra que 55% sentiram fadiga após a execução do programa de exercícios (pouca força muscular) e 45% não sentiram fadiga.
Participantes |
Percentual |
Dificuldade pouca força |
55% |
Sem difilculdades |
45% |
Total |
100% |
Tabela 02. Em relação às dificuldades com as aulas
A tabela nos mostra que 55% sentiram dificuldade em relação a pouca força muscular para realizar os movimentos e 45% não sentiram dificuldades para executar os movimentos. A dificuldade mostrada e em relação a problemas articulares.
Participantes |
Percentual |
Melhora nos desempenhos |
100 |
Não tiverammelhoras |
00% |
Total |
100% |
Tabela 03. Em relação a melhora do desempenho após o programa
A tabela nos mostra que todos os participantes melhoram após a execução do programa de treinamento de musculação proposto.
Participantes |
Percentual |
Continuaria frequentando |
100% |
Não continuaria frequentando |
00% |
Total |
100% |
Tabela 04. Em relação a se continuariam a participar do programa de treinamento em musculação
A tabela nos mostra que 100% dos indivíduos continuariam a pratica do programa de treinamento de musculação, destes 33% para adquirirem mais força muscular; 20% para o bem estar físico e melhorar a auto a estima e 47% para melhorar a saúde e qualidade de vida.
O treinamento de exercício induz a uma melhora notável em pessoas com dislipedemias. Entretanto, alguns indivíduos ocasionais não obtiveram melhora, apesar de uma persistente participação no programa.
Observa-se ao final do período pré-determinado de treinamento uma diminuição da soma total das modificações do perfil lipídico. No colesterol plasmático total, um decréscimo de 8,40%, nas concentrações de triglicerídeos uma diminuição de 1,0%, no LDL- colesterol uma redução de 7,07% e um aumento significativo no HDL-colesterol de 11,45%.
A pesquisa mostrou que 87% dos idosos apresentaram uma melhora nas disfunções lipêmicas e poder-se-ia dizer que 13,0% não apresentaram melhoras nas suas disfunções lipêmicas devido a internações hospitalares.
Antes |
Depois |
Colesterol total: 265 mg/dl |
Colesterol total: 154 mg/dl |
LDL-colesterol: 190 mg/dl |
LDL-colesterol: 79 mg/dl |
HDL-colesterol: 42 mg/dl |
HDL-colesterol: 56 mg/dl |
Trilicerideos: 164 mg/dl |
Trilicerideos: 95 mg/dl |
Individuo 01. Testes antes e depois
A tabela nos mostra o confrontamento dos resultados entre o primeiro teste lipídico e o segundo. Ao final do programa oferecido ocorreu uma melhora significativa, assim observando de forma especifica, apresentou queda no peso corporal (o qual não foi o objetivo do programa aplicado), e ainda melhora no seu estado de ansiedade e auto-estima.
Antes |
Depois |
Colesterol total: 243 mg/dl |
Colesterol total: 146mg/dl |
LDL-colesterol: 185 mg/dl |
LDL-colesterol: 75 mg/dl |
HDL-colesterol: 42 mg/dl |
HDL-colesterol: 53 mg/dl |
Trilicerideos: 80 mg/dl |
Trilicerideos: 92 mg/dl |
Individuo 02. Testes antes e depois
A tabela nos mostra o confrontamento dos resultados entre o primeiro teste lipídico e o segundo. Ao final do programa oferecido ocorreu uma melhora significativa na lipoproteína HDL-C e o LDL-C apresentou redução, mesmo sem ingerir medicação e nem ter uma dieta orientada por profissional da área, apresentou queda no peso corporal (o qual não foi o objetivo do programa aplicado), e ainda melhora no seu estado de ansiedade e auto-estima.
Antes |
Depois |
Colesterol total: 179 mg/dl |
Colesterol total: 165 mg/dl |
LDL-colesterol: 121 mg/dl |
LDL-colesterol: 86 mg/dl |
HDL-colesterol: 40 mg/dl |
HDL-colesterol: 45 mg/dl |
Trilicerideos: 102 mg/dl |
Trilicerideos: 188 mg/dl |
Individuo 03. Testes antes e depois
A tabela nos mostra o confrontamento dos resultados entre o primeiro teste lipídico e o segundo. Ao final do programa oferecido ocorreu uma melhora significativa, apresentou uma melhora no HDL-C, embora esteja abaixo do padrão recomendado.
Antes |
Depois |
Colesterol total: 190mg/dl |
Colesterol total: 156 mg/dl |
LDL-colesterol: 113 mg/dl |
LDL-colesterol: 85 mg/dl |
HDL-colesterol: 56 mg/dl |
HDL-colesterol: 57 mg/dl |
Trilicerideos: 106 mg/dl |
Trilicerideos: 71 mg/dl |
Individuo 04. Testes antes e depois
A tabela nos mostra o confrontamento dos resultados entre o primeiro teste lipídico e o segundo. Ao final do programa oferecido ocorreu uma melhora significativa, apresentando uma redução no colesterol total e conseqüentemente e a lipoproteína de baixa densidade LDL-C também reduziu.
Antes |
Depois |
Colesterol total: 190 mg/dl |
Colesterol total: 162mg/dl |
LDL-colesterol: 132,6 mg/dl |
LDL-colesterol: 106,4 mg/dl |
HDL-colesterol: 35 mg/dl |
HDL-colesterol: 32 mg/dl |
Trilicerideos: 112 mg/dl |
Trilicerideos: 118 mg/dl |
Individuo 05. Testes antes e depois
A tabela nos mostra o confrontamento dos resultados entre o primeiro teste lipídico e o segundo. Este idoso não apresentou alterações positivas, ao final do programa proposto, em razão de um procedimento cirúrgico seguido de internação hospitalar.
Antes |
Depois |
Colesterol total: 229 mg/dl |
Colesterol total: 187 mg/dl |
LDL-colesterol: 161 mg/dl |
LDL-colesterol: 98 mg/dl |
HDL-colesterol: 44 mg/dl |
HDL-colesterol: 65 mg/dl |
Trilicerideos: 122 mg/dl |
Trilicerideos: 123 mg/dl |
Individuo 06. Testes antes e depois
A tabela nos mostra o confrontamento dos resultados entre o primeiro teste lipídico e o segundo. Mostrando que ao final do programa oferecido, ocorreu uma melhora , apresentando reduções no colesterol total, LDL-C e aumento do nível HDL-C dentro do padrão recomendado.
Antes |
Depois |
Colesterol total: 287 mg/dl |
Colesterol total: 223 mg/dl |
LDL-colesterol : 218 mg/dl |
LDL-colesterol : 146 mg/dl |
HDL-colesterol : 48 mg/dl |
HDL-colesterol : 62 mg/dl |
Trilicerideos : 109 mg/dl |
Trilicerideos : 81 mg/dl |
Individuo 07. Testes antes e depois
A tabela nos mostra o confrontamento dos resultados entre o primeiro teste lipídico e o segundo. Ocorreu uma redução significativa no nível de Triglicerideos ao final do programa oferecido
Antes |
Depois |
Colesterol total: 197 mg/dl |
Colesterol total: 176 mg/dl |
LDL-colesterol : 127,8 mg/dl |
LDL-colesterol : 84 mg/dl |
HDL-colesterol : 44 mg/dl |
HDL-colesterol : 48 mg/dl |
Trilicerideos : 126 mg/dl |
Trilicerideos : 220 mg/dl |
Individuo 08. Testes antes e depois
A tabela nos mostra o confrontamento dos resultados entre o primeiro teste lipídico e o segundo. Ao final do programa oferecido este idoso não apresentou alterações positivas, em virtude de internação hospitalar.
Antes |
Depois |
Colesterol total: 162 mg/dl |
Colesterol total: 167 mg/dl |
LDL-colesterol: 108 mg/dl |
LDL-colesterol: 85 mg/dl |
HDL-colesterol: 46 mg/dl |
HDL-colesterol: 75 mg/dl |
Trilicerideos: 43 mg/dl |
Trilicerideos: 44 mg/dl |
Individuo 09. Testes antes e depois
A tabela nos mostra o confrontamento dos resultados entre o primeiro teste lipídico e o segundo. Não apresentou alteração no nível de Trilicerideos, porém melhorando significativamente os níveis de HDL-C, como resultado do programa de exercício físico aplicado.
Antes |
Depois |
Colesterol total: 181 mg/dl |
Colesterol total: 192 mg/dl |
LDL-colesterol: 105 mg/dl |
LDL-colesterol: 117 mg/dl |
HDL-colesterol: 50 mg/dl |
HDL-colesterol: 49 mg/dl |
Trilicerideos: 140 mg/dl |
Trilicerideos: 130 mg/dl |
Individuo 10. Testes antes e depois
A tabela nos mostra o confrontamento dos resultados entre o primeiro teste lipídico e o segundo. Ao final do programa oferecido, apresentou pequenas alterações positivas.
Antes |
Depois |
Colesterol total: 252 mg/dl |
Colesterol total: 231 mg/dl |
LDL-colesterol: 153,2 mg/dl |
LDL-colesterol: 133 mg/dl |
HDL-colesterol: 76 mg/dl |
HDL-colesterol: 80 mg/dl |
Trilicerideos: 114 mg/dl |
Trilicerideos: 90 mg/dl |
Individuo 11. Testes antes e depois
A tabela nos mostra o confrontamento dos resultados entre o primeiro teste lipídico e o segundo. Mesmo o colesterol total estando acima dos valores recomendados , apresentou uma redução bastante significativa no LDL-C e Trilicerideos, com aumento na lipoproteína de alta densidade HDL-C.
Antes |
Depois |
Colesterol total: 282mg/dl |
Colesterol total: 261 mg/dl |
LDL-colesterol: 178,4 mg/dl |
LDL-colesterol: 163 mg/dl |
HDL-colesterol: 37 mg/dl |
HDL-colesterol: 38 mg/dl |
1Trilicerideos: 333 mg/dl |
Trilicerideos: 307 mg/dl |
Individuo 12. Testes antes e depois
A tabela nos mostra o confrontamento dos resultados entre o primeiro teste lipídico e o segundo. Ao final do programa oferecido, apresentou melhora, porém seu nível de HDL-C é fator risco, assim como o nível de Trilicerideos
Antes |
Depois |
Colesterol total: 232 mg/dl |
Colesterol total: 226mg/dl |
LDL-colesterol: 163 mg/dl |
LDL-colesterol: 153 mg/dl |
HDL-colesterol: 58 mg/dl |
HDL-colesterol: 56 mg/dl |
Trilicerideos: 56 mg/dl |
Trilicerideos: 84 mg/dl |
Individuo 13. Testes antes e depois
A tabela nos mostra o confrontamento dos resultados entre o primeiro teste lipídico e o segundo. Apresentava inicialmente níveis pouco alterados em relação ao padrão recomendado.
Antes |
Depois |
Colesterol total: 258 mg/dl |
Colesterol total: 223 mg/dl |
LDL-colesterol: 171 mg/dl |
LDL-colesterol: 135,6 mg/dl |
HDL-colesterol: 51 mg/dl |
HDL-colesterol: 53 mg/dl |
Trilicerideos: 180 mg/dl |
Trilicerideos: 172 mg/dl |
Individuo 14. Testes antes e depois
A tabela nos mostra o confrontamento dos resultados entre o primeiro teste lipídico e o segundo. Após o programa de exercício físico, apresentou uma melhora significativa nos níveis lípidicos, ressaltando a redução da lipoproteína LDL-C.
Antes |
Depois |
Colesterol total: 214 mg/dl |
Colesterol total: 153 mg/dl |
LDL-colesterol: 136,6 mg/dl |
LDL-colesterol: 56 mg/dl |
HDL-colesterol: 39 mg/dl |
HDL-colesterol: 42 mg/dl |
Trilicerideos: 192 mg/dl |
Trilicerideos: 147 mg/dl |
Individuo 15. testes antes e depois
A tabela nos mostra o confrontamento dos resultados entre o primeiro teste lipídico e o segundo. Ao final do programa oferecido ocorreu uma melhora significativa, em todos os resultados dos testes lípidicos, contudo precisa aumentar os níveis da lipoproteína de alta indensidade HDL-C.
Antes |
Depois |
% |
Colesterol total: 3.361 |
Colesterol total: 2.822 |
8,40 |
Triglicerídios : 1.979 |
Triglicerídios : 1.962 |
1,0 |
Colesterol LDL : 2.263 |
Colesterol LDL : 1.602 |
7,07 |
Colesterol HDL : 708 |
Colesterol HDL : 811 |
11,45 |
Tabela 16. Somatório dos 15 idosos pesquisado, indicando o percentual entre o antes e depois.
Obs: pouca alteração, pois dois idosos não apresentaram resultados positivos
Esta tabela mostra a somatória geral (15 idosos pesquisados), antes do programa oferecido em confrontamento ao resultado apresentado após 60 dias, levando-se em consideração um período curte de tempo em ralação a idade dos pesquisados. Poderia-se dizer que num período maior de tempo, os resultados seriam ainda melhores
5. Consideraçôes
As ações preventivas e reabilitadoras devem surgir, por meio de campanhas de conscientização de uma vida mais ativa e saudável, tendo oportunidades de mais atendimentos domiciliares, serviços de orientações, exercícios físicos, aumento da aposentadoria entre outros. As atividades são imprescindíveis para manter e resgatar a autonomia dos idosos, tendo grande impacto na saúde da população. Os profissionais da saúde além de atuar com os cuidados e atenções devem também ser mediadores, defensores, mentores, facilitadores e promotores dos procedimentos relacionados à saúde dos idosos.
Diante dos dados levantados e após sua análise, pode ser dito que o indivíduo idoso que deseja ter uma melhor saúde física e mental, deve tratar o mais cedo possível do seu processo de rejuvenescimento.
O programa de treinamento de força muscular e exercício aeróbio moderado foi utilizado com êxito na prevenção da dislipidemias.
Foram analisados na população do Município de Victor Graeff, 15 (quinze) idosos, durante oito semanas, procurando esclarecer associações entre epidemiologia, atividade física habitual/exercício físico e saúde; a importância ao tratar disfunções orgânicas e lipêmicas causadas pelo estilo de vida, através do controle destes fatores multifuncionais de risco.
Nos dados sobre avaliação laboratorial dos participantes do programa de treinamento de força muscular, constatou-se alguns aspectos significativos, sendo que inicialmente todos apresentavam altos níveis e triglicerídios, colesterol total, LDL – Colesterol e baixo nível de HDL – Colesterol, relacionados ao risco de manifestações clinicas subseqüentes de doença arterial coronária. O programa de exercício de força muscular proposto ao grupo de voluntários encontrou uma associação positiva entre o exercício físico e a concentração do HDL – colesterol, onde a maioria dos indivíduos tiveram melhorias nos resultados de seus testes laboratoriais, depois da aplicação do programa de treinamento de musculação.
Portanto, após a pesquisa, permanecem pelo menos dois importantes argumentos para inclusão do exercício físico em qualquer plano de tratamento das dislipidemias: o exercício físico é mais efetivo do que muitas outras técnicas para redução das dislipedemias; o exercício físico trás outro importante benefício à saúde que não são atingidos por dietas.
A tecnologia vem a cada dia melhorando os equipamentos e aumentando cada vez mais a expectativa de vida do ser humano, assim as pessoas podem ter em mente que a vida está se prolongando cada vez mais, e os exercícios tornam-se cada vez mais necessários.
Recomenda-se que os indivíduos continuem praticando treinamento de musculação e que tais benefícios vão muito além da aquisição do poder muscular, melhorando sua qualidade de vida, sua saúde e melhora de suas atividades diárias.
Referências
BARBANTI, Valdir J. Dicionário de Educação Física e Esporte. 2 ed. – Barueri, SP, Manole, 2003
CAMPOS, Maurício de arruda. Biomecânica da Musculação. Rio de Janeiro, 2ª edição: sprint. 2002
FEE, Fundação de Economia e Estatística, População, RS. 2007. Disponível em: http:www.fee.tche.br/estatísitca. Acesso em: 21 jun. 2007.
FIGUEIREDO NUNES, Joie. Atividade Física e Osteoporose. Londrina: Midiograf, 2001.
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censos Demográficos, 2000. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/estatístiva/população. Acesso em: 21 jun. 2007.
KELLER Ch, Zöllner N. Primare Hyperlipe-proteinamien – Potho-physiollogie, Klinil und genetik internist, -1992.
PITANGA, Francisco José Gondim. Epidemiologia da Atividade Física, exercício físico e saúde. 2ª ed- São Paulo; Phorte 2004
ROBERGS, Robert A; ROBERTS, Scott O. Princípios Fundamentais da Fisiologia do Exercício: para aptidão, desempenho e saúde. São Paulo. Phorte Editora, 2002.
SHEPHARD, Roy J. Envelhecimento, Atividade Física e Saúde. Tradução Maria Aparecida da Silva Pereira Araújo. São Paulo: Phorte, 2003.
TORTORA, Gerard J. Corpo Humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. Tradução Claúdia L. Zimmer. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002.
WEINECK, Jürgen. Atividade Física e Esporte: para quê? Tradução de Daniela Coelho Zazá, Fabiano Amorin e Mauro Heleno Chagas. Baueri, SP: Manole, 2003.
Outros artigos em Portugués
revista
digital · Año 14 · N° 135 | Buenos Aires,
Agosto de 2009 |