efdeportes.com

Mensuração dos níveis de potência máxima, potência média 

e dos índices de fadiga de atletas da escola 

de futebol do Grêmio em Lages, SC

Medición de los niveles de potencia máxima, potencia media y de los índices 

de fatiga en jugadores de la escuela de fúbol del Gremio en Lages, SC

 

*Graduando de Educação Física – Bacharel pela FACVEST

Treinador Profissional pelo S.T.P.E/RS Matrícula 2032 – A

**Graduada em Educação Física pela UNIPLAC

CREF 009229-G/SC

(Brasil)

Paulo Roberto Alves Falk*

pfalk1106@hotmail.com

Dyane Paes Pereira**

didipaes@hotmail.com

 

 

 

Resumo

          O propósito deste estudo foi comparar a potência anaeróbia máxima, potência média e índice de fadiga de jogadores de futebol da Escola de Futebol do Grêmio em Lages/SC com o estudo de Spigolon et AL (2007) para a mesma categoria, utilizando o teste RAST. Utilizou-se 30 atletas, com idades compreendidas entre 16 e 17 anos de idade e os protocolos foram seguidos conforme bibliografia utilizada, o teste foi realizado em um campo de futebol demarcado com espaço de 35 metros padronizado. O desenvolvimento do teste consistiu em seis corridas de máxima velocidade, com descanso de 10 segundos entre um esforço e outro. Os dados foram calculados e os resultados foram Potência Máxima 7,30 ± 1,02 w/kg; Potência Média 6,51 ± 0,88 w/kg e o índice de Fadiga resultou na média de 19,27% ± 9,36. Encontramos como resultados índices de Potência Máxima e Potência Média inferiores ao do estudo comparado. Mas os índices de fadiga apresentaram-se abaixo do relatado pelo comparativo demonstrando maior capacidade de resistir a esforço prolongado.

          Unitermos: Futebol. Potência máxima. Potência média. Ìndice de fadiga

 

Abstract

          The purpose of this study was to compare the maximum anaerobic power, average power and fatigue index of the football players from the School of Football has faded in Lages / SC with the study of Spigolon et al (2007) for the same category, using the RAST test . We used 30 players, aged between 16 and 17 years of age and the protocols were followed as literature used, the test was performed on a football field with marked area of 35 meters standardized. The development of the test consisted of six races for maximum speed, with 10 seconds of rest between the effort and another. The data were calculated and the results were 7.30 ± 1.02 Maximum Power w / kg, average power 6.51 ± 0.88 w / kg and rate of fatigue resulted in an average of 19.27% ± 9.36. We found results as indices of maximum power and average power lower than the comparative study. But the rates of fatigue, were reported by the comparison below shows greater ability to resist prolonged effort.

          Keywords: Soccer. Maximum power. Average power. Index of fatigue

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 134 - Julio de 2009

1 / 1

Introdução

    O esporte que hoje se denomina futebol é mencionado por diversos autores como datado de cinco mil a.C., com sua criação sendo de autoria desconhecida ou discutível. Leal (2001, pág.23) cita que “historiadores, na busca da origem do futebol, mencionam jogos com bola de bambu nos quais se usavam pés e mãos desde cinco mil anos a.C., na China, e 4.500 a.C., no Japão, portanto há mais de sete mil anos”. Mas para nosso estudo devemos nos apegar ao futebol no Brasil em que o mesmo Leal (2001, pág. 26) descreve como foot-ball, a idéia aceita é a do nascimento a 14 de abril de 1895, em São Paulo, quando aconteceu a primeira partida, sob o primeiro signo do zodíaco, Áries, que simboliza audácia, ação, força e energia, além de exercitar as grandes lideranças e o domínio das massas. É curioso como este fato já cita a força e energia como fatores inerentes ao nosso futebol.

    Ao estudarmos Wuolio (1981) entendemos que, devido a vários fatores o futebol teve sua massificação sendo considerado o esporte mais popular do Brasil: seus requisitos básicos são simples e não muito numerosos, proporciona uma atividade física bastante variada, favorece o desenvolvimento social do indivíduo através da necessidade de colaboração, permite ações individuais de grande habilidade, é o tipo de esporte com diferentes funções possibilitando a escolha de uma delas e é de fácil organização. Citamos Galeano (1995), para corroborar com a idéia de Wuolio (1981) de o futebol tratar-se de um esporte de fácil acesso a todas as camadas sociais brasileiras, com a seguinte frase:

“Há alguns povoados e vilarejos do Brasil que não têm igreja, mas não existe nenhum sem campo de futebol.” (p. 135).

    Em contrapartida ao estudo apresentado por Wuolio (1981) e a idéia de Galeno (1995), encontramos em Leal (2001), a oposição de idéias onde ele refere-se ao futebol como uma atividade extremamente profissional, que movimenta altas somas de dinheiro e propicia o sustento de profissionais de diferentes segmentos da sociedade.

    Esta rede de profissionais atuantes no futebol necessita de bons resultados, para isto buscam na ciência do treinamento novos modelos de planejamento aplicáveis a sua realidade.

    “O principal objetivo do treinamento esportivo é elevar as capacidades físicas, aperfeiçoar a técnica e a tática e é fundamental ainda estar atento ao fator psicológico, para que deste modo, o atleta obtenha o resultado competitivo em determinado ponto culminante na temporada esportiva.” (BOMPA, 2002)

    Para exemplificar a importância da preparação física neste esporte utilizamos o estudo de Florenzano (1998) apud Moreira, onde ele diz que:

    “Sabemos que a velocidade numa jogada, com o emprego da força e da resistência, constituiu o ideal, para qualquer time de futebol.” (p. 26)

    Atualmente a modalidade de futebol exige o desenvolvimento da preparação física direcionando o trabalho baseado no conhecimento científico orientado pelas tendências futebolísticas exigida pela evolução da modalidade. Para demonstrar a necessidade de evolução realizamos uma breve retrospectiva através de relatos de Castro (1995):

    “Os jogadores treinavam de manhã ou de tarde, nunca em tempo integral. Até os anos 50, a preparação física costumava ser dada pelo próprio treinador. Era mole. Os jogadores faziam aquilo assoviando, aproveitando para bater papo e combinar a saída daquela noite. E era assim em quase todos os clubes.” (p. 75)

    Continuando a retrospectiva encontramos uma citação onde nos aponta o momento onde esta transição se fez mais necessária. Florenzano (1998) cita em sua obra Afonsinho e Edmundo – A rebeldia no futebol brasileiro, os documentos organizados por Pedrosa (1968), Chirol, relata que, na Copa da Inglaterra no ano de 1966, houve uma transformação no futebol onde ele assinala como este o ponto de inflexão na história do futebol e conclui que é neste momento que a força física adquire primazia sobre o talento. Para Florenzano (1998), as lições aprendidas na Copa da Inglaterra, ou melhor, do futebol força são: a preparação física constitui-se como principal fator de êxito de uma equipe de futebol; a força física passa a ser privilegiada em detrimento do talento, pois o futebol transformara-se num esporte mais viril do que fora ate então.

    Avançando na historia encontramos em Galeano (1995) a seguinte descrição para o futebol atual:

    “O futebol profissional, cada vez mais rápido, cada vez menos belo, tende a se transformar numa competição de velocidade e força, que tem como combustível o pânico de perder.” (p. 198)

Desenvolvimento

    O presente estudo tem por objetivo estabelecer o nível de potência e fadiga de atletas da Escola de Futebol do Grêmio em Lages através do teste R.A.S.T. esta baseado na atualidade desta modalidade onde, segundo Bosco (1993), cerca de 11% da distância total é percorrida sob à forma de sprint, constatando que o sistema anaeróbio alático é o principal sistema anaeróbio da modalidade. Utilizaremos para este teste 30 alunos da escola, na faixa etária que compreende atletas de 15 a 18 anos de idade. Para a coleta dos dados foram utilizados materiais de custo acessível e condizente à nossa escola de futebol. Para a coleta do peso Balança Filizola® e pesagem em quilogramas (Kg) e para coleta dos tempos nas seis repetições cronômetro da marca SL888T Oregon.

    Para explicar a utilização deste teste e sua importância na modalidade praticada nos baseamos em Bompa (2005) que resume como os principais benefícios no treinamento de potência, a prevenção de lesões, a melhora da velocidade, a agilidade nas trocas de direções, a reação, a potência de impulsão e a precisão no passe e no chute. Acreditamos que com isso, explica-se a importância da potência no futebol. O estudo do índice de fadiga tem por objetivo, expressar a capacidade que o atleta tem de suportar estímulos de alta intensidade, sem que haja queda significativa de desempenho (SOUZA, 2006). Com isso conseguimos estruturar nosso estudo e justificar a aplicação deste teste em pretendentes à profissionalização nesta modalidade esportiva.

    Devemos entender que os atletas de forma geral não aceitam os treinos sem bola, onde preferem o trabalho específico com bola. Mas como cita Leal (2001) “Hoje, por se tratar de profissionais melhor formados e bem informados, aceitam com maior naturalidade e gosto as práticas sem bola”. E é nesse contexto que devemos comprovar a eficiência e importância do estudo para que a aceitação dos atletas seja plena.

    Seguindo com nossa estruturação do estudo necessitamos entender a formação da capacidade física conhecida como potência ou força explosiva definida por Leal (2001, pág. 131) como qualidade do jogador de vencer determinada força num menor espaço de tempo; força versus velocidade. Ainda neste sentido, Carravetta (2001) afirma que para o futebolista atingir o elevado rendimento no cabeceio, em contatos corporais, mudanças de direção, potência nos chutes e arrancadas, deverão ser desenvolvidos os pressupostos básicos para esses domínios através do treinamento de força por meio do uso da massa muscular, enfatizando a força rápida.

    Para Bompa (2005, pág. 159) a potência é a capacidade de aplicar força no mais curto período. E ainda diz que um jogador potente, sempre conseguirá iniciar ações táticas mais rapidamente que o adversário, sendo muito útil ao seu time e treinador. Nosso teste que se baseia principalmente na potência deve levar em consideração a resistência a sucessivos movimentos de potência. Para isso podemos entender como Resistência como a capacidade de um jogador realizar trabalhos longos com uma dada intensidade. O teste R.A.S.T. refere-se à resistência Anaeróbia que define Barbanti (1997) como sendo, “a capacidade de resistir à fadiga nos esforços de curta duração, onde a intensidade é máxima ou submáxima”. Especificamente para o futebol atual citamos Frisselli & Mantovani (1999) onde diz que, a potência anaeróbia deve ter seu desenvolvimento mais acentuado após o pico da velocidade de crescimento da musculatura esquelética, por volta dos 14/15 anos. É sem dúvida uma das mais importantes valências físicas para a prática do futebol competitivo. Ainda baseados em Bompa (2001, pág. 82) onde ele fala sobre a intensidade do jogo de futebol, mostrando que os jogadores realizam em torno de 10% de suas ações em velocidade máxima, com corridas variando de 20 a 40 metros. Já na página 83 de sua obra ele diz que dependendo do ritmo de um jogo, um jogador altamente envolvido pode ter 12 a 16 situações por jogo em que a FC pode ficar entre 184-186 bpm, demonstrando os altos níveis de intensidade aos quais os jogadores são expostos. O autor afirma ainda que o fator limitante do desempenho seja a fadiga, que significa a falta de condicionamento físico, principalmente da resistência aos atos motores que o jogador de futebol é submetido em um jogo. Para exemplificar citamos Valquer & Barros (2004) onde defendem que o futebol é uma modalidade em que os atletas realizam esforços de alta intensidade e curta duração, com períodos de baixo esforço e duração variada.

Metodologia

    O presente estudo justifica-se por entendermos que no futebol atual presenciamos o desenvolvimento das capacidades físicas como fator preponderante na obtenção de bons resultados nesta modalidade. Para Kunze (1987), o futebol exige uma série de capacidades como resistência, velocidade e força como princípios decisivos, mas também agilidade, flexibilidade, etc. É neste entendimento que pretendemos demonstrar através do teste Running Anaerobic Sprint Test - R.A.S.T. (Zacharogiannis et al., 2004), valores de potência máxima, média e mínima em membros inferiores e também determinar o índice de fadiga, relacionado à quantidade de piques em velocidade máxima que o atleta pode suportar dentro de uma mesma partida de futebol. Este teste de corrida de velocidade de curta distância serve para testar o desempenho anaeróbio aláctico e láctico de atletas de futebol de campo, utilizamos procedimentos mais simples com equipamentos de baixo custo para a realidade de escolas de futebol. Devido ao alto custo dos equipamentos de fotocélulas, mais precisos na coleta de dados dos tempos e parciais, utilizamos cronômetros de custo mais acessível à realidade das escolinhas de futebol.

    Para se realizar este teste existem alguns procedimentos que seguem o protocolo criado para que o teste seja o mais fidedigno possível avaliando os atletas. A seqüência de procedimentos é esta: o atleta deve ser pesado antes do teste, após isso realizar um aquecimento de 10 (dez) minutos antes da sessão de testes, o atleta deve ter um tempo de 5 (cinco) minutos de recuperação. Após esta seqüência é dado inicio ao teste. O teste consiste em 6 (seis) corridas de máxima velocidade (sprint) em 35 (trinta e cinco) metros de distância no menor tempo possível. A cada sprint é verificado o tempo de cada intervalo. Depois de cada sprint o atleta tem 10 segundos de descanso. Todos os tempos são anotados e depois calculados através das fórmulas específicas do teste.

Fórmulas

  • Velocidade: distância/tempo;

  • Aceleração: velocidade/tempo;

  • Força: peso/aceleração;

  • Potência: A potência (P; W) para cada esforço foi obtida através do produto entre a massa corporal total do atleta (MC; kg) e a distancia de cada esforço elevada ao quadrado (35 m). O resultado foi divido pelo tempo de cada esforço (T; s) elevado ao cubo.

Equação – P (W) = MC x 35²

                             T³

    O cálculo da potência das seis corridas é então determinado:

    Após a utilização dos dados e os devidos cálculos, encontramos em Krustrup e Bangsbo (2001) a importância da mensuração da potência atlética de jogadores de futebol, pois eles afirmam que as modalidades com características intermitentes, caso do futebol, a contribuição da energia anaeróbia é importante para se ter rendimento aceitável no jogo, além de que, bons níveis de condicionamento anaeróbio são requeridos para retardar a fadiga em futebolistas.

Padronização

    Para que existisse uma igualdade de condições para todos os avaliados, os testes foram realizados entre as 14h30minh e 16h00min no campo de futebol do bairro Habitação – Lages/SC no mesmo dia e local. Todos os atletas utilizavam chuteiras, meias, calções e coletes. Os atletas estão compreendidos na faixa etária entre 16 e 17 anos de idade e todos se encontram na primeira semana de treinamento do planejamento de 2009.

Protocolo do teste R.A.S.T.

    Para a avaliação da potência anaeróbia, foi utilizado o Running Anaerobic Sprint Test – R.A.S.T. (Zacharogiannis et al., 2004), calculados por meio das fórmulas, classificados e avaliados através das tabelas de Bangsbo (1998). Os tempos coletados foram aferidos por meio de cronometragem dos atletas com o Cronômetro da marca SL888T Oregon e a pesagem através da Balança Filizola®.

Tabela de classificação

Indicador

Excelente

Bom

Aceitavel

Fraco

Potência máxima (W/KG)

15,95

15,94 a 14,57

14,56 a 13,20

< 13,19

Potência média (W/KG)

12,82

12,81 a 11,51

11,50 a 10,20

< 10,19

Índice de fadiga (W/S)

6,96

6,97 a 8,90

8,91 a 10,85

> 10,86

BANGSBO, J, 1998.

Dados coletados e resultados

    Os dados obtidos após pesagem e realização do teste R.A.S.T. tem como resultado os valores expressos na tabela abaixo, sendo estes a média geral da amostra que compreende 30 atletas da escolinha.

Idade

Peso (kg)

Potência Máxima (w/kg)

Potência Média

(w/kg)

Índice de Fadiga

( %)

16,3

±0,46

61,67

±8,69

7,30

±1,02

6,51

±0,88

19,27

±9,36

Discussão

    O treinamento direcionado à criança, ao adolescente e ao jovem atleta deve privilegiar interesses relacionados a cada faixa etária do desenvolvimento fisiológico, respeitando as peculiaridades inerentes a cada fase (WEINECK, 2003). Ao identificarmos os níveis de potência, pretendemos facilitar o trabalho de treinadores no planejamento de condicionamento físico ao longo da temporada de treinos para melhor assimilação das especificidades de cada desporto, em particular o futebol de campo, objeto de nosso estudo. Nesta direção, Santos et al. (2005) ressaltam que os testes de campo são os métodos de avaliação que mais envolvem ações realizadas em condições próprias de situações de treinamento desportivo e são altamente confiáveis na determinação da intensidade. Baseados no estudo de Spigolon et al(2007) da categoria sub-17 encontramos valores de Potência Máxima abaixo dos citados pelo referido estudo, onde a média de potência máxima atingida foi 9,79(w/kg) ±1,29, nossa amostra atingiu média de potência máxima 7,30(w/kg) ±1,02. Neste comparativo os valores médios de potência máxima são inferiores ao da amostra comparada. Em relação à Potência Média encontramos valores médios de 6,51(w/kg) ±0,88 igualmente inferior à amostra de Spigolon et al (2007) que tem como valores médios 7,82 ±1,02. Ao se determinar estes dados podemos entender a citação de Bangsbo (1994) que define potência, velocidade e resistência primordiais ao jogo:

    “A resistência anaeróbica enquadra as formas específicas do esporte, como a boa assimilação das sobrecargas intermitentes e repetitivas de corrida, dribles em velocidade, chutes e cabeçadas rápidas, também melhor capacidade de resistir às mudanças de velocidade e poder acompanhar o alto ritmo de jogo.”

    Segundo Silva e Gomes (2002) são três os principais objetivos do treinamento de força, o aumento da potência muscular (força rápida/explosiva), prevenção de lesões e a reabilitação do atleta após lesão. Com isso entendemos que no planejamento da preparação física destes atletas é primordial a ênfase no treinamento da resistência anaeróbia e potência para desenvolver com êxito as funções dentro de uma equipe de futebol de campo. Sobre potência Powers e Howley (2000) dispõem que seu conceito é importante para descrever a velocidade com que o trabalho está sendo executado, essa variável descreve a intensidade com que o exercício está sendo executado. Entretanto o teste demonstra que para o futebol de campo não é suficiente alcançar níveis ótimos de potência máxima e o índice de fadiga ser considerado elevado. Evitar a fadiga muscular que segundo MARTIN (2002, p. 2): "O futebol é um jogo no qual as demandas fisiológicas são multifatoriais e variam durante a partida e encontra-se alta concentração de lactato sangüíneo e elevada concentração de amônia durante o período de jogo, fato que indica que ocorre maior metabolismo muscular e alterações iônicas e estas alterações levam à fadiga". Estas demandas fisiológicas podem ser muito altas que elevam a fatiga, interferindo na performance física e técnica dos jogadores e conseqüentemente nas suas ações motoras e táticas no jogo (Weineck, 2000; Reilly, 2003; Rahnama et al., 2004; Mohr et al., 2005). Para isso através do Teste R.A.S.T definimos os índices de fadiga dos atletas em que nossa amostra apresentou média de 19,27 ±9,36 em comparação com Spigolon et al (2007) apresentou níveis inferiores já que a amostra do estudo comparado tem como média 37,19 ±5,92. Bangsbo (1994), explica que quanto menor é o valor de índice de Fadiga, maior é a tolerância do atleta ao esforço intenso e conseqüentemente à fadiga. Bompa (2002) descreve que em esportes de características de velocidade e potência, a fadiga se torna perceptível para quem possui uma visão experiente. Os atletas reagem mais lentamente às atividades explosivas e demonstram um prejuízo na coordenação e aumento da fase de contato (solo).

Conclusão

    Os resultados encontrados após estabelecer cálculos e fórmulas do protocolo do teste R.A.S.T., nos mostram a validade deste teste para a modalidade do futebol de campo, por mensurar os níveis de potência e fadiga tão intimamente ligados ao sucesso ou fracasso neste esporte. Desenvolver nos atletas de base níveis elevados de potência e resistência à fadiga pode ser a chave para o êxito profissional neste esporte. Porém a pobre bibliografia existente e a falta de parâmetros à modalidade de futebol dificultam a análise e classificação dos dados obtidos.

Bibliografia

  • BANGSBO, J – Quantification of anaerobic energy production during intense exercise – Medicine Science Sports Exercise, 30 (1) 47-52, 1998-b.

  • BANGSBO, J. The physiology of the soccer, with special reference to intense intermittent exercise. Acta Physiologica Scandinavica. Supplementum, Stockholm, v. 619, p. 1-155, 1994.

  • BARBANTI, V. J. Teoria e prática do treinamento esportivo. São Paulo, Editora Edgard Blucher, 1997

  • BOMPA, T. O. A periodização no Treinamento Esportivo. Ed. Manole,1ª ed., 2002.

  • __________. Treinando atletas de desporto coletivo. Ed. Phorte Editora Ltda, 1ª Ed., 2005.

  • BORIN, J. P., MOURA, N. A. Avaliação e controle do treinamento: limitações e possibilidades na preparação desportiva. In: I Congresso Internacional de Ciências do Esporte XIV Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte, Porto Alegre XIV CONBRACE, p. 77-81, 2005.

  • BOSCO, C. Aspectos fisiológicos de la preparación física del futbolista. Barcelona, Editora Paidotribo, 1993.

  • CARRAVETTA, E. O jogador de futebol: técnicas, treinamento e rendimento. Porto Alegre, Editora Mercado Aberto, 2001.

  • CASTRO, R., Estrela Solitária – Um brasileiro chamado Garrincha, São Paulo, Editora Companhia das Letras, 1995.

  • FLORENZANO, J. P., Afonsinho e Edmundo: a rebeldia no futebol brasileiro, São Paulo. Musa Editora, 1998.

  • FRISSELLI, A; MANTOVANI, A. Futebol: teoria e prática. São Paulo, Phorte Editora, 1999.

  • GALEANO, E., Futebol ao sol e a sombra. Ed. L & PM Pocket. 3ª Ed. Porto Alegre, 1995.

  • KRUSPTRUP, P. e BANGSBO, J. Physiological demands of top-class refereeing in relation to physical capacity: Effect of intense intermittent exercise training, Journal of Sports Sciences, v. 19, p. 881-891, 2001.

  • KUNZE, A. Futebol. Lisboa, Editora Estampa, 1987.

  • LEAL, J. C., Futebol: arte e ofício. Rio de Janeiro. 2ª Edição, Editora Sprint, 2001.

  • LIMA, A. M. J., SILVA, D. V. G., SOUZA, A. O. S. Correlação entre as medidas direta e indireta do VO2max em atletas de futsal. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 11, n. 3, mai./jun., 2005.

  • MARTIN, V. Futebol: Lactato e Amônia Sanguíneos em Teste de Velocidade Supra-Máxima. 2002. Dissertação (Mestrado) - Escola de Educação Física e Esporte, Universidade de São Paulo, São Paulo. 2002.

  • MOHR, M.; Krustrup, P.; Bangsbo. J. Fatigue in soccer: A brief review. Journal of Sports Sciences. v. 23, n. 6, p. 593 599, 2005.

  • POWERS, S.K. & HOWLEY, E.T. Fisiologia do Exercício - Teoria e Aplicação ao Condicionamento e ao Desempenho. Ed. Manole, 3ª ed., pg 231, 2000.

  • SANTOS, A. L.; SILVA, S. C.; FARINATTI, P. T. V.; MONTEIRO, W. D. Respostas da freqüência cardíaca de pico em testes máximos de campo e laboratório. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 11, n. 3, mai./jun., 2005.

  • SILVA, S. G.; GOMES, A. C. Controle fisiológico do treinamento no futebol. In: SILVA, F. M. Treinamento desportivo: aplicações e implicações. João Pessoa: UFPB,2002. p. 297-307.

  • SOUZA, E.N. Alterações das capacidades físicas de jovens futebolistas durante o macrociclo de treinamento: estudo a partir da periodização de cargas seletivas. Dissertação de Mestrado – Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade Metodista de Piracicaba, Piracicaba, 2006.

  • SPIGOLON, L. M. P., BORIN, J. P., LEITE, S. G., PADOVANI, C. R. P., PADOVANI, C. R., Potencia anaeróbia em atletas de futebol de campo: diferenças entre categorias. Coleção Pesquisa em Educação Física, vol.6, junho, p.421-428, 2007.

  • VALQUER, W.; BARROS, T. Preparação física no futebol In: BARROS, T.L.; GUERRA, I. Ciência do Futebol, Barueri, Editora Manole, 2004.

  • WEINECK, J. Fundamentos gerais da biologia do esporte para infância e adolescência: biologia do esporte. São Paulo: Manole, 2003.

  • WUOLIO, J. Futebol: o jogo mais popular. Rio de Janeiro, Editora Salvat, 1981.

  • ZACHAROGIANNIS, E., PARADISIS, G., TZIORTZIS, S. An evaluation of tests of anaerobic power and capacity. Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 36, n. 5, p. S116, 2004.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/

revista digital · Año 14 · N° 134 | Buenos Aires, Julio de 2009  
© 1997-2009 Derechos reservados