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A atuação de nutricionistas em academias de ginástica

Intervención de nutricionistas en gimnasios

 

*Acadêmicas do Curso de Nutrição do

Centro Universitário Franciscano, UNIFRA, Santa Maria, RS

** Professoras Nutricionistas Mestres do

Curso de Nutrição do Centro Universitário Franciscano, UNIFRA, Santa Maria, RS

(Brasil)

Gabriela Vargas Barchet* | Karen Mello de Mattos**

Litiane de Lima* | Marizete Oliveira de Mesquita**

Thaísa Rocha* | Uana Benetti*

litilima@hotmail.com

kmmattos@yahoo.com.br

 

 

 

Resumo

          A nutrição esportiva é um dos campos de atuação do nutricionista, com amplo desenvolvimento, podendo este profissional atuar em clubes esportivos, academias e similares. A principal função do nutricionista é orientar o atleta a preservar seu estado de saúde e aperfeiçoar seu rendimento físico e esportivo através de uma conduta alimentar adequada. Tendo em vista estes fatores, a presente pesquisa objetivou verificar a prevalência de nutricionistas que atuam em academias de ginástica no município de Santa Maria/RS- Brasil; bem como averiguar a principal atuação destes profissionais nas academias de ginástica e verificar se estes profissionais possuem cursos de especialização na área. A pesquisa possuiu delineamento transversal com amostragem por conveniência composta por quatro nutricionistas atuantes na Nutrição Esportiva no período de 2007. Como instrumento, utilizou-se um questionário elaborado pelas próprias pesquisadoras composto por onze perguntas relacionadas à área da nutrição em esporte referentes à resolução CFN nº 380 /2005. Os dados foram obtidos por meio de entrevista com o profissional. O presente trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA) sob número 255.2007/2. Para análise dos resultados foi elaborado um banco de dados no programa Microsoft Excel 2007, para posterior análise estatística descritiva simples. Obteve-se como resultados que 75% (n=3) dos nutricionistas elaboraram planos alimentares individualizados e 25% (n=1) esclareceram dúvidas existentes sobre alimentação na prática esportiva. Dentre os profissionais entrevistados 75% (n=3) possuem cursos de especialização na área e 25% (n=1) estava concluindo o curso de Educação Física. Concluiu-se com o presente estudo que a busca pela especialização em nutrição esportiva é um fato extremamente positivo para a valorização deste profissional na área. Entretanto a pouca atuação dos nutricionistas na nutrição esportiva, deixa evidente a necessidade da maior inserção do nutricionista nesta área, pois somente com uma alimentação adequada é possível potencializarmos os efeitos benéficos da atividade física e desta forma alcançarmos os objetivos propostos pelos atletas e/ou praticantes de atividade física.

          Unitermos: Nutrição esportiva. Academias de ginástica. Especialização. Atuação

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 134 - Julio de 2009

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Introdução

    A nutrição esportiva representa uma das áreas emergentes das ciências da nutrição, e abrange os clubes esportivos, academias e similares cuja atuação é voltada para atletas e praticantes de atividade física. Pelo fato da interferência que a atividade física efetua no organismo dos indivíduos, o acompanhamento nutricional tornasse primordial. Conforme a resolução do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) nº 380/2005, compete ao nutricionista, no exercício de suas atribuições na área de nutrição em esportes:

    “prestar assistência e educação nutricional a coletividade ou indivíduos, sadios ou enfermos, em instituições públicas e privadas e em consultório de nutrição e dietética, prestar assistência e treinamento especializado em alimentação e nutrição, prescrever suplementos nutricionais necessários à complementação da dieta, solicitar exames laboratoriais necessários ao acompanhamento dietético.”

    Uma dieta equilibrada ajuda a melhorar o rendimento esportivo de atletas e pessoas que visam uma boa qualidade de vida. Busca-se com a nutrição adequada a redução de lesões; melhora dos depósitos de energia; prevenir a fadiga; entre outros.

    O plano alimentar deve sempre considerar a idade, gênero, histórico familiar, presença de patologias, utilização de medicamentos, hábitos alimentares; bem como o tipo de atividade física praticada sua freqüência e tempo de duração para que seja ofertado ao indivíduo um aporte calórico adequado com a correta distribuição dos macronutrientes e micronutrientes (vitaminas e minerais) e água (CABRAL; et al, 2006).

    A recomendação adequada de macronutrientes ocorre da seguinte forma: 60-70% do Valor Energético Total (VET) consumido diariamente deve ser fonte de carboidratos; respeitando sempre o Índice Glicêmico (IG) dos alimentos consumidos pelo fato deste índice expressar o aumento da glicose no sangue após o consumo de um alimento fonte de carboidrato (SOUZA, 2007). O consumo de proteínas deve permanecer entre 10-15% do VET, sendo consumida preferencialmente uma hora e meia após o término da competição (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2001; KLEINER, 2002); e os lipídios devem ser consumidos entre 20-25% do VET.

    O nutricionista pode também prescrever suplementos nutricionais de acordo com a legislação vigente sempre que preciso, assim como efetuar atividades de educação nutricional e em saúde. Apesar da importância do nutricionista na área esportiva, a atuação deste profissional ainda é pequena.

    Em uma pesquisa efetuada em Florianópolis - Santa Catarina no Brasil por Alves; Rossi; Vasconcelos (2003) com 131 nutricionistas, apenas um atua na nutrição esportiva. Desta forma, a presente pesquisa objetivou verificar a prevalência de nutricionistas que atuam em academias de ginástica em um município da Região Central do Rio Grande do Sul/Brasil; bem como averiguar a principal atuação destes profissionais nas academias de ginástica e verificar se estes profissionais possuem cursos de especialização na área.

Metodologia

    A pesquisa possuiu delineamento transversal com amostragem por conveniência composta por quatro nutricionistas atuantes em academias de ginástica. O local de pesquisa foram academias de ginástica que possuíam atuação de nutricionista, o que resultou em quatro academias de ginásticas localizadas no município de Santa Maria/RS –Brasil. Os dados foram coletados no período de maio a junho de 2007. Como instrumento, utilizou-se um questionário elaborado pelas próprias pesquisadoras composto por onze perguntas relacionadas à área da nutrição em esporte referentes a atuação conforme a resolução CFN nº 380 /2005. Os dados foram obtidos por meio de entrevista com o profissional, sendo esta agendada previamente. Para participar da referida pesquisa, os nutricionistas assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e a mesma foi aceita pelas academias participantes e aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA) sob número 255.2007/2. Para análise dos resultados foi elaborado um banco de dados no programa Microsoft Excel 2007 para posterior análise estatística descritiva simples.

Resultados e discussão

    O município de Santa Maria/RS possui um vasto número de academias de ginástica, porém somente quatro possuem nutricionistas. Estes resultados corroboram com o estudo de Alves; Rossi; Vasconcelos (2003) onde em uma pesquisa com 131 nutricionistas, apenas um atua na nutrição esportiva.

    A baixa inserção do nutricionista nesta área pode ser justificado pelo fato de que a inserção e valorização do nutricionista no esporte ocorreu somente em meados das décadas de 1970-1980 (RG Nutri, 2009) o que contribui para a ampliação da nutrição esportiva.

    Ao compararmos a nutrição esportiva com as demais áreas da nutrição, observamos que este é um campo relativamente novo para os nutricionistas; pois, a atuação na clínica e alimentação institucional ocorre desde 1940 e na nutrição em saúde pública desde 1960 (ALVES; ROSSI; VASCONCELOS, 2003).

    Referindo-se a principal atuação (figura 1) dos entrevistados na presente pesquisa, 75% (n=3) efetuam a prescrição dietética individualizada, adequando a modalidade esportiva ou atividade física desenvolvida, organizando os registros e a evolução nutricional da clientela atendida. Os demais, 25% (n=1) atuam somente no esclarecimento de dúvidas relacionados á nutrição esportiva.

Figura 1. Principal atuação dos nutricionistas atuantes em academias de ginástica. Santa Maria/RS, 2007

    O aperfeiçoamento referente à nutrição esportiva foi verificado em todos os entrevistados. A realização de cursos de especialização em nutrição esportiva foi referida por 75% (n=3) dos participantes e 25% (n=1) estava concluindo o curso de educação física.

    Em relação à interação de nutricionistas e outros profissionais da área de saúde não houve nenhum registro nas academias visitadas. Dos entrevistados, 100% não prescreveram suplementos alimentares pelo fato de seus pacientes serem praticantes de atividade física e não atletas. Os suplementos alimentares devem ser prescritos somente quando houver real necessidade, pelo fato de que o consumo de uma alimentação adequada e balanceada fornece todos os nutrientes necessários.

Conclusão

    Concluiu-se com o presente estudo que a busca pela especialização em nutrição esportiva é um fato extremamente positivo para a valorização deste profissional na área. Entretanto a pouca atuação dos nutricionistas na nutrição esportiva, deixa evidente a necessidade da maior inserção do nutricionista nesta área, pois somente com uma alimentação adequada é possível potencializarmos os efeitos benéficos da atividade física e desta forma alcançarmos os objetivos propostos pelos atletas e/ou praticantes de atividade física.

Referências

  • ALVES, Emilara; ROSSI, Camila Elizandra; VASCNCELOS, Francisco de Assis Guedes. Nutricionistas egressos da Universidade Federal de Santa Catarina: áreas de atuação, distribuição geográfica, índices de pós-graduação e de filiação aos órgãos de classe. Revista de Nutrição, Campinas, v. 16, n. 3, 295-304, 2003.

  • CABRAL, Carlos Augusto Costa et al. Diagnóstico do estado nutricional dos atletas da Equipe Olímpica Permanente de Levantamento de Peso do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Rev Bras Med Esporte,  Niterói,  v. 12,  n. 6, 2006.

  • CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. Resolução sobre a atuação do nutricionista. Resolução do CFN NO 380/2005.

  • KLEINER, Susan M. Nutrição para o treinamento de força. Editora: Manole. Tradução: Dulce Marino, 2002.

  • MCARDLE, William D; KATCH, Frank I; KATCH, Victor. Nutrição para o desporto e o exercício. Editora: Guanabara Koogan, 2001.

  • RG NUTRI. Serviço de atendimento ao profissional. Disponível em: www.rgnutri.com.br/sap/tr-cientificos/ddn01.php. Acessado em 21 de maio de 2009.

  • SOUZA, Alessandra. Índice Glicêmico de Alimentos. Sociedade Brasileria de Diabetes, 2007. Disponível em: http://www.diabetes.org.br. Acessado em 21 de março de 2009.

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