Avaliação de parâmetros hemodinâmicos em gestantes submetidas a diferentes profundidades de imersão Evaluación de parámetros hemodinámicos en mujeres embarazadas sometidas a diferentes profundidades de inmersión Evaluation of hemodynamic parameters in pregnant women subjected to different depths of immersion |
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*Graduadas em Fisioterapia pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM **Graduado em Fisioterapia pela UFVJM Mestrando em Biologia Celular e Estrutural pela Universidade Federal de Viçosa, UFV, Brasil. ***Graduada em Fisioterapia pela UFVJM Mestranda em Medicina Tropical e Infectologia pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG ****Graduado em Fisioterapia e Mestre em Ciências da Reabilitação pela UFMG Professor do Departamento de Fisioterapia da UFVJM |
Eliziária Cardoso dos Santos* Núbia Carelli Pereira de Avelar* Rômulo Dias Novaes** Aline Silva de Miranda*** Wellington Fabiano Gomes**** (Brasil) |
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Resumo Introdução: Há consenso na literatura a respeito da indicação de exercícios aquáticos para gestantes. Entretanto, são escassos dados a respeito da influência da imersão em variáveis fisiológicas cardiovasculares nessa população. Nesse contexto, foram objetivos do presente estudo averiguar o comportamento da Pressão Arterial (PA), Freqüência Cardíaca (FC) e edema nos membros inferiores de gestantes em diferentes profundidades de imersão. Metodologia: Foi aferida a PA e FC de três gestantes primigestas saudáveis na posição sentada em repouso e em quatro diferentes profundidades de imersão (joelho, crista ilíaca, processo xifóide e manúbrio do esterno) em uma piscina terapêutica. O edema foi avaliado através de perimetria das pernas antes e após a imersão. Resultados: Foi identificada redução progressiva e mais acentuada da FC em maiores profundidades de imersão. Dessa forma, os menores os valores de FC foram identificados ao nível do manúbrio do esterno. A PA diastólica apresentou maior queda em relação a PA sistólica e as medidas de perimetria foram menores na porção distal dos membros. Conclusão: Os resultados mostraram diminuição da FC, PA e edema gravidico em diferentes profundidades de imersão quando comparadas ao ambiente terrestre. Unitermos: Hidroterapia. Pressão arterial. Gravidez. Freqüência Cardíaca. Retorno venoso.
Abstract There is consensus in the literature regarding the indication of aquatic exercises for pregnant women. However, there is little data regarding the influence of immersion in cardiovascular physiological variables in this population. In this context, the aim of this study was investigate the behavior of blood pressure (BP), heart rate (HR) and edema in the lower limbs of women at different depths of immersion. Methods: We measured BP and HR of three healthy pregnant women sitting at rest and at four different depths of immersion (knee, iliac crest, and Manúbrio xiphoid process of sternum) in a therapy pool. The edema was assessed by perimetry of the legs before and after immersion. Results: Was identified prograssive and more marked reduction of HR in greater depths of immersion. Thus, the smaller values of HR were identified at the level of Manúbrio of the sternum. The diastolic BP showed a greater reduction than the systolic BP. In addition, the measures of perimetry were lower in the distal portion of the members. Conclusion: The results showed reduction in HR, BP and pregnancy edema in different depths of immersion when compared to the terrestrial environment. Keywords: Hydrotherapy. Blood pressure. Pregnancy. Heart rate. Venous return. |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 132 - Mayo de 2009 |
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Introdução
A gestação determina significantes alterações nos sistemas fisiológicos que permitem o desenvolvimento adequado do concepto, tornam a mulher capacitada para o parto, à lactação e ao retorno às condições pré-gestacionais. Dentre essas alterações merecem destaque as cardiovasculares como pressão arterial (PA), freqüência cardíaca (FC), consumo de oxigênio, débito cardíaco (DC) e do volume sistólico (VS), as quais são importantes para garantir ajuste contínuo do volume sangüíneo ao leito vascular (Finkelstein et al., 2004; Marchioli et al., 2004).
Em gestações normais ocorre aumento da volemia materna resultando em incremento do débito cardíaco com o objetivo de garantir a oferta adequada de nutrientes e oxigênio ao feto, além de proteger a mãe contra os efeitos danosos da diminuição do retorno venoso decorrentes da compressão uterina durante a gestação e da perda sangüínea no parto (Marchioli et al., 2004; Finkelstein, et al., 2004; Rossner 2001; Borgesv et al., 2001).
Há uma crescente preocupação em relação ao comportamento do sistema cardiovascular envolvendo atividades com o corpo imerso na água. Tal fato é justificado pelo número de indivíduos, principalmente grávidas em diferentes estágios de gestação, que adotam exercícios na água como prática regular de atividade física (Fuchs et al., 1997; Imbelloni et al., 2004).
Existe consenso na literatura a respeito da indicação de exercícios físicos em meio aquático para gestantes uma vez que reduz o impacto osteomuscular durante as atividades de modo a proporcionar maior conforto à mulher, principalmente no último trimestre de gravidez, quando o aumento do volume abdominal causa extremo desconforto para a realização de exercícios no solo (Fuchs et al., 1997; Prevedel et al.,2003; Dertkigil et al., 2005). Além disso, são descritos resultados positivos da imersão associado ou não a atividade física para a diminuição de edema no membro inferior em relação ao simples repouso (Katz, 2003; Rossner, 2001).
A literatura apresenta poucos estudos abordando o comportamento das variáveis hemodinâmicas dessa população quando imersas na água, principalmente na condição de repouso. Além disso, esses estudos são limitados a profundidades entre axilas e ombros (Finkelstein et al., 2004; Bookspan, 2000; Katz, 2003).
Para vários autores, imediatamente após a imersão, como conseqüência da ação da pressão hidrostática, uma quantidade relativa de sangue é deslocada dos membros inferiores para região do tórax, causando um aumento no retorno venoso linfático (Becker & Cole, 2000; Bookspan et al., 1972; Greenleaf 1974; Hall et al., 1990).
A simples imersão ou atividade física em meio aquático está associada a inúmeros benefícios para as gestantes (Dertkigil, 2005; Finkelstein et al., 2004; Katz, 2003). Dessa forma, é de extrema importância elucidar o comportamento da FC, PA e do retorno venoso nos membros inferiores nessa população durante a imersão em diferentes profundidades. Essa avaliação poderá fornecer informações adicionais que poderão ser utilizadas para elucidar o impacto da prática de exercícios físicos subaquáticos sobre essas variáveis durante o período gestacional.
Tendo em vista o limitado conhecimento a respeito da influencia da imersão em variáveis cardiovasculares na população de gestantes, o objetivo do presente estudo foi averiguar a resposta da PA, FC e condição de edema de membros inferiores de gestantes submetidas a diferentes profundidades de imersão.
Sujeitos e métodos
A amostra do presente estudo foi composta por três grávidas, com média da idade de 19 ± 2,5 anos, no segundo trimestre de gestação. As voluntárias foram selecionadas por meio de sorteio realizado em uma ESF (Estratégia de Saúde da Família) de uma cidade do norte de Minas Gerais – Brasil. Foram adotados como critérios de exclusão ser praticante de hidroterapia, alteração cognitiva, uso de medicamentos que interferissem nas variáveis avaliadas, presença de infecções cutânea, obesidade, uso de substancias estimulantes (cafeína, álcool e nicotina) até 12 horas antes das aferições. Foi adotado como critérios de inclusão, o acompanhamento regular do pré-natal, boas condições de saúde e gravidez sem risco, comprovado por meio de atestado emitido pelo médico que faz o acompanhamento pré-natal da gestante.
A coleta de dados foi realizada na Piscina Terapêutica da Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucurí MG - Brasil. As voluntárias assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido, no qual constaram todas as informações pertinentes ao estudo e uma ficha de dados individuais. Para as mensurações da FC foi utilizado um freqüencímetro digital de pulso da marca Blitz, a PA através do esfigmomanômetro do tipo aneróide da marca BD e estetoscópios biauriculares da marca Lítman e o Retorno Venoso (RV) realizando perimetria de membro inferior. Para determinar a profundidade de imersão foram tomados como referência quatro pontos anatômicos (Fossa Poplítea, Crista Ilíaca, Processo Xifóide do Esterno e manúbrio do esterno). Antes de dar inicio ao procedimento de coleta dos dados os parâmetros de umidade foram devidamente mensurados e a temperatura controlada através de um termômetro devendo estar em torno de 30° a 33° C (termoneutra).
Cada voluntária ao entrar na água foi acompanhada por um fisioterapeuta e dois pesquisadores que deram as devidas instruções e realizaram as mensurações, utilizando o seguinte protocolo de estudo: Inicialmente a voluntária permaneceu em repouso durante dez minutos na posição sentada fora da piscina para que as variáveis se estabilizassem e os dados pudessem ser coletados. Em seguida a voluntária foi encaminhada para a piscina onde permaneceu em repouso por dois minutos antes de cada mensuração, considerando os pontos anatômicos descritos. Após esse período de imersão foi realizado novamente perimetria de membros inferiores fora da piscina.
Resultados
Figura 1.
Variação Freqüência Cardíaca de três gestantes, em diferentes profundidades de imersão.
Figura 2. Variação da pressão arterial Sistólica de três gestantes (A, B e C), em diferentes profundidades de imersão.
Figura 3. Variação da pressão arterial Diastólica de três gestantes (A, B e C), em diferentes profundidades de imersão.
Tabela 1. Dados da Perimetria de membros inferiores (cm) de três gestantes (A, B e C) antes e após a imersão em piscina terapêutica.
Antes |
Gestante A |
Gestante B |
Gestante C |
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Membros |
Direito |
Esquerdo |
Direito |
Esquerdo |
Direito |
Esquerdo |
5 cm da BIP |
30,5 |
30 |
35,5 |
37 |
28,5 |
28,5 |
10 cm da BIP |
32,7 |
31,5 |
36,5 |
38,2 |
29 |
29 |
15 cm da BIP |
30 |
31,5 |
33,5 |
34 |
27 |
28 |
20 cm da BIP |
27,5 |
27 |
27,4 |
33 |
23,5 |
24 |
25 cm da BIP |
23,5 |
24 |
23,5 |
24,3 |
20,5 |
21 |
Após |
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5 cm da BIP |
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10 cm da BIP |
31,2 |
31,5 |
35,2 |
36,5 |
28,7 |
29 |
15 cm da BIP |
28,9 |
29,5 |
31,3 |
33,5 |
26,3 |
27,5 |
20 cm da BIP |
26,5 |
26,4 |
26 |
27,5 |
23 |
23,5 |
25 cm da BIP |
22,7 |
23 |
21,8 |
22,7 |
20,2 |
20,3 |
Obs: BPI (borda inferior da patela)
Discussão
A gestação determina significantes alterações nos sistemas fisiológicos, em especial no sistema cardiovascular. Dentre essas alterações destacam-se as variações da PA, FC e retorno venoso (Marchioli et al., 2004; Oliveira et al., 1997).
No presente estudo verificou-se diminuição da freqüência cardíaca em todas as voluntárias, e esta foi proporcional a profundidade de imersão. Dados semelhantes foram encontrados no estudo de Finkelstein et al., (2004) que verificou uma queda significativa da FC em imersão quando comparada com a posição fora da água. A diminuição desta variável pode ser explicada devido a interação entre um maior enchimento dos ventrículos durante a diástole (aumento do retorno venoso) e um esvaziamento sistólico mais completo, proporcionando assim um aumento do volume de ejeção e consequentemente a diminuição da FC (MARCHIOLI et al., 2004 & Mcardle, 1998).
Neste estudo observou-se que houve uma tendência maior para a diminuição da FC entre a Crista Ilíaca e processo Xifóide, entretanto em outros estudos essa diferença foi mais significativa ao nível do quadril. Esses dados podem ser explicados uma vez que durante a imersão o volume sangüíneo na região central aumenta devido à pressão hidrostática, a qual é responsável pela redistribuição sangüínea. Esse efeito mostrou-se mais pronunciado na imersão ao nível do processo Xifóide, uma vez que há uma maior pressão hidrostática sobre uma maior superfície corporal, fazendo com que o volume central torne-se mais significativo (Prevedel et al., 2003; Rossner, 2001).
É conhecido que durante o primeiro e segundo trimestre da gestação a pressão arterial apresenta uma queda e uma pequena elevação no ultimo trimestre, sendo que a maior variação ocorre na pressão arterial diastólica (Marchioli et al., 2004; Oliveira & Arcuri, 1997). No presente trabalho foi observada redução da PA, tanto sistólica quanto diastólica. Esses achados foram semelhantes ao encontrado no estudo de Finkesten et al., (2004) que também identificou diminuição significativa da PA nas onze gestantes avaliadas. Alguns autores descreveram que esse comportamento pode estar relacionado à diminuição da renina plasmática e aumento da concentração do peptídeo natriurético atrial, que resulta da expansão do volume sangüíneo na água (Finkelstein et al., 2004).
Dertkigil, (2005) em um estudo sobre atividade física e imersão em água durante a gestação verificou que houve diminuição do edema gravídico com a imersão. Este fato pode ser explicado pela pressão hidrostática que atua sobre o sistema venoso-linfático, fazendo com que maior quantidade de sangue seja deslocada dos membros inferiores, diminuindo o edema freqüentemente observado em grávidas (Rossner, 2001; Borgesv et al., 2001; Becker et al., 2000; Bookspan, 2000). No presente estudo verificou-se diminuição nos valores de circunferência do membro inferior o que pôde ser comprovado por meio da perimetria. Como esperado, as diminuições mais pronunciadas foram encontradas na região distal do membro, uma vez que neste local, maior força hidrostática é exercida.
Conclusão
Os resultados obtidos mostram diminuição da FC, PA e edema gravidico durante a imersão quando comparadas ao ambiente terrestre. Tais diminuições foram proporcionais à profundidade de imersão. Com esses resultados, podemos inferir que o ambiente aquático é benéfico a essa população e pode ser adequado para a prática de exercícios físicos, auxiliando na orientação de decisões clinicas mais seguras.
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