Analise dos niveis de sonolência e aspectos relacionados ao sono de individuos ativos e sedentários atraves da escala de sonolência de Epworth Análisis de los niveles de somnolencia y aspectos relacionados con el sueño en personas activas y sedentarias a través de la escala de somnolencia de Epworth Analysis levels of sleepiness and aspects related to sleep sedentário of individuals and assets through the Epworth sleepiness scale |
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*Graduado em Educação Física pelo Instituto de Educação, Ciências e Tecnologia Campus Juazeiro do Norte, Ceará ** Graduado em Educação Física pelo Instituto de Educação, Ciências e Tecnologia Campus Juazeiro do Norte, Ceará Especialista em Fisiologia do Exercício e Treinamento Desportivo Universidade Castelo Branco ***Graduando em Licenciatura em Educação Física pelo Instituto de Educação, Ciências e Tecnologia - Campus Juazeiro do Norte, Ceará ****Doutora em Educação Física – Universidade de Campinas Professora do curso de Educação Física da Universidade Federal da Paraíba - UFPB |
Valdey Alves Araruna Filho* Glauber Carvalho Nobre** Anne Emanuelle da Silva Pereira** Cícero Luciano Alves da Costa*** Maria do Socorro Cirilo de Sousa**** (Brasil) |
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Resumo O objetivo deste estudo é comparar os níveis de sonolência e aspectos relacionados ao sono entre praticantes de musculação e sedentários. Material e Métodos: estudo descritivo, transversal, quantitativo, de campo, composta por 120 indivíduos, de ambos os gêneros, com média de idade de 26,5+8,5 dp, praticantes de musculação e pessoas sedentárias na cidade de Juazeiro do Norte, no sul do Ceará, selecionados de forma aleatória, submetidos a preenchimento de questionário de sonolência – Escala de Epwoth (1998) e questionário de nível de atividade física habitual (NAF) traduzido de Russel R. Pate e citado em Nahas (2001). Utilizou-se pacote estatístico SPSS para estatística descritiva de medidas de tendência central e dispersão e inferencial de correlação “r” de pearson. Nível de Significância de 5%. Resultados: encontrou-se que a media do horário estimado de dormir foi de 21,73 horas, o tempo aproximado de duração da atividade física foi de 1,00 hora, Estimativa de horas de sono por noite: 7,30 horas: Classificação dos níveis de atividade física: 33,33% Inativos; 15,00%, Moderadamente ativo; 27,50% Ativos e 24,17%.muito ativos; 71,67% da população encontra-se em níveis de sonolência normal e 26,67% sonolência leve. Em relação ao nível de atividade física e o nível de sonolência encontrou-se: sonolência normal: 72,5%, inativo; 66,7%, moderadamente ativo; 72,7% ativo; 72,5% muito ativo. Encontrou-se correlação forte apenas entre as variáveis: horário da pratica de atividade e estimativa de horas sono por noite (r=0,966). Conclusão: a maioria dos indivíduos investigados mantém horas de sono em níveis adequados para a saúde. O grau de sonolência foi considerado normal na maioria do grupo, tanto para aqueles considerados ativos (praticantes de musculação) quanto para os sedentários. Neste estudo observou-se que, independente dos indivíduos praticarem musculação pela manha, tarde e noite os níveis de sonolência apresentaram-se normais. Unitermos: Nível de Sonolência. Praticantes de atividade física. Sedentários
Abstract The aim was to compare the levels of sleepiness and sleep related issues among practitioners of bodybuilding and sedentary. Methods: Cross-sectional study, quantitatively, the field, consisting of 120 individuals of both genders, mean age 26.5 +8.5 SD, practicing listening and sedentary people in the city of Juazeiro do Norte in southern Ceará, selected at random, subject to completion of questionnaire of drowsiness - Scale Epwoth (1998) and questionnaire of habitual physical activity level (PAL) translated from Russel R. Pate and cited in Nahas (2001). We used SPSS statistical package for descriptive statistics of measures of central tendency and dispersion and inference of correlation "r" of pearson. Significance level of 5%. RESULTS: We found that the average estimated sleep time was 21.73 hours, the approximate time duration of physical activity was 1.00 hours, estimate of hours of sleep per night: 7.30 hours: Classification of levels of physical activity: Inactive 33.33%, 15.00%, Moderately active; Assets 27.50% and 24.17%. very active, 71.67% of the population is at normal levels of sleepiness and 26, 67% mild drowsiness. On the physical activity level and the level of sleepiness include: drowsiness normal: 72.5% idle, 66.7%, moderately active, 72.7% active, 72.5% very active. There was strong correlation only between the variables: time of practice of activity and estimated hours of sleep per night (r = 0966). Conclusion: The majority of individuals studied hours of sleep in maintaining adequate levels for health. The degree of sleepiness was considered normal in most of the group, both for those considered active (practicing weight training) and for the sedentary. In this study it was observed that regardless of the individual practice gym in the morning, afternoon and night levels of sleepiness, were normal. Keywords: Level of sleepiness. Practitioners of physical activity. Sedentary. |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 132 - Mayo de 2009 |
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Introdução
Compreender a relação existente entre o exercício físico e os aspectos relacionados ao sono tem sido tema central de alguns estudos e revisões (BUCKWORTH J, DISHMAN, 2002). Embora os resultados demonstrem importantes benefícios do exercício físico para as funções cognitivas, os transtornos de humor e o sono, ainda hoje há uma carência de pesquisas nesta área de estudos, já que a influência de fatores como a intensidade, a duração e o tipo de exercício, ou ainda, a combinação do exercício aeróbio ao de força, a flexibilidade e a velocidade sobre os aspectos psicobiológicos, necessitam ser avaliados.
Diante disso, novas pesquisas vêm sendo desenvolvidas na tentativa de relacionar os aspectos psicobiológicos com o exercício físico, podendo, desta forma, acarretar melhora da qualidade de vida e apresentar maior esclarecimento sobre a influência do exercício físico no comportamento humano. Existe uma grande preocupação sobre os adversos efeitos do inadequado sono para saúde, produtividade e desempenho nas sociedades americanas, asiáticas e européias. Estas preocupações são alarmadas pela grande prevalência de distúrbios do sono em escala mundial, o que chega a um total de mais de 37% (OHAYON AND PARTINEN, 2002). Diversos debates sobre o tema evocam que a sociedade mundial atual dorme menos do que em diversas décadas atrás.
Dormir bem é eficaz não apenas para ficar acordado no dia seguinte, mas para manter-se saudável, aprimorar a qualidade de vida e até aumentar a longevidade (DE LEO et al. 1992). A medicina explica que o sono é regido por um relógio biológico ajustado num ciclo de 24 horas. Os ponteiros desse mecanismo são moldados geneticamente e sua sincronia depende de fatores externos como iluminação, ruídos, odores, hábitos, local em que se dorme vida social etc. (DINGES ET AL. 1997; WESENSTEN ET AL. 2004).
Este é controlado pelo sistema nervoso, e estudos fisiológicos sobre o cérebro mostram que quando uma pessoa esta acordada, muitos impulsos passam continuamente, sem cessar, por este sistema (SHAPIRO, 1998). No entanto, durante a maior parte das fases do sono, número consideravelmente menor de impulsos é registrado. Dessa forma, o estado de vigília parece ser causado por grau elevado de atividade cerebral, enquanto o de sono é causado por grau diminuído. O sono serve então como uma forma de diminuir a atividade cerebral e assim repousar o cérebro. (SHAPIRO, 1998).
Os especialistas acreditam que a principal peça dessa engrenagem é a melatonina – hormônio produzido no cérebro pela glândula pineal. Ele começa a ser secretado assim que o sol se põe como um aviso para o organismo se preparar para dormir. Quando o processo tem inicio, a temperatura cai de 1º a 2º C e a pressão arterial também sofre uma leve queda. (SHAPIRO, 1998). Hoje os cientistas já sabem que o sono se divide em cinco fases, repetidas em ciclos, durante a noite. O desempenho físico e mental estão diretamente ligados a uma boa noite de sono. O efeito de uma madrugada em claro é semelhante ao de uma embriaguez leve: a coordenação motora é prejudicada e a capacidade de raciocínio fica comprometida. Ou seja: sem o merecido descanso, o organismo deixa de cumprir uma série de tarefas importantíssimas. (HORNE, 1988; LINDE e BERGSTROM, 1992),
Em estudo realizado pela universidade de Chicago – EUA, onze pessoas com idades entre 18 e 27 anos foram impedidas de dormir mais de quatro horas durante seis dias (HAKKI, 2003). No final do período, o funcionamento do organismo delas era comparável ao de uma pessoa de mais de 60 anos. E os níveis de insulina eram semelhantes aos dos portadores de diabetes. O sono é muito importante para a manutenção vital dos seres humanos, sem ele a existência das pessoas seria praticamente impossível. (DE LEO et al. 1992).
No âmbito da atividade física sabe-se que dormir representa a recuperação do metabolismo para enfrentar novas cargas e dosagens de exercícios. Tanto pessoas atletas de alto rendimento, de competição, quanto indivíduos que se iniciam em programas de exercícios físicos, necessitam de horas de repouso para que possam apresentar desempenho suficiente no dia a dia, sem demonstrar fadiga. Exercitar-se no período da noite, próximo ao horário de recolher-se para o sono pode apresentar uma diminuição de sua qualidade devido a estimulação que o sistema nervoso exerce e a liberação de níveis de substâncias como adrenalina e noradrelanina, que retardam o descanso. Uma noite bem dormida evita que o organismo acumule altos teores de cortisona. Esse hormônio, produzido pelas glândulas supra-renais, é liberado em situações de estresse e contribui para aquele insuportável mau humor depois de uma noite em claro. È durante o sono que o organismo libera maior quantidade de leptina, o hormônio que controla a sensação de saciedade. (DE LEO et al. 1992).
Na cidade de Juazeiro do Norte, o número de praticantes de modalidades esportivas em academias, por exemplo, A musculação vem aumentando a cada dia. Considerando que o tipo de modalidade, horário de sua prática, hábitos alimentares, e outros podem interferir nos níveis de sonolência, e que o sono é um fator primordial para os melhores níveis de saúde, e que podem ser diferentes para praticantes e não-praticantes de exercícios, o presente estudo tem a seguinte questão cerne: será que os níveis de sonolência e aspectos relacionados ao sono se apresentam diferentes em praticante de musculação e sedentários?
A partir daí, levantou-se as seguintes questões norteadoras: O nível de sonolência sofre interferência mediante a quantidade de horas de sono e o horário de dormir? Qual o tempo de duração da pratica em horas por dia de atividade física? Quais os graus de sonolência determinados por meio da escala de sonolência de Epworth JOHNS (1991)? Quais as correlações do grau de sonolência com a quantidade de horas de sono, o horário de dormir e o tempo de duração da atividade?
Desta forma o objetivo geral deste estudo é comparar os níveis de sonolência e aspectos relacionados ao sono entre praticantes de musculação e sedentários a partir das ações de identificar a quantidade de horas de sono, o horário de dormir e o tempo de duração da atividade, determinar o grau de sonolência por meio da escala de sonolência de Epworth JOHNS (1991), correlacionar o grau de sonolência com a quantidade de horas de sono e o tempo de duração da atividade.
3. Material e métodos
3.1. Caracterização da pesquisa
Esta pesquisa decorre de um estudo descritivo, transversal, quantitativo, comparativo, survey e de campo.
3.2. População e amostra
População foi composta de praticantes de musculação e pessoas sedentárias. A amostra foi composta por 120 indivíduos, sendo 60 do gênero feminino e 60 do gênero masculino com faixa etária entre 18 e 50 anos, com média de idade de 26,5+8,5 dp, sendo divididas em 30 pessoas do gênero feminino e 30 pessoas do gênero masculino praticantes de musculação e 30 pessoas sedentárias do sexo feminino e 30 pessoas sedentárias do sexo masculino, da cidade de Juazeiro do Norte, no sul do Ceará, selecionados de forma aleatória.
3.3. Instrumento para coleta de dados e variáveis do estudo
Utilizou-se um questionário para determinar o grau de sonolência denominado de Escala de Epworth. Este é usado nas ciências Médicas para o diagnóstico de distúrbios relacionados ao sono (hipersonolência e a narcolepsia). É composto por perguntas a respeito da probabilidade dos sujeitos de adormecer em situações tais do cotidiano tais como: Sentado e lendo, assistindo TV, entre outros, sendo obedecida uma escala: a) nenhuma chance, b) chance pequena, c) chance moderada, d) chance alta. Para cada item marcado existe uma pontuação: a) Zero, b) 01 ponto, c) 02 pontos, d) 03 pontos. A soma da pontuação é relacionada ao ponto de corte estabelecido pelo autor: 0 a 10 pontos: Normal; 11 a 16 pontos: Sonolência leve; 17 a 20 pontos: Sonolência moderada; 21 a 24 pontos: Sonolência severa.
Para a coleta de dados sobre o nível de atividade física habitual (NAF), utilizou-se de questionário traduzido de Russel R. Pate e citado em Nahas (2001) que obedece a uma escala de inativo (INA) (0-5pts), moderadamente ativo (MOA) (6-11pts), ativo (AT) (12-20), muito ativo (MA) (21 ou mais pts.) para as variáveis relacionadas aos hábitos de prática física;
3.4. Procedimentos para coleta de dados
Foi estabelecido contato com a coordenação da academia Athletic Point localizado na cidade de Juazeiro do Norte, Ceará, para a autorização quanto a participação dos sujeitos na pesquisa dos praticantes de atividades físicas, musculação. A partir da aceitação dos alunos, foram feitas recomendações referentes aos procedimentos de coleta. Também foram informados sobre objetivos da pesquisa e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) conforme o Conselho Nacional da Saúde Lei 196/96 (BRASIL, 2001) para a participação espontânea da pesquisa. A coleta de dados procedeu-se no próprio local de prática.
Para os praticantes de musculação foram marcados dias e horários para coleta de acordo com horário de prática de atividade física quais sejam: Manhã: de 07:30 às 10:30 horas. Tarde: de 14:00 às 17:00 horas. Noite: 18:30 às 21:00 horas. No momento do término dos exercícios os instrumentos eram aplicados. A coleta com os indivíduos considerados sedentários foi realizada em horários aleatórios, em estabelecimentos residenciais e comerciais da cidade de Juazeiro do Norte.
3.5. Plano analítico
Depois da coleta, os dados foram analisados através da estatística descritiva para medidas de tendência central e dispersão e inferencial de correlação “r” de pearson (intervalar). Para tal deverá ser utilizado o programa Excel versão 2004, e o pacote estatístico Statiscal Package For Science Social (SPSS) versão 13.00.
4. Resultados e discussão
Dormir bem é eficaz não apenas para ficar desperto no dia seguinte, mas para manter-se saudável, melhorar a qualidade de vida e até aumentar a longevidade (COOPERMAN ET AL. 1934). A medicina explica que o sono é regido por um relógio biológico ajustado num ciclo de 24 horas. Os ponteiros desse mecanismo são moldados geneticamente e sua sincronia depende de fatores externos como iluminação, ruídos, odores, hábitos, local em que se dorme vida social etc. (DINGES ET AL. 1997; WESENSTEN ET AL. 2004).
Na análise da relação de aspectos do sono e atividade física percebeu-se que as pessoas dormem em média das 21H e 45 min; o seu tempo aproximado de duração da atividade física tem média de 1,00 h, e estimativa de horas de sono por noite situa-se com valores de: 7,30. Em estudo realizado pela Medicina do sono (1991) ficou estabelecido que o ser humano necessita de uma média de 7 a 8 horas de sono por noite para manter-se saudável e melhorar a qualidade de vida. Neste estudo o tempo de estimativa de horas de sono da população condiz com os valores ideais para manutenção vital humana.
Tabela 01. Estatística Descritiva de média, desvio padrão, valores máximos em mínimos do grupo (N=120).
Em Horas |
Horário de dormir estimado |
Tempo aproximado de duração da atividade física |
Estimativa de horas de sono por noite |
Média |
21,45 |
1,00 |
7,30 |
Std. Deviation |
4,93 |
1,15 |
1,22 |
Mínimo |
1,00 |
0,00 |
3,00 |
Máximo |
24,00 |
6,00 |
10,00 |
O sedentarismo é definido como a falta ou a grande diminuição da atividade física. Na realidade, o conceito não é associado necessariamente à falta de uma atividade esportiva. Do ponto de vista da Medicina Moderna, o sedentário é o indivíduo que gasta poucas calorias por semana com atividades ocupacionais. Segundo um trabalho realizado com ex-alunos da Universidade de Harvard, o gasto calórico semanal define se o indivíduo é sedentário ou ativo. Para deixar de fazer parte do grupo dos sedentários o indivíduo precisa gastar no mínimo 2.200 calorias por semana em atividades físicas. (MARCADLE, 1998). Neste estudo os níveis de atividade física da população de 120 indivíduos de ambos os sexos foram os seguintes: Inativos: 33,33%, Moderadamente ativo: 15,00%, Ativos: 27,50% e muito ativos 24,17%.
Gráfico 01. Classificação dos níveis de atividade física do grupo (N =120)
Cerca de 30% da população adulta nos EUA e de 20 a 40% da população mundial são acometidos por problemas relacionados ao sono, piorando a qualidade de vida, aumentando o risco de acidentes e diminuindo a produtividade no trabalho, entre outras conseqüências (BUCKWORTH J, DISHMAN, 2002). No presente estudo foram analisados e constatado que 71,67% da população encontra-se em níveis de sonolência normal, 26,67% sonolência leve,0,83% sonolência moderada e 0,83% sonolência severa.
Gráfico 02. Percentual relativo da classificação do nível de sonolência do grupo (N=120)
Em relação a analise do grau de sonolência e nível de atividade física percebeu-se que 72,7% das pessoas ativas tinham uma sonolência normal, 33,3% das pessoas moderadamente ativas tinham uma sonolência leve, 3% das pessoas ativas tinham sonolência moderada e 2,5% das pessoas inativas tinham uma sonolência severa. Um recente levantamento epidemiológico realizado na cidade de São Paulo demonstrou que entre 27,1 e 28,9% de pessoas fisicamente ativas e 72,9 e 71,1% entre os sedentários se queixavam de insônia e sonolência excessiva, respectivamente (MELLO et al, 2000.) Segundo (CONNOR E YOUNGSTEDT,1995) o sono de pessoas ativas é melhor que o de pessoas inativas, com a hipótese de que um sono melhorado proporciona menos cansaço durante o dia seguinte e mais disposição para a prática de atividade física. (VUORI et al,1988). afirmam que o exercício físico melhora o sono da população em geral, principalmente de indivíduos sedentários.
Tabela 2. Classificação do nível de atividade física e Grau de sonolência do grupo (N=120)
Grau de Sonolência |
Nível de Atividade Física |
|||
Inativo |
Moderadamente ativo |
Ativo |
Muito ativo |
|
Normal |
72,5% |
66,7% |
72,7% |
72,5 |
Sonolência leve |
25,0% |
33,3% |
24,3% |
27,5% |
Sonolência moderada |
0,0% |
0,0% |
3,0% |
0,0% |
Sonolência severa |
2,5% |
0,0% |
0,0% |
0,0% |
Total |
100,0% |
100,0% |
100,0% |
100,0% |
Os ritmos diários, que controlam muitas das nossas funções fisiológicas, assim como o desempenho, são conhecidos como ritmos circadianos, ciclando em cerca de um dia ou de 24 horas. O efeito do exercício realizado em diferentes horas do dia pode influenciar no aumento da temperatura corporal. No estudo realizado com ciclistas, observou-se que a temperatura corporal e a freqüência cardíaca continuam apresentando significativa variação circadiana, mesmo durante a execução do exercício contínuo, com uma amplitude mais elevada (CALLARD D ET AL, 2001). No presente estudo foi verificado que aproximadamente 89% dos praticantes de musculação pela tarde apresentarão nível de sonolência normal, 36,0% dos praticantes de musculação, no horário da manhã, apresentaram nível de sonolência leve e 4% dos praticantes de musculação, pela manhã, apresentaram sonolência moderada. Nenhum dos tipos de praticantes de musculação apresentaram sonolência severa. Os resultados são apresentados no gráfico 03 abaixo.
Gráfico 03. Análise dos níveis de sonolência e relação com o horário da prática de atividade física (N=60).
Na análise dos valores de correlação entre as variáveis de aspectos relacionados ao sono, horário de dormir e prática de atividade física, encontrou-se correlação muito forte entre as variáveis horário da prática de atividade e estimativa de horas sono por noite (r= 0,96) e correlação moderada entre as variáveis de tempo aproximado de duração física e horário de dormir estimado (r=0,607). Todas as outras correlações apresentaram-se como sendo fracas (r<0,600).
4. Considerações finais
O estudo com base na amostra permitiu concluir que a maioria dos indivíduos investigados mantém horas de sono em níveis adequados para a saúde, o que nos mostra que a população mantém uma boa média de sono de acordo com a ciência medica. O grau de sonolência foi considerado normal na maioria do grupo, tanto para aqueles considerados ativos (praticantes de musculação) quanto para os sedentários, o que averigua que o nível de qualidade do sono da população mantém em níveis ideais de acordo com a escala de sonolência de Epworth. Neste estudo observou-se que os níveis de sonolência dos praticantes de musculação pela manha e noite ofereceram níveis mais altos de sonolência, e os praticantes de musculação do período da tarde depararam - se com níveis de sonolência mais baixos, o que concluir que os ritmos biológicos possivelmente são influenciados de alguma forma pelo o horário no qual se realiza a atividade física. Com o estudo apresentado podemos presumir o quanto é importante que a sociedade passe a prestar atenção em aspectos relacionados ao sono para que desta maneira possam melhorar a qualidade de vida. Cabe aos instrutores de musculação prestar mais atenção aos indicadores dos níveis de sonolência dos alunos para que possam assim, inter-relacionar com o nível de intensidade, carga e tempo de duração do exercício físico. Outros estudos devem ser realizados com o intuito de gerar mais informações a respeito do tema.
Referências
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CALLARD D, Davenne D, Lagarde D, Meney I, Gentil C, Van Hoecke J. Nycthemeralvariations in core temperature and heart rate: continuous cycling exercise versus continuous rest. Int J Sports Med 2001;22:553-7.
CONNOR, O’ PJ, YOUNGSTEDT, SD. Influence of exercise on human sleep. Exerc Sport Sci Rev 1995;23:105-34.
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DE LEO, V., LANZETTA, D., D'ANTONA, D., LATESSA, A. M. AND PETRAGLIA, F. Control of growth hormone secretion during the postpartum period. Gynecol. Obstet. Invest.,1992,33:31–35.
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