Relação entre desempenho cognitivo e níveis pressóricos em idosos praticantes de atividade física regular Relación entre desempeño cognitivo y niveles de presión arterial en personas mayores que realizan actividad física regular |
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*Graduado em Educação Física pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU - MG) *Mestre em Educação Física pela Universidade Católica de Brasília (UCB – DF) Professor da Faculdade São Francisco de Barreiras (FASB - BA) **Graduada em Educação Física pela Universidade do Triângulo (UNITRI - MG) ***Graduado em Educação Física pela Universidade Católica de Brasília (UCB - DF) ****Professora da Universidade Católica de Brasília (UCB-DF) |
Luiz Humberto Rodrigues Souza* Fernanda Rodrigues de Souza** Renato Aurélio de Souza*** Nilza Martinovic**** (Brasil) |
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Resumo O envelhecimento atinge todas as pessoas de modo que provoca inúmeras alterações no organismo. Dentre estas modificações, o envelhecimento implica no aumento progressivo da hipertensão arterial. Esta doença é largamente conhecida como fator de risco para o desenvolvimento de outras patologias cardiovasculares. Outro aspecto muito afetado é a função cognitiva. Alguns estudos têm sido conduzidos na intenção de analisar o papel da hipertensão arterial na determinação da perda de função cognitiva em idosos. Entretanto, ainda não há consenso sobre os achados. Sendo assim, este estudo investigou a associação entre os níveis pressóricos e desempenho cognitivo, e comparou a função cognitiva de acordo com o sexo, escolaridade e faixa etária. A pressão arterial foi mensurada com um esfigmomanômentro e um estetoscópio com os sujeitos sentados após repousarem 5 minutos. Para avaliar a função cognitiva utilizou-se o Mini Exame do Estado Mental (MEEM). De acordo com os resultados, pôde-se notar que houve uma associação entre MEEM, PAS (r= -0,26; p= 0,029) e PAD (r= - 0,25; p= 0,037), respectivamente. Quando se avaliou os escores do MEEM em relação à escolaridade observou-se que os sujeitos analfabetos apresentaram um desempenho inferior àqueles com 1° e 2° graus. Já a análise do MEEM frente ao grupo etário e ao sexo não mostrou diferença significativa entre os valores obtidos. Desta forma, o presente estudo revelou que os níveis pressóricos e a escolaridade influenciaram no desempenho cognitivo dos idosos estudados. Unitermos: Envelhecimento. Pressão arterial. Desempenho cognitivo |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 133 - Junio de 2009 |
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Introdução
Segundo os dados apresentados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), nos países desenvolvidos, idoso é o indivíduo que possui 65 anos ou mais e, nos países em desenvolvimento, aqueles que têm 60 anos (WEINECK, 1991). De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 1999), em 1970 o Brasil contava com 4,7 milhões de pessoas com mais de 60 anos; em 1980 já eram 7,2 milhões (6,06%); em 1991, a população de idosos cresceu para 10,7 milhões (7,30%). No final do ano 2000, o número de idosos foi de 8.658.000, ou seja, 1 em cada 20 brasileiros tinha 65 anos ou mais. A projeção para o ano de 2020, quando a expectativa de vida estiver alcançando 75,5 anos, a população será formada por cerca de 23,5% de jovens e 7,7% de idosos, ou seja, será composta por 16,2 milhões de idosos. A estimativa para o ano de 2025 é de que tenhamos um aumento de cinco vezes da população geral e de 25 vezes da população idosa. Por volta de 2080, a proporção de jovens e idosos deverá se estabilizar em 20% e 15% do total, respectivamente (LITVOC, BRITO, 2004).
O envelhecimento e a expectativa de vida, em todas as populações do mundo, constituem um problema emergente nos vários segmentos sociais. O ritmo de crescimento na população idosa, segundo Passarelli (1997), relaciona-se diretamente com a diminuição das taxas de natalidade e mortalidade infantil, a melhoria no tratamento das doenças infecto-contagiosas, condições de saneamento básico e o acesso aos serviços de saúde para um número maior de indivíduos. No entanto, este autor destaca que o aumento do número de idosos nas últimas décadas fez com que o interesse pelo estudo do envelhecimento fosse se desenvolvendo progressivamente.
O processo de envelhecimento difere de pessoa para pessoa, bem como de um sistema (cardíaco, respiratório, muscular) para outro. Entretanto, é um fenômeno que atinge o corpo todo. Independentemente, cada órgão, reduz aos poucos sua função e o corpo torna-se senil. Durante o período de crescimento, processos de construção dos tecidos sobrepõem-se às alterações degenerativas. Quando o corpo atinge a maturidade fisiológica, a mudança degenerativa torna-se maior do que a taxa de regeneração celular, resultando em uma perda de células, que leva à diminuição da função orgânica (SIMÕES, 1994).
Dentre estas alterações, o envelhecimento implica no aumento progressivo de doenças crônicas não transmissíveis, como a hipertensão arterial. Esta doença é largamente conhecida como fator de risco para o desenvolvimento de outras doenças cardiovasculares, e apresenta alta prevalência na população adulta mundial, principalmente acima dos 40 anos (CAVALINI, CHOR, 2003). Outro aspecto muito afetado pelo envelhecimento é a função cognitiva. A cognição pode ser considerada em termos de funções cerebrais, como memória, associação, comparação, raciocínio abstrato, manipulação e capacidade espacial e síntese. Os processos de cognição – atenção, memória de trabalho, velocidade de processamento de informações, capacidade psicomotora e percepção – sustentam as funções cognitivas. Em conjunto, as funções e os processos cognitivos interagem para permitir que os indivíduos tomem decisões e se comportem de forma inteligente (SPIRDUSO, 2005).
Alguns estudos têm sido conduzidos na intenção de analisar o papel da hipertensão arterial na determinação da perda de função cognitiva em idosos. Entretanto, ainda não há consenso sobre os achados, uma vez que alguns estudos encontraram associação entre estas variáveis e outros não. Sendo assim, este estudo tem o objetivo de investigar a associação entre os níveis pressóricos e desempenho cognitivo, bem como comparar a função cognitiva de acordo com o sexo, escolaridade e faixa etária.
Metodologia
Amostra
Foram selecionados 69 voluntários, fisicamente independentes (SPIRDUSO, 2005), de ambos os sexos, com idade entre 60 e 81 anos, praticantes de atividade física regular, residentes no Distrito Federal e inscritos no Programa de atividades da Universidade Aberta à Terceira Idade da Universidade Católica de Brasília (UnATI/UCB). Foram adotados neste delineamento os seguintes critérios de exclusão:
Indivíduos que não estiverem inscritos no programa de atividades físicas da UnATI/UCB;
Indivíduos fisicamente dependentes que necessitassem de assistência de outra pessoa;
Indivíduos com idade inferior a 60 anos.
Os participantes foram pesados com roupas leves, pés descalços em uma balança da marca Filizola, com resolução de 100 g. A estatura foi medida com uma fita métrica fixada na parede com resolução de 1 cm.
Procedimentos para a coleta de dados
Os testes foram realizados no Laboratório de Biometria (LABIO) da Universidade Católica de Brasília, consistindo na aplicação de uma anamnese (idade, massa corporal, estatura, sexo e escolaridade), mensuração da pressão arterial e a aplicação de um teste que avalia o desempenho cognitivo.
a. Pressão Arterial
A pressão arterial foi mensurada com um esfigmomanômentro e um estetoscópio da marca Becton Dickinson com os sujeitos sentados após repousarem cinco minutos. As pressões arteriais sistólica (PAS) e diastólica (PAD) foram definidas na fase 1 e 5 Korotkoff, respectivamente.
b. Desempenho Cognitivo
Para avaliar a função cognitiva utilizou-se o teste psicométrico Mini Exame do Estado Mental/MEEM validado por Folstein, Folstein, McHugh (1975), versão em português traduzida por Bertolucci et al. (1994). Este teste é composto por diversas questões tipicamente agrupadas em 7 categorias, cada uma delas desenhada com o objetivo de avaliar funções cognitivas específicas: orientação para tempo (5 pontos), orientação para local (5 pontos), registro de 3 palavras (3 pontos), atenção e cálculo (5 pontos), lembrança de 3 palavras (3 pontos), linguagem (8 pontos) e capacidade construtiva visual (1 ponto). O escore do MEEM pode variar de 0 até 30 pontos.
Tratamento Estatístico
A estatística descritiva (média e desvio padrão) foi utilizada para a caracterização da amostra. Para verificar a associação entre desempenho cognitivo e níveis pressóricos utilizou-se a Correlação Linear de Pearson. Para verificar as diferenças existentes no desempenho cognitivo em relação à escolaridade utilizou-se a análise de variância ANOVA. Para verificar as diferenças existentes no desempenho cognitivo em relação à idade e o sexo utilizou-se o teste t para amostras independentes. O nível de significância adotado foi de p £ 0,05. O pacote estatístico utilizado foi o SPSS 10.0 for Windows.
Resultados
As tabelas 1 e 2 mostram os dados que descrevem e categorizam a amostra. A tabela 1 apresenta as médias e os desvios padrão da idade, massa corporal, estatura, índice da massa corporal (IMC), PAS, PAD e MEEM dos voluntários estudados.
Tabela 1. Caracterização da amostra
Variáveis |
Média e Desvio Padrão (n=69) |
Idade (anos) |
69,0 ± 5,11 |
Massa corporal (Kg) |
66,63 ± 14,68 |
Estatura (m) * |
1,55 ± 0,8 |
IMC (Kg/m²) * |
27,43 ± 4,85 |
PAS (mmHg) |
136,88 ± 23,15 |
PAD (mmHg) |
82,46 ± 9,95 |
MEEM |
23,48 ± 3,95 |
* n=65
A tabela 2 apresenta a freqüência das variáveis sexo, grupo etário, escolaridade e classificação do IMC.
Tabela 2. Freqüência Absoluta e Relativa das variáveis sexo, grupo etário, escolaridade e classificação do IMC
Variáveis |
Freqüência absoluta |
Freqüência relativa (%) |
Sexo |
|
|
Masculino |
18 |
26,1 |
Feminino |
51 |
73,9 |
Grupo etário a |
|
|
60-69 anos |
37 |
53,6 |
70-81 anos |
32 |
46,4 |
Escolaridade b |
|
|
Analfabeto |
6 |
8,7 |
Até 1º grau |
48 |
69,6 |
2º grau completo ou mais |
15 |
21,7 |
IMC c |
|
|
Normal (< 25 Kg/m²) |
25 |
36,2 |
Sobrepesado (³ 25 Kg/m²) |
16 |
23,2 |
Obeso (³ 30 Kg/m²) |
24 |
34,8 |
a. conforme sugerido por MATSUDO (2000);
b. conforme sugerido por CAVALINI, CHOR (2003);
c. conforme sugerido pela WHO (1990); n=65.
As figuras 1 e 2 mostram que houve uma associação moderada entre MEEM, PAS (r= -0,26; p= 0,029) e PAD (r= - 0,25; p= 0,037), respectivamente.
Figura 1. Associação entre MEEM e PAS. |
Figura 2. Associação entre MEEM e PAD. |
A tabela 3 apresenta os valores médios e desvios padrão do MEEM em relação à escolaridade.
Tabela 3. Médias e desvios padrão do MEEM segundo o nível de escolaridade
Escolaridade # |
n |
MEEM |
Analfabeto |
6 |
17,83±3,54 *, + |
Até 1º grau |
48 |
23,75±3,63 * |
2º grau completo ou mais |
15 |
24,87±3,31 + |
# conforme sugerido por CAVALINI, CHOR (2003);
*, + p<0,05.
A tabela 4 apresenta os valores médios e desvios padrão do MEEM em relação ao grupo etário.
Tabela 4. Média e desvio padrão do MEEM segundo o grupo etário
Grupo etário “ |
n |
MEEM |
60-69 anos |
37 |
24,21±3,62 |
70-81 anos |
32 |
22,63±4,19 |
“ conforme sugerido por MATSUDO (2000);
p>0,05.
A tabela 5 apresenta os valores médios e os desvios padrão do MEEM em relação ao sexo.
Tabela 5. Média e desvio padrão do MEEM segundo o sexo
Sexo |
n |
MEEM |
Masculino |
18 |
22,11±3,92 |
Feminino |
51 |
23,96±3,88 |
p>0,05.
Discussão
O presente estudo encontrou que o desempenho cognitivo correlacionou-se de forma inversa e significativa com os níveis pressóricos. O estudo de Souza et al. (2006) investigou a associação entre pressão arterial e função cognitiva em 37 idosos praticantes de musculação. Estes autores encontraram um valor médio de 25,41 para o desempenho cognitivo, que foi avaliado pelo MEEM, nos voluntários estudados. Encontraram também um valor médio de 125,37 mmHg para PAS e 80,74 mmHg para PAD. Diante desses dados obtidos, observa-se que o MEEM correlacionou-se de forma significativa com a PAS (r = -0,56; p = 0,003) e com a PAD (r = - 0,47; p = 0,013). Este estudo converge com o resultado do referente trabalho, uma vez que o desempenho cognitivo dos idosos estudados também se correlacionou de forma inversa e significativa com os níveis pressóricos.
Ao analisar o desempenho cognitivo em relação à escolaridade, esse estudo encontrou diferença significativa entre os idosos analfabetos e aqueles alfabetizados (1º grau/2º grau completo). Da mesma forma, Almeida (1998) encontrou que o MEEM correlacionou-se de forma significativa com a escolaridade.
Já Coelho, Souza, Costa (2006) compararam o desempenho cognitivo de 25 idosos segundo a idade cronológica e o sexo. Os voluntários avaliados com a idade entre 60-69 apresentaram um valor médio para o MEEM de 22,73 e aqueles idosos com a idade entre 70-79 apresentaram um valor médio de 23,47, sendo que essa diferença não foi significativa. Quando esses mesmos autores avaliaram o MEEM em relação ao sexo, obtiveram para os homens um escore médio de 23,00 e para as mulheres de 23,25, notando que esta diferença também não foi significativa. Nesse sentido, novamente, observa-se que esses resultados colaboraram com o presente estudo.
O estudo de Cavalini e Chor (2003) verificou a associação entre hipertensão arterial e déficit cognitivo em idosos de 65 a 79 anos e aqueles com idade acima de 80 anos. Foi estimada uma interação inversa de grande magnitude entre hipertensão e desempenho cognitivo para o grupo de idosos com 80 anos ou mais, sendo que esta relação não foi encontrada entre os indivíduos com idade de 65 a 79 anos.
Spirduso (2005) apresenta uma teoria da maneira que o condicionamento físico que pode estar relacionado com a função cognitiva. Sabe-se que o oxigênio é essencial para o metabolismo da glicose (o combustível do cérebro), e é um ingrediente essencial no metabolismo de neurotrasmissores como a acetilcolina, dopamina, norepinefrina e serotonina. Também já é consenso que o exercício físico mantém a integridade cerebrovascular ao aumentar o transporte de oxigênio, que por sua vez reduz a hipóxia cerebral nas regiões ativas do cérebro. Sendo assim, este autor apresenta um possível modo de como o exercício físico regular poderia adiar o envelhecimento cognitivo, que seria por meio do fluxo sangüíneo cerebral. A literatura evidencia que a hipertensão pode levar a um acidente vascular cerebral (AVC), o qual pode destruir o tecido cerebral e comprometer extremamente a cognição. Diante disso, tendo o conhecimento de que a atividade física regular pode contribuir na redução dos níveis pressóricos, este processo refletiria em uma redução no risco de AVC e ajudaria na manutenção da perfusão cerebral, minimizando dessa forma o déficit cognitivo em pessoas idosas.
Considerações finais
Após investigar a associação entre o MEEM e níveis pressóricos, e ao compará-lo com a escolaridade, sexo e idade, notou-se que apenas as variáveis nível pressórico e escolaridade influenciaram no desempenho cognitivo dos idosos avaliados.
Para futuros estudos, sugere-se que seja feita uma nova análise entre essas variáveis de forma que se defina a modalidade específica praticada pelo idoso, podendo então, verificar uma possível interferência da atividade física nestas variáveis. Outra sugestão seria aumentar o tamanho amostral do sexo masculino, de tal maneira que a quantidade entre os grupos seja compatível, permitindo uma análise estatística mais segura e fidedigna.
Referências bibliográficas
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CAVALINI, L. C.; CHOR, D. Inquérito sobre hipertensão arterial e déficit cognitivo em idosos de um serviço de geriatria. Rev Bras Epidemiol. 2003; 6 (1): 7-17.
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LITVOC, J.; BRITO, F. C. Envelhecimento: prevenção e promoção de saúde. São Paulo: Atheneu, 2004.
MATSUDO, S. M. M. Avaliação do idoso: física e funcional. Londrina: Midiograf, 2000.
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SIMÕES, R. Corporeidade e Terceira Idade: a marginalizarão do corpo idoso. Piracicaba: Unimep, 1994.
SOUZA, L. H. R.; CARDEAL, C. M.; TSUKUDA, V. L. C.; OLIVEIRA, R. J.; FRANÇA, N. M. Relação entre pressão arterial e desempenho cognitivo em idosos praticantes de musculação. In: CONGRESSO CIÊNCIAS DO DESPORTO E EDUCAÇÃO FÍSICA DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA, 11., 2006, São Paulo. Renovação e Consolidação, São Paulo, 2006. p. 275.
SPIRDUSO, W. W. Dimensões físicas do envelhecimento. São Paulo: Manole, 2005.
WEINECK, J. Biologia do esporte. São Paulo: Manole, 1991.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Diet, nutrition, and the prevention of chronic diseases. Geneva, 1990. (WHO - Technical Report Series 797).
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