Dançar faz bem e a Catira também! | |||
Lazer e Educação, Natureza e Cultura Departamento de Pós Graduação da Educação Física UNESP – Rio Claro – SP |
Caroline Miranda Borges y Carmen Maria Aguiar carol_line.miranda@yahoo.com.br (Brasil) |
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Resumo A dança da catira além de ser rica em estilos e coreografias, é uma dança que ainda não existe uma técnica desenvolvida para seu ensinamento, funciona como toda dança popular, é passada de pai para filho nas festas religiosas da comunidade e utiliza-se da técnica de observação, demonstração e repetição seguindo o ritmo da viola – instrumento de origem portuguesa com 10 cordas e formato de um violão – os praticantes tentam repetir os passos no comando de um mestre ou um praticante mais experiente, tornando o aprendizado divertido, de fácil acesso e rotineiro já que não exige local específico para os ensinamentos e ainda pode ser praticado em qualquer idade por homens, mulheres e crianças. Unitermos: Dança. Catira. Escola |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 132 - Mayo de 2009 |
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A dança como escultora corporal já é de longa data conhecida e estudada. Suas tratativas vão de encontro aos estudos de fisiologistas, ortopedistas, fisioterapeutas e médicos vasculares que apóiam e indicam sua prática em qualquer idade. Os benefícios que o movimento livre ou coordenado, disciplinado ou não, traz ao praticante vem desde o condicionamento cardiovascular á um trabalho anti-stress hoje muito procurado nos grandes centros para amenizar os efeitos da vida moderna. (Silva, Adriana - tratamento da osteoartrite de joelho – HC/FMUSP, 2005).
Nas grandes festas e festivais realizados pelo Brasil afora encontramos atualmente um foco voltado às danças tradicionais populares tais como a catira ou cateretê. Ao observar sua prática de perto, pode-se ver a grande habilidade e coordenação motora exigida dos seus praticantes. Conforme relato dos próprios dançarinos, resulta em enorme prazer, aumento de massa muscular, condicionamento físico e elevada auto-estima. Logo pode concluir que a Catira como exercício físico é uma boa opção – como diz o ditado “Dançar faz bem e Catira também”.
A dança da catira além de ser rica em estilos e coreografias, é uma dança que ainda não existe uma técnica desenvolvida para seu ensinamento, funciona como toda dança popular, é passada de pai para filho nas festas religiosas da comunidade e utiliza-se da técnica de observação, demonstração e repetição seguindo o ritmo da viola – instrumento de origem portuguesa com 10 cordas e formato de um violão – os praticantes tentam repetir os passos no comando de um mestre ou um praticante mais experiente, tornando o aprendizado divertido, de fácil acesso e rotineiro já que não exige local específico para os ensinamentos e ainda pode ser praticado em qualquer idade por homens, mulheres e crianças.
Os índices de criminalidade e evasão escolar nas escolas onde são desenvolvidos trabalhos com danças populares tais como a catira, tendem a diminuir quando tratamos de assuntos e atividades que os jovens interessam e sentem como parte integrante do processo, por isso a dança em grupo onde cada integrante tem sua função e importância maximiza esse resultado melhorando a convivência social, integração e apurando a sociabilidade.
Grupo Catira Raízes – Uberaba – MG - Brasil
A catira como atividade física e sócio-cultural para crianças e jovens foi empregada em um projeto denominado “Catira na Escola” da cidade de Rio Claro – SP – Brasil, com bons resultados para as crianças envolvidas, melhorando coordenação motora, postura, ritmo, cultura geral brasileira, conhecimento musical e a auto-estima de todos envolvidos, até dos professores que já não acreditavam na possibilidade de ensinar cultura tradicional brasileira para crianças que hoje conhecem e sentem interesse apenas por ritmos estrangeiros e músicas cujas letras contém um teor não indicado para menores em formação escolar.
Formatura dos alunos do Projeto Catira na Escola – Dezembro de 2008
Escola Municipal Monsenhor Martins Rio Claro – SP – Brasil
Referências
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digital · Año 14 · N° 132 | Buenos Aires,
Mayo de 2009 |