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O basquetebol brasileiro e o jogo do poder

El baloncesto brasileño y el juego del poder

 

Curitiba, Paraná

(Brasil)

Rolando Ferreira Junior

rolandof@ig.com.br

Fabio Antonio Pellanda

fbasq23@gmail.com

Fernando Renato Cavichiolli

cavicca@ufpr.br

 

 

 

Resumo

          O presente estudo tem como objetivo diagnosticar um momento recentel do basquetebol brasileiro, através da conturbada relação entre as Instituições diretivas; Confederação Brasileira de Basketball (CBB) e a Nossa Liga de Basquete (NLB) que buscam dominar o Sub-Campo basquetebol. Primeiramente iremos fazer um resgate do inicio da CBB como principal Instituição do basquete brasileiro por várias décadas até o surgimento da NLB. Para compreendermos esta disputa faremos uso da Teoria dos campos de Pierre Bourdieu.

          Unitermos: Basquetebol. Instituições. Field. Pierre Bourdieu.

 

Abstract

          The present study has as a objective diagnosticate the actual moment of Brazilian basketball, through the conturbated relation between its directives institutions; Confederação Brasileira de Basketball (CBB) and Nossa Liga de Basquete (NLB) that try to dominate the sub-field basketball. First we are going to make a rescue of the beginning of the CBB as the main institution of Brazilian basketball for many decades until the appearance of NLB. To understand this dispute we are going to use the Camps Theory of Pierre Bourdieu.

          Keywords: Basketball. Institutions. Field. Pierre Bourdieu.

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 134 - Julio de 2009

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Introdução

    O momento atual do basquetebol brasileiro é um cenário de lutas políticas que envolve as duas instituições que promovem campeonatos no país. Primeiramente temos a CBB, instituição reconhecida pela Federação Internacional de Basquetebol (FIBA), que há anos promove os campeonatos nacionais, forma as seleções que representam o país em competições internacionais, e é o órgão que normatiza a pratica do basquetebol brasileiro. A CBB surgiu de uma cisão no esporte nacional, quando os clubes que adotaram o profissionalismo do futebol criaram entidades especializadas dos vários desportos. Nasceu assim a Federação Brasileira de Basketball, fundada a 25 de dezembro de 1933, no Rio de Janeiro. Em assembléia aprovada dia 26 de dezembro de 1941, passou ao nome atual, Confederação Brasileira de Basketball (CBB).

    A Olimpíada de Atlanta, em 1996, ficou marcada pelo início de um processo de renovação no basquetebol brasileiro, após varias décadas em que o basquetebol apresentou resultados expressivos tanto a nível continental como mundial. Entre os mais importantes podemos enumerar os seguintes: Bicampeão mundial masculino em 1959 e 1963, campeão mundial feminino em 1994, medalha de bronze masculino nas Olimpíadas de 1948 e 1960, medalha de prata feminino na Olimpíada de 1996, medalha de bronze na Olimpíada de 2000, vários títulos pan-americanos e sul americanos, além de várias conquistas de títulos pelos clubes. Como exemplo o titulo mundial interclubes Esporte Clube Sírio em 1979. Entretanto houve uma queda nos resultados obtidos pelas seleções (especialmente a masculina), que perdeu sua hegemonia no continente sul-americano para os argentinos, e a não participação nas duas ultimas Olimpíadas (2000 e 2004).

    Diante desse cenário turbulento começaram a surgir vozes discordantes dentro do meio basquetebolístico brasileiro, que pretendiam dialogar com os representantes da CBB buscando encontrar soluções que pudessem reverter esse quadro. Dentro deste contexto, após o Campeonato Mundial de Indianápolis, realizado em 2002, tendo o Brasil obtido apenas a sétima colocação (FIBA). Alguns ex-integrantes da Seleção Brasileira, como Oscar Schimidt, Magic Paula, Wlamir Marques, Amaury Passos, Zé Boquinha, Branca, jornalistas especializados como José Trajano, André Kfouri, Juarez Araújo, além do presidente da CBB Gerasime Bozikis e do técnico da Seleção Brasileira na época, Hélio Rubens, dentre outros, participaram de um programa esportivo promovido pelo canal ESPN BRASIL, onde discutiram o futuro do basquetebol brasileiro.

    Após o programa esportivo acima referido, e depois de muitas críticas de sites especializados, como por exemplo: Databasket e Diário do Basquete, além da mídia em geral, o presidente da CBB prometeu mudanças no basquetebol brasileiro. Sendo que a maior delas foi em relação ao comando técnico, a qual pode ser referenciada no depoimento do ex-atleta da Seleção Brasileira Marcel de Sousa no site Databasket: “Analisando as palavras de nosso presidente, Grego [Apelido do presidente da CBB Gerasime Bosikis] disse que não estava satisfeito com os resultados alcançados e que iria analisar os relatórios para determinar o que havia acontecido de errado, pois obviamente não os aprovava.”

    Com a troca do comando técnico houve um momento de calmaria, porém com mais um fracasso da Seleção masculina, na tentativa de classificar-se para as Olimpíadas de Atenas em 2004, os descontentamentos voltaram. Outro fator que contribuiu para a volta dessa situação foi a verba escassa, repassada pela CBB aos clubes que disputavam o Campeonato Nacional de Basquetebol.

    Partindo disso, durante o Campeonato Nacional de 2005, os clubes romperam com a CBB com o intuito de formar uma liga independente para a disputa da próxima temporada. O ex-atleta Oscar Schimidt, que na época era diretor da equipe da Telemar, foi o principal articulador desse movimento. Concordavam em participar da liga independente todas as equipes que disputavam o campeonato da CBB, além de outras que não obtiveram classificação através dos campeonatos estaduais e regionais. Durante as finais do Campeonato Nacional de Basquetebol, alguns clubes desistiram de formar a liga, e se alinharam a CBB, alguns pela razão de patrocinarem o campeonato. Podemos comprovar esses fatos através do depoimento de Melchiades Filho, jornalista esportivo: “Tanto o COC, de Ribeirão Preto, como o grupo Universo, com três times no último Nacional, haviam endossado em março o nome de Oscar Schmidt para dirigir o primeiro Brasileiro organizado pelos clubes. Um gesto esquisito, dada a afinidade dos dois com a administração Bozikis. Vê-se agora que era tudo teatro. Inspirados sabe-se-lá-de-que-forma pela CBB, os dois já cindiram com o movimento de alforria.”

    Com a aproximação da eleição para a presidência da CBB esse fato ficou mais claro, e o movimento de oposição de clubes e de algumas federações contra a reeleição do atual presidente perdeu força e o atual presidente foi reeleito. Não conseguindo espaço dentro da CBB, alguns clubes apoiados por algumas Federações uniram-se, e em março de 2005, com o intuito de profissionalizar e promover o Basquetebol nacional criou-se a liga independente chamada: Nossa Liga de Basquetebol (NLB), representada pelos ex-atletas olímpicos de basquetebol Oscar Schmidt, Hortência Marcari e Magic Paula.

    Com 39 clubes associados, que representavam 35 cidades e 11 estados, a NLB tinha como objetivo mudar o atual cenário do basquetebol brasileiro, criando um formato de gestão modelo para o resgate e revitalização do esporte. Como liga independente a NLB prega a transparência e a gestão profissional em busca de uma nova perspectiva em prol do futuro do basquetebol brasileiro com mais competitividade, melhor organização e grandes resultados. A missão da NLB, no seu próprio site diz: "ser o mais importante organizador e produtor de eventos de basquetebol até 2008, gerando oportunidades e produtos de grande valor agregado.”

    Para alguns observadores do basquetebol brasileiro, esse seria o verdadeiro campeonato nacional, como podemos observar no blog do jornalista Melchiades Filho: “[...]um país excluído há de perceber que pode participar. Os piauienses, aliás, já estão recebendo várias ligações dos vizinhos. Gente que quer jogar basquete, que quer ver basquete, que vai acabar provando que o esporte é bem maior do que uma sigla.
    O que começa nesta noite não é a NLB; é o Brasileiro, finalmente.”

    Dando seqüência aos fatos ocorridos, deu-se início aos dois campeonatos ao final de 2005. Influenciada pela NLB, a CBB aumentou o número de clubes participantes em seu campeonato. Apesar de iniciado o campeonato da NLB, os principais jogadores participavam por clubes que disputavam dos campeonatos da CBB. O jornalista Melchiades Filho comenta em seu blog da seguinte forma: A "casa do basquete" caiu; a máscara do presidente Gerasime Bozikis também. Na semana passada, a confederação anunciou que as portas da seleção estarão fechadas para os atletas que não aceitarem disputar o torneio que ela organiza. O golpe baixo nasceu como retaliação à NLB, campeonato interclubes independente que dará largada na próxima terça-feira.

    Nos bastidores as divergências entre as duas instituições continuavam. Quando o campeonato da CBB se aproximava do seu final, alguns clubes da filiados a NLB conseguiram através da Justiça, o direito de participar da fase final. Tal medida gerou esperança em algumas pessoas de que um entendimento entre as instituições estava próximo, como segue o depoimento de Leonardo Delamanha, colaborador do site Databasket, “[...] as minhas esperanças sobre o basquete brasileiro quando avaliei que “talvez”, por um acaso do destino, as forças políticas do nosso basquete pudessem reavaliar as desavenças, usando o hexagonal [Hexagonal foi o sistema de disputa das finais do campeonato da CBB] (vejam só!) como exemplo de integração entre o Campeonato Nacional De Basquete Masculino/CBB e a NLB. Que inocência.”

    Por conta desse fato, o campeonato realizado pela CBB que tinha seu final previsto para maio de 2006, foi modificado devido a medida judicial dos clubes da NLB, e não chegou ao seu final, permanecendo sem ter uma definição. Enquanto a NLB teve as finais antecipadas em razão da Copa do Mundo de futebol, para que pudesse ter seus jogos televisionados, por conta disso viu-se obrigada a mudar sua forma de disputa, nos play-offs.

    A medida que o Sub-Campo do basquetebol brasileiro passa por um período de indefinições, diante da busca pela legitimidade de gestão da NLB em constituir uma estrutura estruturada estruturante e a concorrência da já estruturada CBB, esse cenário denota uma luta de poder através da rede de interdependência dentro do campo esportivo nacional.

Fundamentação teórica

    Utilizando-se da Teoria dos Campos de Pierre Bourdieu, introduziremos alguns conceitos sobre as idéias do Campo Esportivo e conceitos afins.

    A idéia de um Campo está sempre relacionada à noção de espaço de lutas, posições e relações de interdependência entre sujeitos, grupos, instituições, entre outras denominações. Dessa maneira o Campo Esportivo, no caso desse estudo, o Sub-Campo do basquetebol brasileiro, é percebido muito claramente nesse espaço de lutas e posições. Para Bourdieu apud Marchi Jr. (2004, p. 56)

    as manifestações que compõem o fenômeno esportivo ocupam um espaço de práticas sociais chamado de campo, no qual se atribuem posições compatíveis com o capital social, econômico ou cultural de cada componente. No interior desse espaço, existem formas de disputas, lutas e concorrência na busca pela hegemonia de determinadas práticas, além da distinção social das pessoas envolvidas, conforme seu potencial de poder simbólico.

    Para Marchi Jr (In: Proni, 2002, p. 92), campos são “espaços estruturados de posições cujas propriedades dependem das posições nestes espaços, podendo ser analisadas independentemente das características de seus ocupantes (em parte determinada por eles)”.

    O campo é delimitado pelos valores ou formas de /capital/ que lhe dão sustentação. A dinâmica social no interior de cada campo é regida pelas lutas em que os agentes procuram manter ou alterar as relações de força e a distribuição das formas de capital específico. (THIRY-CHERQUES, 2006)

    Segundo Ortiz (2003, p. 21), “o campo se particulariza, pois, como espaço onde se manifestam relações de poder, o que implica afirmar que ele se estrutura a partir de uma distribuição desigual de um quantum social que determina uma posição que um agente específico ocupa em seu seio”.

    Bourdieu apud Ortiz (2003, p. 21) denomina esse quantum de “capital social”. A estrutura do campo pode ser apreendida tomando-se como referencia dois pólos opostos: os dos dominantes e dos dominados. Os agentes que ocupam o primeiro pólo são justamente aqueles que possuem um máximo de capital social; em contrapartida, aqueles que se situam no pólo dominado se definem pela ausência ou pela raridade do capital social especifico que determina o espaço em questão.

    Marchi Jr. (2004, p. 56), aponta que “dentro da particularidade de cada campo, há formas de disputas, lutas e competições, e vislumbramos em cada uma delas a especificidade das relações entre o “novo” – que tenta garantir o direito de participação – e o “dominante” – que defende o monopólio objetivando excluir a concorrência.” Sobre esta característica Bourdieu relata:

    A estrutura do campo é um estado da relação de força entre os agentes ou as instituições engajadas na luta ou, se preferirmos, da distribuição do capital específico que, acumulado no curso das lutas anteriores, orienta as estratégias ulteriores. Esta estrutura, que está na origem das estratégias destinadas a transformá-la, também está em jogo: as lutas cujo espaço é o campo têm por objeto o monopólio da violência legitima (autoridade específica) que é característica do campo considerado, isto é, em definitivo, a conservação ou a subversão da estrutura da distribuição do capital específico. (Falar em capital específico é dizer que o capital vale em relação a um certo campo, portanto dentro dos limites deste campo, e que ele só é convertível em outra espécie de capital sob certas condições)

    Segundo Loyola (2002, p. 69), “o lugar e a evolução de cada indivíduo no espaço social relaciona-se simultaneamente, ao volume global de capital que ele detém; a repartição desse capital entre capital econômico, social e cultural.”

    Para Marchi Jr (In: Proni, 2002, p. 92) “a estrutura do campo é um estado de relação de força entre os agentes ou instituições engajadas na luta...”. Estas lutas têm por objetivo a autoridade específica que é característica do campo considerado. Em síntese, os campos possuem agentes providos de certa interdependência por conta de suas aspirações em comum, o que caracteriza a autonomia destes espaços e os identificam como campos. Todos os campos possuem algo em comum, sua forma de funcionamento, assim, é possível a análise destes sob uma única forma de visão.

    Esta autoridade específica, decorrente dos interesses em comum detectados no interior dos campos, traz, segundo Marchi Jr (In: Proni, p. 92), certa cumplicidade dentro destes. Os conflitos dentro dos campos que poderão determinar a permanência ou não do que lhe é próprio ou até mesmo peculiar, são determinadas pelas posições e, estas se dispõem de acordo com a detenção de capitais específicos de seus integrantes.

    Segundo Loyola (2002, p. 69), para Bourdieu, os indivíduos não agem apenas por interesses econômicos, mas pela vontade de obter prestígio e se situar em uma escala de poder.

Discussão

    Demarcado o campo da investigação, estabelecido os sistemas de relações, considerando as posições objetivas dos agentes e a constituição dos confrontos entre as instituições, estamos em condição de finalizar a matriz estrutural e de discutir a problemática do nosso objeto em questão.

    A trajetória da briga pela hegemonia do basquetebol brasileiro segue sem definição, e a leitura do cenário atual requer cuidados em sua análise. A autonomia do campo, dada pelo volume e pela estrutura do capital dominante, faz com que estas inter-relações sofram reflexos ao ingressar no campo específico.

    O basquetebol brasileiro, como um Sub-Campo do Campo Esportivo, sofre interferência dessas inter-relações, de um lado temos a CBB (o dominante) uma estrutura estruturada estruturante, que há anos se encontra numa posição onde o seu capital simbólico (instituição reconhecida internacionalmente) lhe dá a autoridade específica do campo, que podemos perceber com a citação de Marchi Jr. Do outro lado a NLB (o novo) uma estrutura estruturada, mas com objetivo de ser estruturante, e que segue em busca de reconhecimento.

    Devido ao cenário descrito acima, e fazendo uma relação com Bourdieu apud Ortiz (2003), enxergamos que o Sub-Campo atual do basquetebol brasileiro estrutura-se a partir de uma distribuição desigual de poder, graças ao capital social, econômico e cultural da CBB, adquirido ao longo de sua história e da sua ligação com outras instituições com a FIBA; por outro lado a NLB ainda procura esse capital social especifico, que não faz parte de sua estrutura, por conta de mecanismos mantenedores das leis sociais.

    A CBB faz uso do seu reconhecimento pela FIBA para valorizar suas competições, no site Databasket, o ex-jogador Marcel de Souza faz o seguinte comentário:

    Vejam vocês e observem os clubes dos nossos jogadores convocados para o mundial e o sul-americano [...] todos estão na Europa, EUA ou pertencem a uma equipe alinhada a CBB [...] Será verdade o fato de se termos chances de convocação apenas e tão somente se defendermos um clube aliado aos treinadores da CBB? [...] Estamos numa roda viva: Ou somos alinhados aos poderosos ou não valemos nada.

    Ficou evidenciado no comentário acima, que o poder exercido pela a CBB, através do seu capital cultural, social, econômico, faz com que os clubes da alinhados a CBB levem vantagem o momento de contratar os principais atletas brasileiros da modalidade, haja vista, que o atleta que não participa do Campeonato Nacional De Basquete Masculino (CNBM), não é convocado para as Seleções Brasileiras.

    Dentro disso a NLB segue em busca de reconhecimento utilizando meios que fogem do Campo Esportivo, indo ao Campo Jurídico, para conseguirem participar de CNBM. Essa busca posições não é somente pelo capital econômico, mas também pelo capital social, pois não parece lógico, que as equipes que foram contra o campeonato da CBB, tenham ido à justiça, criando uma situação, que representa uma relação de força entre os agentes. De acordo com a citação de Bourdieu apud Loyola (2002, p. 69), parece que os representantes das instituições, o presidente Gerasime Bosikis, da CBB, e Oscar Schimidt, da NLB, estão deixando de atuar apenas pelo controle do basquetebol brasileiro, mas pela vontade de obter prestígio e se situar em uma escala de poder.

Conclusão

    Graças as pressupostos de Pierre Bourdieu ficou claro o entendimento do atual momento do Basquetebol Brasileiro. A idéia de Campo como espaço de lutas, as redes de interdependência e as formas de capital auxiliaram a explicar o funcionamento dessa luta pelo poder no do Sub-Campo do Basquetebol Brasileiro.

    O Basquetebol Brasileiro está passando por um momento de incertezas. A falta de resultados expressivos, especialmente no basquetebol masculino, durante os últimos anos fez com que a sociedade basquetebolista Brasileira se unisse para que junto com a CBB encontrassem soluções que fizessem com que o Basquetebol Brasileiro retomasse o seu lugar no cenário mundial. Entretanto, notamos que a CBB não conseguiu aceitar as críticas feitas pelos especialistas e preferiu tomar decisões sozinha, mesmo que essas contrariassem a maioria. Isto causou uma ruptura dentro do Sub-Campo do basquetebol que foi levado ao extremo com a criação de uma nova instituição. A situação que já era ruim, pela falta de resultados, piorou, pois além de dividir as opiniões de qual é o caminho certo a ser tomado, as duas instituições estão travando uma batalha para assumir o controle do poder dentro deste Sub-Campo.

    Dentro deste contexto percebemos que a situação está longe de um final que gostaríamos de ver. Enquanto a CBB procura pressionar os jogadores para não participarem da liga independente, a NLB já anunciou a sua segunda temporada, entretanto graças ao poder simbólico devido ao reconhecimento internacional da FIBA, a CBB conseguiu encerrar as atividades da NLB. O momento que era para ser de união em prol do basquetebol, passou a ser um campo de disputas onde o principal motivo não é o basquetebol em si, mas a dominação do Sub-Campo.

Referencial

  • LOYOLA, Maria Andréa (org). Pierre Bourdieu entrevistado por Meria Andréa Loyola. Rio de Janeiro: edUERJ, 2002.

  • MARCHI JR, Wanderley. Bourdieu e a teoria do campo esportivo. In: PRONI, R. e LUCENA, M. Esporte – História e Sociedade. Campinas: Autores Associados, 2002

  • MARCHI JR, Wanderley. Sacando o Voleibol. Ijuí: Unijuí, 2004

  • ORTIZ, Renato (org.). A sociologia de Pierre Bourdieu. São Paulo: Olho D’água, 2002.

  • THIRY-CHERQUES, HERMANO ROBERTO. Pierre Bourdieu: a teoria na prática. Revista de Administração Publica p. 27-53 [online]. jan./fev. 2006, vol.40, no.1.

Referencias eletrônicas

  • Confereracao Brasileira de Basketball: www.cbb.com.br

  • Blog do Melk: www.melk.blog.uol.com.br

  • Databasket: http://www.databasket.com

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