efdeportes.com

Seis anos de Grupo de Estudos e Pesquisas em 

Educação Física (GEPEF): nossas pesquisas em números

Seis años del Grupo de Estudios e Investigación en Educación Física: nuestras investigaciones en números

 

*Licenciado em Educação Física (UFPEL). Especialista em Ginástica Escolar (UFPEL)
Doutor em Educação (UNICAMP/UFSM). Doutor em Ciência do Movimento Humano (UFSM)
Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE/UFSM)
Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física (GEPEF/UFSM)

**Licenciado em Educação Física (UFSM). Especialista em Pesquisa em Ciência do Movimento Humano (UFSM)
Especialista em Gestão Educacional (UFSM). Mestre em Educação (UFSM)
Coordenador da Linha de Estudos e Pesquisas Formação de Professores de Educação Física (GEPEF/UFSM)
Vice-Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física (GEPEF/UFSM)

***Licenciada em Educação Física (UFSM). Especialista em Pesquisa e Ensino do Movimento Humano (UFSM)
Especialista em Gestão Educacional (UFSM). Mestre em Educação (UFSM)
Coordenadora da Linha de Estudos e Pesquisas Educação Física Escolar (GEPEF/UFSM)
Vice-Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física (GEPEF/UFSM)

****Licenciada em Educação Física (UFSM). Especialista em Educação Física Escolar (UFSM)
Coordenadora da Linha de Estudos e Pesquisas Gestão Educacional e os Professores de Educação Física (GEPEF/UFSM)

Hugo Norberto Krug*

hnkrug@bol.com.br

Leonardo Germano Krüger**

leonardogk@gmail.com

Ana Paula da Rosa Cristino***

anacristino@hotmail.com

Franciele Roos da Silva Ilha****

franciele.ilha@yahoo.com.br

(Brasil)

 

 

 

Resumo

          Este estudo objetivou realizar uma revisão das pesquisas concluídas e divulgadas pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física (GEPEF) a fim de avaliar os caminhos percorridos pelo mesmo. Justificou-se a realização deste estudo considerando que a análise da produção científica do GEPEF poderá nortear futuras pesquisas, e demonstrar quais temáticas estão sendo exploradas e quais necessitam de maior atenção. O estudo caracterizou-se como uma pesquisa do tipo descritiva na forma de estudo de caso. O universo populacional/amostra foi representado(a) pelos integrantes (2003 à 2008) do GEPEF e sua produção científica. O instrumento de pesquisa constituiu-se de um formulário e a análise dos dados foi efetuada a partir da freqüência porcentual dos mesmos. Concluiu-se que a leitura global dos números da produção científica do GEPEF permitiu identificar, em primeiro lugar, a existência de ‘regularidades’ e, em segundo lugar, a também existência de ‘tendências’. As regularidades configuraram o percurso da produção científica do GEPEF. Já as tendências configuraram os novos caminhos a serem percorridos pelo GEPEF.

          Unitermos: Educação Física. Produção científica. Grupo de pesquisa

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 132 - Mayo de 2009

1 / 1

Introdução

    A produção do conhecimento na atualidade brasileira está intimamente ligada aos cursos de pós-graduação e que esta produção, a cada dia, cresce vertiginosamente e principalmente na área da Educação incluindo a Educação Física, faz-se necessário, além de sua sistematização também uma análise crítica sobre essa produção.

    Também é importante salientar que, nos dias de hoje, os cursos de pós-graduação estão articulados em linhas de pesquisas e que o desenvolvimento destas, segundo Gamboa (2003), exige, essencialmente, a formação de grupos de pesquisadores articulados, motivados e atuantes, que abordem sistematicamente a problemática dessa linha. Já André (2007) destaca que uma linha de pesquisa, organiza-se com a finalidade de sistematizar criticamente a experiência do conhecimento acumulado, desenvolver novos projetos, pautar a construção de novos planos de estudo, captar e organizar recursos humanos, institucionais e técnicos.

    Nessa direção, o CEFET-SC (2009) aponta que grupo de pesquisa é definido como um conjunto de indivíduos organizados hierarquicamente cujo fundamento organizador da hierarquia é a experiência, o destaque é a liderança no terreno científico ou tecnológico em que há envolvimento profissional e permanente com atividades de pesquisa no qual o trabalho se organiza em torno de linhas comuns de pesquisa e que, em algum grau, compartilha instalações e equipamentos. São essenciais para o desenvolvimento da pesquisa como para a articulação de cursos de pós-graduação tanto Stricto Sensu como Lato Sensu.

    No entendimento de Gamboa (2003) a organização de um grupo de pesquisa exige a definição de tarefas e responsabilidades entre os membros participantes. Dentre as tarefas básicas de um grupo de pesquisa, estão as referidas ao acompanhamento cuidadoso e permanente atualizado, da produção científica sobre a própria problemática da linha de pesquisa e sobre a evolução do conhecimento nos campos do saber que fazem referência à compreensão dessa problemática.

    O autor ainda salienta que essa dinâmica institucional do grupo de pesquisa deve necessariamente ser socializada e estar em permanente permuta e atualização de sua produção com outros grupos afins e correlatos. Esse acompanhamento deve motivar à elaboração de boletins periódicos, à atualização de referências bibliográficas, à sistematização de fontes e estudos que dêem conta dos diversos estados da arte dos temas referenciais. Seu desenvolvimento depende, também, do estabelecimento de formas permanentes de socialização dos resultados (boletins, catálogos, periódicos, coletâneas, etc.), da realização de estudos comparados sobre problemas comuns, da organização de eventos, de atividades articuladas em torno dessas problemáticas e da assinatura e realização de convênios com instituições ou grupos afins, sediados em outras instituições nacionais e internacionais.

    Para Buriti (1999) o processo de construção do conhecimento está diretamente ligado ao número de pesquisas desenvolvidas, embora seja necessário não somente realizá-las, mas também divulgá-las para que sejam utilizadas por outros pesquisadores. Em contrapartida, André et al. (1999) diz que a quantidade de pesquisas necessariamente não está ligada à qualidade destas mesmas pesquisas. Há a necessidade de uma reflexão sofre às contribuições destas pesquisas para o progresso da área de estudo. Dessa forma, Buriti (1999) explica que a produção científica é um processo contínuo, em que não existe um produto terminado. Isto é, ela está constantemente em ampliação e re-elaboração de suas teorias que são testadas sob os mais diferentes momentos e situações, com o objetivo de descobrir novos conhecimentos.

    Pacheco (2003, p.26) entende que:

    O pesquisador, ao divulgar seu trabalho, além de contribuir para o avanço do conhecimento na área e de tornar acessíveis as informações produzidas, submete à críticas suas idéias, métodos e descobertas. Ainda, estimula a reflexão sobre o que divulga, propiciando o nascimento de interesses renovados e a continuidade do processo investigativo.

    Não podemos perder de vista, como afirmam Buriti (1999) e Pacheco (2003) que a pesquisa e o trabalho científico somente estão terminados após a divulgação dos resultados de suas pesquisas. Para que isto se concretize, existem diversos meios de publicação científica e entre as diferentes formas de divulgação do conhecimento, existem os periódicos que, para esses autores, é o meio mais relevante de divulgação.

    Desta maneira, ao considerarmos a importância da sistematização da produção do conhecimento de um grupo de pesquisa, bem como a sua divulgação e ainda mais a necessidade de uma avaliação crítica sobre a mesma é que deslocamos o nosso interesse sobre um determinado grupo de pesquisa em especifico, o Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física (GEPEF), do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), do Centro de Educação (CE), da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no intuito de analisar a sua produção científica.

    Neste sentido, o objetivo geral deste estudo foi realizar uma revisão das pesquisas concluídas e divulgadas pelo GEPEF a fim de avaliar os caminhos percorridos pelo mesmo. Sendo assim, justificou-se a realização deste estudo considerando que a análise da produção científica do GEPEF poderá nortear futuras pesquisas, e demonstrar quais temáticas estão sendo exploradas e quais necessitam de maior atenção.

    Destacamos que o Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física, denominado GEPEF, oficialmente foi criado em 29 de setembro de 2004, quando do envio ao CNPq do formulário eletrônico de inscrição no Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil – Plataforma Lattes. Entretanto, esclarecemos que o grupo já estava constituído formalmente desde março de 2003.

    O GEPEF tem como objetivo geral atender às necessidades de aperfeiçoamento e desenvolvimento de profissionais de Educação Física. Já, os seus objetivos específicos são os seguintes: 1) Proporcionar um espaço de integração entre professores universitários, acadêmicos da Licenciatura em Educação Física e professores de Educação Física da Educação Básica; 2) Promover discussões e reflexões sobre a formação e a prática pedagógica de professores de Educação Física Escolar; 3) Contribuir para o desenvolvimento científico da área de Educação Física Escolar e profissionalidade docente, formação inicial e continuada de professores de Educação Física; e, 4) Proporcionar um espaço de construção e divulgação científica em Educação Física.

    O grupo tem como público-alvo professores e acadêmicos de graduação e pós-graduação (Especialização e Mestrado) da área de Educação Física, bem como professores das redes de ensino da Educação Básica da mesma área.

    Necessariamente o grupo possui três linhas de estudos e pesquisas: “Formação de Professores de Educação Física”, “Educação Física Escolar” e “Gestão Educacional e os Professores de Educação Física”.

    A linha de estudos e pesquisas denominada de “Formação de Professores de Educação Física” está ligada ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) – Curso de Mestrado do CE/UFSM, mais especificamente à Linha de Pesquisa “Formação, Saberes e Desenvolvimento Profissional” que desenvolve investigações sobre a formação inicial e continuada nos seus diferentes níveis e espaços educativos, tendo como referência às relações sócio-políticas e culturais na constituição da docência. Ao considerar o processo identitário do professor, investiga as trajetórias de formação, a produção dos saberes e a aprendizagem docente, na perspectiva do desenvolvimento profissional.

    A linha de estudos e pesquisas denominada de “Educação Física Escolar” está ligada ao Curso de Especialização em Educação Física Escolar do Centro de Educação Física e Desportos (CEFD) da UFSM e tem como objetivo desenvolver investigações sobre: a valorização da Educação Física Escolar; os aspectos ambientais, físicos e materiais da Educação Física Escolar; os aspectos organizacionais da Educação Física Escolar; o perfil do professor de Educação Física Escolar; a prática pedagógica do professor de Educação Física Escolar; e, a opinião do aluno de Educação Física Escolar, bem como também o Programa Segundo Tempo.

    A linha de estudos e pesquisas denominada de “Gestão Educacional e os Professores de Educação Física” está ligada ao Curso de Especialização em Gestão Educacional do CE/UFSM e tem como objetivo desenvolver investigações sobre os professores de Educação Física e seu envolvimento com a Gestão Educacional.

Metodologia

    O presente estudo caracterizou-se como uma pesquisa do tipo descritiva, pois, segundo Cervo e Bervian (1996, p.49), “observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los”. Também podemos destacar que é uma pesquisa descritiva na forma de estudo de caso já que “é uma pesquisa sobre um determinado indivíduo, família, grupo ou comunidade para examinar aspectos de sua vida” (CERVO; BERVIAN, 1996, p.50).

    Desta forma, o universo populacional/amostra deste estudo foi representado(a) pelos integrantes (2003 à 2008) do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física (GEPEF) vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), do Centro de Educação (CE), da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e sua produção científica.

    Como produção científica considerou-se as publicações realizadas pelos integrantes do GEPEF, restritas aos Resumos (Curtos ou Expandidos) e Artigos Completos apresentados e publicados em anais de eventos científicos e Artigos Completos publicados em periódicos. Também considerou-se as Pesquisas de Conclusão de Curso orientadas no GEPEF (Iniciação Científica, TCC, Monografia de Especialização e Dissertação de Mestrado).

    O instrumento de pesquisa do presente estudo constituiu-se de um formulário, que segundo Cervo e Bervian (1996, p.139) “é uma lista informal, catálogo ou inventário, destinado à coleta de dados, quer de observações, quer de interrogações, cujo preenchimento é feito pelo próprio investigador”.

    A análise dos dados coletados foi efetuada a partir da freqüência porcentual dos mesmos.

Resultados

1.     Pesquisas de Conclusão de Curso orientadas no GEPEF

    A partir da análise dos dados verificamos que 19 (50,0%) das pesquisas de conclusão de curso orientadas no GEPEF foram do tipo ‘Monografia de Especialização’, seguida dos tipos ‘Dissertação de Mestrado’ com 10 (26,3%), ‘Iniciação Cientifica’ com 8 (21,1%) e ‘Trabalho de Conclusão de Curso’ com 1 (2,6%), totalizando assim 38 pesquisas.

    Também verificamos que ‘Monografia de Especialização’ anualmente, isto é, de 2004 à 2008, foi o tipo de pesquisa de conclusão de curso mais orientada no GEPEF. Ressaltamos que a atuação do GEPEF começou em 2004 em Curso de Especialização e em Curso de Mestrado, bem como na Iniciação Cientifica. O Trabalho de Conclusão de Curso começou somente em 2008 porque a Licenciatura em Educação Física teve esta disciplina a partir do currículo 2005, portanto a primeira turma com esta obrigatoriedade aconteceu em 2008.

    Ao analisarmos estes números podemos constatar que o GEPEF desde 2004 procurou orientar pesquisas de conclusão de curso em três níveis de ensino: Graduação, Especialização e Mestrado. Segundo Gamboa (2003) é preciso uma articulação da graduação com a pós-graduação, pois assim os acadêmicos destes dois níveis de ensino conseguem ter espaços qualificados de formação e interlocução. Gamboa (2006) complementa ao dizer que a interlocução entre a graduação e pós-graduação ajuda muito os trabalhos desenvolvidos pelo grupo de pesquisa, pois a experiência dos alunos de pós-graduação aliada ao interesse em aprender dos alunos de graduação, possibilita o aumento da produção do grupo, além de estimular os iniciantes a produzirem seus próprios projetos de pesquisa, podendo esses projetos virem a tornarem-se estudos de pós-graduação.

    As 8 pesquisas de ‘Iniciação Científica’ foram patrocinadas pelas seguintes instituições de fomento: 3 pelo PROLICEN/UFSM; 2 pela FIPE/UFSM; 2 pela FAPERGS; 1 pelo CNPq. Segundo Santos Júnior (2008) o CNPq é o mais importante órgão governamental de financiamento de pesquisa, em todas as áreas, no país. Já a FAPERGS, para nos gaúchos, também é um importante órgão governamental de financiamento de pesquisa, mas à nível estadual. A UFSM representa um terceiro nível de órgão de financiamento de pesquisa. Estes três níveis de fomento de pesquisa também se diferenciam nos valores financeiros. Neste direcionamento de financiamento de pesquisa André (2007) ao abordar as condições de produção de conhecimento dos docentes destaca que houve, sem dúvida nos últimos dez anos, uma mudança nas condições de desenvolvimento da pesquisa em Educação. A começar pelos financiamentos que vem minguando. Se nos anos 80 do século passado a FINEP e o INEP davam apoio à pesquisas da área, nos anos mais recentes esse apoio quase foi extinto. Salienta ainda que temos as Fundações Estaduais, mas também temos mais pesquisadores qualificados para solicitar financiamento, além das prioridades científicas definidas a priori pelas agências. Entretanto, Silva e Cabrero (1998) destacam que a iniciação científica deve fazer parte da política de pesquisas das instituições de ensino superior, pois é considerada um instrumento básico de formação que permite introduzir os estudantes de graduação na pesquisa científica, sob a orientação de pesquisadores qualificados.

    As 19Monografias de Especializações’ foram ligadas aos seguintes cursos: 2 em Pesquisa em Ciência do Movimento Humano pelo CEFD/UFSM (curso já extinto); 9 em Educação Física Escolar pelo CEFD/UFSM; 3 em Gestão Educacional pelo CE/UFSM; e, 5 em Esporte Escolar pela UnB/UFSM (Curso à Distância).

    As 10Dissertações de Mestrado’ foram em Educação pelo CE/UFSM.

    De acordo com André (2007) se observa um crescimento muito grande no número de pesquisas da área da Educação nos últimos vinte anos, decorrente principalmente da expansão da pós-graduação. Realmente este fato ocorreu no GEPEF, pois 29 (76,3%) das orientações das pesquisas de conclusão de curso foram ligadas aos cursos de pós-graduação (Especialização e Mestrado).

2.     Apresentação e publicação de pesquisa do GEPEF em evento científico

a.     Tipo de apresentação e publicação de pesquisa do GEPEF em evento científico

    Quanto à apresentação e publicação de pesquisa do GEPEF em evento científico constatamos que 146 (52,5%) foram do tipo ‘resumo’ e 132 (47,5%).do tipo ‘artigo completo’, totalizando 278 pesquisas.

    Também podemos constatar que o ‘resumo’ anualmente, isto é, em 2003,2004, 2005, 2006 e 2008, foi o tipo de apresentação e publicação de maior ocorrência, com exceção no ano de 2007 que foi o ‘artigo completo’.

    Ainda constatamos que existiu um aumento na quantidade de produção de pesquisa do GEPEF com apresentação e publicação em evento científico de 2003 (10 pesquisas) passando por 2004 (38 pesquisas) indo até 2005 (68 pesquisas) estabilizando-se em uma média de 54 pesquisas de 2006 à 2008. Novamente nos reportamos a André (2007) que diz que houve um crescimento muito grande no número de pesquisas da área da Educação nos últimos vinte anos, decorrente principalmente da pós-graduação. Realmente este fato aconteceu com o GEPEF, pois inicialmente (2003) não estava envolvido com nenhum curso de pós-graduação passando em 2004 a envolver-se com Cursos de Mestrado e Especialização e em 2005 com outro Curso de Especialização. Em decorrência disto, também aumentou o número de integrantes do grupo passando de 6 em 2003, para 7 em 2004, 13 em 2005, 34 em 2006, mantendo-se aproximadamente com uma média de 30 integrantes em 2007 e 2008.

    Segundo Moraes (1996) os grupos constituem importante fator de desenvolvimento profissional dos professores. A partir disso, ressalta-se a crescente busca por parte de acadêmicos de graduação e pós-graduação e professores do ensino superior e da educação básica pela inserção em grupos de estudos com o intuito de aprender mais acerca da profissão de professor.

b.     Área do evento científico com apresentação e publicação de pesquisa do GEPEF

    Após a análise dos dados observamos que o tipo de área do evento científico com apresentação e publicação de pesquisa do GEPEF de maior ocorrência foi a ‘Educação’ com 50 eventos (60,2%), seguida da ‘Educação Física’ com 33 eventos (39,8%).

    Também podemos observar que a ‘Educação’ anualmente, isto é, de 2004 à 2008, foi o tipo de área do evento científico com apresentação e publicação de pesquisa do GEPEF de maior ocorrência, com exceção do ano de 2003 que foi a área da ‘Educação Física’.

    Justificamos este fato da maioria dos eventos científicos com apresentação e publicação de pesquisa do GEPEF seja da área da Educação em conseqüência de que o grupo é agregado ao Programa de Pós-Graduação em Educação do CE/UFSM. Também ocorreu a aparição de eventos na área da Educação Física porque participam do GEPEF somente acadêmicos e professores de Educação Física o que por si só gera um certo interesse na área específica de formação. Também é influência do Curso de Especialização em Educação Física Escolar (CEFD/UFSM) onde o grupo interage com orientações.

    Ainda observamos que existiu um aumento na quantidade de participação em evento científico com apresentação e publicação de pesquisa do GEPEF de 2003 (4 eventos) até 2005 (22 eventos) estabilizando-se em uma média de quase 15 eventos de 2006 à 2008.

    O crescimento no número de eventos científicos ofertados no Brasil deu-se juntamente com o aumento dos cursos de pós-graduação, bem como Gatti (2001) coloca ao dizer que foi com a implementação dos cursos de mestrado e doutorado no final da década de 1960 e com a intensificação dos programas de formação no exterior e o retorno do pessoal formado nesses cursos que se acelerou a produção da pesquisa na área educacional. André (2001) contribui a esse respeito ao relatar que nos últimos 20 anos, além do aumento da pesquisa em educação decorrente do aumento dos cursos de pós-graduação, houve também, mudanças nas temáticas, nos referenciais teóricos e metodológicos e nos contextos dos trabalhos científicos.

c.     Tipo de evento científico com apresentação e publicação de pesquisa do GEPEF

    Quanto ao tipo de evento científico com apresentação e publicação de pesquisa do GEPEF notamos que o de maior ocorrência foi o ‘Internacional’ com 31 eventos (37,4%), seguido dos tipos ‘Local’ com 25 eventos (30,1%), ‘Nacional’ com 23 eventos (27,7%) e ‘Regional’ com 4 eventos (4,8%), totalizando 83 eventos.

    Também podemos notar que anualmente existe uma alternância na maior ocorrência do tipo de evento científico com apresentação e publicação de pesquisa do GEPEF: ‘Internacional’ em 2003, 2005 e 2007; ‘Nacional’ em 2004 e 2006; e ‘Local’ em 2004 e 2008. Justificamos este fato pelo motivo de que o GEPEF sempre procurou participar de todos os eventos que estivessem ao alcance financeiro de seus integrantes, por isso a oscilação entre os diversos tipos de eventos científicos.

d.     Cidade de realização do evento científico com apresentação e publicação de pesquisa do GEPEF

    Pela análise dos dados constatamos que Santa Maria-RS com 44 eventos (53,0%) foi à cidade com maior quantidade de realização de eventos científicos com apresentação e publicação de pesquisa do GEPEF, seguida de Cruz Alta-RS com 8 eventos (9,6%), Pelotas-RS com 6 eventos (7,2%), Cachoeira do Sul-RS com 5 eventos (6,0%), Porto Alegre-RS e Ijuí-RS cada uma 4 eventos (4,8%). Seguem-se outras cidades com menor citação. Entretanto, é necessário destacar que o Rio Grande do Sul com 12 diferentes cidades (79 eventos) é o estado brasileiro com o maior número de participações do GEPEF, segue o estado de Santa Catarina com 3 diferentes cidades (3 eventos) e após o estado do Paraná com 1 cidade (1 evento).

    Também podemos constatar que ‘Santa Maria’ anualmente (2003 à 2008) foi a cidade com a maior ocorrência de eventos científicos com apresentação e publicação de pesquisa do GEPEF.

    Justificamos este fato da cidade de Santa Maria e conseqüentemente o estado do Rio Grande do Sul serem o palco dos eventos científicos com participação do GEPEF pelo motivo de que os gastos financeiros decorrentes desta referida participação sempre dependeu do alcance financeiro de seus integrantes, o que é óbvio que estes mesmos gastos são mais reduzidos quando o evento científico acontece em Santa Maria e/ou em cidades no próprio estado gaúcho.

e.     Nome do evento científico com apresentação e publicação de pesquisa do GEPEF

    Em relação a este item, após a análise dos dados, observamos que a ‘Jornada Nacional de Educação’ da UNIFRA-Santa Maria com 6 eventos (7,2%) foi o evento científico com apresentação e publicação de pesquisa que o GEPEF mais participou, seguido do ‘Seminário Interinstitucional de Ensino, Pesquisa e Extensão’ da UNICRUZ-Cruz Alta e do ‘Simpósio Nacional de Educação Física’ da UFPEL-Pelotas ambos com 5 eventos cada (6,0%), do ‘Congresso Internacional de Educação Popular’ do MOBREC-Santa Maria, do ‘Mercomovimento’ da UFSM-Santa Maria, da ‘Jornada Acadêmica Integrada’ da UFSM-Santa Maria e do ‘Seminário Municipal de Lazer, Esporte e Educação Física Escolar’ da Prefeitura Municipal de Santa Maria, cada um com 4 eventos (4,8%). Seguem-se outros eventos com menor número de participação do grupo.

    O fato da Jornada Nacional de Educação de Santa Maria ter tido um maior número de participação dos integrantes do GEPEF refere-se em primeiro lugar, pela facilidade, principalmente financeira, pois não se tem gastos com deslocamento e hospedagem. Outro ponto a ser considerado é que este evento proporciona a publicação de trabalhos completos, sendo estes, de maior relevância para a produção acadêmica do grupo, instigando mais a participação de seus integrantes. Neste sentido, segue em ordem decrescente, a participação mais significativa nos eventos da UNICRUZ e da UFPEL, ambos com publicação completa dos trabalhos e em cidades do Rio Grande do Sul, facilitando assim, os aspectos já comentados. Posteriormente, inserem-se a publicação de resumos, mas em eventos ocorridos em Santa Maria (RS).

f.     Linha de pesquisa do GEPEF das pesquisas apresentada e publicada em evento científico

    Pela análise dos dados visualizamos que 180 (64,7%) das pesquisas do GEPEF apresentadas e publicadas em eventos científicos foram da linha de pesquisa ‘Formação de Professores de Educação Física’, seguida da linha ‘Educação Física Escolar’ com 77 (27,7%) e da ‘Gestão Educacional e os Professores de Educação Física’ com 5 (1,8%). Ainda observamos 16 (5,8%) ‘outras’ pesquisas fora das linhas citadas.

    Segundo Santos Júnior (2008) linha de pesquisa representa temas aglutinadores de estudos científicos que se fundamentam uma tradição investigativa, de onde se originam projetos cujos resultados guardam afinidades entre si. Já Gamboa (2003) coloca que as linhas de pesquisa devem ser compreendidas como eixos que articulam interesses de diversos pesquisadores, proporcionando o trabalho interdisciplinar, a contribuição de diversas visões, diferentes abordagens teórico-metodológicas e o concurso de diversas tradições epistemológicas.

    Também podemos visualizar que a linha de pesquisa ‘Formação de Professores de Educação Física’ anualmente, isto é, de 2005 à 2008, foi à linha de pesquisa do GEPEF com maior ocorrência de apresentação e publicação em eventos científicos, com exceção dos anos de 2003 e 2004 que foi a linha de pesquisa ‘Educação Física Escolar’. André et al. (1999) colocam que as pesquisas em Educação têm evoluído consideravelmente, especialmente na área de formação de professores.

    Justificamos este fato de a linha de pesquisa ‘Formação de Professores de Educação Física’ possuir o maior número de pesquisas pelo motivo de que esta linha está atrelada ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) – Curso de Mestrado do CE/UFSM, o que demanda uma obrigatoriedade de produção científica para o reconhecimento e avaliação da CAPES.

    Santos Júnior (2008) informa que a pós-graduação brasileira compreende cursos Lato e Stricto Sensu. A Secretaria de Educação Superior (SESu/MEC) coordena apenas os cursos Lato Sensu conhecidos pelas especializações, residência médica e MBA. Os cursos Stricto Sensu são de responsabilidade da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES) e compreendem os Cursos de Mestrado e Doutorado.

    O autor acrescenta que os cursos de pós-graduação Stricto Sensu são direcionados para a continuidade da formação científica e acadêmica, como Mestrado e Doutorado, de alunos com nível superior. Cabe a CAPES, portanto, avaliar a cada três anos, os cursos credenciados e as médias podem variar desde o conceito um ao conceito sete. Para ser reconhecido, o curso deverá apresentar média maior que três. O Curso de Mestrado tem a duração de dois anos, no qual o aluno desenvolve a dissertação e cursa as disciplinas coerentes a sua pesquisa. Os quatro anos do Curso de Doutorado são referentes ao cumprimento das disciplinas e a elaboração de tese.

g.     Temática da pesquisa do GEPEF apresentada e publicada em evento científico

    Em relação a este item, após a análise dos dados, notamos que a temática da pesquisa do GEPEF mais apresentada e publicada em evento científico foi a ‘Formação Inicial’ com 91 estudos (32,7%), seguida do ‘Desenvolvimento Profissional Docente’ com 35 estudos (12,6%) ambas temáticas da linha de pesquisa ‘Formação de Professores de Educação Física’. Para Nascimento (1998, p.49), formação inicial “(...) é a denominação “freqüentemente atribuída àquela etapa de preparação voltada ao exercício ou qualificação inicial da profissão”. Já para Carreiro da Costa (1994, p. 27), a formação inicial dos professores é entendida como “o período durante o qual o futuro professor adquire os conhecimentos científicos pedagógicos e as competências necessárias para enfrentar adequadamente a carreira docente”.

    Na linha de pesquisa ‘Educação Física Escolar’ a temática da pesquisa do GEPEF mais apresentada e publicada em evento científico foi a ‘Prática Pedagógica do Professor de Educação Física’ com 27 estudos (9,7%), seguida da temática ‘Opinião do Aluno’ com 20 estudos (7,2%). Segundo Cruz (2007) a prática pedagógica tem merecido, por parte dos grupos de pesquisa, uma intensificação dos estudos. Isto ocorre dos desafios postos atualmente no campo educacional, sujeito as conseqüências da recomposição do capitalismo para manter taxas de lucro e dos ajustes estruturais, o que tem implicado em proposições para a formação de profissionais e conseqüentemente para a prática pedagógica dos professores defendida, por um lado, pelos formuladores e implantadores de tal política de governo e, por outro, pelos Movimentos e Fóruns que resistem e reinvindicam outras referências emancipatórias para a formação humana.

    Considerando o que Gamboa (2003) diz de que as linhas de pesquisa não podem ser entendidas como categorias estanques. Necessariamente com o passar do tempo de atuação do GEPEF e o seu envolvimento com o Curso de Especialização em Gestão Educacional do CE/UFSM, surgiu à necessidade da criação de uma terceira linha de pesquisa justamente denominada de ‘Gestão Educacional e os Professores de Educação Física’. Desta forma, ainda por ser incipiente, esta linha de pesquisa possui somente cinco estudos, não se destacando nenhuma temática.

3.     Publicação de pesquisa do GEPEF em periódico

a.     Nome do periódico com publicação de pesquisa do GEPEF.

    Constatamos que a ‘Revista Lecturas: Educación Física y Deportes’ de Buenos-Aires-Argentina foi o periódico com maior ocorrência de publicação de pesquisa do GEPEF com 26 artigos (51,0%), seguida da ‘Revista Biomotriz’ de Cruz Alta-RS com 6 artigos (11,8%) e da ‘Revista Virtual P@rtes’ de São Paulo-SP com 4 artigos (7,8%). Seguem-se outras 12 diferentes revistas totalizando 51 artigos publicados em 15 diferentes revistas. Segundo Buriti (1999) os periódicos são o meio mais relevante de divulgação dos resultados de pesquisas.

    Justificamos a preferência pela ‘Revista Lecturas: Educación Física y Deportes’ devido ao fato dela ser um periódico semanal e desta forma existindo uma maior possibilidade de publicação mais rápida e também por ser digital onde o acesso dos leitores é mais fácil e ágil. Ainda foi de suma importância esta preferência pelo fato da referida revista fazer parte do Sistema Qualis/Periódicos da CAPES o que é de capital interesse para os professores e acadêmicos de Cursos de Mestrado e Doutorado. De acordo com Marques (2001) a Resolução CNE/CES n° 1, de 3 de abril de 2001 estabelece normas visivelmente mais rígidas destinadas aos cursos de pós-graduação Stricto Sensu, onde os mesmos são sujeitos às exigências de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento mediante avaliação, principalmente de sua produção científica.

    Também podemos constatar que 2008 com 35 pesquisas foi o ano com maior número de publicação em periódico pelo GEPEF, sendo que de 2003 à 2007 oscilou entre 2 à 4 publicações/ano.

    Justificamos este aumento significativo de publicações em periódicos em 2008 devido à influência do Programa de Pós-Graduação em Educação do CE/UFSM sobre os mestrandos, pois a concessão e manutenção de bolsas passou a ser baseada na produção de publicação em periódicos, o que logicamente articulou principalmente os bolsistas de mestrado.

    Ainda constatamos que 41 pesquisas (80,4%) foram publicadas em periódicos que compõem o Sistema Qualis/Periódicos da CAPES (Triênios 2004-2006 ou 2007-2009). Segundo Marques (2001) as pós-graduações Stricto Sensu no Brasil são normalizadas pela CAPES num processo de avaliação e acompanhamento contínuo.

b.     Área do periódico com publicação de pesquisa do GEPEF

    Após a análise dos dados notamos que o tipo de área do periódico com publicação de pesquisa do GEPEF de maior ocorrência foi a ‘Educação Física’ com 37 artigos (72,5%), seguida da ‘Educação’ com 14 artigos (27,5%).

    Justificamos este fato da maioria das pesquisas do GEPEF publicadas seja em periódico da área da ‘Educação Física’ devido à influência da área de formação de seus integrantes já que todos são acadêmicos ou profissionais da área da Educação Física.

    Também podemos observar que a ‘Educação Física’ anualmente (2004, 2005, 2006, e 2008) foi o tipo de área do periódico com publicação de pesquisa do GEPEF de maior ocorrência, com exceções dos anos de 2003 e 2007 que foi a área da ‘Educação’.

c.     Linha da pesquisa do GEPEF publicada em periódico

    Verificamos que 40 (78,4%) das pesquisas do GEPEF publicadas em periódico foram da linha de pesquisa ‘Formação de Professores de Educação Física’, seguida da linha ‘Educação Física Escolar’ com 6 (11,8%) e da ‘Gestão Educacional e os Professores de Educação Física’ com 5 (9,8%).

    Justificamos este fato de a linha de pesquisa ‘Formação de Professores de Educação Física’ possuir o maior número de pesquisas do GEPEF publicadas em periódicos pelo motivo de que a mesma está atrelada ao PPGE do CE/UFSM o que já ressaltamos anteriormente de que os cursos de pós-graduação Stricto Sensu necessitam de publicações em periódicos devido a sua avaliação pela CAPES.

    Também podemos verificar que a linha de ‘Formação de Professores de Educação Física’ anualmente (de 2004 à 2008) foi à linha de pesquisa do GEPEF com maior ocorrência de publicação em periódicos, com exceção do ano de 2003 que foi a linha de pesquisa ‘Educação Física Escolar’.

d.     Temática da pesquisa do GEPEF publicada em periódico

    A partir dos dados analisados, observamos que a temática da pesquisa do GEPEF mais publicada em periódico foi a ‘Formação Inicial’ com 28 artigos (54,9%), seguida da temática ‘Desenvolvimento Profissional Docente’ com 6 artigos (11,8%) ambas temáticas da linha de pesquisa ‘Formação de Professores de Educação Física’.

    Na linha de pesquisa ‘Educação Física Escolar’ a temática da pesquisa do GEPEF mais publicada em periódico foi a ‘Prática Pedagógica do Professor de Educação Física’ com 4 artigos (7,8%).

    Na linha de pesquisa ‘Gestão Educacional e os Professores de Educação Física’ a temática da pesquisa do GEPEF mais publicada em periódico foi a ‘Gestão Escolar’ com 5 artigos (9,8%).

Conclusão

    Se fôssemos analisar somente números poderíamos fazer algumas considerações. Entre elas, principalmente o fato de que a produção científica do GEPEF em todos os níveis tem aumentado consideravelmente em números. No entanto, existe uma pergunta que não quer calar, que deveríamos fazer: onde há aumento, ou progresso quantitativo, há também progresso qualitativo? Entretanto, como o objetivo deste estudo não é este, consideramos necessário abordar os números da produção científica do GEPEF com o intuito de, a partir dos mesmos, traçar novos rumos no percurso do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física.

    Assim, a leitura global dos números da produção científica do GEPEF de 2003 à 2008 permitiu identificar, em primeiro lugar, a existência de REGULARIDADES e, em segundo lugar, a também existência de TENDÊNCIAS.

    Quanto às REGULARIDADES, identificamos a existência, a grosso modo, de dois patamares de produções.

    O primeiro patamar das regularidades corresponde à intensa participação do GEPEF em eventos científicos, isto de 2003 à 2008.

    Num primeiro momento deste patamar houve uma intensa produção de apresentação e divulgação de pesquisas na forma de Resumos e a tipologia dos estudos situou-se quase que exclusivamente, isto em 2003 e 2004, na Linha de Pesquisa de Educação Física Escolar, onde destacou-se estudos dentro do Paradigma de Pesquisa Quantitativo, mais especificamente do Tipo Descritiva, isto influência exercida pela área da Educação Física. Destacamos que os anos de 2003 e 2004 foi o auge da Linha de Pesquisa de Educação Física Escolar, fruto do projeto de pesquisa intitulado ‘Diagnóstico da Educação Física Escolar em Santa Maria’.

    Num segundo momento deste patamar, a partir de 2005, houve uma intensa produção de apresentação e divulgação de pesquisas na forma de Artigos Completos e a tipologia dos estudos situou-se quase que exclusivamente na Linha de Pesquisa de Formação de Professores de Educação Física, onde destacou-se estudos dentro do Paradigma de Pesquisa Qualitativo, isto agora influência do Programa de Pós-Graduação em Educação do CE/UFSM e de sua Linha de Pesquisa Formação, Saberes e Desenvolvimento Profissional. Consideramos o ano de 2005 uma etapa intermediária de tendência da produção científica do GEPEF, pois oscilou entre as Linhas de Pesquisa Educação Física Escolar (Estudos Quantitativos) e a Formação de Professores de Educação Física (Estudos Qualitativos). Este ano foi tão atribulado nos rumos dos estudos que também surgiram estudos que não se enquadravam nestas duas linhas e então foram denominados de ‘outros’ (temáticas sobre saúde, academia e recreio escolar). A partir de 2006, ficou nítida a exclusividade da tipologia de estudos qualitativos sobre a Formação de Professores de Educação Física.

    Num terceiro momento deste patamar, a partir de 2006, surgiram timidamente estudos ainda qualitativos sobre a Gestão Educacional e os Professores de Educação Física, tendo a sua intensificação em 2008. Este momento foi influenciado pelo Curso de Especialização em Gestão Educacional do CE/UFSM. Desta forma, criou-se em 2008 a Linha de Pesquisa em Gestão Educacional e os Professores de Educação Física.

    O segundo patamar das regularidades corresponde, isto já em 2008, na intensificação de publicação de pesquisas do GEPEF em periódicos, que, com certeza, foi influenciado pela política de produção do Programa de Pós-Graduação em Educação do CE/UFSM. Estes estudos ainda com a dominância da tipologia de pesquisa no Paradigma Qualitativo.

    Gostaríamos de salientar que estes momentos de regularidades não significam exclusivamente estudos nas respectivas linhas de pesquisas citadas. Os estudos se desenvolveram nas três linhas.

    Também é importante ressaltar que estas regularidades configuram o percurso da produção científica do GEPEF.

    Entretanto, outras regularidades encontradas ainda merecem alguma menção.

    Na Linha de Pesquisa Formação de Professores de Educação Física a temática mais focada foi à Formação Inicial, onde o Estágio Curricular Supervisionado em Educação Física foi o aspecto mais estudado. Tal regularidade foi influenciada pelo Programa de Pós-Graduação em Educação do CE/UFSM que compõe disciplinas obrigatórias tal como a Docência Orientada I e II e pelo ensino reflexivo que estimula a pesquisa sobre a própria prática pedagógica.

    Na Linha de Pesquisa Educação Física Escolar a temática mais focada foi à prática pedagógica do professor de Educação Física Escolar.

    No plano metodológico, a esmagadora maioria dos estudos adotou metodologias qualitativas, descrevendo-se uma grande parte como estudos de casos e adotando algumas vezes, em número bem reduzido, a metodologia de histórias de vida.

    Quanto às TENDÊNCIAS, identificamos a existência, a grosso modo, de dois patamares de ações.

    O primeiro patamar das tendências corresponde à uma ação dereestruturação de funcionamento do GEPEF’ em conseqüência da análise crítica de sua produção científica. Existe a necessidade de elaboração de projetos de pesquisas denominados de ‘Guarda-Chuva’ em cada uma das linhas de pesquisa do GEPEF como forma de concentração de produção de conhecimento. Isto logicamente impulsiona para uma nova configuração no GEPEF, abandonando a configuração de Pequenos Grupos (eram constituídos por participantes que tivessem a intenção de direcionar estudos e pesquisas afins com o que se propõem os objetivos do GEPEF), e criando coordenações de linhas de pesquisa.

    O segundo patamar das tendências corresponde à várias ações relativas a ‘produção científica do GEPEF’. São elas:

  1. A criação de um Conselho Científico do GEPEF para melhorar a qualidade dos estudos realizados. Este Conselho será formado pelo Líder e Vice-Líderes do Grupo;

  2. O incremento na publicação de artigos científicos em periódicos, preferencialmente, os classificados como Qualis/Capes na área da Educação, bem como procurar periódicos com melhor classificação no Qualis;

  3. O incremento na apresentação e publicação de pesquisa do GEPEF do tipo Artigo Completo em eventos científicos com ISBN, independentemente de ser Local, Regional, Nacional ou Internacional, pois existe a necessidade de não mais investir em Resumos porque este tipo de produção não atende mais as exigências do Coleta/Capes. Também procurar participar dos eventos Qualis da área da Educação; e,

  4. O incremento de orientação de TCCs na Licenciatura em Educação Física, pois esta é uma forma de inserir alunos da graduação no grupo, bem como preparação para o ingresso no Curso de Especialização e posteriormente no Curso de Mestrado.

    Para completar nossa análise consideramos de suma importância, para crescimento em termos qualitativos do grupo, um intercâmbio maior com outros grupos de pesquisa de outras instituições de ensino superior que estejam ligados a cursos de pós-graduação à nível de Mestrado e Doutorado, tanto na área da Educação Física quanto na área da Educação.

    Entretanto, considerando-se que os professores pesquisadores do GEPEF somente um possui o título de doutor e cinco possuem o título de mestre analisamos que o grupo ainda está carente de docentes mais qualificados para que possamos imprimir uma caminhada mais aligeirada na direção de uma produção científica de melhor qualidade. Desta forma, esperamos, em breve, adicionar em nosso quadro de pesquisadores outros docentes com titulação de doutor. Silva Jr. e Sguissardi (1999) destacam que o baixo grau de titulação do docente é um problema, pois o nível de formação é um valioso indicador de qualidade, tanto no ensino quanto na pesquisa. Conforme Santos Júnior (2008) a pesquisa é importante para possibilitar um ensino de qualidade. Para Freire (1999, p.32) a pesquisa fornece subsídios para um ensino atualizado e crítico. “Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. (...) Pesquiso para constatar, constatando intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade”.

    Para finalizar, queremos destacar que concordamos com Buriti (1999) que diz que a produção científica é um processo de construção contínuo, em que não existe um produto terminado, isto é, ela está constantemente em ampliação e re-elaboração de suas teorias que são testadas sob os mais diferentes momentos e situações, com o objetivo de descobrir novos conhecimentos.

Referências

  • ANDRÉ, M. Questões sobre os fins e sobre os métodos de pesquisa em Educação. Revista Eletrônica de Educação, São Carlos: Programa de Pós-Graduação em Educação / Universidade Federal de São Carlos, v.1, n.1, 2007.

  • ANDRÉ, M. et al. Estado da arte da formação de professores no Brasil. Revista Educação & Sociedade, v.20, n.68, p.301-309, dez., 1999.

  • ANDRÉ, M. Pesquisa em educação: buscando rigor e qualidade. Cad. Pesqui. [online], n.113, p.51-64, 2001.

  • BURITI, M. de A. Produção científica em periódicos de Psicologia do Esporte e Educação Física – Prevenção, 1999. Tese (Doutorado em Educação Física) - PUC, Campinas, 1999.

  • CARREIRO DA COSTA, F.A.A. A formação de professores: objectivos, conteúdos e estratégias. Revista da Educação Física/UEM, v.1, n.1, p.26-39, 1994.

  • CEFET-SC. Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina. Grupo de Pesquisa. Disponível em http: ∕.∕www.cefetsc.edu.br∕index.php?option=com_content&view=articlelid=297itenid=35. Acesso em 3 de janeiro de 2009.

  • CERVO, A.L.; BERVIAN, P.A. Metodologia científica. 4 ed. São Paulo: MAKRON Books, 1996.

  • CRUZ, A.M.L. A prática pedagógica dos professores de Educação Física nas escolas públicas de São Luis (MA). Revista Eletrônica de Educação, São Carlos: Programa de Pós-Graduação em Educação / Universidade Federal de São Carlos, v.1, n.1, 2007.

  • FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 10. ed. São Paulo: Paz e terra, 1999.

  • GATTI, B. A. Implicações e perspectivas da pesquisa educacional no Brasil contemporâneo. Cad. Pesqui, n.113, p.65-81, jul., 2001.

  • GAMBOA, S.S. As condições da produção científica em Educação: do modelo de áreas de concentração aos desafios das linhas de pesquisa. Revista Educação Temática Digital, Campinas, v.4, n.2, p.78-93, jun., 2003.

  • GAMBOA, S.S. Dinâmicas e conflitos na produção do conhecimento: o caso da pós-graduação em Educação da UNICAMP. Revista Educação Temática Digital (ETD), Brasília, v.8, n.1, p.161-186, dez., 2006. Disponível em http://www.143.106.58.55/revista/viewarticle.php?id=325>. Acesso em 13 de abril de 2007.

  • MARQUES, M.O. Escrever é preciso: o princípio da pesquisa. 4. ed. Ijuí: UNIJUÍ, 2001.

  • MORAES, R. Compreendendo a profissionalização mediante histórias de vida de bons professores. Revista Educação, Porto Alegre, a.XIX, n.31, p.103-118, 1996.

  • NASCIMENTO, J.V. do. A formação universitária em Educação Física: uma abordagem sobre o ambiente percebido e auto-percepção de competência profissional de formandos brasileiros e portugueses, 1998. Tese (Doutorado em Educação Física) – Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física, Universidade do Porto, Porto, 1998.

  • PACHECO, E.M. de C. Produção científica em avaliação psicológica: análise de periódicos brasileiros (1997-2002), 2003. Tese (Doutorado em Psicologia) - Faculdade de Psicologia da PUCCAMP, Campinas, 2003.

  • SANTOS JÚNIOR, S.L. dos . Professor universitário de Educação Física: discutindo suas características científico-pedagógicas e formativas, 2008. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2008.

  • SILVA JR. J. dos R.; SGUISSARDI, V. Novas faces da educação superior no Brasil: reforma do estado e mudança na produção. Bragança Paulista: Editora da Universidade São Francisco, 1999.

  • SILVA, R.C.; CABRERU, R.C. Iniciação científica: rumo à pós-graduação. Revista Educação Brasileira, Brasília, v.20, n.40, 1998.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/

revista digital · Año 14 · N° 132 | Buenos Aires, Mayo de 2009  
© 1997-2009 Derechos reservados