Expressão e educação corporal: um estudo etnográfico com acadêmicos de Educação Física da ULBRA Carazinho Expresión corporal y la educación: un estudio etnográfico con académicos de la Educación Física ULBRA Carazinho |
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*Acadêmicos do curso de Educação Física ULBRA Carazinho **Mestre em Educação, docente do curso de Educação Física ULBRA Carazinho Orientadora (Brasil) |
Adilson Fabio Vieira* Anelise Roveda* | Camila Esteriz Rocha* Cleber Copelli* | Janice Kunz Schimitz* Patricia Carlesso Marcelino Siqueira** |
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Resumo O presente artigo abordará sobre as questões discutidas entre um grupo de acadêmicos de Educação Física da ULBRA Carazinho sobre a experiência vivida e a construção do conhecimento a vivências as atividades expressivas como instrumento educativo, recreativo e artístico despertando necessidades de se movimentar. Nas aulas de ritmo e expressão corporal, as falas foram expressas e apartir delas o grupo buscou as essências e as contextualizou a partir dos estudos de Giorgi (1985) e Comiotto (1992). O estudo se caracterizou por ser do tipo etnográfico e procurou expressar a significação do corpo e suas relações com seu cotidiano. Com base nas falas dos alunos participantes, percebeu-se através das essências encontradas que todos os corpos tem sua expressão corporal, com maior ou menor grau de evidência. Somos o que parecemos ser. Unitermos: Expressão Corporal. Etnografia. Educação Física
Resumen
Este artículo trata sobre las cuestiones debatidas entre un grupo de
académicos de la Educación Física en ULBRA Carazinho sobre la
experiencia vivida y la construcción del conocimiento como vivencias de
las actividades expresivas como recurso educativo, recreativo y
artístico despertanto las necesidades de movimiento. En las clases de
ritmo y expresión corporal, los discursos fueron expresados a partir de
estas y el grupo buscó las esencias y las contextualizó a partir de los
estudios por Giorgi (1985) y Comiotto (1992). El estudio se caracterizó
por ser de tipo etnográifoco y trató de expresar el significado del
cuerpo y sus relaciones con la vida cotidiana. Basado en el discurso de
los estudiantes participantes, realizado a través de las esencias
encontradas que todos los organismos tienen su expresión corporal, con
mayor o menor grado de evidência. Somos lo que parece ser. |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 133 - Junio de 2009 |
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O educador pode, apartir de uma atividade prática, estruturar inúmeras outras, que não devem ser tomadas como receitas e, sim, como inspiração para se promoverem mais atividades que devem ir ao encontro de uma vivência individual e coletiva, significativa para sua vida, seu desenvolvimento e seu crescimento. ( HASS, GARCIA E GONÇALVES ,2002),
A amostra deste estudo etnográfico foi composta por 05 acadêmicos de Educação Física, de ambos os sexos com idades entre 17 a 43 anos e que particparam da disciplina de ritmo e expressão corporal da ULBRA Carazinho- RS. A pesquisa seguiu os parâmetros do CNS 196/96 e do comitê de ética e pesquisa da instituição.Para manter o anonimato dos entrevistados cada participante da pesquisa, recebeu um codinome de pedras preciosas:
RUBY: acadêmica do curso de Educação Física, do sexo feminino, tem 17 anos.
CRISTAL: acadêmica do curso de Educação Física, do sexo feminino, tem 43 anos.
ESMERALDA : acadêmica do curso de Educação Física, do sexo feminino, tem 21 anos.
AMETISTA: acadêmico do curso de Educação Física, do sexo masculino, tem 21 anos.
DIAMANTE: acadêmico do curso de Educação Física, do sexo masculino, tem 22 anos.
As informações coletadas durante a disciplina foram compreendidas segundo o método fenomenológico proposto por Giorgi (1985):
1º O Sentido do todo
Esta etapa se caracteriza pela leitura das entrevistas concedidas para a compreensão de sua linguagem até alcançar a compreensão do todo.
2º As unidades de significado
Consiste na redução fenomenológica. As unidades emergirão da análise e da percepção das releituras e são numeradas em ordem crescente conforme o número de cada entrevista.
3º Transformação das unidades significativas em linguagem psicoeducativa
Captar as mensagens, estas são interpretadas e se expressa o fenômeno explicitado pelos sujeitos por meio da linguagem psicoeducativa.
4º Síntese das estruturas de significado
Nesta etapa procuramos intuir as essências expressas pelas falas, considerando-as como a criação de algo novo, as quais fusionam as percepções dos entrevistados e do pesquisador, dando ao texto um conteúdo diferente, identificando os aspectos realmente significativos, segundo uma visão totalizadora.
5º Dimensões fenomenológicas proposta por Comiotto (1992)
Nesta etapa vise buscou encontrar as dimensões mais significativas do fenômeno, que vão aflorando ao longo do trabalho e que compõem as essências .De acordo com as fala expressas durante as aulas foram extraídas as seguintes essências:
Falando sobre o corpo
A primeira essência encontrada referiu-se às questões do corpo e suas particularidades: O nosso corpo é a expressão natural e espontânea do ser humano, ela expressa a forma de andar, de falar, as coisas naturais que acontecem no dia-a-dia. (RUBY)
Santin (1990) relata que o corpo fala o tempo inteiro. Sua voz silenciosa manifesta-se através da corporeidade de cada um, porém, nem sempre é ouvido. Se aceitarmos o corpo e mente que representam a mesma realidade pessoal, então afirmar que cada corpo equivale a afirmar que cada mente é única, que cada personalidade é única. (DANTAS, 2005)
Esquema corporal é um elemento básico e indispensável para a formação da personalidade humana. Serve de base, para a formação da pessoa , possuir um domínio corporal e um conhecimento do corpo e suas diferentes partes. (CRISTAL)
Pessoas com uma boa expressção corporal possui facilidades maiores de interagir com outras pessoas. (DIAMANTE)
Segundo DANTAS (2005) o corpo foi moldado por milhões de anos de evolução, conforme a lógica da procura das modificações que capacitou a apresentar movimentos coordenados, força e velocidade.
DANTAS (2005) afirma que temos um corpo, conhecemos muito sobre um corpo mas, não somos um corpo, não sabemos sobre o corpo.
DANTAS (2005) ainda enfatiza que a ética do corpo é a ética da sensibilidade, aquela que nasce da capacidade que o ser vivo tem de viver assim mesmo, de sentir e experiênciar a vida.
Todo ser humano necessita de movimentos, cada um na sua particularidade, sua maneira de agir diante das situções diárias que acontecem na sua vida. (ESMERALDA)
De acordo com DANTAS (2005, p. 240) a percepção do movimento é necessária para identificar o significado da experiência. Mas, sem experiência, poderá não haver movimento humano algum a ser percebido.
Em tempos passados os paradigmas corporais não permitiam as pessoas de expressar suas emoções, sentimentos e sua corporiedade. (AMETISTA)
Segundo ARTAXO E MONTEIRO (2008), cada pessoa tem caracteristicas próprias, portanto tem seu ritmo próprio, que surge integrado ao estilo pessoal.
A expressão como um corpo demostra disposição ou indisposição com as coisas ou pessoas. (RUBY)
De acordo com HASS e GARCIA (2002) apud. Hass e Garcia e Gonçalves (2002, pág. 12) citam que Expressão Corporal é a manifestação própria da personalidade do corpo do ser humano numa dimensão cultural contextualidade com a sociedade em que está inserido.
Pessoas com uma boa expressão corporal possuem facilidades maiores de interagir com outras pessoas e de fazer parte de meios sociais diferenciados, conseguem ser influentes. (DIAMANTE)
Segundo FREIRE (2005, pág. 98) se o jogo está na raiz mesmo do desenvolvimento do mais precioso atributo humano aquele do qual nasceu toda a cultura humana isto é as representações mentais, seu papel educativo é decisivo e vai além da educação escolar. Se a escola nunca souber lidar com essa questão porque nunca compreendeu, isso não destitui o jogo de sua importância na educação das pessoas porque ela não ocorre somente nas escolas.
A expressão corporal é algo que acontece com todos, todos os dias, todas as horas e minutos tornando as pessoas mais críticas, sendo capazes de se conhecer melhor. (RUBY)
OSSONA (1988, p. 27) diz que esses movimentos cotidianos, que de tal modo revelam nossa forma de ser e sentir, tem todos uma finalidade prática e pertencem a uma etapa de educação do movimento.
A dança tem sido uma forma de expressão muito usado devido sua diversidade de movimentos. (AMETISTA)
DANTAS (2005, p. 260) corpo é o espaço onde a dança se revela e, ao mesmo tempo a linguagem do movimento da dança transforma, amplia a vivência do corpo.Desde pequenos devemos ser estimulados a nos expressar corporalmente, na maioria das vezes as coisas simples não podem ser feitas. (ESMERALDA)
Ter conhecimento do corpo e suas diferentes partes e possibilidades de agir, facilidades ou dificuldades do ser em reconhecer-se, aceitar-se e responsabilizar-se apartir de uma interligação entre duas imagens. (CRISTAL)
BERTHERAT e BERNSTEIN (2001, p. 59) reconhecer que a ordem parental, ordem social, ordem política estão inscritas no corpo, que elas enrijeceram o comportamento e o pensamento, reduziram o campo de ação, é experiência que exige uma coragem danada.
Em tempos passados os paradigmas corporais não permitiam as pessoas de expressar suas emoções, sentimentos e sua corporeidade. (AMETISTA)
Um olhar sobre educação corporal e professores
De acordo com CURY (1979) a educação está presente numa totalidade histórica e social, num processo de incorporação de novos grupos. Essa visão de mundo já existente na própria prática social sob forma de costumes, idéias, valores e conhecimentos. A educação articula-se com a totalidade mediante as relações de classes a totalidade mediante a educação.
Tendo os professores uma visão do corpo buscam assim um ensino diferenciado e mais humanizado para os seus alunos. (RUBY)
Experiências vividas como docente na escola, o professor tem um trabalho de grande comprometimento, onde o professor deverá transmitir atividades expressivas inicialmente de forma mais direta conforme o processo de desenvolvimento das aulas.
Onde os alunos irão aos poucos tornando as tarefas menos difíceis e aos poucos tornando-as menos prontas proporcionando decisões, autonomia através dos conteúdos já passados. (CRISTAL)
Segundo HASS, GARCIA e GONÇALVES (2002, p. 20) dizem que o contexto escolar deve ser um dos espaços educativos que deve, constantemente e atentamente, observar e trabalhar de acordo com as dimensões naturais da criança, e a Educação Física deve estar em sintonia com os referenciais que compreendem a criança como um ser humano complexo que deve ter oportunidades, vivências e estímulos num ambiente que não nega suas capacidades livres, naturais, espontâneas de movimento e criações; a aula deve motivar as crianças transformando as atividades praticadas em experiências positivas e significativas para suas vidas que deve ser repletas de satisfação, realização e emoção.
É preciso realizar trabalhos de expressão nas escolas para que as crianças desde pequenas se liberem. ( RUBY)
Ser educador é a cada dia uma descorberta nova na qual, deverá estar sempre atualizado (público alvo exigente), trabalhando e interagindo com divesos grupos. Tendo uma expressão corporal, um ritmo, emoção sempre em evidência. (CRISTAL)
Segundo MENEZES (2007, p. 01) a educação física escolar deve interagir com as demais disciplinas. Com iniciativas que oportunizem a produção e a socialização do conhecimento mediante interesses transformadores. Caracterizando, assim a interdisciplinaridade presente na sua proposta referindo-se aos pontos comuns com as demais disciplinas.
Contudo como educando devo a cada dia introduzir mais e mais todas as formas de expressão corporal, usando-as para o nosso bem estar físico e mental. (AMETISTA)
Segundo BREGOLATO (2007, p. 43) um princípio norteador para a prática pedagógica voltada a criatividade é a de que criar é inventar. Isso tem caráter científico de explorar e investigar para se descobrir algo, sem saber ao certo os caminhos que vão levar a descoberta. Assim, nas aulas de educação física, o professor induz o aluno a promover o conhecimento de produzir-criar ou recriar- um movimento corporal que conote um sentido ou significado que vem de encontro com as atividades, seja ginástica, dança, jogo, esporte e outros.
Como projeto educacional formar profissionais capacitados focando o importância de trabalhar ritmo e expressão corporal, possibilitando assim melhor desenvolvimento. (DIAMANTE)
A educação, enquanto processo de trasmissão do saber, só é entendido com referência às estruturas sociais e por elas o processo de produção e de acordo com DO VALLE (2005) na escola pode valorizar a pluralidade das danças com a pluralidade pelas diversas danças. A escola tem como função de reconstrução do conhecimento e da experiência envolvendo a reconstrução do conhecimentos e pautas de conduta, diagnosticando as pré-concepções.
Considerações finais
Neste artigo constatou-se que a expressão corporal, nas suas diferentes dimensões, é uma das melhores características do ser humano de se expressar e aprender pela troca de experiências, pela criatividade e opurtunidade de relacionamentos professor aluno, sendo um desafio que leva a descoberta, principalmente nas relações intergrupais. A vivência corporal é uma experiência, um consumo cultural, criando e recriando papéis diferentes.
O ser humano crítico, criador e comunicativo, busca novos olhares sobre o corpo e que o poder do adulto professor, deverá ser reduzido para que a criança possa construir conhecimentos livremente e chegar a suas próprias conclusões.
Referencias
ARTAXO, Inês, Monteiro. Gisele de Assis, Ritmo e Movimento, 4ª edição, São Paulo: Phorte, 2008.
BERTHERAT, Thérése. O correio do Corpo: novas vias da antiginástica. 10ª edição. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
BREGOLATO, Roseli Aparecida. Cultura Corporal do Esporte. 2ª edição São Paulo: ícone 2007
COMIOTTO, M. Adultos médios: sentimentos e trajetória de vida. Tese (Doutorado em Educação) - UFRGS, Porto Alegre, 1992.
CURY, Carlos Roberto Jamil, 1945; Educação e Contradição, 6 edição, São Paulo: Cortez 1995.
DANTAS, Estélio H.M. Pensando o Corpo e o Movimento. Rio de Janeiro: Shape, 2005.
DO VALLE, Flavia Pilla . Dança. Canoas: Ed. ULBRA 2005. (Cadernos universitários; 291)
FREIRE, João Batista. O Jogo, entre o Riso e o Choro. Ed Autores Associados LTDA. Campinas. SP. 2005.
GIORGI, A. Phenomenology and psychological research. Pittsburg: Duqueme University, Press, 1985.
MENEZES, Nilton Cezar Rodrigues. Estudos das Alterações na Expressão da Corporiedade de Alunos Praticantes de Educação Física Escolar, Febrero 2007. http://www.efdeportes.com/efd105/corporeidade-de-alunos-praticantes-de-educacao-fisica-escolar.htm
OSSONA, Paulina. A Educação Pela Dança. 2ª edição. São Paulo: Summus, 1988.
SANTIN, Silvino. Educação física: outros caminhos. Porto Alegre: Escola Superior de Teologia e espiritualidade Fransciscana, 1990.
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