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Avaliação do desenvolvimento motor de alunos 

de natação e futsal através do teste de Bruininks

Evaluación del desarrollo motor de alumnos de natación y futsal a través del test de Bruininks

 

*Graduadas em Educação Física

Universidade do Grande Rio

(Brasil)

Ane Elizabeth da Silva Paula

bethynha_5@hotmail.com

Cristiane Belo

cristianebelos@yahoo.com.br

 

 

 

Resumo

          O desenvolvimento motor estuda amplamente as inter-relações entre a motricidade e a percepção. Realça também a importância dos aspectos corporais na formação da imagem mental e na representação imaginária. O próprio desenvolvimento da noção do espaço está envolvido em atividades que propiciem movimento para a criança. O presente artigo tem o escopo de analisar possíveis influências das modalidades de natação e futsal quanto ao nível de desenvolvimento motor. Foi desenvolvido um estudo com base numa metodologia de investigação para avaliar o nível de proficiência motora com 20 crianças do sexo masculino, com idades compreendidas entre 7 a 9 anos constituídas por dois grupos: 10 praticantes da modalidades de natação e 10 praticantes da modalidade de futsal, todos alunos da Vila Olímpica da Gamboa – Rio de Janeiro. Para estudo e avaliação dos níveis de desenvolvimento motor dos dois grupos da amostra, foi utilizada a forma reduzida do Teste de Proficiência Motora de Bruininks-Oseresky. Os resultados foram avaliados através das medidas das componentes da motricidade global, composta e fina. Nos resultados nota-se que em termos de proficiência motora as crianças que praticam natação em comparação com crianças que praticam futsal, apresentam valores superiores em todos os componentes da motricidade global, e motricidade fina, embora as crianças praticantes de futsal apresentem resultados mais homogêneos.

          Unitermos: Criança. Desenvolvimento motor. Teste de Bruininks

 

Abstract

          The motor development studies integrally the interrelationships between motricity and perception. It also enhances the importance of corporal aspects in the formation of mental image and imaginary representation. The development of space notion itself is included in activities which propitiate movements for children. This article has the scope of analyzing possible influences of sports like swimming and futsal as for motor development. It was carried out a study based on an investigation methodology to assess the level of motor proficiency in 20 male children aged between 7 and 9 years old within two groups: 10 kids which practice swimming and other 10 kids which plays futsal. All of them, assisted in the Vila Olímpica da Gamboa (“Gamboa Olympic Village”) in Rio de Janeiro. For the study and evaluation of motor development level of both sample groups, it was used the reduced form of Bruininks-Oseresky Motor Proficiency Test. Results were assessed thru the components of global, composed and fine motricity. With the results, it is possible to realize that as for motor proficiency, children with practice swimming, when compared with those which play futsal, show higher scores in all components of global motricity, composed motricity and fine motricity. At the end, it was possible to conclude that due to the results, there is a greater homogeneity in children which plays futsal, however, there is a better result of motor proficiency in children which practices swimming.

          Keywords: Children. Motor development. Test of Bruininks

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 133 - Junio de 2009

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Introdução

    A psicomotricidade hoje trabalha um novo campo conceitual quando olha além do corpo orgânico e expresso, acreditando na estreita ligação entre o desenvolvimento da motricidade, da inteligência e da afetividade. Desta forma a mesma contribui de maneira expressiva para a formação e estruturação do esquema corporal e tem como objetivo principal incentivar a prática do movimento em todas as etapas da vida de uma criança.

    Segundo Aguiar e Simão (2007), a psicomotricidade é uma ciência ampla que engloba a tripolaridade do homem: o intelectual (aspecto cognitivos), o emocional (aspectos afetivos) e motor (aspecto orgânico). Também é uma ciência que está aberta a outras ciências e com esta integração, é possível compreender p ser humano de forma mais ampla e, conseqüentemente entender o que está por trás no movimento humano.

    Em relação ao estudo do corpo e a aprendizagem motora Ribas & Picciguelli (2007) faz algumas referencias e estuda amplamente as inter-relações entre a motricidade e a percepção. Realça também a importância dos aspectos corporais na formação da imagem mental e na representação imaginária. O próprio desenvolvimento da noção do espaço está envolvido em atividades que propiciem movimento para a criança.

    Assim a compreensão de suas características físicas, bem como o movimento humano foi importante para nossa civilização tanto no sentido do desenvolvimento da arte, do esporte ou mesmo para fins bélicos, pois notamos o quanto o movimento humano se faz presente na nossa vida, partindo desde a aquisição de nossas habilidades até a perda de almas delas na senilidade (SANTOS, 2002, p. 339 – 349).

    No teste de Proficiência de Bruininks os paradigmas da motricidade surgem efetivamente com uma fundamentação mais comportamentalista e mais restrita, daí que o termo capacidade motora seja por si descrito apenas como “uma variedade de respostas motoras individuais perante uma variedade de tarefas ditas educacionais”, enquanto o termo habilidade motora é definida como “uma ação individual numa tarefa motora determinada”, onde a significação psiconeurológica não se vislumbra nem sequer se fundamenta. (MOREIRA, et at., 2000).

    Desta forma Correia (2004) afirma que a conseqüência do declínio na prática de exercício físico o aumento do sedentarismo está relacionado a revolução industrial e a segunda guerra mundial onde alterações tecnológicas e sociais resultaram aparecimento da televisão, computadores, jogos fazendo com que principalmente as crianças se acomodassem.

    Para Ajuriaguerra (1980, p. 343) com o surgimento de dificuldades com crianças que apresentam distúrbio motor, a psicomotricidade auxilia a avaliar, de forma a ser traçado um perfil psicomotor e posteriormente elabora um programa a fim de que ocorra uma reeducação, dessa forma a criança confirma o que é percebido, reafirma o que é conhecido e permite verbalizar – por um mecanismo de reducação – aquilo que é vivenciado.

    Para Oliveira (2008, p. 58-59), propõe três etapas para o desenvolvimento do esquema corporal, as quais podem ser consideradas a base da teoria da psicomotricidade.

    Na primeira etapa chamada de Corpo Vivido (até 3 anos de idade), que enfoca a fase da inteligência sensório-motora. Onde a criança não distingue a si mesmo do ambiente onde se encontra (não tem a consciência do “eu”). A partir do seu desenvolvimento do sistema nervoso, gradualmente a criança passa a perceber sua individualidade em relação ao seu ambiente. Suas atividades iniciais são espontâneas, isto é, não pensadas. Através das brincadeiras, a criança se familiariza cada vez mais com seu corpo, e passa de uma atividade espontânea (dos brinquedos) para uma integrada.

    Oliveira (2005) considera esta etapa dominada pela experiência vivida pela criança, pela exploração do meio, por sua atividade investigadora e incessante. É um período extremamente fértil para a promoção da criança enquanto ser em formação, que necessita ter suas próprias experiências sem que estas sejam projetadas nas ações de outros.

    A partir dos três anos a criança finalmente adquire a imagem do corpo, uma vez que a partir daí sua visão de si mesma é adquirida e a sua individualidade se impõe.

    Já na segunda etapa: Corpo ou “Descoberto” (3 a 7 anos), se refere a organização do esquema corporal, no qual a percepção de si mesmo utiliza-se da “função de interiorização". Nesta fase “à imagem visual do corpo estará associada as sensações táteis e as sensações sinestésicas correspondentes”.

    Neste período a criança passa a um trabalho sensorial mais elaborado e à associação dos componentes corporais aos diversos objetos da vida quotidiana. Esta fase está diretamente relacionada com a anterior, pois as descobertas e experiências prévias vividas pela criança servirão de base para poder atuar na fase subseqüente..

    A criança pode agora se orientar espacial e temporalmente a partir de seu próprio corpo. Dessa forma acaba por se habilitar a representar os elementos de espaço, descobrindo formas e dimensões.

    Em conclusão, esta fase assinala o início da fase conhecida como pré-operatório (tanto o nível de comportamento motor como o nível intelectual pode ser caracterizado por esta fase), o submetido à percepção num espaço em parte representado, mas ainda centralizado sobre o próprio corpo.

    E terceira etapa, Corpo Representado (7 a 12 anos). Nesta etapa observa-se a estruturação do esquema corporal, assim como a ampliação e a organização do mesmo. Na visão de De Meur & Staes “a psicomotricidade quer justamente destacar a relação existente entre a motricidade, a mente e a afetividade e facilitar a abordagem global da criança por meio de uma técnica.” (DE MEUR & STAES, 1991, p. 5). O mesmo autor declara que “é a etapa em que a criança poderá exercitar todas as suas possibilidades corporais”. Conhece as partes do corpo, a disposição, as posições, o que pode ser notado corretamente pelo ambiente com um controle e domínio corporal. A verbalização e o desenho da figura humana demonstram o domínio da criança sobre seus movimentos.

    Segundo Le Boulch, nesse terceiro estágio a criança disponha de uma imagem do corpo operatório que lhe permite se ocupar de uma maneira mais consciente de seu próprio aprendizado motor. Sendo assim a nova competência tornará possível a passagem de um aprendizado pelo ajustamento global a outro programado mentalmente, contemporâneo dos aprendizados técnicos que situamos por volta dos oito ou nove anos. (LE BOULCH, 2008, p. 93)

    De acordo com Rizzi & Costa (2004), outra característica desta etapa é a imagem de corpo antecipatória, não mais somente reprodutora, o que revela um verdadeiro trabalho mental relacionado à maturação e progresso das funções. O mesmo autor diz que o período das operações concretas, que se estende dos sete aos dez ou onze anos de idade, a criança sofre uma mudança qualitativa, que lhe permite operar em pensamento, substituir as relações reais por ações virtuais, que garantam a conservação de certas invariantes, onde a percepção não nota se não variações e modificações. Há uma ação interiorizada.

    Com isto pode-se afirmar que os pontos de referência não mais estão baseados no próprio corpo, e sim no exterior, podendo o sujeito criar os pontos de referência que servirão para orientá-lo.

    No intuito de contribuir para uma melhor compreensão dos aspectos mencionados acima, este estudo teve como objetivo avaliar a importância de ter um instrumento científico para ter uma base em que estágio do desenvolvimento motor se encontra os alunos de 7 a 9 anos nas modalidades de NATAÇÃO e FUTSAL.

Método e material

    Amostra

    Foi desenvolvido um estudo com base numa metodologia de investigação para avaliar o nível de proficiência motora com 20 crianças do sexo masculino, com idades compreendidas entre 7 a 9 anos constituídas por dois grupos: 10 praticantes da modalidades de natação e 10 praticantes da modalidade de futsal. Todos os alunos da Vila Olímpica da Gamboa – RJ, com o objetivo de estudar as diferenças evidencias por ambos os grupos nos componentes da motricidade global, da motricidade composta e da motricidade fina.

    Como critério de inclusão, todos o avaliados deveriam estar praticando as modalidades há pelo menos 6 meses na Vila Olímpica da Gamboa.

    O presente trabalho atenderá as normas para a realização de pesquisa em seres humanos, Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde de 10/10/1996.

    O estudo teve seu projeto de pesquisa submetido e aprovado ao Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Universidade do Grande Rio - UNIGRANRIO.

    Para verificar a relação das variáveis da proficiência motora utilizamos forma reduzida, segundo Bruininks (1978), que possibilita uma maneira rápida e eficiente de se medir o desempenho de um grande número de crianças em um prazo de tempo relativamente reduzido. Teste este desenvolvido com a finalidade de medir o nível de habilidade motora, assim como os desvios no sistema motor em crianças com idade entre 41/2 e 141/2, proporcionando ao investigador informações globais e específicas das habilidades motoras.

    Em sua forma reduzida, o teste é constituído por 8 (oito) sub-testes, com 14 (quatorze), itens no total. O sub-teste 1, mensura a velocidade e agilidade; sub-teste 2, o equilíbrio; sub-teste 3, a coordenação bilateral; sub-teste 4, força; sub-teste 5, coordenação de membros superiores; sub-teste 6, tempo de reação; sub-teste 7, controle viso-motor e o sub-teste 8, velocidade e destreza dos membros superiores. Sendo que os sub-testes 1, 2, 3, e 4 mensuram habilidades motoras grossas; 6, 7, e 8 mensuram habilidades motoras finas e o sub-teste 5 mensura habilidades motoras grossas e finas. O teste se apresenta de forma padronizada em sua aplicação de forma a não influenciar no comportamento e desempenho do avaliado.

    Para aplicação da testagem foram utilizados materiais específicos do kit que compõe o teste e materiais alternativos que não pertencem ao kit de Bruininks-Oseretsky.

    Foram utilizados os seguintes materiais: 01 trena de aço de 5 metros marca Kala, Fita adesiva marca Scoth com 45mm X 50m, 01 Cronômetro digital marca Tyr com 100 lápis,01 cronômetro digital marca Futura,01 cronômetro digital marca Casio,03 cadeiras pequenas para crianças,03 mesas pequenas para crianças,03 cadeiras para adultos,02 alvos circulares com 25 cm de diâmetro, colado sobre uma cartolina com 50cm X 100cm,02 lápis de cor preto,02 lápis de cor vermelho,04 bolas de tênis da marca Wilsom, 01 baralho, com a figura de um quadrado na cor azul em ambos os lados, 01 baralho, com a figura de um círculo na cor vermelha em ambos os lados, fichas com moldes para desenhos e movimentos de destreza de membros superiores,01 Régua medidora de tempo de reação, própria do kit de B.O.,01 trena de lona, própria do kit de B.O. medindo 15metros,01 trave de equilíbrio, própria do kit de B.O. medindo 2,50 metros X 9,0 cm X 4,0 cm,01 bloco em material plástico do kit de B.O. medindo 12,5 cm X 4,5 cm X 4,5 cm,01 tapete emborrachado, próprio do kit de B.O. medindo 46,0 cm X 30,0 cm.

    Para mensuração do peso de cada criança, foi utilizada, uma balança aferida, com capacidade de 120kg. Para a mensuração da estatura, tomaram-se alguns cuidados no momento da coleta: as crianças ficaram descalças, em posição ereta, encostadas em uma superfície plana vertical, (local de fixação da fita métrica).

    O padrão antropométrico de referência adotado para a análise do IMC dos pesquisados foi o do National Center for Health Statistic (NCHS) - (Quadro1), com análise segundo a curva de percentil do IMC para crianças de dois a vinte anos de idade de acordo com o sexo e idade das mesmas. O calculo do IMC, conforme regulamentada pela NHCS, foi realizado pela formula: peso (kg) [altura (m)]2, obedecendo às recomendações da Organização Mundial da Saúde – WORLD HEALTH ORGANZATION. (ARAUJO et al, 2006).

    O estado de normalidade ou eutrofia foi conferido às crianças com percentil no intervalo entre 10 e 85; o sobrepeso foi classificado com um percentil no intervalo ≥ 85 e < 95; a obesidade foi apontada com um percentual ≥ 95; já foi baixo peso entendido como um percentual ≥ 5 e < 10; e a desnutrição foi diagnosticada com um percentual < 5. Essa avaliação antropométrica, cuja finalidade foi calcular IMC das crianças, com o intuito de obter o estado nutricional das mesmas (Quadro 1).

Quadro 1. Tabela Nutricional de IMC de acordo com National Center for Health Statistic (NCHS)

 

Quadro 2 - Estatística Descritiva, Caracterização dos grupos

Procedimento

    Nesta pesquisa, para efeito de analise do nível de desenvolvimento motor dos grupos da amostra, foi utilizado o Teste de Proficiência Motora de Bruininks-Oserersky ( TPMBO) na sua forma reduzida.

    A aplicação do TPMBO decorreu em 4 dias alternados, durante o horário da manhã, tendo sido utilizado espaço aberto da Vila Olímpica. A amostra foi distribuída em sub-grupos de 5 crianças, as quais foram avaliadas individualmente em cada uma das provas.

    O TPMBO foi desenvolvido por Bruininks (1978) no sentido de proporcionar uma informação útil sobre as aquisições motoras de crianças e jovens, não só avaliando as funções e disfunções motoras, como inclusive atrasos de desenvolvimento, com a finalidade de desenvolver e avaliar programas de treino motor e reeducação motora.

    Este instrumento visa especialmente a avaliação dos componentes, puramente expressivas, da motricidade global, composta e fina.

    O teste na forma reduzida tem como finalidade o estudo de três componentes da proficiência motora: motricidade global, motricidade composta e motricidade fina, integrando 14 itens que formam oito sub-testes, estruturados de forma a avaliar alguns aspectos específicos do desenvolvimento motor.

    Os sub-testes utilizados foram:

    Corrida de velocidade e agilidade – consiste numa corrida curta de 13,7 metros envolvendo a captação e o transporte de um objeto; equilíbrio – avalia a habilidade da criança em manter o equilíbrio postural numa posição estatística unipedal e um deslocamento dinâmico; coordenação bilateral – avalia a habilidade em coordenar as mãos e os pés em movimento dissociado seqüenciais e simultâneos, utilizando ambos os lados do corpo; força – avaliar a força dos membros inferiores num salto horizontal a pés juntos; coordenação dos membros superiores – avaliar as habilidades da criança na recepção bimanual e na coordenação óculo-manual de uma bola de tênis dirigida a um alvo; velocidade de reação – mede a velocidade de resposta motora a um estimulo visual (régua) em movimento vertical; viso-motricidade – avaliar a motricidade fina na realização grafomotora de labirintos e de cópias de figuras geométricas; dextralidade – mede a destreza e a velocidade manipulativa dos membros superiores.

    Os sub-testes foram aplicados dentro das condições constantes dos seus respectivos manuais, respeitando o rigor inerente à recolha de dado.

    Como podemos verificar (Quadro 3), os resultados de todas as componentes da Proficiência Motora (motricidade global, composta e fina) são superiores nas crianças que praticam natação.

Quadro 3 - Pontuação obtida pelo Teste de Proficiencia Motora de Bruininks

Resultados e discussão

    Os resultados ilustram uma superioridade das crianças praticantes na modalidade de natação em comparação com as crianças na modalidade de futsal, nas componentes da motricidade, quer globais (gráfico1), quer finas (gráfico 2), quer da proficiência motora (gráfico 3) na totalidade das variáveis estudadas.

    As crianças que praticam natação no âmbito das componentes da motricidade global, correram mais depressa , equilibram-se em termos unipedal e dinâmicos durante mais tempo, coordenam as extremidades de forma mais rápida e precisa e evidenciam mais força dos membros inferiores e saltam mais a pés juntos.

    Já nas componentes de motricidade composta, demonstram mais eficácia na coordenação óculo-manual receptiva e propulsiva e, finalmente nos componentes da motricidade fina, apresentam uma velocidade de reação inferior, revelando uma viso motricidade (copiar circulo - copiar lápis sobrepostos) com menos êxito que os praticantes de futsal.

    Na seqüência dos dados apresentados o nível de proficiência motora foi superior entre o grupo de crianças praticantes de natação.

    As crianças que praticam futsal evidenciaram resultados mais baixos na maioria das variáveis da proficiência motora, sugerindo um perfil motor mais vulnerável, quer nas componentes mais globais, quer na finas, o que pode trazer alguma compreensão sobre a problemática da maturação motora e funcional no potencial de aprendizagem motora. Para Le Boulch no que diz respeito aos procedimentos motores, as diferentes experiências de ajuste levam à aquisição de um grande número de automatismo. Cada um deles corresponde a uma unidade de ação cuja coerência é assegurada pela globalidade da postura (Le Boulch, p.285, 2001).

    No quadro 3, é apresentado uma analise de avaliação dos resultados utilizando-se média (x) e desvio padrão (s), para verificar as diferenças entre o grupo de crianças praticantes de natação e futsal.

    No mesmo quadro encontram-se diferenças entre os dois grupos em todas as variáveis da proficiência motora, em todas as componentes da motricidade fina (x=22,3) e da motricidade global (x=29). Exceto a variável das componentes da motricidade composta (x=4,6) que obtiveram menor diferença de valores.

    As verificações destas diferenças mostram que a proficiência motora, tal como é medida pelo TPMBO, é visível no grupo de crianças praticantes de natação, pondo em relevo esta modalidade.

    A não existência de diferenças significativas, aliás mínimas, nas componentes da motricidade composta (recepção manual e coordenação óculo- manual), parece sugerir a observância de uma reduzida discriminação desta variável da proficiência motora, quando se comparam ambos os grupos. Desta forma Oliveira afirma que a coordenação fina diz respeito à habilidade e destreza manual constitui um aspecto particular da coordenação global (OLIVEIRA,p.42, 2008).

    As variáveis que caracterizam o grupo de crianças de natação concentram-se, essencialmente, na totalidade das variáveis da motricidade global e na totalidade da proficiência motora, enquanto as variáveis que caracterizam significativamente o grupo das crianças de futsal concentram nos sub-testes: viso motor e velocidade de resposta.

Conclusão

    Finalizando a pesquisa foi detectado no teste das crianças praticantes de futsal resultados inferiores de dextralidade (distribuir cartas, marcar pontos), havendo hesitações entre a mão iniciativa e a mão auxiliar na distribuição das cartas, e tremores distais na marcação de pontos. Parece apontar para uma imaturidade psicofuncional da motricidade fina.

    Os resultados sinalizam para a distinção da proficiência motora entre crianças que praticam natação e crianças que praticam futsal, assinalando nestas crianças dificuldades motoras especificas, afirmando através da presente pesquisa que as crianças de natação obtiveram o melhor resultado quanto ao nível de desenvolvimento motor.

    Em suma pode-se concluir,que embora os melhores resultados em proficiência motora foram obtidos pelo grupo de natação, do que diz respeito a homogeneidade encontra-se no grupo praticantes de futsal .

    Desta forma espera-se que este estudo seja uma contribuição aos profissionais, possibilitando um aprofundamento nesta pesquisa através de execução de novos testes.

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