Desenvolvimento motor em escolares com dificuldade de aprendizagem Desarrollo motor en escolares con dificultades de aprendizaje Motor development in schoolchildren with learning desability |
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*Mestranda em Ciência do Movimento Humano da Universidade do Estado de Santa Catarina/UDESC Coordenadora do Projeto de Psicomotricidade – UDESC **Mestranda em Ciência do Movimento Humano da Universidade do Estado de Santa Catarina/UDESC Especialista em Psicopedagogia Escolar e Clínica ***Fisioterapeuta. Colaboradora do Laboratório de Desenvolvimento Humano (LADEHU/ UDESC) ****Mestranda em Ciência do Movimento Humano da Universidade do Estado de Santa Catarina, UDESC. Fisioterapeuta *****Doutor em Medicina da Educação e do Esporte – Zaragoza ESP. Coordenador do LADEHU/UDESC |
Kassandra Nunes Amaro* Regina Ferrazoli Camargo Xavier** Tatiane Duarte Martins Corazza*** Sheila Brusamarello**** Francisco Rosa Neto***** franciscorosaneto@terra.com.br (Brasil) |
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Resumo O objetivo do estudo foi verificar a classificação do desenvolvimento motor e quais as áreas de maior déficit em um grupo de escolares com dificuldade de aprendizagem. A amostra foi composta por 13 crianças avaliadas através da Escala de Desenvolvimento Motor (ROSA NETO, 2002). A média de idade foi 6,5 anos; o desenvolvimento motor foi classificado como INFERIOR (70.92) e as áreas de maior dificuldade foram a motricidade fina, organização espacial e organização temporal, classificadas como MUITO INFERIOR. Os resultados sugerem que crianças com dificuldade de aprendizagem também apresentam problemas no seu desenvolvimento motor. Unitermos: Dificuldade de aprendizagem. Desenvolvimento motor. Escolares
Resumen El propósito de este estudio era verificar la clasificación del desarrollo motor y las áreas de mayor déficit en un grupo de escolares con dificultades de aprendizaje. La muestra de 13 niños fue evaluada con la Escala de Desarrollo del Motor (ROSA NETO, 2002). Acerca de la edad, el promedio fue de 6,5 años, el desarrollo motor fue clasificado como inferior (70,92) y las zonas de mayor dificultad son las habilidades motoras, organización espacial y organización temporal, que se clasifican como muy inferior. Los resultados sugieren que los niños con dificultades de aprendizaje también tienen problemas en su desarrollo motor. Palabras clave: Dificultades de aprendizaje. Desarrollo motor. Escolares
Abstract The objective of this study was verify the motor development classification and which areas has more deficit on a schoolchildren group with learning disability. The sample of 13 was evaluated by the Motor Development Scale (ROSA NETO, 2002). In terms of age, the mean was 6.5 years old; the motor development was classified as LOWER (70.92) and the areas with greatest difficulty was the fine motricity, the space organization and temporal organization, classified as MUCH LOWER. The results suggest that children with learning difficulties also have problems with their motor development. Keywords: Learning desability. Motor development. Schoolchildren |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 133 - Junio de 2009 |
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Introdução
Nos últimos anos, houve um crescimento de informação sobre as bases biológicas das perturbações do desenvolvimento decorrente de conhecimentos em algumas áreas neurológicas, na genética e nos exames de imagem. De acordo com Cabral (2004), estas pesquisas demonstram não só doenças degenerativas, tumores, epilepsias, entre outros, mas também a compreensão sobre as dificuldades de aprendizagem.
Entre as causas mais freqüentes das dificuldades de aprendizagem encontram-se: o atraso global do desenvolvimento psicomotor; os déficits sensoriais da visão e audição; doenças crônicas, que obrigam a ausências prolongadas da escola; as dificuldades de aprendizagem resultantes da vivência num meio socioeconômico muito débil; as dificuldades provocadas por situações de perturbação emocional e as perturbações específicas do desenvolvimento (perturbação da atenção e a hiperatividade, perturbações da leitura e do cálculo, atraso específico da linguagem ou a perturbação da coordenação motora).
A prevalência dos transtornos de aprendizagem atualmente, segundo Ohlweiler (2006), varia de 2 a 10%, e a descrição destes transtornos é encontrada em Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10) que foi elaborada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV), organizado pela Associação de Psiquiatria Americana. A importância dada aos transtornos do desenvolvimento das habilidades escolares se deve ao fato de que o sucesso do indivíduo está ligado ao bom desempenho escolar e, segundo a autora, geralmente, o transtorno deve ter estado presente desde os primeiros anos de vida, o que deve ser evidenciado por um atraso no seu desenvolvimento.
Muitas destas crianças com transtornos de aprendizagem, com ou sem hiperatividade, revelam dificuldade de concentração, imaturidade motora e desatenção a estímulos perceptivos. Deve ser feito um rastreamento dirigido às situações mais freqüentes, como: ansiedade, depressão, alteração do comportamento, perturbações específicas como dislexia, sintomas sugestivos de altas habilidades (superdotados), sinais de déficit de socialização, dificuldade na coordenação motora, etc, para que um apoio especificamente dirigido a estes tipos de perturbações seja iniciado o mais precocemente possível, já que o prognóstico também parece depender da idade de intervenção (CABRAL, 2004). Nestes casos, o importante é estabelecer o perfil quantificado das diferentes competências, com a ajuda de uma avaliação completa, destacando as áreas que merecem atenção.
Sendo assim o objetivo do estudo foi mapear o desenvolvimento motor de um grupo de escolares com queixa de dificuldade de aprendizagem, com o intuito de verificar quais as áreas de maior déficit e a classificação geral do seu desenvolvimento motor.
Método
Esta pesquisa caracteriza-se como descritiva-diagnóstica, do tipo causal-comparativo e de campo (OLIVEIRA, 2002), que teve como intuito observar, registrar, analisar e correlacionar os fatos de forma transversal bem como analisar as características de um fenômeno procurando verificar os fatores que acompanham e contribuem para a ocorrência do evento.
A população foi composta por 44 crianças avaliadas pelo Laboratório de Desenvolvimento Humano (LADEHU) do Centro de Ciências da Saúde e do Esporte (CEFID) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), entre março de 2006 e dezembro de 2007. Todas as crianças foram encaminhadas por escolas públicas de Florianópolis com queixa de dificuldades na aprendizagem escolar, como: dificuldade na linguagem, no cálculo, na escrita, na leitura e também no relacionamento com os colegas. Dentre essas, compuseram a amostra, 13 crianças (7 meninos e 6 meninas) na faixa etária de 4 a 9 anos, com desenvolvimento motor classificado entre Muito Inferior e Normal Baixo, de acordo com a EDM. Não participaram da amostra, crianças cuja classificação tenha sido entre Normal Médio e Muito Superior, aquelas cujos pais não se dispuseram a trazê-las para as intervenções, e as que apresentaram alterações físicas, mentais e/ou sensoriais que impossibilitassem a aplicação dos testes e realização das atividades motoras.
A avaliação foi realizada utilizando a Escala de Desenvolvimento Motor -“EDM” (ROSA NETO, 2002), mediante a aplicação de testes de motricidade fina (área 1), motricidade global (área 2), equilíbrio (área 3), esquema corporal (área 4), organização espacial (área 5) e organização temporal (área 6). De acordo com a EDM, é possível identificar o quociente motor geral (QMG) de cada criança, calculado a partir da divisão entre a idade motora geral (IMG) e a idade cronológica (IC), multiplicado por 100. O QMG permite classificar o desenvolvimento motor conforme a tabela 1.
Para a avaliação, as crianças compareceram no Laboratório de Desenvolvimento Humano/LADEHU acompanhadas de, no mínimo, um dos pais, ou um responsável. Foram submetidas à avaliação do desenvolvimento motor, previamente agendado, no período compreendido entre março de 2006 e dezembro de 2007. As avaliações foram realizadas individualmente, em uma sala reservada, com tempo médio para cada criança de 30 minutos. As crianças permaneceram com suas próprias roupas e calçados.
Para o tratamento estatístico dos dados, utilizou-se o programa SPSS for Windows 13.0 , mediante análise da distribuição de freqüência simples e percentuais, média, variância, desvio-padrão, valor mínimo e valor máximo.
Tabela 1. Classificação do desenvolvimento motor pelo Quociente Motor Geral (QMG).
QMG |
Desenvolvimento Motor |
130 ou mais |
Muito superior |
120 – 129 |
Superior |
110 – 119 |
Normal alto |
90 – 109 |
Normal médio |
80 – 89 |
Normal baixo |
70 – 79 |
Inferior |
69 ou menos |
Muito inferior |
Resultados
A amostra, composta por 7 meninos e 6 meninas, apresentou idade média de 6,5 anos (DS = 1,613), com valor mínimo de 4 anos e máximo de 9 anos. Entretanto, verifica-se no tabela 2, que a média da idade motora geral foi bem inferior à média da idade cronológica, representando uma idade negativa (IN) média de 24,77 meses.
Tabela 2. Idades* motoras do grupo.
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IM1 |
IM2 |
IM3 |
IM4 |
IM5 |
IM6 |
IMG |
IC |
IN |
Média |
56.77 |
66.92 |
61.85 |
59.08 |
57.23 |
57.23 |
59.85 |
83.08 |
24.77 |
Mediana |
48.00 |
72.00 |
48.00 |
60.00 |
60.00 |
60.00 |
60.00 |
85.00 |
22.00 |
Moda |
48 |
24 |
48 |
60 |
60 |
60 |
62 |
114 |
22 |
Desvio Padrão |
23.573 |
29.784 |
24.419 |
14.251 |
13.989 |
13.103 |
15.863 |
21.511 |
10.183 |
Variância |
555.692 |
887.077 |
596.308 |
203.077 |
195.692 |
171.692 |
251.641 |
462.744 |
103.692 |
Valor Mínimo |
24 |
24 |
24 |
24 |
36 |
24 |
26 |
50 |
49 |
Valor Máximo |
108 |
108 |
120 |
72 |
84 |
72 |
88 |
114 |
6 |
* Todas as idades são expressas em meses.
Em relação ao desenvolvimento motor, o grupo apresentou um quociente motor geral (QMG) classificado como INFERIOR (70.92). Observa-se na tabela 3 que as áreas de maior dificuldade foram a motricidade fina (QM1), a organização espacial (QM5) e a organização temporal (QM6), classificadas como MUITO INFERIOR, sendo as demais áreas, todas classificadas como INFERIOR. Conforme a tabela 4, a maioria da amostra foi classificada como INFERIOR.
Tabela 3. Quocientes motores
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QM1 |
QM2 |
QM3 |
QM4 |
QM5 |
QM6 |
QMG |
Média |
65.69 |
75.69 |
72.38 |
72.00 |
69.62 |
68.77 |
70.92 |
Mediana |
64.00 |
85.00 |
73.00 |
67.00 |
66.00 |
64.00 |
74.00 |
Moda |
47(a) |
59(a) |
47(a) |
36(a) |
53 |
53(a) |
76 |
Desvio Padrão |
14.806 |
22.433 |
19.940 |
21.067 |
19.194 |
16.172 |
10.751 |
Variância |
219.231 |
503.231 |
397.590 |
443.833 |
368.423 |
261.526 |
115.577 |
Valor Mínimo |
47 |
46 |
47 |
36 |
45 |
47 |
51 |
Valor Máximo |
95 |
115 |
105 |
115 |
115 |
92 |
89 |
Tabela 4. Distribuição dos dados referentes à classificação do desenvolvimento motor.
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Freqüência |
Porcentagem |
Normal Baixo |
2 |
15.4 |
Inferior |
7 |
53.8 |
Muito inferior |
4 |
30.8 |
Total |
13 |
100.0 |
Discussão
No atual estudo foi encontrado déficit motor em crianças com dificuldade de aprendizagem, corroborando com vários autores. Dentre as áreas mais deficitárias estão a motricidade fina, a organização espacial e a organização temporal, concordando com Ferreira (2007), que encontrou em escolares com dificuldade de aprendizagem, da rede pública de São José/SC, maior déficit na organização espacial e na organização temporal. Da mesma maneira, Rosa Neto et al. (2006), com crianças encaminhadas ao Projeto de Psicomotricidade, só que no período entre 2000 e 2005, também encontrou maior déficit nestas duas áreas, entretanto a classificação do grupo foi Normal Baixo, enquanto que no estudo atual foi Inferior. Ao encontro destes, citamos ainda o estudo de Costa (2001) com crianças com dificuldade de aprendizagem encaminhadas ao Núcleo Desenvolver por escolas públicas de Florianópolis, que encontrou um desenvolvimento motor Inferior nessas crianças sendo a área mais afetada a organização temporal, seguida da motricidade fina e da organização espacial, entre outras.
A escrita exige o desenvolvimento da motricidade fina, da estruturação temporal, definição da lateralidade e adequado desenvolvimento perceptivo, visual e auditivo. Silva et al. (2006), cita que vários autores destacam que os esquemas e as coordenações corporais são a infra-estrutura da aprendizagem e que a alteração da coordenação motora e equilíbrio, da relação espaço-temporal dentre outros aspectos, podem interferir na aprendizagem escolar e na conduta geral da criança, sugerindo um vínculo entre problemas motores e dificuldades de aprendizagem.
Com vistas nisso, no quadro 1 verifica-se que nos quatro primeiro estudos, todos com crianças com dificuldade de aprendizagem, as classificações oscilam de Muito Inferior a Normal Baixo e nos outos, com escolares em geral, a maioria é classificado acima de Normal Baixo indicando que as crianças com dificuldade de aprendizagem também apresentam défits motores.
Quadro 1. Quociente motor geral e classificação da EDM: comparação com outros estudos
Estudos |
QMG |
EDM |
Atual |
68,77 |
M. Inferior |
Dif. de Aprendizagem – São José (Ferreira, 2007) |
88,5 |
N. Baixo |
Dif. e aprendizagem – Fpolis (Rosa Neto et al., 2006) |
82,2 |
N. Baixo |
Dif. De aprendizagem – Fpolis (Costa, 2001) |
71 |
Inferior |
Escola Municipal – Fpolis/SC (Rosa Neto et al., 2007) |
89,48 |
N. Baixo |
Escola Particular – Fpolis (Crippa et al, 2003) |
95,64 |
N. Médio |
Escola Municipal - Fpolis (Silva et al., 2006) |
87,98 |
N. Baixo |
Rede Municipal – Bahia (Winck e Rosa Neto, 2006) |
93 |
N. Médio |
Rede Estadual – Cruz Alta/RS (Batistella e Rosa Neto, 2001) |
95 |
N. Médio |
Crianças Cardiopatas - Fpolis (Silva, 2006) |
95,5 |
N. Médio |
Ao comparar o efeito de um programa de estimulação psicomotora em crianças de diferentes idades Córdova e Orellana (1996), verificaram que, quanto menor a idade das crianças, maior é o efeito positivo da estimulação. Para Rosa Neto (2002), o desenvolvimento infantil representa uma das fases mais significativas na vida do ser humano, e é na segunda infância, caracterizada por rápidos progressos na aprendizagem, que a criança desenvolve consciência de si e do mundo exterior, conquistando sua independência. As habilidades motoras quando desenvolvidas adequadamente nesta fase, de acordo autores clássicos citados por Silva et al. (2006), contribuem de forma significativa sobre as aprendizagens escolares, pois o movimento permite à criança encontrar um conjunto de relações necessárias ao seu desenvolvimento.
Conclusão
Os resultados do estudo apontam que crianças com dificuldade de aprendizagem também apresentam problemas no seu desenvolvimento motor.
Concordando com a literatura, verificou-se que o desenvolvimento motor destas crianças, geralmente, é classificado como Muito Inferior, Inferior ou Normal Baixo, sendo que as áreas de maior déficit, deste estudo e de outros citados, foram a organização espacial e a organização temporal.
Conclui-se ainda que quanto antes estas crianças forem estimuladas, mais significativa será sua contribuição para o desenvolvimento biopsicossocial da criança. Ressaltamos também a necessidade de mais pesquisas relacionadas ao tema.
Referências
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COSTA, Sibele Hosbach. Perfil motor de escolares de 05 a 14 anos com dificuldades na aprendizagem. 2001. Monografia (Graduação) – Curso de Educação Física, Centro de Ciências da Saúde e do Esporte, UDESC, Florianópolis/SC, 2001.
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DSM IV. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. 1995.
FERREIRA, Jairo Roberto Paim. Saúde escolar: aspectos biopsicossociais de crianças com dificuldades de aprendizagem. 2007. 102 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Educação Física, Centro de Ciências da Saúde e do Esporte, UDESC, Florianópolis/SC, 2007.
OHLWEILEER, Lygia. Transtornos da aprendizagem: Abordagem neurobiológica e multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2006.
OLIVEIRA, Silvio Luiz. Tratado de Metodologia Científica: projetos de pesquisas, TGI, TCC, monografias, dissertações e teses. São Paulo: Pioneira Thomson learning, 2002.
ROSA NETO, Francisco. Manual de avaliação motora. Porto Alegre: Artmed, 2002.
ROSA NETO, Francisco et al. Intervenção psicomotora: projeto de extensão universitária. Rev. Iberoamericana de psicomotricidad y técnicas corporales, Montevidéu. v.7, n.26, p.197-204, 2006.
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