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Envelhecimento ativo: a percepção de escolares e idosos

Envejecimiento activo: la percepción de escolares y personas de la tercera edad

 

Professor de Educação Física. Pós-Graduando em Ciências do Movimento Humano

pela Universidade de Cruz Alta - UNICRUZ

**Professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências do

Movimento Humano da Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ Especialista em Educação

Mestre em Ciências do Movimento Humano e Doutoranda em Ciências Sociais pela UNISINOS

Integrante do GIEEH – Grupo Interdisciplinar de Estudos do Envelhecimento Humano

José Ritter Alon*

alonritter@hotmail.com

Solange Beatriz Billig Garcés**

sbgarces@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

Resumo

          Este estudo caracterizou-se como pesquisa descritiva exploratória, cujo objetivo foi analisar a percepção de envelhecimento ativo que existe entre os alunos de uma Escola Estadual de Ensino Médio e entre os idosos participantes de um grupo de terceira idade da cidade de Tenente Portela-RS. Participaram vinte e um alunos com idades entre 15 e 20 anos e dezesseis idosos, a partir de 65 anos. Os instrumentos utilizados na pesquisa foram um roteiro de entrevista misto e o IPAQ- Questionário Internacional de Atividade Física versão curta. Analisaram-se os dados quantitativos através da estatística descritiva (média, moda, e desvio padrão) apresentados em tabelas de freqüência; e os dados qualitativos, de forma descritiva interpretativa. Os resultados indicaram que alunos e idosos sabem do declínio, principalmente físico, que ocorre com o envelhecimento também de como retardar e amenizar seus efeitos, preocupando-se em obter uma velhice bem-sucedida. Conclui-se que tanto escolares como idosos estão cientes de que a atividade física deve estar presente em todas as fases da vida, para que se obtenha um envelhecimento com mais qualidade.

          Unitermos: Envelhecimento. Atividade Física. Idosos. Jovens.

 

Abstract

          This study was characterized as an exploratory descriptive study whose objective was to analyze the perception of aging asset that exists between students of a State School to High School City of Lieutenant Portela - RS, and among elderly participants of a group of third age also of Lieutenant Portela -RS. Study participants were twenty-one students aged 15 to 20 years, and sixteen elderly people aged from 65 years. The instruments used in the study were a mixed script of interview and IPAQ-International Physical Activity Questionnaire short version. Quantitative data were analyzed using descriptive statistics (mean, mode, standard deviation) and you test presented in tables of frequency, and qualitative data were analyzed in a descriptive interpretation. The results indicated that older students and know the decline, mainly physical, that occurs with aging, as well as the delay and soften its effects, is concerned to achieve a successful old age. It is concluded that both children and elderly people are aware that physical activity must be present at all stages of life, to get a better quality with aging.

          Keywords: Aging. Physical Activity. Elderly. Young.

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 132 - Mayo de 2009

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Introdução

    Desde sua origem, caracterizou-se o ser humano pelo movimento, pois no início dos tempos, o homem precisava caçar para sobreviver, ocasionando assim, um grande esforço físico. Com a evolução, continuou a praticar atividades físicas, como arar, capinar, plantar e tudo isso se fazia manualmente.

    Com o avanço tecnológico ocasionado pelo próprio homem a fim de facilitar suas tarefas, ocorreu um aumento acentuado do sedentarismo, onde ao invés de realizar trabalho braçal, utiliza-se apenas o menor esforço possível, como apertar um simples botão. Essa vida sedentária que as pessoas levam hoje provoca o declínio das funções vitais do organismo, causando assim, um viver sem movimento. Proporciona como consequência o aparecimento de doenças, desde muito jovem, resulta assim um envelhecimento com menor qualidade.

    Em contrapartida, o avanço tecnológico auxilia na atual realização de inúmeras pesquisas, na área da saúde. Também se fez descobertas importantíssimas para que se aumente o combate ao sedentarismo e se busque qualidade em todos os ciclos da vida humana. Desta forma, a população em geral se conscientiza da importância do movimento para uma melhor qualidade de vida, principalmente para a manutenção da saúde e um consequente envelhecimento saudável. Neste sentido, como profissionais da área da saúde, entende-se a importância da Educação Física na sociedade, pois se estimula o ser humano a realizar atividades físicas desde sua infância. O espaço oficial e pedagógico é a escola, tornando-se então um meio de referência para começar este trabalho.

    De fato, chama a atenção ser a escola, principalmente as aulas de Educação Física o local em que a criança faz uso da atividade física para explorar o seu desenvolvimento. Deve então o professor de Educação Física aproveitar esse momento para introduzir a atividade física no cotidiano de seus alunos, como uma forma prazerosa de manutenção da saúde, as quais irão crescer, se desenvolver e envelhecer, se beneficiando do movimento.

    Salienta-se que estudiosos do envelhecimento, como Mazo, Lopes e Benedetti (2004), reforçam ser o papel da Educação Física na escola um grande contribuinte para a criação do hábito da prática de atividades físicas. É fundamental que se trabalhe a atividade física e seus benefícios desde cedo, contribuindo desse modo, para que o indivíduo adquira qualidade de vida no que se refere ao seu aspecto físico, emocional e social. Extensivo também para que a população idosa continue em constante cuidado preventivo com sua saúde.

    O exercício físico, quando praticado regularmente e orientado por um profissional capacitado, pode retardar os efeitos fisiológicos gerados pelo envelhecimento. Quanto mais cedo aderir a sua prática, os efeitos deletérios do processo de envelhecimento tornam-se mais lentos, além dos idosos garantirem sua capacidade funcional e autonomia.

    Desta forma, volta-se a atenção para o contexto de trabalho e se busca na realidade empírica de um grupo de idosos e um grupo de escolares da cidade de Tenente Portela-RS a percepção destes sobre o envelhecimento e a importância da atividade física para a manutenção da sua saúde.

    Neste sentido, reforça-se o estado da arte a partir dos temas envelhecimento, envelhecimento ativo, aptidão física e saúde e exercícios físicos antes dos resultados desta pesquisa.

Envelhecimento

    Todo ser vivo tem como característica, nascer, crescer (desenvolver), envelhecer e morrer. De acordo com esta idéia, Hoffmann (2002), salienta que todo organismo vivo possui um tempo limitado de vida e no decorrer dos anos sofre mudanças em sua estrutura fisiológica. Além desses aspectos este envelhecimento pode ser saudável ou não, dependendo muito de fatores extrínsecos e intrínsecos (MATSUDO, 2001).

    Sem dúvida, Simões (1998) preleciona que não se encara o envelhecimento como o fim da vida, e sim, como uma fase que necessita de uma adaptação do indivíduo para que continue vivendo com qualidade.

    Nesta perspectiva Mazo, Lopes e Benedetti (2004), salientam que toda pessoa idosa precisa ter seus direitos e deveres garantidos. Deve assim viver com tranquilidade dentro da sociedade a qual faz parte, participar de atividades e se integrar com outras pessoas, tendo segurança, renda própria e cuidado adequado.

    Com efeito o envelhecimento é a fase da vida em que o indivíduo, precisa estar ciente das mudanças que ocorrem em sua condição física e também no aspecto psicológico, para que se adapte com a nova realidade em que vive. Também que busque sempre viver dentro de uma sociedade que lhe garanta seus direitos e deveres, assim como lhe dê auxílio para viver com qualidade.

    Por isso estudiosos do envelhecimento humano acreditam que a melhor forma de manter a saúde ao longo da vida é a prática regular de atividades físicas, trazendo inúmeros benefícios, principalmente para a população idosa.

Envelhecimento ativo

    Conceitua-se historicamente o envelhecimento como uma fase da vida em que o indivíduo está frágil, devendo o mesmo ficar em casa, muito se ouvia e ainda se ouve, “ficar em casa esperando a morte”. Trata-se de conceito ultrapassado das pessoas menos informadas, graças a divulgação de vários estudos na área da Saúde. Neste contexto, Domingues Filho (2002), coloca que a população conscientiza-se dos benefícios que a atividade física proporciona para a saúde, por isso está cada vez mais comum ver pessoas idosas se exercitando.

    Com certeza quanto mais ativa for uma pessoa, desde que dentro de seus próprios limites, melhor será o seu envelhecimento, pois como se verá adiante, os inúmeros benefícios provocados pelos exercícios físicos.

    Pondera-se assim a não se associar o envelhecer ao desenvolvimento de patologias, visto que ao se somar o envelhecimento com um estilo de vida sedentário, ocorrerão enfermidades. Em contrapartida sendo ativo, o idoso terá grandes chances de se manter saudável.

Aptidão física e saúde

    A aptidão física do ser humano está cada vez mais comprometida, pois a modernidade trouxe a tecnologia e com isso a diminuição de atividades de prevalência física. Para manter sua aptidão física ao nível adequado, torna-se necessário que todo indivíduo realize atividade física regularmente.

    No contexto, Pitanga (2004), salienta que para se manter sadio, é de extrema importância praticar exercícios físicos regularmente, e em consequência disso, adquirir uma adequada aptidão física.

    Relaciona-se diretamente a aptidão física de um indivíduo com sua saúde. Uma pessoa ativa possui menos chances de desenvolver doenças crônico- degenerativas, realiza sua atividades diárias sem a ajuda de terceiros, e decorrente disso, melhora ainda mais sua aptidão.

    Por isso a aptidão física voltada para a saúde auxilia na realização das atividades do dia a dia com energia e se associa a um baixo risco de desenvolver doenças crônico-degenerativas, atribuídas a pessoas sedentárias e idosas (PATE, 1988 apud PITANGA, 2004).

Benefícios do exercício físico

    É importante salientar a diferença existente entre exercício físico e atividade física, para que não se faça confusão entre os dois termos.

    Na definição de Barbanti (2003, p. 53), atividade física é:

    [...] uma totalidade de movimentos executados no contexto do esporte, da aptidão física, da recreação, da brincadeira, do jogo e do exercício. Num sentido mais restrito, é todo movimento corporal, produzido por músculos esqueléticos, que provoca um gasto de energia.

    Já o exercício físico o mesmo autor o define como sendo “[...] uma seqüência de movimentos repetidos sistematicamente com o objetivo de elevar o rendimento. O exercício físico constitui uma exigência básica para o desenvolvimento adequado do corpo” (p. 249).

    Ainda o autor pondera que a falta de exercício físico ocasiona flacidez dos músculos, acúmulo excessivo de gorduras, eliminação insuficiente dos produtos de excreção do organismo e ainda uma lentidão do processo digestivo, podendo causar doenças.

    Faz-se mister tornar claro que um programa de exercícios físicos, quando bem organizado, promove melhora na aptidão física do indivíduo, além de evitar vários problemas de saúde ocasionados pelo sedentarismo.

    De acordo com Rocha (2002), o exercício físico divide-se em: aeróbico, quando envolve grandes grupos musculares, sendo de baixa intensidade e longa duração e como exemplo cita-se a caminhada e a corrida entre outros; e anaeróbico, é o de alta intensidade e curta duração, como a musculação.

    De fato um programa de exercícios físicos bem estruturado deve conter exercícios aeróbicos e anaeróbicos, que auxiliem na melhora do condicionamento cardiorrespiratório, resistência muscular localizada, flexibilidade e força, pois todos são de grande importância para a aptidão física voltada para a saúde. Partindo desses exercícios, deve-se dar ênfase aos que atendam as necessidades e objetivos de cada indivíduo.

    Um fator importante na realização de exercícios físicos, é o de seguir corretamente o programa de treinamento prescrito pelo professor de Educação Física, pois se realiza esta prescrição de acordo com a condição física de cada indivíduo, com a finalidade de atender seus objetivos e principalmente não provocar nenhum dano a sua saúde.

    Portanto, fica clara a necessidade que o exercício físico possui para se ter saúde, prevenir doenças crônico-degenerativas e o consequente desfrutar de um envelhecimento saudável, auxiliando favoravelmente na autonomia do idoso, onde o mesmo desenvolve suas atividades diárias, sem necessitar da ajuda de nenhuma pessoa.

Grupos de terceira idade

    Atualmente se torna muito comum a participação do idoso em grupos de terceira idade, sendo esses grupos de grande importância para a sua vida social.

    O idoso ativo constrói maior socialização, pois além dos benefícios físicos que o exercício proporciona, aumenta a autoestima de qualquer pessoa. O idoso, sente-se mais à vontade para participar de atividades dos grupos de convivência e isso o faz mais alegre e disposto em contato com outras pessoas.

    Como reforça Corazza (2005), o idoso conta com vários locais e atividades na parte social, de lazer, esportiva, econômica e jurídica, tais como: Associações e clubes da terceira idade, Conselho Municipal do Idoso, Delegacia do Idoso, Faculdades abertas a terceira idade, Promotoria de Atendimento ao Idoso, locais para festas e bailes, diários para a terceira idade, Clube da Melhor Idade da Secretaria de Esporte e Turismo, dirigido por pessoas com mais de 60 anos, eventos como JORI (Jogos Regionais de Idosos), entre outros.

    Ressalta-se que há também grupos de idosos criados por entidades, como por exemplo, os grupos mantidos por prefeituras, onde os idosos se reúnem um ou dois dias por semana, e realizam atividades como danças, palestras, atividades físicas, ou simplesmente se encontram com seus amigos.

    Neste sentido, é importante que estes grupos ofereçam aos seus integrantes a oportunidade da prática de exercícios e atividades físicas, orientadas por profissionais da área da Educação Física, os quais indicarão as atividades direcionadas a eles. Destaca-se ser uma possibilidade de manutenção da saúde, diminuição do aparecimento de doenças crônico-degenerativas e um espaço de efetivação de políticas públicas na área da saúde, assistência social e educação.

Educação Física Escolar: é possível um trabalho de percepção de um envelhecimento bem-sucedido na escola?

    Assume relevância a ponderação de Panelli e De Marco (2006), ao prevenirem que a sociedade muitas vezes despreza as escolas onde não são ministradas aulas de informática e de alguma língua estrangeira, e certamente não é dado o devido valor às aulas de Educação Física, que possibilitam através de suas atividades, um desenvolvimento físico, psicomotor e cognitivo, necessários ao desenvolvimento integral da criança.

    Com essa crescente valorização de atividades consideradas mais produtivas, a Educação Física perde espaço nas escolas e como consequência, criam-se gerações que dominam a tecnologia, porém sedentários e com problemas de saúde já na infância.

    Nesta vertente relembra Pereira (2006), o olhar sobre a Educação Física foi durante muito tempo como uma atividade que desenvolvia as funções físicas através do movimento corporal e também como hora do lazer.

    Por certo a Educação Física escolar gera grandes discussões, sobre quais os conteúdos a serem trabalhados em aulas. Há profissionais que defendem a recreação, alguns defendem os exercícios ginásticos e outros, a iniciação esportiva. Entretanto, já se desenvolve a Educação Física nas escolas há muito tempo, onde os conteúdos que predominam são os de ginástica e os de recreação. Com isso se indaga sobre onde houve falha e o que falta a fim de que a Educação Física se firme nas escolas, e como direcionar os alunos para que mantenham uma vida fisicamente ativa (CONFEF, 2002).

    A partir dessas discussões cada vez mais frequentes no meio acadêmico, Pereira (2006), salienta a importância da interdisciplinaridade. Consiste na forma de desenvolver assuntos como a fisiologia do exercício, e mostrar para a criança a importância do exercício físico para um bom desenvolvimento, que lhe oportunizará crescer e envelhecer com saúde.

    Como explicita o CONFEF (2002), os alunos deveriam ver as aulas de Educação Física como algo necessário, contribuindo para uma vida mais ativa, isso não ocorre, pois na maioria dos casos, a Educação Física escolar procura formar equipes em vez de enfatizar o que os educandos realmente esperam e necessitam da disciplina.

    Desta forma fica claro qual é o papel do professor de Educação Física, que deve atuar mostrando a importância da disciplina na escola. Isso desperta nos educandos o gosto pela cultura do movimento. Este aprendizado abrange todo o decorrer de sua vida, como possibilidade de aquisição da aptidão física e como forma de chegar a um envelhecimento bem-sucedido.

Metodologia da pesquisa

    Primeiramente se contatou o diretor da Escola e a coordenadora do grupo de idosos, explicando aos mesmos, o interesse de realizar o estudo em suas entidades e solicitando autorização para tal.

    A seguir explicou-se aos alunos e aos idosos os objetivos e os procedimentos para a coleta dos dados. Todos que manifestaram interesse e se dispuseram a participar do estudo, assinaram um termo de consentimento, de acordo com as indicações da resolução 196 do Conselho Nacional de Saúde-CNS.

    Participaram desta pesquisa descritiva exploratória, vinte e um alunos de uma Escola Estadual de Ensino Médio, de ambos os sexos, na faixa etária de 15 a 20 anos, e treze idosos do Grupo de Terceira Idade Girassol, ambos os sexos, com idades a partir de 65 anos, todos da cidade de Tenente Portela – RS.

    Os instrumentos utilizados no estudo foram um roteiro de entrevista composto por perguntas mistas e o IPAQ (Questionário Internacional de Atividade Física versão curta).

    Analisou-se os dados quantitativos através da estatística descritiva (análise de percentual, desvio padrão e moda), apresentados em tabelas de frequência de respostas. E os dados qualitativos de forma descritiva interpretativa conforme matriz de análise. Já para a classificação do nível de atividade física usou-se o critério de classificação conforme consenso do CELAFISCS e o Center For Disease Control (CDC) de Atlanta 2002 (MATSUDO et al., 2002), critérios estes relacionados à frequência e duração.

Resultados e discussões

    A apresentação dos resultados desta pesquisa será em duas partes: a primeira parte se deterá nas informações sobre a prática de atividade física e os níveis de atividade física apresentado por alunos e idosos; a segunda parte refere-se à percepção do envelhecimento e ao conhecimento sobre a importância da prática da atividade física para um envelhecimento bem-sucedido.

Prática de atividade física, regularidade e frequência, tipo de atividade física, local, se é orientado por profissional especializado ou não e níveis de atividade física

    Analisando as tabelas 1 e 2, observa-se que o maior percentual de alunos e idosos possuem o hábito de praticar atividade física, onde 90, 5%, dos alunos e 92,3%, dos idosos realizam atividade regularmente.

Tabela 1. Alunos que realizam atividade física regularmente

Tabela 2. Idosos que realizam atividade física regularmente

    Os resultados apresentados acima, mostram que alunos e idosos, realizam exercício físico, sendo este fundamental para se diminuir e retardar os declínios fisiológicos provocados pelo envelhecimento, pois na opinião de Fox, Bowers e Foss (1991), o exercício físico quando praticado regularmente, proporciona vários benefícios, desde que sejam controladas a frequência, intensidade, duração do treinamento e também a modalidade da atividade. Buscar-se atender as necessidades e objetivos de cada indivíduo. Com esse controle, pode-se melhorar a saúde e a qualidade de vida.

    As tabelas 3 e 4 apresentam a frequência com que os alunos e idosos realizam atividade física. De acordo com a tabela 3, observa-se ser mais de três vezes por semana que os alunos fazem atividade física. Consiste na prática ideal, pois de acordo com Domingues Filho (2002), deve-se realizar atividade física de 3 a 6 vezes semanais, observando o nível de aptidão física de cada indivíduo. E apenas 9,5% realizam atividade física apenas uma vez na semana, enquanto o mesmo número (9,5%), não pratica atividade física.

Tabela 3.Frequência da prática de atividade física dos alunos

Tabela 4. Freqüência da prática de atividade física de idosos

    Na tabela 4 observa-se que 38,5% dos idosos praticam atividade física mais de três vezes na semana, sendo o número ideal. Enquanto 46,2% dos idosos realizam atividade física apenas uma vez na semana e apenas 7,7%, não praticam atividade física.

    Esses dados mostram que 23,8% dos alunos e 53,9% dos idosos, devem aumentar suas sessões semanais de atividade física, para adquirirem uma aptidão física ideal.

    Acrescenta Dantas (2003), ser ideal praticar atividade física de 3 a 5 vezes semanais, para não correr risco de ocorrer lesões pelo excesso ou pela falta de atividade e também para se adquirir uma boa aptidão física. Inclui-se qualquer pessoa em um programa de atividades físicas, desde que sua condição física esteja de acordo com as atividades propostas.

    Afirma-se então que tanto idosos, quanto alunos podem e devem praticar atividade física devendo ser a mesma direcionada e adaptada para cada faixa etária (FREITAS et al., 2006).

    As tabelas 5 e 6, apresentam as atividades mais praticadas por alunos e idosos.

Tabela 5. Atividade física mais praticada por alunos

Tabela 6. Atividade física mais praticada por idosos

    Observando as tabelas 5 e 6, nota-se que entre alunos e idosos, o que é mais frequente é praticar a caminhada, onde 52,4% dos alunos e 53,8% dos idosos são adeptos desta prática. A caminhada é uma atividade considerada simples e que não exige tanto esforço proporcionando inúmeros benefícios ao praticante (DOMINGUES FILHO, 2002). Talvez por esta razão seja a mais praticada por alunos e idosos.

    Destaca-se entre os idosos a prática de mais uma atividade, a dança, atividade esta que proporciona ao idoso uma vida social ativa. De acordo com Mazo, Lopes e Benedetti (2004), as atividades de maior interesse de idosos são aquelas desenvolvidas em grupos.

    Entre os alunos existe uma gama maior de atividades, as quais os mesmos são adeptos, mostrando a inserção dos mesmos em uma cultura corporal de movimento e que corrobora com a importância à Educação Física Escolar. De acordo com o CONFEF (2002), um de seus objetivos é mostrar a importância da cultura corporal de movimento ao aluno, como forma de manter e melhorar sua qualidade de vida, assim como de integração através de jogos, lutas, danças e demais formas de movimento.

    As tabelas 7 e 8, apresentam os locais onde alunos e idosos realizam sua atividades físicas.

Tabela 7. Locais onde alunos praticam atividade física

    Na tabela 7 observa-se que 52,4% dos alunos realizam sua atividade física na escola, mostrando assim a importância da Educação Física Escolar, pois de acordo com Panelli e de Marco (2006), a Educação Física proporciona através de suas atividades, o desenvolvimento integral à criança.

    Como visto anteriormente, a maioria dos alunos realiza sua atividade mais de três vezes semanais, fica claro que a Educação Física não deve perder seu espaço nas escolas, pois talvez durante as aulas, seja o único momento em que muitos alunos podem usufruir os benefícios proporcionados pela atividade física.

Tabela 8. Locais onde idosos praticam atividade física

    Na tabela 8, nota-se que 69,2% dos idosos realizam sua atividade física dentro do grupo de idosos. Este resultado mostra a importância de tais grupos na vida do idoso, que só ganha com a participação em grupos sociais. Dessa forma Straussburger (1999), pondera que com o envelhecimento, além de perdas físicas também ocorrem perdas sociais, que influenciam negativamente a saúde do idoso deixando o mesmo isolado em sua própria casa.

    Certamente deve ser incentivada a participação ativa na sua comunidade e principalmente dentro dos grupos de idosos e em atividades de lazer e de encontros com seus amigos. Assim se evitam os danos sociais e diminuem os problemas físicos causados pelo envelhecimento.

    É oportuno esclarecer a necessidade de o idoso fazer valer os seus direitos, pois de acordo com o Estatuto do Idoso, são direitos do mesmo: a participação na vida familiar e comunitária e à prática de esportes e de diversões (BRASIL, 2003).

    Questionou-se neste estudo se a atividade física realizada pelos idosos e pelos escolares é prescrita ou não por profissional de Educação Física. Os resultados indicam que o profissional de Educação Física torna-se de fundamental importância na prescrição de atividades físicas, pois 57,1%, dos alunos e 84,6%, dos idosos sua atividade física é orientada por um profissional da área de Educação Física. Ao realizar atividade física sem prescrição e orientação alguma, poderá haver problemas no futuro, pois não apresentam conhecimento específico para discernir sobre a correta adequação às necessidades. Sem a orientação de um professor de Educação Física, o indivíduo corre o risco de desenvolver lesões por movimentos incorretos ou por esforço repetitivo.

    Especifica-se que um profissional de Educação Física antes de prescrever um treinamento, sempre realiza algumas avaliações e de acordo com os resultados obtidos, prescreve atividades que respeitem os limites de cada indivíduo e que promovam melhoras ao organismo (DOMINGUES FILHO, 2002).

    De fato, cresce a valorização ao profissional de Educação Física na sociedade, pois a população conscientiza-se de que é necessário exercitar-se e para isso torna-se de extrema importância o acompanhamento de um profissional capacitado (CONFEF, 2008).

    O presidente do CONFEF Jorge Steinhilber, em seu discurso durante o I Congresso Nacional do Sistema, CONFEF/CREFs um Novo Marco (2008) , cita que “a principal razão de nossa existência (professor de Educação Física) é a proteção da sociedade [...]”.

    Os alunos e idosos cuja prescrição de atividades se fez através de profissional de Educação Física, também são orientados por um profissional capacitado para este fim, enquanto realizam sua atividade física. Conforme Dantas (2003), capacita-se o professor de Educação Física para acompanhar e orientar seus alunos, buscando sempre a execução correta dos movimentos, verificar a evolução dos mesmos e sempre os orientando para atingir seus objetivos.

    É de extrema importância que os profissionais de Educação Física, sempre se atualizem, mostrando à sociedade que estão qualificados para exercerem a sua prática profissional, garantindo a saúde da sociedade (CONFEF, 2008).

    A maioria dos alunos (95,2%) e dos idosos (92,3%) possuem consciência de que a prática de atividade física é salutar para que se obtenha um envelhecimento com melhor qualidade, pois em uma pessoa sedentária sua capacidade fisiológica diminui mais rapidamente, quando comparada com uma pessoa ativa fisicamente (KATCH; MCARDLE, 1990).

    Diante disso, cabe ressaltar que “O exercício físico é benéfico a todos os indivíduos, desde que levadas em consideração às características particulares de cada um” (MARTINS, 2000. p. 01). Ainda explica o autor, a atividade física quando bem orientada, tende a melhorar as capacidades físicas e habilidades motoras do praticante, que geralmente sofrem uma regressão durante o processo de envelhecimento.

    É mister salientar que com a prática regular de atividade física, é possível retardar e até mesmo diminuir os efeitos fisiológicos provocados pelo envelhecimento. No entanto, se deve buscar uma atividade física que dê prazer ao indivíduo, para que assim se torne um hábito e atenda às necessidades de cada pessoa.

    No enfoque aos benefícios proporcionados pela atividade física, 95,2% dos alunos acreditam que ocorrem somente no aspecto físico. Em consequência do sedentarismo na infância, muitos adultos sentem a necessidade de praticarem exercícios e procuram profissionais de Educação Física sempre com os mesmos objetivos: perda de peso, fortalecimento de músculos flácidos, ordem médica, etc (PANELLI; DE MARCO, 2006).

    Um aspecto a que se refere Domingues Filho (2002), consiste na prática regular de exercício físico, há ocorrência de um aumento da massa muscular e diminuição da gordura corporal, além de outros benefícios, bom para a estética e para a saúde do indivíduo.

    Igualmente Mazo, Lopes e Benedetti (2004) acrescentam que com a prática de atividades físicas, também é possível melhorar a participação do indivíduo na sociedade, tornando-o mais sociável.

    Entre os idosos, 69,2% observam benefícios físicos e 30,8%, benefícios sociais. Estes resultados revelam que o idoso, além do aspecto físico, também necessita da atividade física para se manter ativo. Isso faz com que em vez de se excluir e de se envolver com outras pessoas, ou ainda perder mais o seu espaço na sociedade em que vive, procura através da atividade física também a socialização.

    Complementando esta idéia, Mazo, Lopes e Benedetti (2004), afirmam ser de fundamental importância que o idoso se mantenha ativo e assim consiga cultivar sua capacidade de realizar as atividades da vida diária de forma independente, possibilitando ainda a sua participação no contexto social em que se insere.

    Considera-se oportuno mencionar que a relação entre corpo e movimento, é uma excelente opção para se viver com saúde e se adaptar com as mudanças sociais provocadas pelo envelhecimento, melhorando assim, a qualidade de vida do idoso.

    Nas tabelas 9 e 10, aparecem o nível de atividade física, na opinião de alunos e de idosos.

Tabela 9. Nível de atividade física dos alunos, baseado na sua opinião

Tabela 10. Nível de atividade física dos idosos, baseado na sua opinião

    As tabelas 09 e 10, mostram que 81,0% dos alunos e 53,8% dos idosos consideram-se ativos, enquanto que entre os alunos, 19,0% se consideram sedentários e 46,2% dos idosos com a mesma opinião.

    Esses resultados divergem dos apresentados nas tabelas 11 e 12, cujos resultados são do nível de atividade física obtidos através da aplicação do Questionário IPAQ. Verifica-se que entre os alunos ocorreu uma diminuição de quase 15% entre os ativos, que são 66,7% e 33,3% sedentários. Porém a grande diferença ficou entre os idosos, que tiveram uma diminuição de mais de 20% entre os ativos e um aumento que ultrapassa 30% entre os sedentários, sendo 23,1% ativos e 76,9% sedentários.

    Para Domingues Filho (2002), a atividade física deve levar em conta características fisiológicas, anatômicas e psicológicas, para que o indivíduo tenha uma experiência segura e efetiva e não se prive da prática de atividades físicas,. Esta abstenção além de não retardar o processo de envelhecimento pode promover uma antecipação do mesmo.

    Os dados apontam que 33,3% dos alunos e 76,9% dos idosos, deveriam aumentar a sua prática diária de atividade física, para que assim retardem e reduzam a diminuição da capacidade funcional do indivíduo provocada pelo envelhecimento (PAPALÉO NETTO; PONTE, 2000).

Tabela 11. ível de atividade física dos alunos de acordo com o IPAQ

Tabela 12. Nível de atividade física dos idosos de acordo com o IPAQ.

A percepção do envelhecimento entre jovens e idosos e o conhecimento sobre a importância da atividade física para um envelhecimento bem-sucedido

O que é envelhecer?

    Para 40% dos alunos, envelhecer significa deixar de ser ativo, pois com o envelhecimento, o indivíduo se sedentário, sofre uma diminuição de suas capacidades físicas, que o limita na realização de algumas atividades.

    Envelhecer, significa deixar de ser ativo para 15,38% dos idosos, onde o declínio físico causado pelo processo de envelhecimento faz com que o indivíduo relaxe, mesmo contra a sua vontade.

    Nesse sentido Domingues Filho (2002), reforça que se a atividade física não proporcionar prazer ao indivíduo, este não irá praticá-la. Com isso os efeitos causados pelo envelhecimento aparecerão mais cedo.

    De fato os resultados percebidos pela fala dos alunos e dos idosos relatam-se abaixo:

  • Quando você não é mais ativo(Aluno 2);

  • É não poder praticar exercícios(Aluno 3);

  • Quando você começa a fazer menos atividades físicas(Aluno 6).

  • Quando deixa de participar de atividades (Idoso 11);

  • Perder as força, nem que não quera se no pensamento (Idoso 6).

    Para 33,33% dos alunos envelhecer é um ciclo normal da vida, sem que se possa reverter, ou seja, todo ser vivo passará por esta fase. Entre os idosos, 23,07%, afirmam também ser o envelhecimento um ciclo normal da vida, onde mesmo a pessoa estando preparada, o envelhecimento ocorre mais cedo ou mais tarde.

    Diante disso Bürger (1957 apud MAZO; LOPES; BENEDETTI, 2004), argumenta que toda substância viva sofre alterações desde que nasce até o momento de sua morte, que portanto as alterações são normais e irreversíveis, em função do tempo, constata-se nas seguintes respostas:

  • Para mim é uma fase da vida que precisamos passar. (Aluno 1)

  • Ficar velho. (Aluno 4).

  • Branquear os cabelo. (Idoso 9)

  • É quando o cansaço físico chega mesmo fazendo atividade. Aí é quando tá envelhecendo. (Idoso 10).

    Como reconhece 13,33% dos alunos, envelhecer se relaciona com algo ruim, como por exemplo, doenças e problemas físicos; 15,38% dos idosos também estabelecem analogia de envelhecimento com algo ruim, onde as doenças estão presentes e afetam a vida do indivíduo de forma negativa, conforme se observa em suas falas:

  • Ficar velho,dores pelo corpo(Aluno 9);

  • Ter problemas de saúde freqüentemente(Aluno 10).

  • Se incomoda, fica doente, sem paz na casa (Idoso 3);

  • Não é uma coisa muito boa. Se a pessoa fosse boa era bom. Mas como tenho diabete não é muito bom (Idoso 4).

    Assume aqui relevância a observação de Matsudo (2001), quando preleciona que o envelhecimento sofre forte influência do estilo de vida de cada pessoa, podendo ser saudável ou não.

    Para 3,33%, dos alunos envelhecer relaciona-se às diferentes experiências do meio em que se vive, pois todo ser é afetado pela decorrência do seu dia-a-dia.

    Outros 23,08%, dos idosos relacionam o envelhecimento com as diferentes experiências do meio em que habita, onde as situações vivenciadas interferem diretamente no envelhecimento.

    Desta forma Domingues Filho (2002), pondera ser o processo de envelhecimento inevitável, onde todas as funções do corpo humano afetam-se por este declínio fisiológico, salienta-se porém que o declínio não será igual para todas as pessoas, variando de acordo com o estilo de vida de cada indivíduo e com as experiências vividas pelo mesmo. Observa-se então as colocações feitas quando questionados:

  • Na minha opinião o envelhecimento é precoce. Envelhece quem quer(Aluno 20);

  • Se incomodar demais começa a envelhecer (Idoso 8);

  • È a idade. Incômodo. A pessoa fica nervosa, envelhece mais (Idoso 12).

    Efetivamente, para 10,01% dos alunos envelhecer significa adquirir experiência de vida, pois o corpo mostra os sinais do envelhecimento, enquanto a mente adquire conhecimento.

    Com o auxílio de Salgado (1988), dimensiona-se que o envelhecimento ocorre através de um processo biológico com o passar dos anos. Neste período, o indivíduo adquire diferentes experiências de acordo com as situações vivenciadas no dia a dia. Esta experiência a pessoa idosa passa para as demais gerações, para que alguns erros se evitem facilmente. Já Santim (1996), afirma que durante a velhice é normal o indivíduo reviver as lembranças do passado que ficaram marcadas. Esta colocação é referendada por respostas abaixo:

  • Ficar com mais sabedoria e ficar com o corpo mais enrugado(Aluno 14);

  • O corpo fica velho, mas a mente não (Aluno 15).

    De acordo com 15,40% dos idosos envelhecer é ter uma vida saudável e alegre, onde o indivíduo torna-se capaz de mudar seus hábitos e ter uma vida com mais qualidade.

    Conforme Mazo, Lopes e Benedetti (2004), o indivíduo capaz de aceitar que durante sua vida, ocorrerão mudanças e que essas mudanças influencim alguns hábitos de vida, demonstra capacidade de ter uma vida saudável e desfrutar de boa qualidade de vida.

  • Viver melhor (Idoso 2);

  • Ter vida longa vida feliz e cheia de saúde. Uma vida feliz que Deus deu pra gente (Idoso 7).

    Faz-se importante salientar que 7,69%dos idosos não responderam a este questionamento.

Quando inicia o envelhecimento na sua opinião?

    Antes de ressaltar a opinião de alunos e idosos, é necessário acrescentar que existe uma discussão dialética sobre quando se inicia o processo de envelhecimento. Alguns autores dimensionam que o envelhecimento se dá a partir do nascimento e outros defendem a idéia de que o envelhecimento ocorre a partir do completo desenvolvimento do indivíduo.

    Cabe reportar-se a Jordão Netto (1997), que previne ser o envelhecimento um processo progressivo e irreversível e acompanha o indivíduo desde o nascimento até a morte. Porém, para Papaléo Netto e Pontes (2000), o envelhecimento tem início geralmente, no fim da segunda década de vida, até que no terceiro decanato surgem as primeiras alterações funcionais atribuídas ao envelhecimento.

    Analisando a idéia dos autores citados acima, conclui-se que não importa o estilo de vida, o processo de envelhecimento irá ocorrer mais cedo ou mais tarde, porém mais severo para aqueles que não se preparam para esta fase da vida.

    Neste contexto, dos alunos entrevistados, 54,55% acreditam que o envelhecimento tem seu início, quando a pessoa deixa de ser ativa, ou seja, não pratica mais exercícios físicos. Na opinião de 15,39% dos idosos, quando a pessoa deixa de ser ativa fisicamente, é que se inicia o processo de envelhecimento. Estas opiniões estão registradas abaixo em suas falas:

  • Quando não fazemos nada não temos interesses ficamos sedentários. (Aluno 4)

  • Quando paramos de fazer física, pois começamos a ficar cansados (Aluno 12).

  • A partir do momento que se deixa de praticar exercícios (Idoso 2)

  • Quando deixa de participar de atividades com outras pessoas (Idoso11).

    Observa-se que os alunos, 27,28% relacionam o início do envelhecimento com a idade cronológica e entre os idosos 46,15% relacionam o envelhecimento com a idade cronológica do indivíduo,como se a partir daquele momento a pessoa se tornasse velha.

  • Com 60 anos (Aluno 2)

  • A partir dos 50 anos (Aluno 8)

  • Na terceira idade (Aluno 10)

  • 70 ano né. Quando vai os 70 pra frente muda muito (Idoso 3)

  • Acho que depois dos 60 (Idoso 6)

  • Depois que a gente ta com 70 ano. Eu to com 80 e não me acho véia tô nova ainda (I7).

    Constata-se que para 9,09% dos alunos, ser o início do envelhecimento a partir do momento em que a pessoa começa a ter dificuldades para realizar suas tarefas cotidianas, conforme suas falas:

  • Quando perdemos a facilidade de fazer as coisas como antes, andar por ex. (Aluno 1)

  • Quando você não consegue fazer o que fazia quando era novo (Aluno 14).

    Já para 4,54%, dos alunos o envelhecimento começa ao ocorrer um declínio das capacidades físicas do indivíduo. E para 7,69% dos idosos, o envelhecimento começa, quando a pessoa apresenta problemas de saúde em virtude do declínio das capacidades físicas provocado pelo envelhecimento, como afirmam em suas respostas:

  • Quando os cuidados aumentam e o estado físico diminuí (Aluno 13).

  • Quando a pessoa se sente fraca. Quando a pessoa fica doente (Idoso 5).

    Por outro lado, 4,54%, dos alunos relacionam o início do envelhecimento com as experiências do meio onde se vive e 23,08% de idosos, também afirmam que o envelhecimento principia de acordo com as experiências do meio onde se vive e com a capacidade de se manter autônomo. Observa-se nestas colocações:

  • Na minha opinião o envelhecimento é precoce envelhece quem quer. (Aluno 20)

  • Basta começar se incomodar para envelhecer (Idoso 8)

  • Enquanto a gente trabalha e faz exercício, não envelhece (Idoso 13).

    Dentre os entrevistados 7,69% dos idosos consideram o inicio do envelhecimento a partir do momento em que a pessoa começa a considerar-se velha.

  • Quando a pessoa se acha ou considera velha (I1).

Quais os seus sentimentos sobre envelhecer?

    Conforme explicita Salgado (1988), envelhecer é um processo fisiológico, do qual, ninguém pode fugir, pois o ser humano nasce, cresce e chega à velhice. Nesta direção, 56,27% dos alunos responderam que se sentem normais diante do envelhecimento, pois querendo ou não, todos vão envelhecer.

  • Normal, pois todos vamos ser velhos um dia (Aluno 1);

  • Normais afinal todo mundo irá envelhecer um dia (Aluno 4);

  • São normais, vivo cada dia sem pensar no amanhã cada dia como se fosse o último (Aluno 5).

  • Alegria mas um dia tínhamos que ficar velho (Aluno 12);

    Já para 33,33% dos alunos, seus sentimentos em relação ao envelhecimento é de que ocorrerão perdas físicas causadas pelo processo de envelhecimento. Neste sentido os estudos de Hoffmann (2002) trazem que o envelhecimento ocorre devido a alterações moleculares e celulares, o que causa uma diminuição funcional do organismo humano. Ratificado pelas colocações:

  • É continuar fazendo educação física para o envelhecimento precoce não aparecer rápido (Aluno 6);

  • Dores no corpo, não conseguir mais fazer as coisas que fazia antes (Aluno 9);

  • Ficar fracos (Aluno 16).

    Asseveram 10,40% dos alunos terem sentimentos relacionados com o aspecto psicológico. Em contrapartida 85,71% dos idosos, apresentam-nos relacionados com o aspecto psicológico.

    A maioria dos sentimentos aqui relacionados liga-se à imagem presumida do idoso, imagem esta que mostra uma vida de isolamento, com um distanciamento das atividades realizadas no passado nas explicações de Mazo, Lopes e Benedetti (2004), comprovadas pelos entrevistados:

  • Medo (Aluno 7);

  • Mais eu me sinto feliz (Idoso 3)

  • Medo de ficar só, tristeza (Idoso 4)

  • Medo de fica enferma e não te quem me cuide (Idoso 6)

  • Tristeza por ser doente. Mas feliz pela vida (Idoso 7).

    Apesar de 7,15% dos idosos não responderem este questionamento, 7,14% dos idosos responderam que possuem sentimentos relacionados com a alegria,com um processo de envelhecimento saudável.

    Faz-se salutar adscrever que o envelhecimento pode ser vivido com saúde ou não, dependendo muito de como o indivíduo se prepara para sua velhice, ou seja, de como cada um leva sua vida no decorrer dos anos (MATSUDO, 2001), confirmada com uma das respostas, transcrita abaixo:

  • Prazer em alcançar uma idade avançada com saúde (Idoso 10).

Como você percebe o seu processo de envelhecimento?

    O questionamento revelou que dentre os alunos entrevistados, 76,20% veem o seu processo de envelhecimento como algo ruim, em virtude do declínio fisiológico do organismo. Já, 30,77%dos idosos relacionam os seus processos de envelhecimento também com ruim, onde a pessoa sente-se incapaz diante de certos desafios e também com o declínio da aparência física.

    Nesta perspectiva explicita-se que se caracteriza o envelhecimento pela diminuição das funções dos órgãos, ocasionando assim uma grande diminuição da capacidade física do indivíduo, inclusive resultar em problemas de saúde (PAPALÉO NETTO; PONTE, 2000), fundamentada com as respostas:

  • Dores nas costas, nas pernas, o nariz cresce e as orelhas também, perdendo a facilidade de se locomover, etc. (Aluno 1)

  • Dores no corpo, inabilidade, limitação de movimentos (Aluno 7)

  • Quando cansa mais fácil, sente dores ao fazer atividades (Aluno 8)

  • Quando a pessoa se sente inútil daí nota que ta ficando velho. Mas eu por enquanto ainda não (Idoso 5).

  • Sei que estou me terminando (Idoso 8)

  • Noto que a carne fica bucho, fica enrugada (Idoso 12).

    Comprova-se que para 4,76%, dos alunos o envelhecimento é precoce, em virtude do sedentarismo, torna-se um dos agravantes do processo de envelhecimento e sua velocidade varia de individuo para indivíduo (MAZO et al., 2005). Menciona-se aqui uma das respostas:

  • Rápido afinal não gosto muito de certos esportes e por isso não pratico (Aluno 4).

    Para 4,76% dos alunos, demonstram o entendimento sobre o seu envelhecimento ser um processo lento, que demorará a ocorrer os efeitos provocados por esta fase de vida. Como as autoras supracitadas enfatizaram, o processo de envelhecimento varia de indivíduo para indivíduo, os demais 4,76% sentem-se conscientes de que mesmo retardando os efeitos provocados pelo envelhecimento, ele irá ocorrer, pois “ Encarando a realidade do jeito que ela é (Aluno 5)”, esta resposta demonstra o fato referendado por Hoffmann (2002), ao afirmar que todo ser vivo irá passar por mudanças em seu organismo no decorrer dos anos.

    Dimensiona-se ainda 4,76%, dos alunos relacionam o seu processo de envelhecimento com algo bom, o mesmo acontece na opinião de 46,15% dos idosos .

    Com o auxílio de Simões (1998), previne-se que caso houver preparação correta do indivíduo acontecerão com o envelhecimento, serão enfrentadas com qualidade. Observa-se as colocações:

  • Alegre e feliz (Aluno 20).

  • De momento eu não me sinto envelhecida. Me sinto nova ainda. Não sinto cansaço físico. Me sinto nova ainda (Idoso 10)

  • Não sei, ainda estou na ativa (Idoso 11).

    Com isso se dimensiona através de 4,76% os alunos que não souberam responder, juntamente com 15,39% dos idosos. De acordo com 7,69% dos idosos devem-se tomar alguns cuidados durante o envelhecimento.

    Sem dúvida, com o passar dos anos e com o efeito provocado pelo processo de envelhecimento, o organismo começa a ficar cada vez mais debilitado, fazendo com que o indivíduo se adapte ao seu novo estilo de vida (SIMÕES, 1998).

Imagina como será sua velhice?

    Neste enfoque, 38,89% dos alunos responderam que a velhice será ativa, com atividade física e até mesmo atividades que não tiveram a oportunidade de realizar.

    A partir deste aspecto, Papalia e Olds (2000), afirmam que com a chegada da velhice e naturalmente da aposentadoria, é normal que haja mais tempo livre para os idosos realizarem atividades que lhe deem prazer. Comprova-se pelas respostas abaixo:

  • Uma velhice saudável e quero se puder continuar pratica esportes (Aluno 6)

  • Praticando esportes (A15)

  • Bem disposta, quero fazer tudo o que eu não pude faze na juventude (A21)

    Observa-se que 29,69% dos alunos acreditam que sua velhice será boa, em virtude da vida ativa que levam hoje, e 40,01% dos idosos, crêem também numa velhice satisfatória, enfatizando sempre a saúde que é tão importante em todas as fases da vida, principalmente durante a velhice.

    Para Simões (1998), o indivíduo que se prepara para a velhice, terá um envelhecimento saudável e com qualidade, apesar de ocorrer uma degeneração do organismo durante a vida. Constata-se este aspecto na conscientização demonstrada através das respostas;

  • Acho que não será tão ruim assim pois eu prático muitos esportes e isso ajuda muito (Aluno 1)

  • Vou ter muita saúde porque faço muito exercício (Aluno 2)

  • Será boa, pois eu pratico educação física, dançando, nadando, caminhando, correndo, brincando, trabalhando e o que realmente é necessário para ter uma velhice boa e feliz (Aluno 5).

  • Eu imagino que vai se uma velhice sadia (Idoso 5)

  • Boa, a mesma base. Saudável, alegre (Idoso 9)

  • Com saúde, a gente trabalha e não fica doente (Idoso 3).

    Entretanto, 11,56% dos alunos acreditam que sua velhice será ruim. Entre os idosos 6,66% também imaginam sua velhice como algo ruim, pois ocorrem dificuldades físicas com o envelhecimento, agravado por doenças.

    Vale destacar Pitanga (2004), quando pondera que o indivíduo ao desejar manter-se sadio e ter uma boa aptidão física, até mesmo na velhice, deve praticar atividade física regularmente. Há consciência de que ocorrerá um declínio fisiológico do organismo com o início do processo de envelhecimento, pois como visto anteriormente este processo pode ser retardado, mas não evitado.

    A aptidão física relacionada com a saúde, de acordo com Barbanti (2003), é a capacidade de rendimento de aspectos fisiológicos que se acredita oferecerem proteção contra doenças degenerativas, referendada nas respostas abaixo:

  • Cansaço, dores pelo corpo, resfriados... Isso tudo se eu não fizer exercícios agora! (Aluno 8);

  • Uma velhice chata (Aluno 11).

  • Muito curta (Aluno 14).

  • Pior, além da diabete, a idade vai chegando (Idoso 4);

    De certa maneira, 30,01% dos idosos, acreditam que serão dependentes dos outros, precisando sempre de alguém para lhes auxiliar e ajudar. Mostram uma fragilidade e uma necessidade de ter alguém por perto para lhes auxiliarem, porém de acordo com Pitanga (2004), o indivíduo que é ativo fisicamente, enfrentará melhor as dificuldades que as atividades da sua vida diária lhe apresentam.

  • Que eu vou acha uma pessoa que faz pra mim o que eu fiz pelas pessoa (doso 3)

  • Tranqüila. Porque tenho família, espero que eles vão me cuida (Idoso 10)

  • Não tenho nem idéia do que vai ser daqui pra frente. Espero que se eu precisa alguém me socorra (Idoso 6).

    Num percentual de 6,66% dos idosos imaginam que terão uma velhice solitária, porém 6,66% querem ser independentes, sem dar trabalho para seus familiares. A terceira idade é a fase da vida em que ocorrem perdas físicas e mentais. Por certo Neri (2000), afirma que neste período ocorrem perdas de amigos, familiares, cônjuge. Com essas perdas, o idoso pode se sentir sozinho, isolando-se cada vez mais e deixando de participar ativamente da sociedade onde está inserido. Comprovadamente se constata através das falas dos colaboradores, embora 21,25% dos alunos e 10% dos idosos não forneceram respostas:

  • Sozinha pois sou só (Idoso 1).

  • Não quero ser uma pessoa que de serviço pros meu fiô, quero fazê as coisas sozinha (Idoso 7).

    Assim Camacho (2002), explicita ser a velhice o reflexo de toda a vida do indivíduo. Portanto, que se depreende do exposto é a necessidade de o indivíduo se preparar para viver sua velhice. Torna-se mais fácil e com mais aceitação, se o mesmo estiver adaptado às mudanças ocorridas ao longo da vida, para continuar vivendo com qualidade e com autonomia.

Conclusão

    Falar sobre os benefícios proporcionados por uma atividade física hoje não é novidade, ainda mais se for uma atividade regular acompanhada por um profissional de Educação Física e demais profissionais da área da saúde.

    Com a realização desse estudo, conclui-se haver grande conscientização por parte de escolares, assim como dos idosos da importância da presença de atividade física em todas as fases da vida. Agindo dessa maneira, com certeza se envelhece com qualidade. Quanto mais se proporciona qualidade de vida às pessoas, menos problemas físicos, sociais e psicológicos provocados pelo processo de envelhecimento aparecem. O mais importante no período da velhice, embora com a presença de doenças é a autonomia, pois com uma vida ativa e saudável driblaram as limitações impostas pela idade.

    Vale ressaltar aqui que o trabalho desenvolvido nas escolas deve enfocar a atividade física como conteúdo. Assim será possível transformar os futuros idosos em pessoas adeptas do movimento desde cedo e ativas por um período mais extenso de sua vida, inclusive na fase do envelhecimento. Cabe salientar e sugerir a realização de novas pesquisas com parâmetros diferenciados. Enfocar-se-iam escolares num estudo e em outro somente os idosos, separando estes resultados por sexo. Como culminância validam-se os resultados e confrontam-se os dois segmentos, enfatizados por uma visão paralela de ambos.

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