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Educação Física Escolar: um olhar sobre 

o interesse e a percepção do graduando

Educación Física Escolar: una mirada sobre el interés y la percepción del estudiante de la carrera

 

Unisuz-SP

São Paulo
(Brasil)

Fernando Carlos Silva

Prof. Dr. Moacir Wuo

Prof. Dr. Maurício Teodoro de Souza

fernandobombers@hotmail.com

 

 

 

Resumo

          O objetivo desta pesquisa foi explorar e analisar os interesses e as percepções dos acadêmicos ingressantes e concluintes de um curso de Educação Física. Para isso, um grupo de graduandos respondeu a um questionário, composto de perguntas abertas e fechadas, num total de 92 acadêmicos de um curso de Educação Física, sendo 32 ingressantes do início do 2° semestre e 60 concluintes do início do 6° semestre do Curso de Licenciatura em Educação Física, de uma Faculdade Particular, da Grande São Paulo. A partir dos resultados, permite-se evidenciar os aspectos que o graduando considerou para escolher a Instituição Universitária e o curso, e como o graduando percebe a Educação Física. Os discursos são os mais diversos, sobretudo no entendimento que se tem da Educação Física escolar, mas, uma grande freqüência concebe a idéia da Educação Física com a finalidade de formar cidadãos e promover a saúde dentro do ambiente escolar.

          Unitermos: Educação Física. Graduando. Professor de Educação Física.

          Artigo monográfico apresentado ao curso de especialização em Pedagogia do Movimento (Unisuz-SP)

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 132 - Mayo de 2009

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Introdução

    A formação em Educação Física no Brasil sofre constantemente influência pedagógica, econômica, e sócio-política, desde sua origem, pois se entende que a Educação Física é plural e abarca um universo de questões que surgem do relacionamento entre homem, cultura, conhecimento e a sociedade (ANTUNES et al. 2005).

    Para Tani (2007), alguns fatores e aspectos influenciam um curso de formação profissional em Educação Física, estes são complexos e dinâmicos. Complexos porque envolvem a participação de vários elementos constituintes que interagem, e dinâmicos porque esses elementos mudam com o tempo, são eles: necessidades sociais, mercado de trabalho, estrutura físico-administrativa, corpo de conhecimento, corpo docente, proposta do curso e corpo discente.

    O processo de formação no curso de licenciatura é visto com dinamismo e os profissionais devem acompanhar este mesmo dinamismo. Deve existir ainda um comprometimento da Instituição de Ensino Superior em preparar o profissional considerando-o na sua integralidade (MOREIRA, 2007).

    Alguns autores, todavia, segundo Schorr (2005), indicam que os cursos de licenciatura têm-se preocupado em formar professores para atuar somente no âmbito escolar. Acrescenta ainda que a fragmentação e isolamento disciplinar nos cursos de Educação Física não permitem a especialização que o mercado exige, uma vez que, o processo de formação é desarticulado, desvinculado de uma realidade social concreta e, em sua maioria, privilegia a formação desportiva e o desenvolvimento de habilidades motoras.

    Mudanças sociais, tais como o conhecimento cada vez mais promovido sobre a importância e promoção da saúde, está intimamente ligada às atividades físicas. São criadas novas alternativas de emprego para os profissionais de Educação Física como: academias de ginásticas, centros de saúde, hotéis, agências de eventos, etc. Neste cenário, cabe à Educação Física, ocupar, vincular, ou não, a prática de atividades físicas. Disso dependerá a qualidade dos serviços oferecidos na área, que está diretamente relacionada à qualidade de formação profissional (TANI, 2007).

    Confluindo para este ponto, algumas Instituições de Ensino Superior (IES) evidenciam, no seu período de formação de professores de Educação Física, duas vertentes pedagógicas que norteiam esse processo, são elas: a) Tradicional e b) Técnico-Científico. Na vertente pedagógica tradicional valoriza-se a prática dos esportes em detrimento de outras práticas educativas, esta, exerce o papel bem aproximado ao de professor treinador, enquanto a vertente Técnico-Científico enfatiza a teoria e o conhecimento científico derivados de outras ciências-mãe que vão de encontro à tradicional e a repensa (GALVÃO, 2002).

    Para tanto, conforme Costa e Barreto (2007), espera-se que o produto do curso superior de formação em Licenciatura de Educação Física deve ser a transmissão, assimilação e (re)construção de conhecimentos, conteúdos, habilidades e atitudes culturais, científicas, sociais e corporais que permitam ampla atuação do educador nos diferentes setores de Educação Física que, a cada dia, se torna mais mutável e dinâmica. Compete à instituição, a formação do profissional em Educação Física no sentido de considerar os significados das necessidades sociais de hoje para uma atuação competente na sociedade do amanhã. E, ao profissional de Educação Física, a capacidade de posicionar-se teoricamente em relação à sua prática, identificar diferentes concepções que fundamentam sua atuação nas diversas instituições.

    O professor de Educação Física escolar não deve ser apenas o intitulado “instrutor de atividades físicas”, mas abarcar o universo de questões que envolvem os alunos e a sociedade. Não se pode ter a Educação Física apenas para os mais habilidosos, permitir que o esporte entre nas aulas não como componente acrítico, mas crítico, com caráter de exclusão, mas com inclusão de todos. Cabe ao professor ter o papel de mero auxiliador desse processo, sem deixar de sempre propor desafios intelectuais condizentes à realidade dos alunos, com regras flexíveis em que possam ser trabalhadas variantes e possibilidades dentro de determinado contexto escolar, assim, propiciará a construção do conhecimento significativo (SANTOS e MATOS, 2004).

    Considerando estes pontos de vista, o objetivo desta pesquisa foi conhecer sobre as percepções e aspirações de alunos ingressantes e concluintes em Cursos de Licenciatura em Educação Física, assim como sobre o processo de formação docente.

1.     Metodologia

a.     Voluntários

    Participaram como voluntários desta pesquisa 92 graduandos de curso de Licenciatura em Educação Física de uma Instituição Particular da Região Leste da Grande São Paulo. Dentre os 92 voluntários 32 (37,8%) encontravam-se cursando o 2º Semestre do Curso, considerados como Ingressantes e designados como IG, e 60 (62,2%) concluintes cursando o 6° Semestre designados como CL. A tabela 1 apresenta as distribuições das freqüências dos voluntários segundo sexo e faixas etárias, sendo que dois dos voluntários não declaram as suas idades.

Faixas

Etárias

em anos

Ingressantes

Concluintes

Totais

Sexo

Sexo

Masculino

Feminino

Masculino

Feminino

F

%

F

%

F

%

F

%

F

%

18 – 24

14

15,6

10

11,1

14

15,6

20

22,2

58

64,4

25 – 30

3

3,3

2

2,2

7

7,8

4

4,4

16

17,8

31 – 36

2

2,2

0

0

4

4,4

4

4,4

10

11,1

37 e mais

0

0

0

0

4

4,4

2

2,2

6

6,7

Totais

20

22,2

12

13,3

30

33,3

30

33,3

90

100

Tabela 1. Distribuição dos voluntários segundo faixas etárias e sexo

b.     Instrumentos de coleta de dados

    Foi construído um questionário contendo 8 questões abertas e 12 fechadas, composto por quatro dimensões: a) Perfil, b) Interesses na área de Educação Física, c) Trajetória acadêmica e d) Percepções sobre a Educação Física como profissão docente.

c.     Procedimentos de coleta de dados

    Inicialmente, foi solicitada a autorização da Coordenação do Curso da Instituição de Ensino Superior, que autorizou prontamente a realização da pesquisa.

    Os questionários foram aplicados em dia normal de aula, sem prévio aviso. Os voluntários foram informados sobre os objetivos da pesquisa, da livre participação, assim como, da garantia sobre o anonimato e privacidade e o uso das respostas dadas somente para fins científicos. Os questionários foram aplicados separadamente para os alunos ingressantes e concluintes, respectivamente dos 2º e 6º semestres.

d.     Análise dos dados

    As respostas dadas às questões fechadas foram tabuladas e suas freqüências expressas em porcentagens. A respostas dadas às questões abertas foram analisadas e categorizadas utilizando-se da Técnica de Análise de Conteúdo (Franco, 2005; Bardin, 1979), as freqüências das categorias também foram expressas em porcentagens.

2.     Resultados e discussão

    Com relação à atuação na Educação Física, observou-se que, dentre os voluntários ingressantes, 08 (25%) indicaram atuar na área da Educação Física, enquanto que no grupo dos concluintes a indicação foi de 29 (48%). Sendo que, 1 (2%) voluntário concluinte não manifestou opinião a respeito, como pode ser observado nas figuras 1 e 2.

Figura 1. Indicações sobre atuação na área da Educação Física

 

Figura 2. Principais áreas de atuação do graduando

    A Figura 3 mostra as indicações dos voluntários sobre suas trajetórias escolares com relação ao Ensino Médio. Os dados mostram que a maioria dos voluntários, nos dois grupos, cursou o Ensino Médio em escolas públicas. Pois, deve-se considerar que o futuro professor de Educação Física ao longo da sua trajetória acadêmica e docente se vê em meio a conflitos, dúvidas, crises e decisões que refletem no desenvolvimento da sua prática pedagógica, os quais são provenientes de seu percurso escolar, percurso acadêmico e profissional, e que o leva a reproduzir suas vivências nas práticas docentes (BASEI, 2008).

Figura 3. Tipo de estabelecimento de ensino onde o graduando cursou o Ensino Médio 

    Os motivos para a escolha do curso na Instituição pesquisada são mostrados na Figura 4. A localização da Instituição aparece como primeiro motivo da escolha com 25 citações (78%) entre os ingressantes e 60 citações (100%) entre os concluintes. Para os ingressantes o segundo motivo da escolha do curso foi a qualidade do corpo docente com 17 citações (53%) seguida do valor da mensalidade do curso, enquanto que, entre os concluintes, o segundo motivo foi o valor da mensalidade seguida da bolsa de estudos.

Figura 4. Aspectos que o graduando considerou para optar pela Instituição Universitária

    Verificou-se também, que um dos principais motivos para a escolha do curso (figura 5) nas respostas dos participantes dessa pesquisa, é o fato de gostar de esporte, 69% dos ingressantes e 53% dos concluintes. Verificou-se ainda, a afinidade com a área de intervenção ou com o curso em especial, que entre acadêmicos ingressantes representa 59% e entre o grupo dos concluintes 45%. Tais dados corroboram com análise citada por Krug (2008), em que expõe os diferentes motivos da escolha da licenciatura em Educação Física pelos acadêmicos, que se dá em sua grande maioria, por ter afinidade com alguma atividade física e/ou modalidade esportiva, mesmo que não conheçam a realidade da profissão.

Figura 5. Motivos para escolha do curso de Educação Física

    O graduando também expressa com enorme freqüência que a interação social e o gosto pelas práticas das atividades físicas na disciplina de Educação Física, durante o período da Educação Básica, influenciaram na escolha do curso. Tal fato confirmou o relato de Freire (2007), quando se refere às características fundamentais para identificação e afinidade com a área de intervenção, e também vai ao encontro de Krug (2008), o qual afirma que ao escolher a profissão, muitas vezes, o acadêmico é influenciado pelas vivências anteriores, entretanto, no decorrer do curso, essa magia é quebrada pelo reflexo da realidade da profissão.

    O mercado de trabalho amplo, também é tido como uma das razões para a escolha do curso, na opinião dos acadêmicos ingressantes, que aparece em menor percentual (25%), já na visão dos concluintes pesquisados, essa perspectiva é aumentada em função do conhecimento adquirido sobre a área de atuação (35%). Bem como, o interesse em atuar na escola, que, entre o grupo dos ingressantes, expressam 22% e os concluintes 25%.

    Outro aspecto, que também chama atenção, e que fora apontado por Krug (2008), é o fato de experiências negativas contribuírem para a escolha do curso (5%).

    Na terceira parte do questionário aplicado, numa das questões, foi solicitado aos graduandos que discorressem brevemente sobre a importância da Educação Física na escola, nos Ensinos Fundamental e Médio. A partir dos resultados da análise de conteúdo das respostas, conforme a figura 6, verificou-se que os alunos ingressantes (31%) e concluintes (35%) acreditam que a Educação Física tem a finalidade de formar cidadãos. Os sujeitos expressam que a Educação Física é importante para as relações sociais, e que esta, permite a construção de valores e significados, como o respeito ao próximo e a participação crítica na sociedade.

Figura 6. Visão do graduando sobre a Educação Física nos Ensinos Fundamental e Médio

    Assim como sugere Gonçalves (2006), quando expõe que a Educação Física escolar, com as suas práticas da cultura corporal devem contemplar o desenvolvimento de novas habilidades e competências que contribuam para a formação do indivíduo como cidadão consciente e participativo diante dos direitos e deveres na sociedade.

    A contribuição para a saúde, na visão dos dois grupos de graduandos, é percebida como um segundo fator importante (55%) para a Educação Básica. Os acadêmicos dos dois grupos evidenciam que a Educação Física tem a finalidade de propiciar e incentivar a prática das atividades físicas diversas, convergindo para a promoção da saúde e bem-estar. Mas, para os concluintes, o discurso é bem mais freqüente (37%), comparado aos ingressantes (19%). Foi possível identificar uma redação com melhor argumentação, o que sugere que durante o curso, ocorreu um melhor entendimento dos conceitos da área de intervenção, assim como, a formação de conhecimentos específicos.

    A partir desses resultados é possível analisar o que Freire (2007) sugeriu ao focalizar que a freqüência “Educação e Saúde”, expressada em sua pesquisa com a seguinte questão: seria influência direta da Instituição pesquisada e refletiria o discurso do curso analisado? Ou ainda, seria possível que todas as instituições e cursos compartilhassem o mesmo discurso?

    Para tanto, fica evidente expor à segunda hipótese, em que os dados obtidos nesta pesquisa apontam para o discurso de um curso, de uma instituição pesquisada, ou seja, na pesquisa de Freire (2007) verifica-se com maior freqüência a “Educação e Saúde”, já nesta, verificamos a freqüência “Cidadania e Saúde”.

    Entretanto, não se exclui as freqüências que expressam a visão sobre a “promoção da saúde”, encontradas na pesquisa de Freire (2007) e nesta. Tani (2007) justifica esse resultado, quando relata que, mudanças sociais, tais como o conhecimento cada vez mais promovido sobre a importância e promoção da saúde esta intimamente ligada às atividades físicas.

    As demais categorias apresentaram diferenças sutis, mas foi possível identificar que os ingressantes ressaltam com maior freqüência (28%) a contribuição da Educação Física, no ambiente escolar, para o desenvolvimento do corpo e mente, e apenas 2% entre os concluintes. O percentual, tão elevado no grupo dos ingressantes, revela um conhecimento deturpado, da Educação Física, pela mídia e pela sociedade em geral. Faz-se entender que o corpo e mente são segmentos independentes, numa relação distinta e desprovida de qualquer interação, por isso, mereceria intervenções distintas, o que não permite transcender o pensamento dicotômico corpo e mente. Tais observações corroboram com o relato de Beresford (2002), de que professores de outras disciplinas formam duas opiniões sobre a Educação Física escolar: uma baseada na idéia de que a Educação Física serve para ensinar esportes e, a outra relacionada com “a idéia dicotomizada entre corpo e mente”.

    Neste sentido, Menezes e Verenguer (2006) discorrem que a Educação Física escolar depende de uma série de fatores, entre eles: professores comprometidos e competentes, para tornar as aulas mais atraentes e não apenas contemplar a dimensão procedimental. Por isso, a escola deve ser um ambiente dinâmico, onde alunos e professores assumam atitudes condizentes com o processo do educar (ALARCÃO, 2003).

    No questionário, pergunta-se ainda, aos participantes: “na opinião deles, existiria alguma dificuldade para atuar como professor de Educação Física no Ensino Regular?”. Entre os ingressantes, 19% disseram que sim, teriam algum tipo de dificuldade para atuar, 45% dos concluintes também teriam dificuldades. Analisando, quantitativamente e qualitativamente, os dados obtidos (figura 7), pôde-se verificar que os acadêmicos concluintes, frequentemente, expressam que as dificuldades surgirão, principalmente, no início da carreira, em função do interesse dos alunos, em participar, nas aulas, em que o comodismo de professores anteriores se evidencia, bem como em suas práticas pedagógicas. Em alguns casos, essas dificuldades, são reflexos da experiência nos Estágios Supervisionados, percebe-se assim, as angústias dos graduandos nos discursos de alguns sujeitos:

    “A falta de Educação dos alunos e o descontrole dos professores anteriores que deixavam os alunos fazerem o que queriam”. Ou, “Já tenho certa experiência na área, devido ao estágio e ao próprio trabalho durante a semana”. Ou, “A escola não da os valores necessários (importância) para as aulas de Ed. Física (a dificuldade é encontrada no corpo docente da instituição escolar)”.

Figura 7. Principais dificuldades enfrentadas na escola na visão do graduando

    Neste sentido, Santos (2008) afirma que a Educação Física é debatida e avaliada pelo fato de que, aos poucos, ocorre um desconhecimento, uma desvalorização da disciplina por parte dos alunos, pais e professores de outras áreas de ensino. Tal reflexo é visto, principalmente, pelo desinteresse dos alunos em participar das atividades práticas. Os pais por sua vez, não vêem os objetivos e a importância da atividade física ou não questionam o conteúdo da disciplina de Educação Física, bem como as outras disciplinas curriculares. Por conseguinte, os professores dessas disciplinas também desconhecem o valor das atividades físicas na idade escolar, e se distanciam. Num relato de Beresford (2002), os professores das outras disciplinas, sem conhecer a Educação Física viajam em seus pensamentos, pelo que se observa ou ouve falar.

    Todavia, cabe tão somente ao professor de Educação Física reverter esse papel, evidenciando e reforçando a importância da disciplina no currículo escolar, com vistas à formação significativa do alunado, qualidade de vida e uma percepção crítica sobre as diversas possibilidades das atividades corporais.

    E que também, lança-se ainda, a seguinte questão para o graduando: “concluindo o curso, há interesse em atuar no Ensino Regular?”. No grupo dos ingressantes, 78,1% expressam que tem interesse em exercer a profissão de educador na Escola Básica, contra 15,6% que não têm interesse. Já no grupo dos concluintes, 63,3% exprime que também têm interesse, contra 28,3% que não têm interesse na área escolar. Neste sentido, pode-se verificar que entre os dois grupos, o interesse em atuar no ambiente escolar fica visível em sua maioria pelo fato do graduando gostar, possuir identificação, ou até vocação para a arte de lecionar. Noutro ponto, o sujeito relata que vai atuar para colocar em prática seus conhecimentos adquiridos no curso. Ocorre ainda, um grande interesse em definir o ciclo I do Ensino Fundamental para atuar, sob o argumento de que o processo de ensino-aprendizagem se dará de forma mais significativa neste nível e o aproveitamento das aulas será efetivo em função da faixa etária dos alunos, como comprova a figura 8.

Figura 8. Fatores que contribuem para o graduando atuar no Ensino Regular

3.     Considerações finais

    O aluno ingressante no curso de Educação Física, expressa seus interesses e percepções. Fica evidente, no entanto, o desconhecimento da área de intervenção, de modo geral, seu conhecimento se restringe ao que ele vê na mídia, ou o que foi vivenciado por ele no Ensino Básico. Ainda, leva consigo, a concepção estigmatizada de “corpo e mente” ou a idéia restrita de Educação Física unicamente como promotora da saúde.

    Quanto ao acadêmico concluinte, percebe-se significado e entendimento sobre a área de atuação do profissional de Educação Física, bem como o reconhecimento da cultura corporal para formação do cidadão, como promotora da saúde e do bem-estar social.

    È possível ainda, verificar fatores externos aos dois grupos, que influenciam para a escolha do curso e IES, como por exemplo: a localização da instituição e custo financeiro do curso, que tem grande peso na hora da escolha, o que permite não se esgotar as possibilidades de investigações acerca do tema.

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